Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder
extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Data: 25 de Maio de 2014
TEXTO ÁUREO: “Mas tu sê sóbrio em tudo,
sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério”
(2Tm 4.5).
VERDADE PRÁTICA:O evangelista proclama o pleno
Evangelho de Cristo com ousadia; é um arauto de Deus no mundo.
INTERAÇÃO
A grande tarefa da Igreja no mundo é pregar o Evangelho de Jesus de
Nazaré. O ministério de evangelista foi concedido por Deus para que, com graça
e paixão, as pessoas fossem tocadas pela mensagem do Evangelho. É um carisma de
ordem ministerial que o nosso Pai do Céu dispensou ao seu povo. É urgente que a
igreja no Brasil proclame o Evangelho simples aos quatro cantos deste país,
apontando para temas acerca da salvação, do perdão do pecado em Jesus e do amor
ao próximo. É bem possível haver frequentadores de uma igreja evangélica que
nunca ouviram falar desses temas.
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
1. Estudar sobre o envio dos setenta.
2. Refletir sobre a tarefa inacabada da Grande Comissão.
3. Compreender o papel do evangelista em o Novo Testamento.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado professor,
para concluir a aula desta semana, reproduza o esquema abaixo. Utilize-o para
falar um pouco a respeito da vida de John Wesley, Jonathan Edwards e David
Wilkerson. Naturalmente, houve muitos outros homens e mulheres de Deus que
igualmente impactaram a própria nação e o mundo com a proclamação do Evangelho
e o testemunho de amor ao próximo. Mas queremos neste pequeno espaço refletir
um pouco sobre como Deus usou pessoas de forma poderosa para executar o chamado
da Grande Comissão. Conclua enfatizando que Deus conta conosco também para dar
continuidade a esta tão nobre tarefa.
Palavra Chave: Evangelista: Obreiro especialmente
vocacionado, a fim de proclamar o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
INTRODUÇÃO
O ministério de
evangelista é dado por Deus à Igreja como um dom valioso. Por isso, o
estudaremos procurando vislumbrar como o Senhor Jesus o considerou, e como esse
dom ministerial por Deus concedido é tratado em o Novo Testamento, bem como sua
destacada operação nas igrejas de Corinto e Éfeso. Temos de Jesus a ordem para
pregar o Evangelho, e em sua multiforme sabedoria Deus dispõe para a igreja o
poder necessário para proclamar o Evangelho com ousadia.
1. São poucos os que anunciam.
Quando Jesus enviou
os setenta para anunciarem as boas novas do Reino de Deus na região da Galileia,
Ele asseverou: “Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são
poucos” (v.2). São poucos porque, primeiramente, os discípulos não podem
proclamar a si mesmos ou uma mensagem própria. Em segundo lugar, porque os
discípulos do Senhor são enviados a falar única e exclusivamente de Jesus e do
Reino de Deus, jamais de si mesmos. Lamentavelmente, ao longo dos séculos,
muitos foram aqueles que na Seara do Senhor falaram em seu próprio nome e
pregaram a sua própria mensagem. Os discípulos segundo o coração do Nazareno
ainda são poucos, mas o Senhor continua a convocar obreiros para a sua seara
(v.2b).Proclamar o Evangelho num mundo contrário à mensagem do Reino de Deus certamente levaria os arautos de Cristo a serem perseguidos. Os setenta que Jesus enviou seriam rejeitados, perseguidos e até ameaçados de morte. A história da igreja nos mostra que pessoas pagaram com a vida por professar a fé em Cristo. Nas últimas décadas, mais cristãos foram mortos no mundo que em qualquer outra época da história da Igreja. Os verdadeiros evangelistas enfrentarão ainda muitas perseguições, sobretudo em países dominados por religiões anticristãs e fundamentalistas. Eles são comparados a cordeiros que se dirigem para o meio dos lobos (v.3).
Os setenta discípulos receberam poder em nome de Jesus para pregar a mensagem do Reino de Deus com graça (vv.9,10; Mt 10.1,8). Quando voltaram da missão, os evangelistas, maravilhados e surpreendidos, diziam: “Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam” (v.17). Mas naquele momento Jesus falou-lhes de uma realidade que eles não compreendiam: aquele poder era para confirmar a Palavra do Reino, não a palavra do homem. O verdadeiro significado de desfrutar da alegria no Espírito não é primeiramente ver milagres, mas saber que através da exposição do Evangelho de poder temos os nossos nomes escritos nos céus (v.20).
1. O alcance da Grande Comissão.
A ordem dada por
Jesus aos seus discípulos, após a sua ressurreição, foi: “ide, ensinai todas as
nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.19,20).
Esta ordem é chamada comumente de A Grande Comissão. É o apelo de Jesus
para os discípulos anunciarem o Evangelho até as últimas consequências. Foi
nesse “espírito” que o apóstolo Paulo encarou a tarefa da evangelização (1Co
9.16).“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Aqui, o Evangelho de Marcos destaca que há dois grupos de pessoas diante da mensagem de Jesus: Os que creem e os que não creem. Acerca da salvação, os Evangelhos não se preocupam com nacionalidade, raça, sexo ou condição socioeconômica do homem (Gl 3.28). Não há judeu, não há gentio (Rm 3.9,10,23). Toda a humanidade é carente da graça de Deus e precisa decidir o seu futuro eterno crendo ou não no Evangelho.
A tarefa da evangelização do mundo está inacabada. Apenas 33% da população mundial é composta por cristãos das várias confissões de fé. Há regiões em que número de cristãos está diminuindo, como na Europa. Recentemente, na Alemanha, cerca de 340 igrejas fecharam as portas; em Portugal, quase 300. A Holanda e a Inglaterra são países considerados “pós-cristãos”. Ainda na Europa, cerca de 1500 templos cristãos foram transformados em mesquitas, restaurantes, bibliotecas e casas de shows. Se a Igreja não experimentar um real e poderoso avivamento espiritual, em poucas décadas a Europa se tornará mulçumana ou o cristianismo não mais a influenciará. Precisamos reevangelizar o continente europeu.
1. O conceito de evangelista.
O termo
“evangelista” deriva do verbo grego euangelizo, isto
é, transmitir boas novas (do evangelho). Como dom, refere-se àquele que é
chamado para pregar o Evangelho. Foi concedido pelo Pai através de uma
capacitação ministerial objetivando propagar o Evangelho de Cristo para toda a
humanidade. O evangelista tem paixão pela salvação dos perdidos. Esmera-se por
buscar da parte de Deus mensagens inspiradas para tocar os corações e
quebrantar a alma dos pecadores.O evangelista é, por excelência, o pregador das boas-novas de salvação. Através da sua mensagem, vidas são alcançadas e conduzidas a Deus. Muitas vezes, o evangelista torna-se um plantador de igrejas, como tem ocorrido em diversos lugares do Brasil e pelo mundo afora. Um evangelista cheio da graça de Deus poderá tocar corações com a mensagem do Evangelho de modo tão convincente que leva o povo a crer e acatar as boas-novas da salvação e ao Salvador Jesus.
Da mesma forma que o ministério do apóstolo e do profeta, o do evangelista tem por finalidade preparar os santos do Senhor para uma vida de serviço cristão, bem como à edificação do Corpo de Cristo (Ef 2.20-22). Por isso, espera-se desse obreiro que o fundamento do seu ministério seja Jesus Cristo, o nosso Senhor. Não pode haver outro fundamento, senão Cristo!
O evangelista deve também, em tudo, ser sensível à voz do Espírito Santo. A exemplo de Filipe, o obreiro deve ser obediente ao Senhor, seja para pregar a multidões, seja para falar a uma única pessoa (At 8.6,26-40). Outro aspecto importante desse ministério é a habilidade que o evangelista deve ter na transmissão das boas-novas. O arauto de Deus precisa ser capaz de responder à seguinte pergunta dirigida ao pecador: “Entendes o que lês?” (At 8.30).
O dom ministerial de evangelista é concedido por Deus a algumas pessoas conforme o propósito do Espírito Santo para o fortalecimento e a edificação das igrejas locais. Isto, porém, não significa desobrigar os crentes individualmente do labor da evangelização. Todo seguidor de Cristo, isto é, todo aquele que se acha discípulo de Jesus, tem em sua caminhada cristã o firme compromisso de propagar a mensagem do Evangelho. E deste compromisso não pode se apartar um único milímetro. Que Deus levante mais evangelistas para a sua grande seara!
ARAÚJO, Carlos
Alberto R. A Igreja dos Apóstolos. 1 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
FERNANDO, Ajith. Ministério dirigido por Jesus. 1 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo: no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
FERNANDO, Ajith. Ministério dirigido por Jesus. 1 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo: no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
1. Segundo a lição, qual a consequência
para quem proclama o Evangelho num mundo contrário ao Reino de Deus?
R. Os arautos de Cristo serão perseguidos.
2. De acordo com a lição, qual o
verdadeiro significado de desfrutar da alegria no Espírito?
R. O verdadeiro significado de alegria no
Espírito não é ver milagres, mas saber que através da exposição do Evangelho
temos os nossos nomes escritos nos céus (v.20).
3. O que é a Grande Comissão?
R. É o apelo de Jesus para os discípulos
anunciarem o Evangelho até as últimas consequências.
4. Qual é o papel dos evangelistas?
R. O evangelista exerce o papel de pregador
das boas novas de salvação. Através do seu anúncio, vidas são alcançadas e
reconduzidas a Deus.R. Preparar os santos do Senhor para uma vida de serviço, bem como à edificação do Corpo de Cristo (Ef 2.20-22)
Subsídio Teológico
“A palavra
[evangelista] é encontrada três vezes no Novo Testamento. Os evangelistas estão
relacionados junto com os apóstolos, profetas, pastores e doutores, como
aqueles que são chamados para compartilhar a construção da igreja (Ef 4.11ss).
Filipe foi chamado de ‘o evangelista’ (At 21.8). Embora fosse um dos sete
escolhidos para aliviar os apóstolos da tarefa de distribuir alimentos (At
6.5), ele foi especialmente notado por sua atividade evangelizadora. De
Jerusalém, ele foi até Samaria e pregou com grande sucesso (At 8.4ss). Dali,
foi enviado para evangelizar um oficial da corte etíope, que estava viajando
para casa depois de visitar Jerusalém (At 8.26ss). Então pregou o Evangelho
desde Azoto até Cesaréia, onde tinha sua casa (At 8.40; 21.8)” (PFEIFFER,
Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1
ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.725,26).
Subsídio Teologia Pastoral
“O Evangelho do Reino
A mensagem de Jesus
inclui um chamado ao arrependimento, semelhante ao de João Batista (Mc 1.4).
Donald English adverte quanto ao perigo de entender o arrependimento de uma
forma estreita demais, como os pregadores evangélicos o fazem geralmente. Ele
declara: ‘Fundamentalmente isso significa uma mudança de direção, dar meia
volta, mudar a mente’. Quando respondemos ao evangelho, mudamos a direção da
nossa vida em que deixamos de confiar no ‘eu’ e outros ídolos para confiar em
Deus.Contudo, tanto João Batista quanto Jesus foram bem específicos em relação às coisas das quais as pessoas precisam se arrepender. João disse a distintas categorias de pessoas as diferentes maneiras como podiam expressar seu arrependimento. Ele disse para as multidões: ‘Quem tiver duas túnicas, que reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, que faça da mesma maneira’. João Batista pediu aos publicanos para não coletar mais do que estavam autorizados a pegar. Disse aos soldados: ‘A ninguém trateis mal, nem defraudeis e contentai-vos com o vosso soldo’ (Lc 3.7-14). Jesus disse ao jovem rico para vender tudo o que tinha e dar o dinheiro aos pobres, para depois disso vir e segui-lo (Lc 18.22-25). As coisas específicas ajudam as pessoas a entender o que o arrependimento envolve.
Tanto João Batista quanto Jesus também foram diretos em advertir seus ouvintes das consequências de não se arrepender. Sabemos que a maioria das declarações da Bíblia sobre o inferno saiu dos lábios de Cristo. [Como] Paulo disse [...] (1Co 6.9,10).
Hoje, muitos de nossos ouvintes reagiriam de modo muito negativo se falássemos da maneira que Jesus e Paulo falavam. Desenvolvemos uma atitude em relação à nossa vida privada que quando os pregadores mencionam especificamente pecados que exigem arrependimento, eles são acusados de ser intrometidos e de estar, de algum modo, fazendo algo inapropriado” (FERNANDO, Ajith. Ministério dirigido por Jesus. 1 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.128).
O Ministério de Evangelista
Houve um tempo no
Brasil, como na América, que a Igreja Evangélica, principalmente a pentecostal,
priorizava o ato de evangelizar. A igreja evangelizava com a graça de Deus e
amor visível. Os agentes da evangelização sentiam dor na própria alma em ver
pessoas gastando sua juventude naquilo que não traz plena felicidade. Era
possível vê-los chorando em favor de uma vida. Angustiando-se pelas pessoas
perdidas em pecados. Neste contexto, era possível observar ministros
destacando-se por levar essa real experiência até as últimas consequências.Quem nunca ouviu falar do grande evangelista do século recente, David Wilkerson? Além de verdadeiro profeta, ele ficou conhecido pela evangelização realizada na cidade de Nova Iorque, na Time Square, numa época onde as gangues de rua dominavam a cidade nova-iorquina. O livro “Entre a Cruz e o Punhal”, logo depois transformado em filme, conta a história desse grande evangelista que, pela graça do Pai, ganhou aquelas gangues para Cristo e plantou a maior igreja evangélica da localidade. Eis um exemplo real de um evangelista separado por Deus.
O Dom Ministerial do Evangelista foi repartido pelo Pai para que o arauto de Deus, através da mensagem centralizada na cruz de Cristo, ganhasse pessoas para o reino divino. Uma das maiores características de um evangelista é a sua paixão por pregar às pessoas. Não importa o número, se dezenas, centenas ou milhares. O que importa é pregar Jesus, o crucificado. Esta é a mensagem do bom evangelista.
Sabemos que hoje, pelo advento midiático, muitos evangelistas são tentados em mudar a mensagem da Cruz para uma pregação centralizada no homem. Temos de deixar bem claro a missão de um evangelista: pregar o Evangelho. Anunciar o ministério da reconciliação de Deus com o mundo, porque foi para isso que o Senhor enviou o Filho: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2Co 5.19). Esta é a boa nova que o autêntico evangelista tem de proclamar.
Embora o Senhor nosso Deus separe uns para Evangelista e os dê a sua Igreja, o privilégio de anunciar o Evangelho para o ser humano é de todo aquele que se chama por discípulo de Jesus de Nazaré. Portanto, a distribuição desse dom ministerial deve despertar em nós a consciência do quanto Deus leva a sério esta tão nobre tarefa.
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