Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Data: 18 de Maio de 2014
TEXTO ÁUREO:“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente,
apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres,
depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1Co 12.28).
VERDADE PRÁTICA:O ministério de profeta é fundamental para a Igreja
de Cristo nos dias atuais.
O ministério de profeta é um dom de Deus para a igreja atual. O profeta é chamado para falar segundo o coração do Pai. Nem sempre sua mensagem é aceita. No Antigo Testamento alguns sofreram perseguições terríveis por trazer aos israelitas a mensagem divina.
Em o Novo Testamento os profetas não perderam a preeminência. Eles, juntamente com os apóstolos, eram as colunas da Igreja. Atualmente, temos a Bíblia, a profecia maior, porém o Senhor continua a levantar e a usar seus porta-vozes para revelar a sua mensagem ao seu povo.
1. Descrever a função do profeta no Antigo
Testamento.
2. Compreender o ofício do profeta em o Novo
Testamento.
3. Discernir o verdadeiro do falso profeta.
Prezado professor, para introduzir o terceiro tópico da lição reproduza na lousa a seguinte afirmação: “De todos os dons espirituais, um dos que mais devemos desejar é seguramente o de discernimento. Nós ouvimos muitas vozes e não podemos seguir todas elas (Gilbert Kirby) [por outro lado] a palavra de Deus ensina que a nossa razão é parte da imagem divina na qual Deus nos criou” (Cristianismo Equilibrado, CPAD, pp.12,22). Após a leitura, discuta com os alunos sobre o texto ora lido. Em seguida, à luz de Mateus 7.15-20, argumente sobre a necessidade de identificarmos a figura do falso profeta e não deixarmos nos enganar por ele.
Palavra
Chave: Profeta:
Porta-voz oficial da divindade.
A lição desta semana versa sobre o dom ministerial de profeta. Estudaremos alguns aspectos deste dom à luz da Bíblia, mas também considerando o contexto histórico e cultural do Antigo e do Novo Testamento. O ministério de profeta é altamente importante para os nossos dias, pois de acordo com o ensino dos apóstolos, tal ministério tem um valor excelso para a igreja de qualquer tempo e lugar.
1.
Conceito.
O profeta do Antigo
Testamento era a pessoa incumbida para falar em nome de Deus. O
Altíssimo fazia dele o seu porta-voz, um embaixador que
representava os interesses do reino divino na Terra. Quando Deus levantava um
profeta, designava-o a falar para toda a nação israelita, e até mesmo a povos
ou nações estranhas (Jr 1.5). Ao longo de toda a história veterotestamentária o
Senhor levantou homens e mulheres para profetizarem em seu nome: Samuel, o
último dos juízes e o primeiro dos profetas para a nação de Israel (1Sm
3.19,20), Elias e Eliseu (1Rs 18.18-46; 2Rs 2.1-25), a profetisa Hulda (2Rs
22.14-20) e muitos outros, como os profetas literários Isaías, Jeremias e
Daniel.Através da inspiração divina o profeta recebia uma revelação que desvendava o oculto, anunciava juízos, emitia conselhos e advertências divinas. Expressões como “veio a mim a palavra do Senhor” e “assim diz o Senhor” eram fórmulas usuais para o profeta começar a mensagem divina (Jr 1.4; Is 45.1). Símbolos e visões também eram formas de Deus falar através dos profetas ao seu povo (Jr 31.28; Dn 7.1). Num primeiro momento, o profeta exercia um importante papel de conselheiro no palácio real (Natã, cf. 2Sm 12.1; 1Rs 1.8,10,11). Contudo, após a divisão do reino de Israel, o profeta passou a ser perseguido, pois sua profecia confrontava diretamente a prepotência da nobreza, a dissimulação dos sacerdotes e a injustiça social (Jr 1.18,19; 5.30,31; Is 58.1-12).
De acordo com o Dicionário Teológico (CPAD), o profetismo foi um movimento que surgiu no período aproximado do século VIII a.C. tanto em Israel quanto em Judá. O objetivo desse movimento era “restaurar o monoteísmo hebreu”, “combater a idolatria”, “denunciar as injustiças sociais”, “proclamar o Dia do Senhor” e “reavivar a esperança messiânica”. Foi nesse tempo que os verdadeiros profetas em Israel foram cruelmente surrados, presos e mortos.
1.
A importância do termo “profeta” em o Novo Testamento.
Como já vimos, em
Efésios 4.11 são mencionados cinco ministérios que exerciam papéis fundamentais
na liderança da Igreja Antiga: apóstolo, profeta, evangelista,
pastor e doutor. Não por acaso, o termo “profeta” aparece na
segunda posição da lista apresentada em 1 Coríntios 12.28; Efésios 4.11. O
profeta é identificado três vezes na epístola aos Efésios como alguém que
acompanhava os apóstolos (2.20; 3.5; 4.11). A Bíblia afirma que os “concidadãos
dos Santos e da família de Deus estão edificados sobre o fundamento dos
apóstolos e dos profetas [...]” (Ef 2.19,20). Aqui, a Bíblia denota a
importância do ministério de profeta na liderança da Igreja do primeiro século.Seu ministério no Novo Testamento não consistia em predizer o futuro, adivinhar o presente ou ficar fora de si. Não! De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, o profeta neotestamentário era dotado por Deus para receber e mediar diretamente a Palavra do Altíssimo. Apesar de ele algumas vezes predizer o futuro, conforme instrui-nos a Bíblia de Estudo Pentecostal, seu ofício consiste em proclamar e interpretar a Palavra de Deus, por vocação divina, com vistas à admoestação, exortação, ânimo, consolação e edificação da igreja (At 3.12-26; 1Co 14.3). “Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17)”. Por causa da mensagem de justiça que o profeta apresenta em tempos de apostasia e confusão espiritual, inclusive na igreja, não há outro jeito: ele fatalmente será rejeitado e perseguido por muitos.
A função do profeta do Novo Testamento é apresentada por Paulo no mesmo bloco de versículos em que ele menciona os cinco ministérios em Efésios (4.11-16). Ou seja, o profeta é chamado por Deus a levar a igreja de Cristo a uma plena maturidade cristã, pois como um organismo vivo, a Igreja, o Corpo de Cristo, deve desenvolver-se para a edificação em amor (v.16). Para que tal seja uma realidade, os profetas do Senhor devem desempenhar suas funções, capacitados e dirigidos pelo Espírito Santo.
SINOPSE DO TÓPICO (II): Os profetas em o Novo Testamento
desempenhavam um importante papel de liderança nas igrejas locais.
1.
Simplicidade x arrogância.
Duas
características do verdadeiro profeta são a simplicidade e o amor. Ainda que a
Palavra seja de juízo, o coração do profeta transborda de amor e a sua conduta
simples demonstra a quem ele está servindo: o Deus de amor. Lembremo-nos de
Jeremias (38.14-27), Oseias (8.12) e do próprio Senhor Jesus (Mt 23.37). Já o
falso profeta só pensa em si, em seu status e benefícios. Profetiza objetivando
a autopromoção. Ele mente, ilude e engana. Lembremo-nos de Hananias, o profeta
mentiroso que enfrentou Jeremias (Jr 28.10-12).Uma advertência séria de Jesus para os seus discípulos foi acerca da precaução com os falsos profetas. Como reconhecê-los? Jesus disse que os reconheceríamos “pelos seus frutos” (Mt 7.15,20), pois o resultado, ou “fruto”, do que o profeta “diz” e “faz”, revela o seu caráter. Logo você conhecerá de onde procede a “árvore” (o profeta). Lembre-se de que não devemos diferençar o verdadeiro profeta do falso pela “performance” ou pelo “espetáculo”, mas pelos frutos que eles produzem.
3.
Ainda sobre o falso profeta.
Apesar de o falso
profeta ser arrogante e iníquo, ele fala com grande eloquência, e isso basta
para que ele seja tido como verdadeiro. Na obra Assim Diz o Senhor?
(CPAD), John Bevere diz que falsos profetas “são aqueles que ministram em nome
de Jesus nas nossas igrejas e conferências, os que partem o coração dos justos,
[e que] embora o ministério seja apresentado em nome de Jesus, não é
desempenhado pelo seu Espírito”. Não tenha medo! Na autoridade do Espírito de
Deus, “acautele-se” dos falsos profetas. Seja prudente! O Espírito Santo
mediante o Evangelho te fará discernir a procedência desses enganadores. Não se
deixe conduzir por eles!Acabamos de estudar o exercício do ministério de profeta no Antigo e no Novo Testamento. Vimos que tal ministério, juntamente com o dos apóstolos, era um dos pilares na liderança da Igreja do primeiro século (Ef 2.20). Apesar de ao longo da história da igreja o ministério de profeta ter perdido preeminência, sabemos o quanto ele é importante para a vida espiritual da Igreja de Cristo. O profeta do Senhor, com autoridade e sabedoria divina deve desmascarar as injustiças, o falso profetismo e primar pela edificação da Igreja do Senhor Jesus. Que Deus levante os legítimos profetas!
VOCABULÁRIO
Performance:
Atuação, desempenho, representação.Protognóstica: Relativo à época de origem do gnosticismo. Possivelmente, entre o século I e II d.C.
Antinomismo: Relativo ao que é contra a lei; oposição a lei. No sentido de não aceitar que exista de fato uma norma geral.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
STRONSTAD, Roger;
ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4
ed., RJ: CPAD, 2009. MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos
da Nossa Fé. 5 ed., RJ: CPAD, 2005.
EXERCÍCIOS
1. De acordo com a lição, defina o conceito de profeta no Antigo Testamento.
R. O profeta do Antigo Testamento era a pessoa encarregada de falar em nome
de Deus.
2.
O que foi o profetismo?
R. O profetismo foi um movimento que surgiu no período aproximado de VIII
a.C. tanto em Israel quanto em Judá.
3.
Quais são os cinco ministérios mencionados em Efésios 4.11?
R. Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Doutores.
4.
Em que consistia o ofício de profeta no Novo Testamento?
R. Seu ofício consiste em proclamar e interpretar a Palavra de Deus, por
vocação divina, com vistas à admoestação, exortação, ânimo, consolação e
edificação da igreja.
5.
Cite duas características do verdadeiro profeta.
R. A simplicidade e o amor.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
Os
verdadeiros Profetas e os Falsos Profetas (7.15-23)
O Evangelho de
Mateus torna o fruto dos profetas a verdadeira prova de tais ministérios. O
caráter é essencial. O evangelista comenta muitas vezes o tema de árvores boas
e ruins e seus frutos; seu interesse em produzir justiça o compele a repetir o
tema. João Batista fala que a impenitência dos fariseus e saduceus é como
árvores ruins (cf. Mt 3.8-12). Em Mateus 12.33,35 Jesus une a acusação dos
fariseus (de que Ele faz o bem pelo poder do mal) com dar maus frutos e a chama
de blasfêmia contra o Espírito Santo. [...] Em algumas comunidades a prova para
as profecias lidava com a negação protognóstica da carne de Jesus Cristo (1Jo
4.1-3) ou com o espírito de legalismo (Gl 1.8,9). Aqui Mateus identifica que o
fruto do erro é o antinomismo, chamando estas pessoas de: ‘Vós que praticais a
iniquidade’ (Mt 7.23). Mesmo que eles [os profetas] façam milagres, a doutrina
e o estilo de vida são os critérios para discernimento” (STRONSTAD, Roger;
ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1. 4.ed., RJ: CPAD, 2009,
pp.61-62).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O Ministério de Profeta
O ministério de
profeta ainda é válido para os nossos dias? Esta pergunta é polêmica em alguns
lugares. Há pessoas que dão por encerrado esse ministério. Se fosse verdade,
algumas perguntas seriam inevitáveis: Quando encerrou? Quem o encerrou? E como
ficam as experiências do exercício do ministério de profeta relatadas pelo Novo
Testamento e ao longo da História da Igreja?Os exemplos são diversos. Em o Novo Testamento Ágabo e outros profetas exerciam o ministério em Antioquia (At 11.27-30; 21.10-12). As filhas de Filipe eram profetisas (At 21.8,9). Apesar de usar o ministério para o mal, a mulher em Apocalipse, de codinome de Jezabel, dizia-se profetisa (Ap 2.20) — por isso achava-se respeitada na comunidade cristã de Tiatira induzindo a muitos para a prostituição.
Outros exemplos são profusos na história da Igreja. Podemos começar por um documento cristão antigo datado do segundo século: “Didaqué: A Instrução dos Doze Apóstolos”. Apesar de se chamar “A instrução dos Doze”, o documento não foi escrito pelos doze apóstolos de Cristo, mas formulado pelas lideranças da igreja do segundo século objetivando orientar os fiéis sobre vários assuntos da vida cristã. No capítulo 11, sobre “A Vida em Comunidade”, os versículos 7-12 do documento falam do pleno exercício do ministério de profeta conforme registrado em Efésios 4.11.
Empurrado para o ralo da heresia pela igreja romana e pelos cessacionistas, e devido à autonomia profética e carismática, Montano é um grande exemplo do exercício profético entre os séculos II e III na Ásia Menor, tendo inclusive atraído um dos mais importantes pais latinos da Igreja: Tertuliano.
O que dizer sobre Catarina de Siena, Tereza Dávila — mulheres que denunciaram profeticamente a corrupção de Roma —, John Huss, John Wycliffe e tanto outros gigantes da história que aprouve ao Senhor nosso Deus levantá-los como verdadeiros profetas e profetisas?
À semelhança do Antigo Testamento, o ministério dos profetas neotestamentários, e na história da Igreja, sempre foi exercido nas raias da marginalização. Indo no caminho contrário ao que foi institucionalizado como certo, quando na verdade estava corrompido e longe dos desígnios de Deus. Foi assim no Antigo Testamento; assim ocorreu em o Novo Testamento; e vem acontecendo ao longo da rica história eclesiástica. Por que teria de ser diferente na contemporaneidade?
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