Lições Bíblicas
CPAD / Jovens e Adultos / 3° Trimestre 2013
Título: Filipenses — A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja
Comentarista: Elienai Cabral
TEXTO ÁUREO: “Eu
te oferecerei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque
é bom” (Sl 54.6).
VERDADE PRÁTICA: Ajudando
os nossos irmãos, contribuímos para a obra de Deus, e, ao Senhor, oferecemos a
mais pura ação de graças.
INTERAÇÃO
Professor, com a graça de Deus chegamos
ao final de mais um trimestre. Durante os encontros dominicais você e seus
alunos, com certeza foram edificados, exortados e consolados por intermédio da
Epístola aos Filipenses. Paulo foi um homem que colocou sua vida a disposição
do Mestre. Seu ministério esteve sempre em primeiro lugar. Muitos foram os
sacrifícios que este abnegado servo de Deus teve que fazer para que o Evangelho
chegasse até aos confins da terra. Nem mesmo a prisão foi capaz de impedi-lo de
levar as boas novas aos perdidos. Ele pregou, ensinou e fez muitos discípulos,
mesmo estando no cárcere. Paulo padeceu muito, todavia ele ensinou os crentes
de Filipos e a nós também a termos uma vida cristã feliz. Sigamos o seu
exemplo!
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno
deverá estar apto a:
- Compreender como foi a
participação da igreja de Filipos nas tribulações de Paulo.
- Explicar o ato de reminiscência
entre Paulo e os filipenses.
- Analisar a oblação e a
generosidade dos filipenses.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para o encerramento do trimestre reproduza o quadro abaixo
conforme as suas possibilidades. Utilize-o ao concluir a lição. Apresente aos
seus alunos alguns temas importantes que encontramos na Epístola aos
Filipenses. Conclua perguntando à classe o que eles aprenderam de mais
significativo durante o trimestre e o que gostariam de relatar para toda a
classe.
Palavra Chave: Oblação: Oferta sacrifical comestível; na lição é a oferta que os
filipenses entregaram ao apóstolo Paulo.
INTRODUÇÃO
Além de apresentar assuntos de ordem doutrinária, a
Epístola aos Filipenses destaca a gratidão e a alegria do apóstolo Paulo. Nela,
temos uma das mais belas expressões de amor, confiança e contentamento de toda
a Bíblia. Na última lição deste trimestre, veremos Paulo apresentando a
assistência que recebera dos filipenses como oferta de amor e sacrifício
agradável a Deus.
O apóstolo descreve o quanto o seu coração se aqueceu com
a demonstração de amor e carinho dos filipenses. No final da epístola, ele
revela a sua total confiança na suficiência de Cristo, pois esta lhe concedeu
força para desenvolver o seu ardoroso ministério.
I. A PARTICIPAÇÃO DA IGREJA NAS TRIBULAÇÕES DE
PAULO (4.14)
1. Os filipenses tomam parte nas aflições do apóstolo.
Paulo via a participação dos filipenses em suas
tribulações como o agir de Deus para fortalecer o seu coração. A expressão
“tomar parte” (v.14) sugere a idéia de “partilhar com, ou co-participar de”. A
igreja de Filipos estava participando das aflições e tribulações com o
apóstolo. Ela sentia as agruras de sua prisão. Por outro lado, o apóstolo
sentia-se abençoado por Deus pelo fato de ser lembrado com tamanho amor e
ternura pela comunidade cristã filipense.
2. O exemplo da igreja após o Pentecostes.
A igreja de Filipos vivia a mesma dimensão de serviço da
comunidade de Jerusalém nos dias de Pentecostes (At 2.45-47). Com o seu
exemplo, os filipenses nos ensinam que “tomar parte”, ou “associar-se”, nas
tribulações de nossos irmãos é mostrar-se amorosamente recíproco. Ou seja:
devemos nos amar uns aos outros, pois assim também Cristo nos amou.
3. O padrão de amor para a Igreja.
O amor dos filipenses para com o apóstolo Paulo mostra-nos
que esse deve ser o padrão de nosso cotidiano: a generosidade no repartir
constitui-se em “sacrifícios que agradam a Deus” (Hb 13.16).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A igreja de Filipos vivia a mesma dimensão de serviço da
comunidade de Jerusalém nos dias de Pentecostes.
II. REMINISCÊNCIA: O ATO DE DAR E RECEBER
(4.15-17)
1. Paulo relembra o apoio dos filipenses.
O versículo 15 destaca a generosidade dos crentes
filipenses em relação a Paulo. Mesmo sendo uma igreja iniciante e pobre, assim
que tomou conhecimento das necessidades do apóstolo, a comunidade de fé de
Filipos o apoiou integralmente (v.16). Com isso, os filipenses tornaram-se
cooperadores do apóstolo na expansão do Reino de Deus até aos confins da terra.
É por isso que Paulo não podia esquecer do amor que lhe demonstraram os crentes
daquela igreja.
2. O necessário para viver.
O versículo 16 revela-nos outro grande fato. Enquanto o
apóstolo estava em Tessalônica, a igreja em Filipos continuava a enviar-lhe “o
necessário” à sua subsistência. No ato de “dar e receber”, os filipenses
participavam do ministério de Paulo, pois não tinham em mente os seus
interesses, mas as urgências do Reino de Deus.
Por outro lado, Paulo não se deixava cair na tentação do
dinheiro. As ofertas que ele recebia eram aplicadas integralmente na Obra
Missionária. O apóstolo bem sabia da relação perigosa que há entre o dinheiro e
a religião (1Tm 6.10,11). Tal atitude leva-nos a desenvolver uma consciência
mais nítida quanto às demandas do Reino. Fujamos, pois, das armadilhas das
riquezas deste mundo, pois, como disse o sábio Salomão, “quem ama o dinheiro,
jamais dele se farta” (Ec 5.10).
3. “Não procuro dádivas”.
Para o apóstolo, a oferta que lhe enviara a igreja em
Filipos tinha um caráter espiritual, pois ele não andava a procura de “dádivas”
(v.17). Quem vive do ministério deve aprender este princípio áureo: o ministro
de Deus não pode e não deve permitir que o dinheiro o escravize. No final de
tudo, o autêntico despenseiro de Cristo deve falar com verdade: “Não procuro
dádivas!” Sua real motivação tem de ser o benefício da igreja de Cristo. Assim
agia Paulo. Ele dava oportunidade aos filipenses, a fim de que exercessem a
generosidade, tornando-os seus cooperadores na expansão do Reino de Deus (v.17
cf. Hb 13.16).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Paulo não caiu na tentação do dinheiro. As ofertas que ele
recebia eram aplicadas integralmente na Obra Missionária.
III. A OBLAÇÃO DE AMOR E SAUDAÇÕES FINAIS
(4.18-23)
A oblação no Antigo Testamento.
A palavra “oblação” está relacionada à linguagem
proveniente do sistema sacrifical levítico. O termo remete-nos a estas
expressões: “cheiro de suavidade” e “sacrifício agradável e aprazível” (v.18).
E estas, por sua vez, estão relacionadas às “ofertas de consagração” a Deus
identificadas como “holocaustos” (Lv 1.3-17), “oferta de manjares” (Lv 2;
6.14-23), oferta de libação e oferta pacífica (Nm 15.1-10).
Portanto, quando falamos de oblação, referimo-nos a uma
oferta sacrifical comestível — azeite, flor de farinha etc. Uma parte era
queimada para memorial e a outra direcionada ao consumo dos sacerdotes (Lv
2.1-3).
2. A oblação e a generosidade dos filipenses.
Paulo encara como verdadeira oblação à assistência que lhe
ofereciam os filipenses. Tais ofertas eram-lhe como um “cheiro suave, como
sacrifício agradável a Deus” (v.18). Assim, tendo em vista a generosidade
praticada pelos filipenses, Paulo declara com plena convicção: “O meu Deus,
segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por
Cristo Jesus” (v.19).
A expressão “o meu Deus” aponta para aquEle que haveria de
suprir não somente as suas necessidades, como também as dos filipenses e também
as nossas. Aleluia!
3. Doxologia.
Os versículos 20 a 23 trazem a saudação final do apóstolo
à igreja em Filipos. E, como podemos observar, Paulo não poderia concluir a sua
carta de forma mais adequada: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com
vós todos. Amém!” (v.23).
Ele
denota, assim, que todo o enfoque da carta é Cristo, e que nós, seus
seguidores, temos de nos lembrar e viver por sua graça, pois “Deus estava em
Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados” (2Co
5.19).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O ministro de Deus não pode e não deve permitir que o
dinheiro o escravize, pois sua real motivação tem de ser o benefício da igreja
de Cristo.
CONCLUSÃO
Após estudarmos esta tão rica epístola, o nosso desejo é
que você ame cada vez mais o Senhor Jesus, e dedique-se a ser uma “oblação de
amor” a Ele. O Senhor é o meio providenciado pelo Pai, a fim de reconciliar o
mundo com Deus. Exalte o Eterno, pois você foi reconciliado com Ele em Cristo Jesus.
A exemplo da igreja em Filipos, não esqueça: “a alegria do Senhor é a vossa
força” (Ne 8.10).
VOCABULÁRIO
Doxologia:
Manifestação de louvor e enaltecimento à divindade através de expressões de
exaltamentos (Deus seja louvado!) e hinos.
Graça vicária: O sacrifício de Cristo que nos substituiu.
Reminiscência: Lembrança.
Graça vicária: O sacrifício de Cristo que nos substituiu.
Reminiscência: Lembrança.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
EXERCÍCIOS
1. Como o apóstolo Paulo via a participação dos filipenses em suas
tribulações?
R. Paulo
via a participação dos filipenses em suas tribulações como o agir de Deus para
fortalecer o seu coração.
2. O que sugere a expressão “tomar parte”?
R. A expressão “tomar parte” (v.14) sugere a idéia de
“partilhar com, ou co-participar de”.
3. Qual o conselho do sábio Salomão em relação ao dinheiro?
R. “Quem ama o dinheiro, jamais dele se farta” (Ec 5.10).
4. O que são ofertas de oblação?
R. Oferta sacrifical comestível — azeite, flor de farinha etc.
Uma parte era queimada para memorial e a outra direcionada ao consumo dos
sacerdotes (Lv 2.1-3).
5. Como Paulo conclui a Carta aos Filipenses?
R. “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos.
Amém!” (v.23).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio
Teológico
“Saudações Finais de Paulo (4.21-23)”.
Considerando que as cartas seculares eram frequentemente
concluídas com um desejo de boa sorte ou boa saúde, do autor, para o
destinatário, Paulo concluiu tipicamente suas cartas oferecendo palavras de
saudação (por exemplo, Rm 6.3; 1Co 16.19; 1Ts 5.26). A epístola aos filipenses
reflete este estilo, pelo fato de o apóstolo concluir esta carta com algumas
saudações finais. Esta parte final da carta pode ter sido uma observação
realmente escrita pelo próprio Paulo, após seu escriba ter concluído a parte
mais formal da carta. Esta parte é destinada a várias pessoas dentro da igreja
— possivelmente os líderes mencionados no capítulo 1.1 (daí o uso do plural
imperativo: ‘Saudai a todos os santos em Cristo Jesus’).
No verso 21, Paulo não está somente trazendo uma saudação
coletiva à Igreja em Filipos, no mesmo sentido em que uma pessoa hoje pede a
alguém que ‘cumprimente a todos’ em seu nome. Mantendo seu relacionamento
afetuoso e sincero com os filipenses, está pedindo que cada um, e todos os
cristãos da congregação, recebam a sua saudação.
As palavras finais de bênçãos proferidas por Paulo
repercutem suas palavras de saudação. Seus seguidores são lembrados da ‘graça’
que lhes foi estendida, pela obra vicária realizada em seu favor pelo Senhor
exaltado (2.6-11) “(ARRINGTON, F. L; STRONSTAD, R. (Eds.) Comentário Bíblico
Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., Vol. 2, RJ: CPAD, 2009. p.511)”.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“A Origem dos Sacrifícios”.
Em relação à origem dos sacrifícios, existem duas
opiniões: (1) que eles têm sua origem nos homens, e que Israel apenas
reorganizou e adaptou os costumes de outras religiões, quando inaugurou, seu sistema
sacrificial; e (2) que os sacrifícios foram instituídos por Adão e seus
descendentes em resposta a uma revelação de Deus.
É possível que o primeiro ato sacrificial em Gênesis tenha
ocorrido quando Deus vestiu Adão e Eva com peles para cobrir sua nudez (Gn
3.21). O segundo sacrifício mencionado foi o de Caim, que veio com uma oferta
do ‘fruto da terra’, isto é, daquilo que havia produzido, expressando sua
satisfação e orgulho. Entretanto, seu irmão Abel ‘trouxe dos primogênitos das
suas ovelhas e da sua gordura’ como forma de expressar a contrição de seu
coração, o arrependimento e a necessidade da expiação de seus pecados (Gn
4.3,4). Também é possível que a razão do sacrifício de Abel ter sido agradável
a Deus, em contraste com sua rejeição ao sacrifício de Caim, tenha sido o fato
de Abel ter trazido o que tinha de melhor (‘primogênitos’ e ‘sua gordura’)
enquanto Caim simplesmente obedeceu aos procedimentos estabelecidos — Ed.
Em Romanos 1.21, Paulo refere-se à revelação e ao
conhecimento inicial que os patriarcas tinham a respeito de Deus, e explica a
apostasia e o pecado dos homens do seguinte modo: ‘Tendo conhecido a Deus, não
o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças’.
Depois do Dilúvio, ‘edificou Noé um altar ao Senhor; e
tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o
altar’ (Gn 8.20). Muito tempo antes de Moisés, os patriarcas Abrão (Gn 12.8;
13.18; 15.9-17; 22.2ss), Isaque (Gn 26.25), e Jacó (Gn 33.20; 35.3) também
ofereceram verdadeiros sacrifícios.
Um grande avanço na organização e na diferenciação dos
sacrifícios ocorreu com a entrega da lei no Monte Sinai. Um estudo dos
diferentes sacrifícios indicados revela seus desenvolvimentos finais, visando
atender às necessidades do indivíduo e da comunidade” (Dicionário Bíblico
Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009,
p.1723).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O sacrifício que agrada a Deus
Chegamos ao fim da Epístola do apóstolo Paulo aos
Filipenses. É importante recordar que o tema geral deste trimestre objetivou
aprendermos a humildade de Jesus como exemplo para a igreja contemporânea. Em
cada lição víamos a humildade do Meigo Nazareno desdobrando-se na comunidade
cristã antiga. À luz da relação do apóstolo Paulo com a igreja filipense ao
longo da epístola, pode-se destacar três lições maravilhosas para vida
eclesiástica contemporânea:
Uma igreja participante das aflições alheias. Quando
estudamos a Epístola aos Filipenses percebemos que a igreja não se fechava em
si mesma. Incentivada pelo apóstolo, os membros daquela comunidade eram
incansáveis no amor mútuo. Sua preocupação em repartir o que tinham com o
apóstolo preso denota a predisposição que os cristãos devem ter em repartir
generosamente com o outro aquilo que tem. Este é o sacrifício que agrada a
Deus: “E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais
sacrifícios, Deus se agrada” (Hb 13.16).
Dar e receber: um ato amoroso. O apóstolo mantém o tom de
gratidão pelo carinho dispensado dos crentes de Filipos ao longo de toda a
Epístola. Era uma recíproca permanente. Paulo tinha as suas necessidades
materiais supridas pelos filipenses, enquanto estes se achavam espiritualmente
sanados pelo apóstolo dos gentios. Uma relação como esta é o que Deus requer
para sua igreja. Um relacionamento baseado no amor, sem interesse egoísta, mas
pelo fato de estarmos ligados com o outro irmão pelo amor do Pai.
O verdadeiro sacrifício. Se tiver uma igreja que sabia
adequadamente o significado da palavra sacrifício ou oblação era a de Filipos.
Ela encarnou exatamente o que o apóstolo escreveu para os crentes romanos:
“Rogo-vos, pois irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo
em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12.1). Os filipenses
encarnaram isso até a última consequência. Mente, coração e corpo estavam em
plena sintonia para fazer o bem, pois quem faz o bem em Deus, ama, e “quem ama
aos outros cumpriu a lei” (Rm 13.8). Aqui, não há sacrifício maior que amar.
Deus não o rejeita.
Que
a igreja de Filipos nos ensine o verdadeiro significado de humildade, serviço e
amor. Uma comunidade simples que nasceu a partir de uma simples mensagem do
Evangelho, mas que tem o poder de, com simplicidade, mudar o mais duro dcorações. Ouçamos o que o Espírito diz através da comunidade de Filipos.
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