Lições
Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título: Filipenses — A humildade de Cristo como exemplo
para a Igreja
Comentarista: Elienai Cabral
TEXTO ÁUREO: “Prossigo para o alvo, pelo
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14).
VERDADE PRÁTICA: A maior aspiração do crente deve ser a conquista do prêmio da soberana
vocação em Cristo Jesus.
Temos visto, na sociedade atual, muitos
cristãos lutando arduamente pela conquista de bens materiais, fama, prestígio e
poder. As pessoas querem, a todo o custo, serem VIPs. Logo, é urgente a que
venhamos refletir a respeito da verdadeira ambição do cristão. Cremos que o
desejo maior do crente deve ser a conquista do prêmio da soberana vocação em
Cristo Jesus. De que adianta ter todos os bens nesta terra, ser VIP, ter
prestígio e no fim de tudo não desfrutar da vida eterna com Cristo? O que é
mais precioso para o cristão? Sigamos o exemplo de vida do apóstolo Paulo. Seu
alvo era a pessoa de Jesus Cristo. Seu ideal e sua aspiração consistiam em
conhecer mais do Mestre. Que Jesus Cristo seja o nosso maior alvo até que
venhamos ouvir: “Bem está, servo bom e fiel”.
- Compreender qual era a verdadeira aspiração do apóstolo Paulo.
- Analisar a maturidade espiritual dos filipenses.
- Conscientizar-se a respeito da verdadeira aspiração cristã.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introduzir a lição faça a seguinte indagação: “Qual deve
ser a maior aspiração do crente?”. Incentive a participação de todos e ouça os
alunos com atenção. Em seguida leia o texto áureo e explique que como cristãos
o nosso alvo maior deve ser a conquista do prêmio da soberana vocação em Cristo
Jesus, a nossa salvação. Precisamos nos esforçar para conhecer mais de Cristo e
em tudo agradá-lo. Conclua enfatizando que à medida que passamos a ter um
relacionamento maior com Jesus, somos aperfeiçoados e nos tornamos aptos para
realizarmos as boas obras.
Palavra Chave: Aspiração: Desejo profundo de atingir uma meta
espiritual; sonho, ambição.
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, aprenderemos que o alvo da vida do apóstolo Paulo era
somente um: conquistar a excelência do conhecimento de Jesus Cristo (Fp
3.8,10). Semelhante a um atleta, o apóstolo se esforçava para alcançar este
objetivo, pois era consciente de que o exercício de aprender cada dia mais de
Jesus exige labor e disposição para servir. Prosseguindo para “o alvo, pelo
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”, Paulo convidou os
filipenses a imitá-lo, despertando-os à esperança de um dia receberem a mesma
recompensa (Fp 3.14-17).
I. A ASPIRAÇÃO PAULINA
1. “Prossigo para o alvo”.
Para participar de uma maratona, o atleta tem de treinar muito. É
preciso esforço, dedicação e trabalho para alcançar o prêmio final. Paulo
utiliza neste texto a analogia do atletismo, a fim de mostrar aos filipenses
que o crente em sua caminhada também precisa se esforçar para conhecer mais a
Cristo, deixando de lado os embaraços dessa vida e o pecado, mantendo o foco em
Jesus. Quando o crente deixa de olhar firmemente para o “Alvo”, corre o risco
de tropeçar e cair, podendo até abandonar a fé. Vigiemos, pois, em todo o
tempo, na dependência do Senhor.
2. O sentimento de incompletude de
Paulo.
Paulo sabia que havia muita coisa ainda a ser conhecida. Por isso, nunca
corria sem meta (1Co 9.26). Mesmo estando no cárcere, o apóstolo declara estar
disposto a avançar para as coisas que estavam diante dele (Fp 3.13b). Paulo era
um homem que confiava em Deus. E, assim, seguia confiante, pois no Senhor ainda
teria grandes desafios em seu ministério. Sua força estava em Deus. Eis porque
venceu grandes lutas e foi fiel até o fim. Para vencer, temos que igualmente
olhar para frente e “esquecer-se das coisas que atrás ficam” (v.13).
3. O engano da presunção espiritual.
Paulo não se deixou enganar pela falsa ideia de ter alcançado a
perfeição. Os mestres do gnosticismo afirmavam ter alcançado tal posição e,
assim, reivindicavam ser iluminados e não terem mais nada a aprender ou que
desenvolver. Paulo, contudo, refutou esse pensamento equivocado, demonstrando
que a conquista da perfeição será para aquele que terminar a carreira e ganhar
a vida eterna, pois o prêmio está no final da jornada e não em seu início ou
meio (1Co 9.24; Gl 6.9).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O crente em
sua caminhada precisa se esforçar para conhecer mais de Cristo, deixando de
lado os embaraços dessa vida (o pecado), mantendo o foco em Jesus.
II. A MATURIDADE ESPIRITUAL DOS FILIPENSES (3.15,16)
1. Somos perfeitos (3.15)?
O vocábulo “perfeito”, empregado por Paulo neste texto, tem um sentido
especial, pois se refere à “maturidade espiritual”. Em termos de recebimento do
benefício da obra perfeita de Cristo no Calvário, todos nós já alcançamos tal
“perfeição”. Neste sentido, a nossa salvação é perfeita e completa. Segundo o Comentário
Bíblico Beacon, quando a expressão paulina refere-se aos filipenses
tratando-os de “perfeitos”, neste versículo, apresenta-os servindo a Deus no
Espírito, isto é, não confiando na carne (3.3).
2. O cristão deve andar conforme a
maturidade alcançada (3.16).
Quando Paulo diz, “andemos segundo a mesma regra”, não significa
caminhar segundo os regulamentos da lei mosaica, tão requerida pelos judeus
convertidos a Cristo. Trata-se de andar conforme a doutrina de Cristo, segundo
aquilo que já recebemos do Senhor. Assim, esse “andemos segundo a mesma regra”
denota modo de viver, atitudes, ações, obras, e comportamentos em geral, semelhantes
aos do Senhor Jesus, que o crente deve seguir. Aprendemos com Paulo que não
basta “corrermos”, pois se realmente desejamos progredir em nossa vida cristã,
devemos conhecer e obedecer aos preceitos da Palavra de Deus até o Dia de Jesus
Cristo (Fp 1.6).
3. Exemplo a ser imitado (3.17).
Paulo procurou em tudo imitar o Mestre, servindo apenas aos interesses
da Igreja de Cristo (Fp 2.17). Dessa maneira, exortou os filipenses a que o
imitassem assim como ele imitava ao Senhor (Fp 3.17). Como obreiro de Deus,
Paulo tinha um caráter ilibado e os filipenses deveriam tê-lo como um exemplo a
seguir. Se quisermos servir ao Senhor com inteireza de coração, precisamos
seguir os passos de Jesus — o nosso modelo de homem perfeito (Hb 12.2).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Não basta
“corrermos”, pois se realmente desejamos progredir em nossa vida cristã,
devemos conhecer e obedecer aos preceitos da Palavra de Deus até o Dia de Jesus
Cristo (Fp 1.6).
III. A ASPIRAÇÃO CRISTÃ HOJE
1. A atualidade do desejo paulino.
O propósito de Paulo em relação a si e aos filipenses deve servir-nos de
instrução, pois as dificuldades, tentações e demais obstáculos que serviam de
empecilhos à vida de comunhão naquela época continuam atuais e bem maiores.
Mais do que nunca, devemos nos esforçar para vivermos uma vida de íntima
comunhão com Deus (Fp 3.12).
2. O cristão deve almejar a
maturidade espiritual.
Seguindo o exemplo de Paulo, reconheçamos que ainda precisamos alcançar
a perfeição. Sejamos sóbrios e vigilantes, reconhecendo também o quanto
carecemos de maturidade espiritual e de um maior conhecimento acerca da pessoa
de Nosso Senhor Jesus Cristo.
3. Rejeitando a fantasia da falsa
vida cristã.
Paulo era um sofredor consciente, um homem que sabia o quanto é difícil
ser fiel a Deus. Ele, porém, suportava tudo por causa da obra de Deus (Fp
2.17). Quem quiser viver assim nos dias atuais, precisa reconhecer que padecerá
as mesmas angústias (2Tm 3.12). Semelhante ao apóstolo Paulo, podemos ter
certeza de que receberemos o “prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo
Jesus” (Fp 3.14).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Ainda não alcançamos a perfeição, por isso, precisamos ser sóbrios e
vigilantes, reconhecendo o quanto carecemos de maturidade espiritual e de um
maior conhecimento acerca da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
Toda a vida de Paulo era centrada na pessoa de Jesus Cristo. Ele tudo fazia para agradá-lo. Sua grande aspiração era conhecer mais do Mestre da Galileia. Por isso, o apóstolo podia declarar: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vive-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
EXERCÍCIOS
1. Que analogia o apóstolo Paulo usa para ilustrar que o crente precisa se esforçar para conhecer mais a Jesus Cristo?
R. Paulo utiliza a analogia do atletismo.
2. O que reivindicavam os mestres do gnosticismo?
R. Os mestres do gnosticismo reivindicavam serem iluminados e não terem mais nada a aprender ou que desenvolver.
3. Qual o sentido do vocábulo “perfeito” empregado por Paulo?
R. O vocábulo “perfeito”, empregado por Paulo tem um sentido especial, pois se refere à “maturidade espiritual”.
4. O que significa a expressão “andemos segundo a mesma regra”?
R. Trata-se de andar conforme a doutrina de Cristo, segundo aquilo que já recebemos do Senhor. Assim, esse “andemos segundo a mesma regra” denota modo de viver, atitudes, ações, obras, e comportamentos em geral, semelhantes aos do Senhor Jesus, que o crente deve seguir.
5. Qual o alvo da sua vida?
R. Resposta pessoal.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“‘[...] Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus’ (3.14). Prossigo é tradução da mesma palavra grega que ocorre no versículo 12 (‘prossigo’) e no versículo 6 (‘perseguidor’). Significa literalmente ‘perseguir’, ‘ir ao encalço de’. Paulo está perseguindo o prêmio em Cristo com a mesma determinação, liberdade de pesos estorvadores e empenho incessante, com que ele perseguira a igreja anteriormente [...].
O significado de alvo (skopon) é incerto. Pode indicar a linha de chegada para qual o corredor corre, ou propósito definido com o que ele corre. De acordo com a última opção, supunha-se que o corredor seguisse uma linha branca que indicava a trajetória da corrida do ponto de partida à meta. Se pisasse fora da linha, ele não estaria correndo de acordo com as regras, não sendo coroado mesmo que chegasse em primeiro lugar. Prêmio sugere a coroa ou troféu (1Co 9.24). Soberana vocação é, literalmente, ‘chamado superior’. O cristão é chamado ‘do alto’ ou de cima (Hb 12.2). “Este chamado é de Deus em Cristo Jesus, que ao término da corrida dirá: ‘Bem está, servo bom e fiel’” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 9. RJ: CPAD, 2006, p.271).
Subsídio Teológico
“A Santa Ambição”
Ganhar a Cristo. Paulo considera os seus privilégios anteriores como refugo, ou lixo. Todas as coisas juntas são lixo e escórias comparadas com o único desejo de Paulo: ganhar o próprio Cristo. O que significa ganhar a Cristo? Significa estar em comunhão com Ele e ter a sua presença na alma. Significa ser vinculado a Ele como nossa Cabeça, ser enxertada nEle como nossa Videira (Jo 15.1), ser casado com Ele como nosso Noivo (2Co 11.2), ser edificado sobre Ele como nossa Pedra Fundamental. Ser achado ‘em Cristo’ é estar sob o seu controle, cuidado e proteção.
Possuir a retidão de Deus. Quando Paulo teve uma visão de Cristo no caminho para Damasco, ficou convicto de que era um pecador e que a sua justiça própria não passava de trapos imundos (Is 64.6), insuficiente para vestir a alma diante do olhar de Deus, que a tudo perscruta. O Senhor, porém, lhe deu uma justiça que aguentaria o teste da eternidade — a justiça de Deus imputada à pessoa que realmente confia em Cristo para a salvação. Somos considerados justos porque o nosso Representante é justo.
Conhecer a Cristo. ‘Para conhecê-lo’. Paulo não fala aqui de conhecimento intelectual, mas sim, em conhecimento baseado na experiência. Há uma grande diferença entre realmente conhecer a Cristo e meramente saber acerca dEle. “Assim como se sabe o gosto da comida ao comê-la, assim também conhecemos a Cristo ao recebê-lo” (PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998, p.138).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A suprema aspiração do crente
No capítulo três, após o apóstolo Paulo enviar o obreiro Epafrodito à Filipos, ele abre esta seção destacando a seguinte frase: “Resta, irmãos meus, que regozijeis no Senhor”. O tema da alegria está implícito em toda a epístola. Um dos motivos de Paulo redigir esta carta é o sentimento nobre de alegria do apóstolo em relação aos crentes filipenses, pois estes o amavam demonstrando atos de amor. A alegria do Senhor dominara o coração do apóstolo. Por isso ele convoca os filipenses a se alegrarem no Senhor, pois apesar de tudo 8 da prisão, da perseguição e do sofrimento H o Evangelho está sendo pregado e o relacionamento de amor entre o apóstolo e a Igreja estava intensificando-se. Mas os filipenses devem se prevenir do ensino judaizante para preservar esta alegria.
Este ensino era poderoso para enterrar o regozijo do Espírito e despertar um assombroso e obscuro sentimento de tormento. Não por acaso, o apóstolo dá uma ordem imperiosa: “guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros”. Estes pregavam ainda a antiquada interpretação distorcida da doutrina mosaica, ignorando a decisão apostólica registrada em Atos 15. O apóstolo ficava enciumado pela capacidade desses falsos mestres transformarem a mensagem libertadora de Jesus numa sentença aprisionadora judaica. Para a alegria verdadeira imperar nos corações dos filipenses, estes, por sua vez, deviam se prevenir dos ensinos judaizantes e encarnar nas suas vidas não a circuncisão da carne, mas a do coração.
A circuncisão do coração não deixa marca física, não confia na carne, mas depende do Espírito exclusivamente. O crente circunciso de alma e coração sabe exatamente o valor e a suficiência do calvário. Neste, ele tem a certeza de que os seus pecados passados foram perdoados, em Cristo Jesus, o nosso Senhor. Os presentes e futuros estão e serão perdoados pela suficiência do sacrifício de Cristo. A consciência do discípulo é tocada pelo Espírito, pois a lei do Senhor não está registrada apenas num papel, mas na mente e no coração do crente. Esta é a certeza da fé que gera alegria no coração do discípulo. Assim, o discípulo deve ficar longe dos ensinos legalista que roubam esta certeza de vida em Cristo Jesus.
Não há nada no céu ou na terra que posa subjugar a alegria do crente quando este se acha completamente entregue a suficiência do Calvário. “Regozijai-vos sempre”, diz o apóstolo.
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