Lições Bíblicas CPAD / Jovens
e Adultos
TEXTO ÁUREO: “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo
10.11).
VERDADE PRÁTICA:
Por meio do ministério pastoral,
conduzimos as ovelhas ao Supremo Pastor, Jesus Cristo.
INTERAÇÃO
Atualmente, muitos são os modelos de liderança pastoral sugeridos sob
os aspectos empresarial e meramente psicológico. Entretanto, o modelo de
liderança para um pastor cristão deve estar centralizado sob o de Jesus de
Nazaré. A vida do nosso Mestre é o melhor exemplo para um ministério integral:
acolhedor, admoestador e servidor. Um modelo pastoral centrado na concepção
empresarial pode até trazer resultados visíveis, mas para Deus será um verdadeiro
fracasso. Seguir a liderança de Jesus de Nazaré pode parecer um grande
fracasso, mas em relação a Deus é grande vitória. Qual você escolhe?
1. Reconhecer o papel fundamental de Jesus como o sumo pastor.
2. Classificar as características de um verdadeiro pastor.
3. Conscientizar-se da missão do ministério pastoral.
Caro professor,
para o terceiro tópico da lição, e após o subtópico que conceitua a missão do
pastor, use o esquema abaixo. Fale a respeito do aspecto múltiplo da missão
pastoral. Na igreja local, o pastor é um guia espiritual do povo de Deus. Dele
se espera maturidade, idoneidade e amor no trato com as coisas de Deus e ao
rebanho. Por isso, conclua a lição desta semana afirmando a complexidade da
função pastoral e como Deus leva a sério o pastor que cumpre o seu ministério.
Em seguida, reúna os seus alunos para orarem pelo pastor local e pelos pastores
de todo o mundo.
Palavra Chave: Pastor: Guia
espiritual.
INTRODUÇÃO:
Ser pastor sempre
foi uma tarefa árdua. Muitas são as demandas internas e externas da igreja
local, entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos,
questões relacionadas a administração eclesiástica e o constante desafio de se
dedicar à oração, à pregação e ao ensino da Palavra de Deus. O dia a dia
pastoral é desafiador a quem é vocacionado por Deus para apascentar. Somente
pela graça e o amor do Pai é possível encarar tão grande responsabilidade. Por
outro lado, uma liderança madura e servidora é imprescindível ao
desenvolvimento da igreja local. Assim, a lição de hoje abordará esse
importante ministério.
1. Jesus é o pastor supremo.
A expressão “grande
Pastor das ovelhas”, que aparece em Hebreus 13.20, refere-se diretamente à
sublimidade do Senhor Jesus como pastor no Novo Testamento. Marcado pela
humildade e despojamento da sua glória, Ele foi chamado “grande” em seu
nascimento (Lc 1.32). O adjetivo “grande” enfatiza o quanto o Nazareno é
incomparável e mediador da nova aliança de Deus com os homens. Jesus Cristo é o
supremo pastor em todos os aspectos. Ele venceu a morte e libertou o homem da
prisão do pecado. Ele é Deus!Em João 10.14, o adjetivo “bom” identifica Jesus como o pastor que por amor protege e cuida das ovelhas que lhe pertence. Por isso, Ele é o “bom Pastor”. Tal expressão designa ainda a intimidade entre o Sumo Pastor e as suas ovelhas. Estas não ouvem a voz de outro pastor. O bondoso Salvador conhece a sua Igreja por inteiro, e se relaciona com cada membro (Jo 10.5,15).
Uma das principais fontes da economia israelita era o trabalho pastoril. Os pastores cuidavam das ovelhas para delas obterem o lucro diário. Este é o contexto de que se valeu o Senhor Jesus para referir-se ao ensinamento contido na expressão “o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). Aqui, diferente dos pastores que garantiam o seu sustento no campo através do uso das ovelhas, o Mestre Jesus mostra a disposição em dar a própria vida pelo seu rebanho (Jo 10.15). Os verdadeiros pastores da igreja devem imitar o Sumo Pastor, Jesus. NEle não há jamais exploração alguma do rebanho, e isso deve servir de exemplo a todos aqueles que desejam ministrar à igreja do Senhor, tal como ensina a Palavra em 1 Pedro 5.2-4.
1. Um caráter íntegro.
Entre outras
coisas, o exercício pastoral envolve aptidão para ensinar, aconselhar e
comunicar-se de forma clara com a igreja local. Porém, essas características
não são validadas se o caráter do pastor não for íntegro. Uma das piores
queixas que se pode ouvir acerca de um ministro é que sua palavra pastoral não
se coaduna com a sua vida. Como pode o líder falar sobre honestidade e ser
desonesto? De simplicidade e mostrar-se esbanjador? De humildade e comportar-se
soberbo? A melhor palavra pastoral é a vida do pastor em sintonia com a
mensagem do Evangelho que ele proclama (Mt 7.24-27; 23.2-36).O texto bíblico de 1 Timóteo 3.2,3, afirma que o bispo não deve ser dado ao vinho, espancador, cobiçoso de torpe ganância, contencioso ou avarento; a recomendação é que o obreiro seja moderado. A Igreja, o Corpo de Cristo, precisa contemplar em seu líder sinais claros do fruto do Espírito, tais como autocontrole, mansidão, bondade e amor. Estas características denotam idoneidade moral e maturidade espiritual. A mesma postura moral que o pastor atesta aos fiéis deve ser demonstrada, igualmente, aos infiéis (1Tm 3.7).
Não podemos esquecer que antes de ser exemplo para igreja local, e com os de fora, o ministro do Evangelho, em primeiro lugar, deve ser o exemplo para a sua própria família — sua primeira comunidade e igreja. Governar a própria casa com modéstia e equilíbrio, criando seus filhos com respeito (1Tm 3.4), é o testemunho que toda a família cristã deseja experimentar na convivência sadia com o pastor que é esposo, pai e avô. Portanto, todo obreiro deve cuidar bem do seu lar, pois sem o devido respaldo deste, o seu ministério jamais terá credibilidade.
1. A missão do pastor.
O termo pastor (do
gr. poimēn) no Novo Testamento tem o significado de “apascentador de ovelhas”. De
acordo com esta definição podemos afirmar que a principal missão de um ministro
é cuidar das pessoas que receberam Cristo como Salvador, dando-lhes alimento
espiritual através do ensino da Palavra de Deus, como encontramos no livro do
profeta Isaías (Is 40.11). O verdadeiro pastor cuida das ovelhas com zeloso
amor e compaixão, entregando-se totalmente às suas demandas.A missão pastoral também é múltipla, pois o ministério envolve o ensinamento, o aconselhamento, a evangelização e missões, bem como a pregação expositiva da Palavra de Deus, que é o seu mais importante empreendimento. Para além dessas responsabilidades, o pastor age como o bom conciliador e administrador eclesiástico dos bens e recursos humanos disponíveis para toda boa obra da igreja local. Está sob os seus cuidados a gestão eficiente e honesta dos bens materiais, patrimoniais e das finanças da igreja local.
Quando Deus levantou Ezequiel como profeta de Israel, Ele ordenou-lhe que repreendesse os pastores infiéis da nação. O Altíssimo considerava como falsos pastores os que apascentavam a si mesmo e não as ovelhas (Ez 34.2c); exploravam o rebanho e não o poupavam (34.3); não demonstravam amor pelas ovelhas, fazendo com que elas se dispersassem (34.4-6). O próprio Deus é contra os falsos pastores (Ez 34.8-10)! Ele inspirou o apóstolo Paulo a escrever para Tito quando da sua instrução pastoral ao jovem obreiro, que este retivesse “firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores [...] aos quais convém tapar a boca” (Tt 1.9-11).
O dom ministerial de pastor é concedido àqueles a quem Deus chama para servir ao seu precioso rebanho, a Igreja de Jesus. Esta acha-se espalhada nas igrejas locais que reúnem crentes oriundos de todos os lugares do mundo. Eles estão sob os cuidados de líderes para serem alimentados com a Palavra de Deus. O objetivo do ministério pastoral é fazer com que o rebanho do Senhor cresça na graça e no conhecimento do Evangelho de nosso Salvador (2Pe 3.18). Portanto, o pastor precisa da graça divina para não fracassar em seu ministério. Oremos pelos pastores, compreendamos as suas lutas e os apoiemos com amor e carinho.
FERNANDO, Ajith. Ministério
dirigido por Jesus. 1 ed., RJ: CPAD, 2013.
CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas (et all.). Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD, 2005.
MACARTHUR JR, John. Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão. 4 ed., RJ: CPAD, 2004.
CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas (et all.). Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD, 2005.
MACARTHUR JR, John. Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão. 4 ed., RJ: CPAD, 2004.
EXERCÍCIOS
1. A expressão “grande Pastor das
ovelhas”, que aparece em Hebreus 13.20, está diretamente ligada a quê?
R. Ao valor que o Novo Testamento atribui
ao Senhor Jesus.R. Um caráter íntegro, exemplo para os fiéis e os infiéis e exemplo para a família.
R. O texto bíblico de 1 Timóteo 3.2,3 afirma que o bispo não pode ser dado ao vinho, espancador, cobiçoso de torpe ganância, contencioso ou avarento; a recomendação é que o obreiro seja moderado.
R. “Apascentador de ovelhas”.
R. Cuidar das pessoas que receberam a Cristo como salvador, dando-lhes alimento espiritual através do ensino da Palavra de Deus.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
Viver como Pedro: A Supervisão
Pastoral (5.1-11)
Dirigindo-se aos
‘estrangeiros’ (1.2) que haviam sido dispersos entre povos infiéis, e
frequentemente hostis, Pedro inicia sua carta com um imperativo à vida
santificada baseada no exemplo de Deus Pai (1.3-2.10). Pelo fato de muitos de
seus leitores poderem sofrer injustamente e de modo abusivo nas mãos de cruéis
agentes do governo, senhores ou maridos, na parte central e mais importante de
sua carta Pedro manda que se submetam à autoridade e sofram, mesmo sem merecer,
segundo o exemplo de Cristo (2.11-4.13). Nesta seção final da carta, Pedro
dirige-se aos presbíteros [pastores], responsáveis pelo pastoreio do rebanho de
Deus (5.1-4). Escrevendo como um presbítero [pastor] mais experiente, Pedro é
seu modelo de liderança sobre o povo de Deus (5.1-11). Termina os ensinamentos
com uma série de obrigações aplicáveis não só aos presbíteros, mas também a
todo o povo de Deus (5.5-11)” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4
ed., RJ: CPAD, 2009, p.921).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teologia
Devocional
Prioridades na Vida do Pastor
Manter as
prioridades em sua devida ordem é um dos maiores desafios que o pastor
enfrenta. As muitas ocupações do pastorado constantemente pressionam os
ministros a comprometer a oração, a vida devocional, a família e, às vezes, até
o padrão moral exigido pela Palavra de Deus.
As prioridades do
ministro do Evangelho devem estar nesta ordem: (1) seu relacionamento com o
Senhor, (2) sua esposa e filhos e (3) seu ministério e trabalho. Acompanhe-me
em alguns pontos de especial interesse no campo dessas três prioridades.
Seu
relacionamento com o Senhor. Sua vida devocional é absolutamente decisiva. Anos atrás, pedi ao
Senhor que pusesse em ordem meu horário, e Ele o fez. Todos os dias, das cinco
às sete da manhã, estudo a Bíblia e oro. Tenho sido cuidadoso em observar esse
tempo — o tempo mais precioso do meu dia. Meus pais deram-me o exemplo; seu
devocional coincidia com as primeiras horas da manhã. Jesus dedicava as
primeiras horas do dia à oração. O Salmista Davi disse: ‘Pela manhã, ouvirás a
minha voz, ó Senhor; pela manhã, me apresentarei a ti, e vigiarei’ (Sl 5.3).
Esta disciplina será fundamental em tudo o que você fizer e intentar realizar.
Seu
relacionamento com a esposa e filhos. Alguns ministros ficam tão ocupados, que negligenciam as necessidades
emocionais, alimentares e outras carências da família. Esposa e filhos podem
ficar ressentidos contra o ministério, e mesmo contra Deus, tudo porque o chefe
da família falhou em suprir-lhes as necessidades básicas. Isso é trágico. Já
faz tempo que determinei que não vou ganhar para o Senhor os filhos dos outros
e perder os meus. O Senhor nos tem ajudado — a mim e a Shirley — nessa
prioridade. [...] Paulo instruiu a Timóteo: ‘Se alguém não sabe governar sua
própria casa terá cuidado da igreja de Deus?’” (CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas
(et all.). Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3
ed., RJ: CPAD, 2005, p.17).
SUBSÍDIOS ENSINADOR
CRISTÃO
O Ministério de
Pastor
Na obra “Ministério
Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão”, do pastor
norte-americano John Macarthur, Jr., editada pela CPAD; o autor relata este
comentário: “Reconhecemos essas tendências alarmantes, crendo que as decisões
tomadas nesta década reprogramarão a igreja evangélica até boa parte do século
21. Assim, a futura direção da igreja é uma preocupação preeminente e legítima.
Sem dúvida, a igreja enfrenta um momento decisivo. O verdadeiro contraste entre
os modelos ministeriais concorrentes não é o tradicional versus o
contemporâneo, mas o bíblico e o não-bíblico” (p.22).
A que tendências
alarmantes, Macarthur se refere? A oito respostas que emergiram de uma pesquisa
realizada por John Seel, em 1995, nos Estados Unidos. Elas foram dadas por 25
líderes evangélicos de renome que foram entrevistados pelo pesquisador.
Dentre oito
principais respostas surgidas na pesquisa (identidade incerta; desilusão
institucional; falta de liderança; pessimismo em relação ao futuro; crescimento
positivo, impacto negativo; isolamento cultural; solução política e
metodológica como resposta), a que chama mais atenção é a “troca de orientação
bíblica pela pesquisa de mercado no ministério”. Não por acaso, se vê muitos
seminários teológicos trocando disciplinas fundamentais para uma sólida
formação de um obreiro, como o hebraico, o grego, a hermenêutica, a exegese
etc., por aquelas que enfatizam a gestão, a forma de crescimento de uma igreja
local nos parâmetros do marketing e das estratégias meramente empresariais.
Aqui, é à hora de a igreja fazer uma profunda reflexão sobre “Que modelo de
ministério pastoral se quer exercer nos próximos anos”?
Com intuito de
deixarmos em aberto esta reflexão, porque o espaço não permite irmos além,
solicitamos ao prezado professor meditar nesta semana em todos os textos
bíblicos possíveis — use as concordâncias bíblicas, dicionários bíblicos e bons
comentários para lhe auxiliarem — em que Jesus aparece como o “Bom Pastor” de
ovelhas. Em seguida, procure responder, à luz dos quatro Evangelhos, as
seguintes perguntas: Qual o modelo ministerial de pastorado que o Senhor Jesus
espera encontrar nos seus discípulos? Que molde de liderança se acha no agir de
Jesus de Nazaré? É possível implantar esse ideal hoje? Qual seria o impacto para
a igreja e a sociedade?
Boa aula!
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