Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos / 3° Trimestre
2013
Título: Filipenses — A humildade de Cristo como exemplo para a
Igreja
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 12 – A
Reciprocidade do Amor Cristão
TEXTO ÁUREO: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
VERDADE PRÁTICA: A igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos que a servem, a fim de que não haja necessitados entre os filhos de Deus.
INTERAÇÃO
Professor, você tem
sido generoso para com aqueles que servem a Deus e a igreja? Então não terá
dificuldade alguma em ensinar a respeito do tema proposto para a aula de hoje:
a generosidade da igreja para com aqueles que a servem. Os irmãos de Filipos
eram bem generosos. Eles enviaram os recursos que Paulo necessitava para sobreviver
na prisão (4.10-20). Vivemos em uma sociedade marcada pelo egoísmo, todavia o
crente tem em seu coração o amor de Cristo e este amor o leva a ajudar aqueles
que necessitam de socorro. Nossa oferta de amor para aqueles que realizam a
obra de Deus revelam a graça do Todo-Poderoso em nossas vidas. Ofertamos não
para recebermos algo em troca, mas o fazemos de coração porque já temos
experimentado das dádivas divinas. Que não venhamos nos esquecer que “mais
bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35).
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno
deverá estar apto a:
a) Saber que as dádivas dos filipenses era resultado da
providência divina.
b) Compreender que o cristão tem o contentamento de Cristo
em qualquer situação.
c) Explicar a respeito da principal fonte de contentamento
do cristão.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor reproduza no quadro de giz os dois tópicos
abaixo. Utilize-os para introduzir a lição. Discuta com os alunos estes
princípios. Explique que estas duas regras devem nortear a nossa doação em
favor daqueles que trabalham na obra do Senhor:
• “Ao entregar uma oferta o valor não é o mais
importante, mas sim a disposição de contribuir para o Reino”.
• “A doação deve ser como resposta a Cristo, e
não pelas vantagens que podemos ter por fazê-lo. O modo como doamos reflete a
nossa devoção ao Senhor” (Bíblia de Aplicação Pessoal, CPAD, p.1620).
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, aprenderemos a importância da
generosidade da igreja para com aqueles que a servem. Dependente das ofertas
dos irmãos para sobreviver no cárcere romano, Paulo expressava uma profunda
gratidão à igreja de Filipos pelos recursos enviados por intermédio de
Epafrodito (4.10-20).
O apóstolo estava agradecido aos filipenses pelo amor que
lhe haviam demonstrado. Ele, porém, destaca que sempre confiou à providência
divina o seu sustento, e que sua alegria maior estava não nas ofertas
recebidas, e sim no fato de os filipenses terem se lembrado dele.
I. AS OFERTAS DOS FILIPENSES COMO PROVIDÊNCIA DIVINA
1. Paulo agradece aos filipenses.
A igreja em Filipos já vinha contribuindo com o ministério
de Paulo desde o seu início (v.15). Agora, o apóstolo fora surpreendido pela
segunda oferta enviada a ele, exatamente quando estava preso em Roma. Por isso,
agradece e regozija-se pela lembrança dos irmãos (v.10).
Ele declara ainda que a oferta dos filipenses era o fruto
da providência divina em seu ministério, pois confiava plenamente em Deus, em
qualquer situação.
2. Reciprocidade entre o apóstolo e a igreja.
Paulo amava a igreja em Filipos. Esta cidade foi à
primeira da Europa a receber a mensagem do Evangelho. Ali, Paulo enfrentou
perseguições, prisão e muito sofrimento. Porém, agora a igreja, firmada em
Cristo, demonstra sua gratidão ao apóstolo cuidando dele e ajudando-o em suas
necessidades (vv.10,11,15-18).
3. A igreja deve cuidar dos seus obreiros.
Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar
dinheiro. Todavia, a igreja precisa prover sustento digno àqueles que a servem.
Paulo muito sofreu com a falta de sensibilidade da igreja em Corinto (v.15).
Por outro lado, a igreja em Filipos procurou ajudar o apóstolo.
A Palavra de Deus nos exorta quanto ao sustento daqueles
que labutam na seara do Senhor: “Não amordaces o boi, quando pisa o trigo” (1Tm
5.18 — ARA). No mesmo versículo, o apóstolo completa que “digno é o obreiro do
seu salário”. Por isso, a igreja deve apoiar devidamente àqueles que são
verdadeiramente obreiros, ajudando-os em suas necessidades (1Tm 5.17).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar
dinheiro, todavia a igreja precisa oferecer sustento digno àqueles que a
servem.
II. O CONTENTAMENTO EM CRISTO EM QUALQUER
SITUAÇÃO
1. O contentamento de Paulo.
O apóstolo aprendeu a contentar-se em toda e qualquer
situação. Seu contentamento estava alicerçado no fato de que Deus cuida dos
seus servos e ensina-os a viver de forma confiante. Aos coríntios, Paulo
escreveu: “não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de
nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2Co 3.5).
Paulo deu o crédito de sua força e contentamento a Deus.
Muitos se gabam de sua robustez, coragem e até espiritualidade, esquecendo-se
de que a nossa capacidade vem do Senhor. Para agirmos de forma adequada em meio
às provações e privações é preciso reconhecer que dependemos integralmente do
Senhor.
2. “Sei estar abatido” (v.12).
Paulo inicia o versículo doze dizendo: “Sei estar abatido
e também ter abundância”. Ele estava convicto do cuidado de Deus. Por isso,
aceitava as privações sem se envergonhar ou mesmo entristecer-se. Precisamos
acreditar na provisão divina e aprender a contentar-nos em toda e qualquer
situação.
Talvez você esteja passando por dificuldades. Não permita,
porém, que elas o abatam. Confie no cuidado e na bondade do Pai Celeste. Ele é
o nosso provedor. Para que o Evangelho chegasse aos confins da terra, muitos
homens e mulheres, às vezes sem qualquer sustento oficial, deixaram suas
famílias e saíram pregando a Palavra de Deus e fundando igrejas. Esses
pioneiros não desistiram, e os resultados ainda podem ser vistos. Hoje, as
igrejas, em sua maioria, possuem recursos para enviar obreiros e missionários a
outras nações e ali sustentá-los, e devem fazê-lo. Cumpramos, pois, o nosso
dever conforme a Bíblia nos recomenda.
3. O contentamento desfaz os extremismos.
Apesar de o exemplo paulino e de a Bíblia ensinar-nos
acerca do contentamento, é necessário abordar o perigo da adoção dos
extremismos nessa questão. Muitos servos de Deus são obrigados, pela falta de
compromisso de suas igrejas, a abandonar a obra de Deus. Para que isso não
aconteça, sejamos fiéis no sustento daqueles que estão servindo a causa do
Mestre (1Tm 5.18).
Os obreiros, por sua parte, não podem deixar-se dominar
pela avareza e pela ganância. Paulo nos dá uma importante lição quando afirma:
“Aprendi a contentar-me com o que tenho” (v.11). O culto ao Senhor não pode ser
transformado em uma fonte de renda. É o próprio apóstolo Paulo quem ensina a
nos apartar daqueles que não se conformam “com as sãs palavras de nosso Senhor
Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade”. Isto porque, os tais
apreciam “contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade,
cuidando que a piedade seja causa de ganho” (1Tm 6.5). O ensino paulino
demonstra que a piedade, com contentamento, já é, por si mesma, um “grande
ganho” (1Tm 6.6).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O crente pode contentar-se em toda e qualquer
situação, pois seu contentamento está no fato de que Deus cuida dos seus servos
e ensina-os a viver de forma confiante.
III. A PRINCIPAL
FONTE DO CONTENTAMENTO (4.13)
1. Cristo é quem fortalece.
Paulo nos ensina, com a declaração do versículo 13, que
sua suficiência sempre esteve em Cristo. O que fez com que Paulo suportasse
tantas adversidades? Havia algum segredo? Não! O que fez do apóstolo um
vencedor foi a sua fé em Jesus Cristo, aquele que tudo pode. A força do seu
ministério era o Senhor. Você quer forças para vencer os obstáculos em seu
ministério? Confie plenamente no Senhor!
2. Cristo é a razão do contentamento.
Nossa alegria e força vêm do Senhor Jesus. Segundo Matthew
Henry, “temos necessidade de obter forças de Cristo, para sermos capacitados a
realizar não somente as obrigações puramente cristãs. Precisamos da força dEle
para nos ensinar a como ficar contente em cada condição”. Busque ao Senhor e
permita que a alegria divina preencha a sua alma (Ne 8.10).
3. O cumprimento da missão como fonte de contentamento.
Uma vez
que o objetivo de Paulo era pregar o Evangelho em toda parte, nada lhe era mais
importante que ganhar almas para o Reino de Deus. Nenhuma dificuldade financeira
roubaria a visão missionária do apóstolo.
Ele não se angustiava pela privação material e social.
Pelo contrário, a alegria do Senhor era a sua força. Paulo regozijava-se com a
suficiência que tinha de Cristo. O descontentamento é como uma planta má que
faz brotar a avareza (Hb 13.5,6), o roubo (Lc 3.14) e a preocupação com as
coisas materiais (Mt 6.25-34). Por isso, contente-se em Cristo! Ele tomará
conta de nós.
Cristo é a razão do contentamento, nossa
alegria e força vêm dEle.
CONCLUSÃO
Aprendemos na lição de hoje, que a igreja de Cristo deve
zelar pelo bem-estar dos seus obreiros, a fim de que não venham a passar
privações. Todavia, a real motivação para servirmos à igreja de Deus jamais
devem ser as recompensas materiais. Confiemos na provisão divina, pois assim
seremos felizes em toda e qualquer situação.
Nosso contentamento em meio às adversidades é resultado da
nossa fé e comunhão com o Senhor Jesus. Que estejamos na dependência do Senhor,
para que Ele nos conceda alegria e força a fim de vencermos as vicissitudes e
tribulações da vida.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
1. O que o apóstolo Paulo declara acerca da oferta dos filipenses?
R. Ele
declara ainda que a oferta dos filipenses era o fruto da providência divina em
seu ministério, pois confiava plenamente em Deus, em qualquer situação.
2. Por que a igreja deve apoiar devidamente àqueles que são
verdadeiramente obreiros, ajudando-os em suas necessidades?
R. Porque
é bíblico. A Palavra de Deus nos exorta quanto ao sustento daqueles que labutam
na seara do Senhor: “Não amordaces o boi, quando pisa o trigo” (1Tm 5.18 —
ARA). No mesmo versículo, o apóstolo completa que “digno é o obreiro do seu
salário”.
3. Em que o contentamento de Paulo estava alicerçado?
R. Seu
contentamento estava alicerçado no fato de que Deus cuida dos seus servos e
ensina-os a viver de forma confiante.
4. O que Paulo nos ensina na sua declaração do versículo 13?
R. Paulo
nos ensina, com a declaração do versículo 13, que sua suficiência sempre esteve
em Cristo.
5. Qual tem sido a fonte do seu contentamento?
R. Resposta
pessoal.
“Graças pelo dom e comunhão deles. A principal razão para
Paulo escrever a essa igreja e de estar agradecido por esses irmãos é a
expressão concreta deles de apoio a ele (4.1-18). Essa igreja enviou um
presente em dinheiro para auxiliar Paulo enquanto estava na prisão (4.10-18).
Paulo chama esse presente de ‘comunic[ar] com ele, usando a forma verbal (ekoinõsen, v.15) da palavra grega para comunhão (koinonia). Eles comungam com ele ao participar de
seu ministério por meio dessa expressão concreta de amor e de preocupação.
Paulo não esperava nem pretendia esse auxílio. Paulo aprendeu a se contentar
seja qual fosse sua situação, quer na pobreza quer na abundância. Na verdade,
quando Paulo escreve que pode todas as coisas por intermédio de Cristo que o
fortalece (4.13), ele quer dizer que pode enfrentar todo tipo de circunstância
ou situação financeira sem perder de vista o propósito de Deus para ele. Por
isso, recebe o presente deles com gratidão, no qual ele diz ser ‘oferta de
aroma suave a Deus (4.18 — NVI). A preocupação deles faz com que lhes assegure
que Deus também cuida deles (4.19)’” (ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Novo
Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008,
p.365).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio
Teológico
“Nos versos 15 e 16, Paulo alegremente relembra o apoio
que os filipenses lhe ofereceram. Relembra os dias anteriores, quando o
evangelho foi proclamado pela primeira vez em Filipos (At 16.4). Quando o
apóstolo passou pela Macedônia até a Acaia, em sua segunda viagem missionária,
a igreja em Filipos foi a única a sustentar seus esforços. Na linguagem
emprestada do mundo comercial, o apóstolo considerou sua parceria como uma
questão de ‘dar e receber’ (termos aproximadamente equivalente aos conceitos de
débito e crédito). Paulo ‘deu’ o evangelho aos filipenses e ‘recebeu’ seu
apoio. De fato, o verso 16 indica que por mais de uma vez enviaram sua
assistência a Paulo antes que deixasse a Macedônia, enquanto ainda estava na
cidade vizinha de Tessalônica (At 17.1-9). Os filipenses, por sua vez, ‘deram’
seu apoio material e moral a Paulo, tendo recebido a mensagem das boas novas e
agido de acordo com esta.
No versículo 17, Paulo reitera a pureza de seus motivos em
sua expressão de gratidão aos cristãos de Filipos. Não está procurando
‘dádivas’ ou agradecendo de alguma maneira que venha a ser a base para favores
futuros. Sua motivação visa o benefício deles. Sua descrição da recompensa que
terão por associar-se a ele na obra de Deus é expressa em termos financeiros.
Sua participação no Evangelho produzirá juros ou dividendos (literalmente
‘fruto’), o que resultará no ‘aumento da conta’ deles” (ARRINGTON, F. L.;
STRONSTAD, R. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento.
4 ed., RJ: CPAD, 2004. p.510).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A reciprocidade do Amor Cristão
“Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,
e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças;
[...] Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.30,31). Estes dois
mandamentos eram o estrado da prática cristã na Igreja do Primeiro Século. Eles
aparecem implicitamente na porção escrita pelo apóstolo Paulo. Antes o apóstolo
havia ordenado aos filipenses a regozijarem-se, mas agora ele é quem se
regozija em Deus pela atitude amorosa dos irmãos para com a sua vida. Esses
crentes, através das ofertas, supriram a necessidade do apóstolo dos gentios.
O amor mútuo e profundo dos irmãos filipenses pelo o
apóstolo Paulo era forjado nas raias do sofrimento. A alegria de Paulo não se
deu pelo valor da oferta, mas por aquilo que ela significava. Não era uma
oferta negociada pelas regras comerciais e de mercado, mas geradas pelo amor
recíproco da comunidade de Filipos para com seu pai na fé. Este ato de amor faz
o apóstolo reviver reminiscências entre ele e os filipenses. Como sofreram
juntos pelo o amor do Evangelho! Caminharam dia e noite objetivando demonstrar
a verdade que gera vida. Ao receber a oferta de amor da igreja tais recordações
explodiram como bomba no coração do apóstolo.
O apóstolo não se turbava porque através da demonstração
de amor dos seus filhos na fé, ele compreendia que o próprio Cristo o
fortalecera no amor partilhado pelos seus irmãos. Paulo vivia uma vida de
grande contentamento em Deus, pois no amor recíproco ele sente-se recompensado
por Deus em tudo. O contentamento de Paulo o faz jamais elevar a sua voz para
murmurar das circunstâncias que lhe rodeavam. Ele compreende e aceita a vocação
de padecer por amor ao Evangelho.
Interessante ressaltar que, apesar de Paulo receber
ofertas dos irmãos de Filipos, a sua confiança não está nelas, pois o apóstolo
estava instruído em tudo, seja no abatimento, seja na abundância; a ter fartura
como a passar fome. Esta experiência não o permitia a dissimular e ser
avarento. O apóstolo tinha decidido há muito deixar o conforto do farisaísmo
para padecer por Cristo. Ele bem sabia o que isto representava. Por isso, Paulo
tinha outro olhar quando recebia a oferta de amor dos filipenses. Não para o
dinheiro, mas para motivação amorosa que se escondia por de trás daquele ato
filipense.
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