Lições Bíblicas CPAD / Jovens
e Adultos
Lição 6: A Fidelidade
dos Obreiros do Senhor
TEXTO
ÁUREO: “Espero, porém, no Senhor Jesus,
mandar-vos Timóteo, o mais breve possível, a fim de que eu me sinta animado
também, tendo conhecimento da vossa situação” (Fp 2.19 - ARA).
VERDADE
PRÁTICA: Os obreiros do Senhor devem estar
conscientes quanto à sua responsabilidade no santo ministério.
INTERAÇÃO
“Eu sou o bom Pastor; o
bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas”. É assim que Jesus é apresentado aos
seus discípulos pela narrativa do Evangelho de João. O bom Pastor doa a sua
vida às ovelhas. Ele não espera receber nada em troca do seu exercício
ministerial, a não ser a alegria e a grata satisfação em ver uma vida, outrora
em frangalhos, mas agora em perfeito juízo com a mente e o coração imersos no
Evangelho. O verdadeiro pastor sabe bem a dimensão profunda daquilo que significa
“apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por
força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem
como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”
(1Pe 5.2,3).
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Reconhecer a preocupação de Paulo com a Igreja.
· Pontuar o modelo paulino de liderança.
· Inspirar-se à prática cristã com o exemplo de
Epafrodito.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Para introduzir o primeiro tópico da lição
sugerimos a seguinte atividade: (1) Pergunte aos alunos o que é o ministério
pastoral para eles. (2) Ouça as diversas respostas com atenção. (3) Em seguida,
discorra acerca das principais características que a lição apresenta sobre a
liderança de Paulo: (a) O compromisso com o pastorado; (b) mentoria de novos
obreiros; (c) um líder que amava a igreja. Ao concluir o tópico I, o prezado
professor deverá deixar bem claro que o modelo de liderança do apóstolo Paulo estava
pautado no de Jesus, isto é, um ministério de serviço, jamais de domínio.
Palavra
Chave: Fidelidade:
Qualidade de fiel; lealdade.
INTRODUÇÃO
A preocupação de Paulo com a unidade e a comunhão
da igreja filipense era tão intensa que ele desejava estar presente naquela
comunidade. Todavia, o apóstolo encontrava-se preso. Impedido de rever aqueles
pelos quais estava disposto a “sacrificar-se” (Fp 2.17), Paulo envia dois
obreiros fiéis, Timóteo e Epafrodito, para cuidar daquela igreja até sua
chegada (2.19-30).
I. A PREOCUPAÇÃO DE PAULO COM A IGREJA
1. Paulo, um líder comprometido com o
pastorado.
O versículo do texto áureo revela o coração amoroso
de Paulo que, apesar de encarcerado, ansiava por notícias dos irmãos na fé. O
apóstolo temia que a igreja filipense ficasse exposta aos “lobos devoradores”
que se aproveitam da vulnerabilidade e da fragilidade das “ovelhas” a fim de
“devorá-las” (Mt 10.16; At 20.29). Paulo se preocupava com a segurança
espiritual do rebanho de Filipos e esforçava-se ao máximo para atendê-lo.
2. Paulo, o mentor de novos obreiros.
O apóstolo apresenta dois obreiros especiais para
auxiliar a igreja de Filipos. Primeiramente, Paulo envia Timóteo, dando
testemunho de que ele era um obreiro qualificado para ouvir e atender às
necessidades espirituais da igreja. Em seguida, o apóstolo valoriza um obreiro
da própria igreja filipense, Epafrodito. Este gozava de total confiança de
Paulo, pois preservava a pureza do Evangelho recebido. O apóstolo Paulo ainda
destaca a integridade desses dois servos de Deus contra a avareza dos falsos
obreiros (v.21). Estes são líderes que não zelam pela causa de Cristo, mas se
dedicam apenas aos seus próprios interesses.
3. Paulo, um líder que amava a
igreja.
Ao longo de toda a Carta aos Filipenses, percebemos
que a relação do apóstolo Paulo para com esta igreja era estabelecida em amor.
Não era uma relação comercial, pois o apóstolo não tratava a igreja como um
negócio. Ele não era um gerente e muito menos um patrão. A melhor figura a que
Paulo pode ser comparado em seu comportamento em relação à igreja é a de um pai
que ama os seus filhos gerados na fé de Cristo. Todas as palavras do apóstolo —
admoestações, exortações e deprecações — demonstram um profundo amor para com a
igreja de Filipos. Precisamos de obreiros que amem a Igreja do Senhor. Esta é
constituída por pessoas necessitadas, carentes, mas, sobretudo, desejosas de
serem amadas pelos representantes da igreja (2Tm 2.1-26).
II. O ENVIO DE TIMÓTEO À FILIPOS (2.19-24)
1. Paulo dá testemunho por Timóteo.
O envio de Timóteo à Filipos tinha a finalidade de
fortalecer a liderança local e, consequentemente, todo o Corpo de Cristo. Além
de enviar notícias suas à igreja, Paulo também esperava consolar o seu coração
com boas informações acerca daquela comunidade de fé. Assim, como Timóteo era
uma pessoa de sua inteira confiança, considerado pelo apóstolo como um filho
(1Tm 1.2), tratava-se da pessoa indicada para ir a Filipos, pois sua palavra à
igreja seria íntegra, leal e no temor de Deus. Paulo estava seguro de que o
jovem Timóteo teria a mesma atitude que ele, ou seja, além de ensinar amorosa e
abnegadamente, pregaria o evangelho com total comprometimento a Cristo (v.20).
2. O modelo paulino de liderança.
Timóteo, Epafrodito e Tito foram obreiros sob a
liderança de Paulo. Eles aprenderam que o exercício do santo ministério é
delineado pela dedicação, humildade, disposição e amor pela obra de Deus.
Qualquer obreiro que queira honrar ao Senhor e sua Igreja precisa levar em
conta os sofrimentos enfrentados pelo Corpo de Cristo na esperança de ser
galardoado por Deus. Nessa perspectiva, o principal ensino de Paulo aos seus
liderados era que o líder é o servidor da Igreja. O apóstolo aprendera com
Jesus que o líder cristão deve servir à Igreja e jamais servir-se dela (Mt
20.28).
3. As qualidades de Timóteo
(2.20-22).
Timóteo aprendeu muito com Paulo em relação à
finalidade da liderança. Ele se solidarizou com o apóstolo e dispôs-se a cuidar
dos interesses dos filipenses como um autêntico líder. Paulo declarou aos
filipenses que Timóteo, além de “um caráter aprovado”, estava devidamente
preparado para exercer a liderança, pois tinha uma disposição de “servir” ao
Senhor e à igreja. Todo líder cristão precisa desenvolver uma empatia com a
igreja, tornando-se um marco referencial para toda a comunidade de fé (1Tm
4.6-16).
III. EPAFRODITO, UM OBREIRO DEDICADO (2.25-30)
1. Epafrodito, um mensageiro de
confiança.
Epafrodito era grego, um obreiro local exemplar e
de caráter ilibado. O apóstolo Paulo o elogia como um grande “cooperador e
companheiro nos combates”. Sua tarefa inicial era a de ajudar o apóstolo
enquanto ele estivesse preso, animando-o e fortalecendo-o com boas notícias dos
crentes filipenses. Epafrodito também fora encarregado de levar a Paulo uma
ajuda financeira da parte da igreja de Filipos, objetivando custear as despesas
da prisão domiciliar do apóstolo.
2. Epafrodito, um verdadeiro
missionário.
Epafrodito não levou apenas boas notícias para o
apóstolo, mas também propagou o Evangelho nas adjacências da cidade de Filipos.
Em outras palavras, Epafrodito era um autêntico missionário. À semelhança de
Silvano e Timóteo (1Ts 1.1-7), bem como Barnabé, Tito, Áquila e Priscila, ele
entendia que, se o alvo era pregar o Evangelho, até mesmo os sofrimentos por
causa do nome de Jesus faziam parte de seu galardão.
3. Paulo envia Epafrodito.
Filipenses 2.20 relata o desejo de Paulo em mandar
alguém para cuidar dos assuntos da igreja em Filipos. O pensamento inicial era
enviar Timóteo, pois Epafrodito adoecera vindo quase a falecer. Deus, porém,
teve misericórdia desse obreiro e o curou (v.27), dando ao apóstolo a oportunidade
de enviá-lo à igreja em Filipos (v.28). Epafrodito possuía condições morais e
emocionais para tratar dos problemas daquela igreja. Por isso, o apóstolo pede
aos filipenses que o recebam em Cristo, honrando-o como obreiro fiel
(vv.29,30). Que os obreiros cuidem da Igreja de Cristo com amor e zelo, e que
os membros do Corpo do Senhor reconheçam a maturidade, a fidelidade e a
responsabilidade dos obreiros que Deus dá à Igreja (Hb 13.17).
CONCLUSÃO
A Igreja pertence a Cristo, e nós, os obreiros,
somos os servidores desta grande comunidade espalhada por Deus pela face da
terra. Que ouçamos o conselho do apóstolo Pedro, e venhamos apascentar “o
rebanho de Deus [...], tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente;
nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a
herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1Pe 5.2,3).
VOCABULÁRIO
Empatia: Capacidade de sentir os sentimentos
de outra pessoa.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
CARLSON, R.; TRASK, T. (et all.). Manual Pastor
Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD, 2005.
MACARTHUR JR, J. Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão. 4 ed., RJ: CPAD, 2004.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
MACARTHUR JR, J. Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão. 4 ed., RJ: CPAD, 2004.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. Qual era o temor do apóstolo Paulo em
relação à igreja filipense?
R. Que
ela ficasse exposta aos “lobos devoradores” que se aproveitam da
vulnerabilidade e da fragilidade das “ovelhas” a fim de “devorá-las” (Mt 10.16;
At 20.29).
2. Cite os nomes dos obreiros
apresentados por Paulo para auxiliar a igreja de Filipos.
R. Primeiramente,
Paulo envia Timóteo, dando testemunho de que ele era um obreiro qualificado para
ouvir e atender às necessidades espirituais da igreja. Em seguida, o apóstolo
valoriza um obreiro da própria igreja filipense, Epafrodito.
3. Qual era o principal ensino de Paulo
aos seus liderados?
R. O
principal ensino de Paulo aos seus liderados era que o líder é o servidor da
Igreja.
4. Qual era a tarefa inicial de
Epafrodito?
R. Sua
tarefa inicial era a de ajudar o apóstolo enquanto ele estivesse preso,
animando-o e fortalecendo-o com boas notícias dos crentes filipenses.
5. Para você, quais são as
características indispensáveis a um obreiro do Senhor?
R. Resposta
pessoal.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Vida
Cristã
“Quando a Igreja nasceu, no Dia de Pentecoste, Deus
começou a chamar ‘pastores’ para apascentar os rebanhos de fiéis que se
levantariam ao redor do mundo”. Os pastores devem ser responsáveis pelo
cuidado, direção e ensinamentos que uma congregação recebe. Eles são dons para
a igreja (Ef 4.11), líderes necessários que devem ter vidas exemplares. Seu
chamado ao ministério é de procedência divina (At 20.28); seu exemplo é Jesus
Cristo, e o poder para fazerem esta incrível obra vem do Espírito Santo.
Julgo que os pastores têm de ser pentecostais para
que apascentem igrejas também pentecostais. Essa é ordem de Deus. Visto que
vivemos num dos tempos mais complicados e plenos de avanços tecnológicos que
este mundo jamais viu, é crucial que os líderes da Igreja do Senhor sejam não
só cheios, mas também guiados pelo Espírito Santo. As pessoas são complexas;
suas dificuldades e problemas, também. Somente Deus pode capacitar-nos a
entendê-las e ajudá-las. À medida que os pastores empenham-se em auxiliar os
que se acham nas garras do alcoolismo, das drogas, do divórcio e de outras
incontáveis tragédias, precisam urgentemente de poder e discernimento do
Espírito para ministrar. “Os métodos param se alcançar as pessoas mudam;
entretanto, nossa mensagem não pode mudar” (CARLSON, R.; TRASK, T. (et all.). Manual
Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD,
2005, p.7).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
A FIDELIDADE DOS
OBREIROS DO SENHOR
Certa feita escrevendo a Timóteo Paulo disse: “os
homens maus e enganadores irão de mal a pior, enganando e sendo enganado” (2Tm
3.13). Mas o conselho do apóstolo a Timóteo foi bem contemporâneo: “Tu, porém,
permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o
tens aprendido” (2Tm 3.14). Este era o grande desafio para os obreiros de
Filipos. Por ser uma igreja nova na fé o perigo de os seus obreiros
desviarem-se do alvo era iminente. Falsos ensinadores, os gnósticos e
judaizantes, se multiplicavam nas cercanias da igreja filipense.
O apóstolo Paulo apesar de estar longe tinha o seu
coração inclinado para comunidade de Filipos. Ele era um verdadeiro pastor. O
seu coração era voltado para as ovelhas. Um líder que amava a Igreja. Aqui,
salta aos olhos as características basilares de um verdadeiro pastor. É a mesma
que pronunciou Jesus de Nazaré: “O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo
10.11). Não há dúvidas que esta era à disposição do apóstolo. Somente dá a vida
por alguém, àquele que compreende o real valor do outro. Para o apóstolo o
valor de uma vida era incalculável. Por isso, mesmo preso, Paulo informa o seu
plano de enviar Timóteo à Filipos e a ida de Epafrodito.
O que nos chama atenção é que estes obreiros são
pessoas da maior confiança de Paulo. Eles haviam aprendido o modelo paulino de
liderança. Eles sabiam que o exercício do ministério de serviço (pastorado)
deve levar em conta a humildade, a disposição e o amor pelas pessoas que
constituem o rebanho. O ministério pastoral nunca pode ser encarado numa
perspectiva dominadora; mas servidora espontânea e voluntária. É naquele
“espírito” de Pedro: “apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo
cuidado dele, não por força, mas voluntariamente [...] nem como tendo domínio
sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1Pe 5.2,3).
Nesta lição cabe uma reflexão do pastorado
contemporâneo à luz do contexto evangélico atual. A cada ano a igreja
evangélica se torna mais forte, midiática, política e numerosa. A tentação de
homens desejarem o “episcopado” pela motivação errada é enorme. Não há outro
caminho a ser feito para evitar as motivações erradas que o da humilhação,
voluntariedade e simplicidade. Por isso todo candidato ao Santo Ministério
precisa beber muito dos Evangelhos e dos Apóstolos.
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