Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Lição 7: A Atualidade dos Conselhos Paulinos
TEXTO ÁUREO: “Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor” (Fp 3.1a).
VERDADE PRÁTICA: Para quem ama a Deus o mais
importante é ter um
coração renovado pela ação do Espírito Santo.
INTERAÇÃO
A presente lição busca ressaltar a atualidade que os conselhos do
apóstolo Paulo têm para o tempo que se chama “hoje”. Além de o apóstolo versar
sobre o cuidado com os falsos obreiros, aqueles que distorcem a liberdade em
Cristo Jesus, Paulo conclama a igreja a se alegrar em Deus, a despeito de todos
os transtornos que ela possa ter sofrido no confronto com os falsos obreiros. A
vida de Paulo nos mostra que é possível alegrar-se em meio ao sofrimento. O
sofrimento na vida do crente não significa ausência de alegria em Deus. O
apóstolo mostrou que a fé no Cristo ressurreto transcende o nosso estado
momentâneo de sofrimento. Portanto, prezado professor, alegre-se em Deus.
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
-
Dissertar a respeito da alegria do Senhor.
-
Explicar a tríplice advertência de Paulo contra os inimigos da fé.
-
Compreender o significado da verdadeira circuncisão cristã.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado
professor, para concluir o tópico III da lição, reproduza o esquema abaixo de
acordo com as suas possibilidades. O objetivo desta atividade é estabelecer uma
diretriz bíblica e clara a respeito do que o apóstolo Paulo estava falando a
respeito da “verdadeira circuncisão cristã”. À luz do texto de Filipenses 3.1-4
o apóstolo mostra que a “circuncisão” que é realizada pelo Espírito nada tem
com a circuncisão imposta pela “carne”. Afirme para a classe que o crente em
Jesus não se gloria dos seus atributos exteriores, pois sabe que eles não têm o
poder de influenciar nada, a não ser para gerar uma falsa piedade, falsa
humildade e falsa disciplina com o corpo. Portanto, não é de valor algum para a
espiritualidade, senão para a “satisfação da carne” (Cl 2.20-23).
SEGUNDO O ENSINO DO APÓSTOLO PAULO AOS FILIPENSES,
O VERDADEIRO CRISTÃO É DE FATO A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO, NÃO O COSTUME DO
JUDAÍSMO. O APÓSTOLO USA TRÊS CONCEITOS PARA IDENTIFICAR TAIS CRISTÃOS:
1) Eram aqueles “que
adoravam pelo Espírito de Deus”. A palavra traduzida na NIV como “adoração” (latreuo) é usada na LXX [septuaginta]
e no livro de Hebreus para se referir ao serviço dos sacerdotes no templo (Êx
23.25; Dt 6.12; Hb 8.5; 10.2). A palavra é também usada em Romanos 12.1, onde
Paulo incita seus ouvintes a oferecerem seus corpos a Deus como sacrifício, bem
como um “ato de adoração espiritual”. Paulo continua a encorajar os cristãos
romanos a permitirem que suas mentes sejam renovadas e suas vidas capacitadas
pelo poder do Espírito, exercitando seus dons para servirem uns aos outros
(12.2-8).
2) Os cristãos filipenses
não deveriam ter como orgulho quaisquer sinais físicos que demonstrassem sua condição de comunhão,
porém, antes, deveriam orgulhar-se em Cristo e na sua obra. Não deveriam depositar
a sua confiança em regra e rituais respeitados ou valorizados por aqueles que
viviam sob a lei Mosaica. O motivo de orgulho do cristão nunca deveria
consistir em ser irrepreensível com respeito aos mandamentos da lei (3.4). A
verdadeira circuncisão é formada por aqueles que colocam sua fé somente em
Cristo, e que têm nEle seus motivos de orgulho.
3) “A [verdadeira]
circuncisão” são aqueles que não depositam nenhuma confiança na carne. Para Paulo, a
ideia de “carne” (sarx)
significou frequentemente um “local natural” de existência humana (Rm 9.3; 1Co
10.18), mas usa frequentemente a palavra em um sentido teológico para se
referir à condição da humanidade em rebelião contra Deus. A consequência final
de ser dominado pela carne é a morte (Rm 8.6). O cristão é chamado a crucificar
a carne e as suas obras e viver de acordo com o Espírito (Gl 5.16ss). Deste
modo, sarx traz consigo um
significado duplamente nítido em Paulo: (a) É renúncia sincera a toda e
qualquer observância da lei cerimonial, como a circuncisão, que alegue poder
alcançar a salvação; (b) Paulo, à luz do uso mais amplo do termo sarx, expõe as ações dos judaizantes
ao que realmente são: obras realizadas em rebelião contra Deus.
Paulo mostra que a espiritualidade dos judaizantes
está em manter a lei; sua glória está em suas realizações; e sua confiança em
cerimônias e costumes religiosos exteriores. Caso alguém pense que Paulo tenha
exagerado nesta ênfase, basta olhar para sua vida e veremos que ele sabe o que
está dizendo. Antes de se tornar um cristão, ele mesmo aceitava as convicções
judaicas.
Palavra Chave: Conselho: Parecer, juízo, opinião. Advertência que emite;
admoestação, aviso.
INTRODUÇÃO
No capítulo três de sua carta aos Filipenses, Paulo
continua revelando preocupação a respeito dos “maus obreiros”. Estes se
aproveitavam de sua ausência para introduzir falsas doutrinas na igreja. A fim
de precavê-la, por três vezes o apóstolo diz: “guardai-vos” (v.2). Nesta lição,
veremos que Paulo também não deixou de exortar os filipenses a que, mesmo
diante das adversidades, se alegrassem no Senhor (v.1), pois a alegria do
Senhor é a nossa força (Ne 8.10).
I. A ALEGRIA DO SENHOR
1. Regozijo espiritual.
A expressão “resta, irmãos meus” (v.1), aparece no
texto grego como to loipon, que é traduzido como “finalmente”. Ela
sugere que Paulo estava concluindo sua carta, mas ainda havia algo importante a
dizer aos irmãos da igreja em Filipos. O apóstolo ensina aos irmãos filipenses
que a alegria do Senhor é a força que nos faz superar toda e qualquer
adversidade. O contentamento que Jesus nos oferece é um reforço para a nossa fé
em tempos de adversidade.
2. Exortação ao regozijo.
A alegria do Senhor é produzida pelo Espírito Santo
no coração do crente. Esta alegria independe das circunstâncias, pois é divina
e faz com que o cristão supere as dificuldades. Paulo mostra aos filipenses que
esse sentimento de felicidade, concedido pelo Senhor, é uma capacitação divina
que fortalece a igreja a suportar as adversidades. Para o apóstolo, que se
encontrava na prisão, a alegria do Senhor era como um precioso consolo, capaz
de trazer descanso e quietude para a sua alma.
3. Alegria em meio às preocupações e aflição.
Paulo percebeu que, em virtude do sofrimento, os
irmãos de Filipos poderiam ser tomados pelo desânimo. Por isso, ele os exortou
a se alegrarem em Deus, pois a alegria vinda da parte do Senhor nos fortalece
(Ne 8.10). Triunfante por causa de sua confiança no Cristo ressurreto, o
apóstolo sabe que somente aquele que conhece e confia no Senhor, e em sua
Palavra, é capaz de regozijar-se diante das dificuldades, tal como ele e Silas
o fizeram (At 16.24,25). Deus é o nosso conforto. Nele podemos confiar e
regozijar-nos sempre (1Ts 5.16).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A alegria do Senhor, a que
Paulo se refere, se manifesta em meio às preocupações e as aflições da vida.
1. “Guardai-vos dos cães”.
A hostilidade de Paulo contra os maus obreiros era
forte e decisiva, pois eles causavam muitos males à igreja, em especial aos
novos convertidos. Paulo chama os judaizantes de “cães”, pois estes acreditavam
e ensinavam que os gentios deviam obedecer a todas as leis judaicas, um fardo
legalista que nem mesmo os próprios judeus suportavam (Gl 2.14). Os judaizantes
eram como “cães” que atacavam os novos convertidos durante a ausência de Paulo.
O apóstolo repelia-os com veemência e orientava os filipenses a que deles se
resguardassem.
2. “Guardai-vos dos maus obreiros”.
Estes também são denominados por Paulo como “cães”
e os da “circuncisão”. Eles espalhavam falsos ensinos, não se importando com a
sã doutrina ensinada pelos apóstolos. Pregavam um falso evangelho (Gl 1.8,9).
Afirmavam que para que os gentios se tornassem cristãos deveriam seguir a lei
mosaica e, pior, as tradições judaicas. Todavia, no concílio da igreja em
Jerusalém, conforme Atos 15, os apóstolos já haviam discutido sobre o papel da
lei judaica em relação aos gentios. Segundo as deliberações do “concílio de
Jerusalém” os gentios cristãos não deveriam comer alimentos oferecidos aos
ídolos, carne com sangue e sufocada (Lv 17.14). Deveriam também evitar as
práticas sexuais imorais. Não obstante, os “maus obreiros” faziam questão de
discordar do ensino paulino, a fim de impor aos gentios as práticas judaicas.
3. “Guardai-vos da circuncisão”.
Um dos costumes judaicos que aqueles “maus
obreiros” queriam impor era a prática da “circuncisão”. Eles ensinavam,
erroneamente, que a circuncisão tornaria os gentios verdadeiramente cristãos.
Paulo então passa a ensinar aos filipenses que a verdadeira circuncisão é
aquela operada no coração; logo não é algo da carne, mas do Espírito Santo. De
acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal, editado pela CPAD, “os
cristãos filipenses não deveriam ter como motivo de orgulho quaisquer sinais
físicos que demonstrassem sua condição de comunhão, porém, antes, deveriam
orgulhar-se em Cristo e na sua obra”.
“Guardai-vos dos cães”,
“guardai-vos dos maus obreiros”, “guardai-vos da circuncisão”; são advertências
paulinas a que a igreja se cuidasse com os judaizantes.
III. A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO CRISTÃ
(3.3)
1. A circuncisão no Antigo Testamento.
Sabemos que a circuncisão era um rito religioso com
caráter moral e espiritual, consistindo em um sinal físico de que a pessoa
pertencia ao povo com o qual Deus fez um pacto. Era também um sinal de
obediência a Deus (Gn 17.11; At 7.8). Porém, os seguidores de Jesus não
precisam da circuncisão para ser identificados como pertencentes a Ele. A
circuncisão do cristão é espiritual e interior, operada pelo Espírito Santo, no
coração, mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 4.9-11).
2. A verdadeira circuncisão não deixa marcas
físicas.
Paulo ensina aos colossenses que a verdadeira
circuncisão em Cristo não é por intermédio de mãos humanas, mas “no despojo do
corpo da carne” (Cl 2.11,12). É um ato espiritual, levado a efeito pelo Senhor
Jesus que remove a nossa velha natureza e nos concede uma nova (2Co 5.17). É
uma circuncisão do coração (Rm 2.29).
3. A verdadeira circuncisão não confia
na carne (3.3-7).
Os cristãos judaizantes que participavam da igreja
em Filipos confiavam muito mais na carne e na circuncisão do que em Cristo. Por
isso, Paulo narra a sua história como judeu. Ele declara ter sido circuncidado
ao oitavo dia (v.5) e ter seguido todos os ritos da lei (v.6). Mas o apóstolo
enfatiza que ao encontrar-se com Cristo, renunciou a tudo da velha religião
para servir apenas a Cristo. Paulo declara: “Porque a circuncisão somos nós,
que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não
confiamos na carne” (3.3). A salvação é somente pela fé em Jesus. Nenhum rito
religioso é capaz de trazer salvação.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A verdadeira circuncisão
não confia na carne nem deixa marcas físicas, pois ela é gerada pelo Espírito.
CONCLUSÃO
Paulo ensinou aos filipenses que a confiança em
Cristo nos garante alegria. Tal felicidade independe das circunstâncias e
faz-nos enfrentar todas as dificuldades comuns às demais pessoas com uma
diferença: temos esperança! Paulo também mostrou aos filipenses que as leis do
Antigo Testamento e seus ritos tinham sua importância, todavia, a obediência a
tais leis e ritos não garantiam a salvação de ninguém. O que deve ser
considerado pelo crente é o seu relacionamento com o Cristo ressurreto.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ARRINGTON, F.
L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., Vol. 2, RJ: CPAD, 2009.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. Quem produz a verdadeira alegria em nossos corações?
R. O
Espírito Santo.R. Os judaizantes.
R. Eles acreditavam e ensinavam que os gentios deviam obedecer a todas as leis judaicas, um fardo legalista que nem mesmo os próprios judeus suportavam (Gl 2.14).
R. A circuncisão era um rito religioso com caráter moral e espiritual, consistindo em um sinal físico de que a pessoa pertencia ao povo com o qual Deus fez um pacto. Era também um sinal de obediência a Deus (Gn 17.11; At 7.8).
5. Defina a verdadeira circuncisão para o cristão.
R. A
circuncisão do cristão é espiritual e interior, operada pelo Espírito Santo, no
coração, mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 4.9-11)
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Sociocultural
“A Alegria em Filipenses”
Todos querem ser felizes. Isto era tão verdadeiro
no século I quanto hoje. E, nesta área, várias filosofias ofereciam sistemas
éticos que prometiam guiar os estudantes a uma vida completa e feliz. Estes
sistemas eram sofisticados demais para confundir ‘sentir-se feliz’ com
felicidade. E assim os filósofos começaram a redefinir o termo, porque embora
não pudessem ajudar ninguém a se sentir feliz, era certamente possível
convencê-los de que seu estado era feliz, não importa como pudessem se sentir!Os filósofos consideravam a alegria (chara) uma subdivisão do prazer (hedone). Como uma emoção, chara era vista com desconfiança pelos estóicos, que sob a pressão da opinião comum posteriormente a classificaram como ‘um bom humor’ da alma. [...]
O que é admirável no uso do NT deste conceito, seja na forma de substantivo (chara) ou verbo (chairo), é que ela retém uma força secular básica. Contudo, a forma como se experimenta este estado de espírito forte, positivo, confiante e exaltado está diretamente ligada a outro paradoxo da fé. Mesmo sabendo que o caminho para a exaltação é a humilhação voluntária, ilustrada em Filipenses 2.6-11, a alegria do cristão é frequentemente experimentada em circunstâncias que ninguém consideraria feliz!” (RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007, p.441).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A atualidade dos conselhos paulinosO apóstolo Paulo toma emprestado da cultura grega a figura do atleta. Este para alcançar o prêmio final de uma maratona se esforça, dedica-se e trabalha com todo o esmero. Paulo não havia se enganado com a falsa ideia de que a perfeição plena era já uma realidade em sua vida. Pelo contrário, como um atleta que se prepara à exaustão, o discípulo de Cristo deve deixar os entraves desta vida e manter o foco na pessoa de Jesus, o nosso Senhor. Para alcançar a verdadeira maturidade espiritual o crente não pode enganar a si mesmo. Ele precisa reconhecer a verdade existencial dele mesmo. O seu estado real.
Apesar de todas as suas experiências, desde o seu
encontro com o Ressuscitado no caminho para Damasco, o apóstolo dos gentios não
considerava ter alcançado a perfeição, mas também não transigia em afirmar:
“esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante
de mim, prossigo para o alvo”. Com estas palavras Paulo demonstra que o
discípulo de Cristo sempre deve encarar a sua peregrinação cristã como um
caminho inacabado. A vida que Deus dá ao discípulo é uma caminhada de
construções e crescimentos. Uma hora ele pode cair, mas o Senhor o acolhe e
levanta. Outra vez, ele pode se sentir imaturo, mas o Senhor o ensina. A vida
do discípulo de Cristo está em constante desenvolvimento.
Por isso, aqui, cabe uma pergunta para a classe:
Qual a sua aspiração cristã hoje?Será que os seus alunos sabem que a vida cristã não é um mundo de fantasia? Não é a falsa ideia de ter Deus na perspectiva de um papai Noel. Ou de um garçom que está disponível a servir o próprio capricho. Explique aos seus alunos que a vida de Paulo nos mostra uma verdade inevitável. A de quem quiser viver uma vida de fidelidade a Deus e de intensa busca pela maturidade espiritual precisa reconhecer que padecerá as mesmas angústias que o apóstolo padecia.
Você ama ao Senhor? Deseja estar com Ele por onde quer que você ande? Então, o caminho é desembaraçar-se com as coisas deste mundo, pois mesmo em angústias, receberemos “o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Ter uma vida centrada na pessoa de Jesus Cristo é saber que apesar das angústias dessa vida, todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam ao Senhor.
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