quarta-feira, 28 de maio de 2014

Lição 9 CPAD - 2° Trimestre 2014

 
Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos

 
 Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima




TEXTO ÁUREO: Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11).

VERDADE PRÁTICA: Por meio do ministério pastoral, conduzimos as ovelhas ao Supremo Pastor, Jesus Cristo.

INTERAÇÃO
Atualmente, muitos são os modelos de liderança pastoral sugeridos sob os aspectos empresarial e meramente psicológico. Entretanto, o modelo de liderança para um pastor cristão deve estar centralizado sob o de Jesus de Nazaré. A vida do nosso Mestre é o melhor exemplo para um ministério integral: acolhedor, admoestador e servidor. Um modelo pastoral centrado na concepção empresarial pode até trazer resultados visíveis, mas para Deus será um verdadeiro fracasso. Seguir a liderança de Jesus de Nazaré pode parecer um grande fracasso, mas em relação a Deus é grande vitória. Qual você escolhe?

 
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

1. Reconhecer o papel fundamental de Jesus como o sumo pastor.

2. Classificar as características de um verdadeiro pastor.

3. Conscientizar-se da missão do ministério pastoral.

 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Caro professor, para o terceiro tópico da lição, e após o subtópico que conceitua a missão do pastor, use o esquema abaixo. Fale a respeito do aspecto múltiplo da missão pastoral. Na igreja local, o pastor é um guia espiritual do povo de Deus. Dele se espera maturidade, idoneidade e amor no trato com as coisas de Deus e ao rebanho. Por isso, conclua a lição desta semana afirmando a complexidade da função pastoral e como Deus leva a sério o pastor que cumpre o seu ministério. Em seguida, reúna os seus alunos para orarem pelo pastor local e pelos pastores de todo o mundo.
 


Palavra Chave: Pastor: Guia espiritual.


INTRODUÇÃO:  
Ser pastor sempre foi uma tarefa árdua. Muitas são as demandas internas e externas da igreja local, entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos, questões relacionadas a administração eclesiástica e o constante desafio de se dedicar à oração, à pregação e ao ensino da Palavra de Deus. O dia a dia pastoral é desafiador a quem é vocacionado por Deus para apascentar. Somente pela graça e o amor do Pai é possível encarar tão grande responsabilidade. Por outro lado, uma liderança madura e servidora é imprescindível ao desenvolvimento da igreja local. Assim, a lição de hoje abordará esse importante ministério.

 
I. JESUS, O SUMO PASTOR

1. Jesus é o pastor supremo.
A expressão “grande Pastor das ovelhas”, que aparece em Hebreus 13.20, refere-se diretamente à sublimidade do Senhor Jesus como pastor no Novo Testamento. Marcado pela humildade e despojamento da sua glória, Ele foi chamado “grande” em seu nascimento (Lc 1.32). O adjetivo “grande” enfatiza o quanto o Nazareno é incomparável e mediador da nova aliança de Deus com os homens. Jesus Cristo é o supremo pastor em todos os aspectos. Ele venceu a morte e libertou o homem da prisão do pecado. Ele é Deus!

 
2. O pastor conhece as suas ovelhas.
Em João 10.14, o adjetivo “bom” identifica Jesus como o pastor que por amor protege e cuida das ovelhas que lhe pertence. Por isso, Ele é o “bom Pastor”. Tal expressão designa ainda a intimidade entre o Sumo Pastor e as suas ovelhas. Estas não ouvem a voz de outro pastor. O bondoso Salvador conhece a sua Igreja por inteiro, e se relaciona com cada membro (Jo 10.5,15).

 
3. O pastor dá a vida pelas ovelhas.
Uma das principais fontes da economia israelita era o trabalho pastoril. Os pastores cuidavam das ovelhas para delas obterem o lucro diário. Este é o contexto de que se valeu o Senhor Jesus para referir-se ao ensinamento contido na expressão “o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). Aqui, diferente dos pastores que garantiam o seu sustento no campo através do uso das ovelhas, o Mestre Jesus mostra a disposição em dar a própria vida pelo seu rebanho (Jo 10.15). Os verdadeiros pastores da igreja devem imitar o Sumo Pastor, Jesus. NEle não há jamais exploração alguma do rebanho, e isso deve servir de exemplo a todos aqueles que desejam ministrar à igreja do Senhor, tal como ensina a Palavra em 1 Pedro 5.2-4.

 
SINOPSE DO TÓPICO (I): Jesus, o Pastor Supremo, conhece as suas ovelhas e deu a sua vida por elas.

 
II. AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PASTOR

1. Um caráter íntegro.
Entre outras coisas, o exercício pastoral envolve aptidão para ensinar, aconselhar e comunicar-se de forma clara com a igreja local. Porém, essas características não são validadas se o caráter do pastor não for íntegro. Uma das piores queixas que se pode ouvir acerca de um ministro é que sua palavra pastoral não se coaduna com a sua vida. Como pode o líder falar sobre honestidade e ser desonesto? De simplicidade e mostrar-se esbanjador? De humildade e comportar-se soberbo? A melhor palavra pastoral é a vida do pastor em sintonia com a mensagem do Evangelho que ele proclama (Mt 7.24-27; 23.2-36).

 
2. Exemplo para os fiéis e os infiéis.
O texto bíblico de 1 Timóteo 3.2,3, afirma que o bispo não deve ser dado ao vinho, espancador, cobiçoso de torpe ganância, contencioso ou avarento; a recomendação é que o obreiro seja moderado. A Igreja, o Corpo de Cristo, precisa contemplar em seu líder sinais claros do fruto do Espírito, tais como autocontrole, mansidão, bondade e amor. Estas características denotam idoneidade moral e maturidade espiritual. A mesma postura moral que o pastor atesta aos fiéis deve ser demonstrada, igualmente, aos infiéis (1Tm 3.7).

 
3. Exemplo para a família.
Não podemos esquecer que antes de ser exemplo para igreja local, e com os de fora, o ministro do Evangelho, em primeiro lugar, deve ser o exemplo para a sua própria família — sua primeira comunidade e igreja. Governar a própria casa com modéstia e equilíbrio, criando seus filhos com respeito (1Tm 3.4), é o testemunho que toda a família cristã deseja experimentar na convivência sadia com o pastor que é esposo, pai e avô. Portanto, todo obreiro deve cuidar bem do seu lar, pois sem o devido respaldo deste, o seu ministério jamais terá credibilidade.

 
SINOPSE DO TÓPICO (II): Do pastor espera-se um caráter íntegro; um exemplo para os fiéis, aos infiéis e a toda a sua família.

 
III. O MINISTÉRIO PASTORAL

1. A missão do pastor.
O termo pastor (do gr. poimēn) no Novo Testamento tem o significado de “apascentador de ovelhas”. De acordo com esta definição podemos afirmar que a principal missão de um ministro é cuidar das pessoas que receberam Cristo como Salvador, dando-lhes alimento espiritual através do ensino da Palavra de Deus, como encontramos no livro do profeta Isaías (Is 40.11). O verdadeiro pastor cuida das ovelhas com zeloso amor e compaixão, entregando-se totalmente às suas demandas.

 
2. Uma missão polivalente.
A missão pastoral também é múltipla, pois o ministério envolve o ensinamento, o aconselhamento, a evangelização e missões, bem como a pregação expositiva da Palavra de Deus, que é o seu mais importante empreendimento. Para além dessas responsabilidades, o pastor age como o bom conciliador e administrador eclesiástico dos bens e recursos humanos disponíveis para toda boa obra da igreja local. Está sob os seus cuidados a gestão eficiente e honesta dos bens materiais, patrimoniais e das finanças da igreja local.

 
3. O cuidado contra os falsos pastores.
Quando Deus levantou Ezequiel como profeta de Israel, Ele ordenou-lhe que repreendesse os pastores infiéis da nação. O Altíssimo considerava como falsos pastores os que apascentavam a si mesmo e não as ovelhas (Ez 34.2c); exploravam o rebanho e não o poupavam (34.3); não demonstravam amor pelas ovelhas, fazendo com que elas se dispersassem (34.4-6). O próprio Deus é contra os falsos pastores (Ez 34.8-10)! Ele inspirou o apóstolo Paulo a escrever para Tito quando da sua instrução pastoral ao jovem obreiro, que este retivesse “firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores [...] aos quais convém tapar a boca” (Tt 1.9-11).

 
SINOPSE DO TÓPICO (III): A missão do pastor é múltipla, pois ele cuida desde os assuntos espirituais até os mais terrenos.

 
CONCLUSÃO
O dom ministerial de pastor é concedido àqueles a quem Deus chama para servir ao seu precioso rebanho, a Igreja de Jesus. Esta acha-se espalhada nas igrejas locais que reúnem crentes oriundos de todos os lugares do mundo. Eles estão sob os cuidados de líderes para serem alimentados com a Palavra de Deus. O objetivo do ministério pastoral é fazer com que o rebanho do Senhor cresça na graça e no conhecimento do Evangelho de nosso Salvador (2Pe 3.18). Portanto, o pastor precisa da graça divina para não fracassar em seu ministério. Oremos pelos pastores, compreendamos as suas lutas e os apoiemos com amor e carinho.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

FERNANDO, Ajith. Ministério dirigido por Jesus. 1 ed., RJ: CPAD, 2013.
CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas (et all.). Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD, 2005.
MACARTHUR JR, John. Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão. 4 ed., RJ: CPAD, 2004.

EXERCÍCIOS

1. A expressão “grande Pastor das ovelhas”, que aparece em Hebreus 13.20, está diretamente ligada a quê?
R. Ao valor que o Novo Testamento atribui ao Senhor Jesus.

 
2. De acordo com a lição, relacione as características do verdadeiro pastor.
R. Um caráter íntegro, exemplo para os fiéis e os infiéis e exemplo para a família.

 
3. Segundo o texto bíblico de 1 Timóteo 3.2,3, cite o que o pastor não pode ser.
R. O texto bíblico de 1 Timóteo 3.2,3 afirma que o bispo não pode ser dado ao vinho, espancador, cobiçoso de torpe ganância, contencioso ou avarento; a recomendação é que o obreiro seja moderado.

 
4. Qual o significado do termo “pastor” no Novo Testamento?
R. “Apascentador de ovelhas”.

 
5. Qual é a principal missão de um ministro?
R. Cuidar das pessoas que receberam a Cristo como salvador, dando-lhes alimento espiritual através do ensino da Palavra de Deus.

 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
 


Subsídio Teológico

Viver como Pedro: A Supervisão Pastoral (5.1-11)
Dirigindo-se aos ‘estrangeiros’ (1.2) que haviam sido dispersos entre povos infiéis, e frequentemente hostis, Pedro inicia sua carta com um imperativo à vida santificada baseada no exemplo de Deus Pai (1.3-2.10). Pelo fato de muitos de seus leitores poderem sofrer injustamente e de modo abusivo nas mãos de cruéis agentes do governo, senhores ou maridos, na parte central e mais importante de sua carta Pedro manda que se submetam à autoridade e sofram, mesmo sem merecer, segundo o exemplo de Cristo (2.11-4.13). Nesta seção final da carta, Pedro dirige-se aos presbíteros [pastores], responsáveis pelo pastoreio do rebanho de Deus (5.1-4). Escrevendo como um presbítero [pastor] mais experiente, Pedro é seu modelo de liderança sobre o povo de Deus (5.1-11). Termina os ensinamentos com uma série de obrigações aplicáveis não só aos presbíteros, mas também a todo o povo de Deus (5.5-11)” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4 ed., RJ: CPAD, 2009, p.921).

 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II



Subsídio Teologia Devocional

Prioridades na Vida do Pastor
Manter as prioridades em sua devida ordem é um dos maiores desafios que o pastor enfrenta. As muitas ocupações do pastorado constantemente pressionam os ministros a comprometer a oração, a vida devocional, a família e, às vezes, até o padrão moral exigido pela Palavra de Deus.

As prioridades do ministro do Evangelho devem estar nesta ordem: (1) seu relacionamento com o Senhor, (2) sua esposa e filhos e (3) seu ministério e trabalho. Acompanhe-me em alguns pontos de especial interesse no campo dessas três prioridades.

Seu relacionamento com o Senhor. Sua vida devocional é absolutamente decisiva. Anos atrás, pedi ao Senhor que pusesse em ordem meu horário, e Ele o fez. Todos os dias, das cinco às sete da manhã, estudo a Bíblia e oro. Tenho sido cuidadoso em observar esse tempo — o tempo mais precioso do meu dia. Meus pais deram-me o exemplo; seu devocional coincidia com as primeiras horas da manhã. Jesus dedicava as primeiras horas do dia à oração. O Salmista Davi disse: ‘Pela manhã, ouvirás a minha voz, ó Senhor; pela manhã, me apresentarei a ti, e vigiarei’ (Sl 5.3). Esta disciplina será fundamental em tudo o que você fizer e intentar realizar.

Seu relacionamento com a esposa e filhos. Alguns ministros ficam tão ocupados, que negligenciam as necessidades emocionais, alimentares e outras carências da família. Esposa e filhos podem ficar ressentidos contra o ministério, e mesmo contra Deus, tudo porque o chefe da família falhou em suprir-lhes as necessidades básicas. Isso é trágico. Já faz tempo que determinei que não vou ganhar para o Senhor os filhos dos outros e perder os meus. O Senhor nos tem ajudado — a mim e a Shirley — nessa prioridade. [...] Paulo instruiu a Timóteo: ‘Se alguém não sabe governar sua própria casa terá cuidado da igreja de Deus?’” (CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas (et all.). Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD, 2005, p.17).

 
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO




O Ministério de Pastor
Na obra “Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão”, do pastor norte-americano John Macarthur, Jr., editada pela CPAD; o autor relata este comentário: “Reconhecemos essas tendências alarmantes, crendo que as decisões tomadas nesta década reprogramarão a igreja evangélica até boa parte do século 21. Assim, a futura direção da igreja é uma preocupação preeminente e legítima. Sem dúvida, a igreja enfrenta um momento decisivo. O verdadeiro contraste entre os modelos ministeriais concorrentes não é o tradicional versus o contemporâneo, mas o bíblico e o não-bíblico” (p.22).

A que tendências alarmantes, Macarthur se refere? A oito respostas que emergiram de uma pesquisa realizada por John Seel, em 1995, nos Estados Unidos. Elas foram dadas por 25 líderes evangélicos de renome que foram entrevistados pelo pesquisador.

Dentre oito principais respostas surgidas na pesquisa (identidade incerta; desilusão institucional; falta de liderança; pessimismo em relação ao futuro; crescimento positivo, impacto negativo; isolamento cultural; solução política e metodológica como resposta), a que chama mais atenção é a “troca de orientação bíblica pela pesquisa de mercado no ministério”. Não por acaso, se vê muitos seminários teológicos trocando disciplinas fundamentais para uma sólida formação de um obreiro, como o hebraico, o grego, a hermenêutica, a exegese etc., por aquelas que enfatizam a gestão, a forma de crescimento de uma igreja local nos parâmetros do marketing e das estratégias meramente empresariais. Aqui, é à hora de a igreja fazer uma profunda reflexão sobre “Que modelo de ministério pastoral se quer exercer nos próximos anos”?

Com intuito de deixarmos em aberto esta reflexão, porque o espaço não permite irmos além, solicitamos ao prezado professor meditar nesta semana em todos os textos bíblicos possíveis — use as concordâncias bíblicas, dicionários bíblicos e bons comentários para lhe auxiliarem — em que Jesus aparece como o “Bom Pastor” de ovelhas. Em seguida, procure responder, à luz dos quatro Evangelhos, as seguintes perguntas: Qual o modelo ministerial de pastorado que o Senhor Jesus espera encontrar nos seus discípulos? Que molde de liderança se acha no agir de Jesus de Nazaré? É possível implantar esse ideal hoje? Qual seria o impacto para a igreja e a sociedade?
Boa aula!
 
 

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