AUXÍLIOS COMPLEMENTARES
INTRODUÇÃO
O ensino de Tiago sobre esse assunto é aplicado para uma comunidade que
está passando por problemas econômicos sérios. Há diversas classes de pobres na
comunidade de Tiago: aqueles que estão desamparados e negligenciados sem culpa
própria — viúvas e órfãos; aqueles vitimados economicamente — trabalhadores
cujo estado deplorável ocorria em virtude da ganância e indiferença dos
empregadores; e ainda aqueles que foram reduzidos a necessidades medonhas de
pobreza e miséria, talvez por não terem direitos legais.
A pobreza e a riqueza, independentemente de suas origens, são fatos
comuns à realidade da existência humana. Evidentemente que nunca foi propósito
de Deus que uns poucos tivessem consigo tanta fortuna, enquanto que a maioria
das pessoas vive uma vida que abeira a extrema miséria. Então, de acordo com o
ensino de Tiago, qual deve ser a relação entre pobres e ricos? Tentaremos
responder esta questão analisando-a no contexto da igreja.
I. A RELAÇÃO ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA
(Tg 1.9-11)
1. Os pobres na Igreja do primeiro século. Tiago
sabia que muitos irmãos estavam vivendo em profunda pobreza e ocupavam os
cargos de menor remuneração na sociedade. Essas pessoas precisavam de palavras
de encorajamento, pois as condições econômicas eram opressivas e difíceis de
entender. No entanto ele afirma que irmão cristão (v.9) pode regozijar-se mesmo
debaixo da opressão da pobreza. Ele não tem prazer nas suas privações, mas
possui a fonte da verdadeira alegria que eleva o seu espírito acima das
limitações materiais. A exaltação é o que a comunhão com Cristo faz pelo
sentimento de dignidade de uma pessoa diante de Deus. Quando um homem sabe que
pertence a Cristo e aprendeu a valorizar os valores espirituais da vida, não
precisa de muitas vantagens materiais para ser um homem satisfeito e alegre
(Cf. Fp 4.10-13).
A pobreza é uma adversidade externa. Mas o cristão pobre deve se
regozijar em seu novo estado em Jesus Cristo. Este relacionamento deu-lhe
verdadeira riqueza. Ele é um herdeiro de Deus e um co-herdeiro com Jesus
Cristo! Desta forma todo cristão pobre é estimulado não apenas a saber de sua
posição elevada mas também a orgulhar-se dela. É com orgulho que aponta para
seu Pai celeste e seu irmão, Jesus Cristo.
2. Os ricos na Igreja Antiga. Tiago
não está preocupado com as riquezas, mas com a pessoa que as possui. Concluo,
portanto, que o homem rico ou não vivia em comunhão com Deus ou não é um
cristão. Como pode uma pessoa rica “orgulhar-se de sua posição inferior”? O
pobre orgulha-se de suas riquezas espirituais, mas o homem rico que não vive em
comunhão com o Senhor ou que rejeita Deus é espiritualmente cego e incapaz de
ver seu “abatimento”. Ele se gloria de sua riqueza material, mas a riqueza
terrena “passará como a flor da erva”. Os bens terrenos podem ser comparados às
marés: eles vêm e vão.
Em uma única frase o autor descreve as condições climáticas de Israel. A
principal causa da seca é o calor ardente do sol que se levanta, especialmente
quando acompanhado do vento causticante do deserto. Essa combinação faz as
plantas murcharem rapidamente e sua flor e beleza desaparecem em questão de
horas. Quando o vento chamado siroco sopra dia e noite vindo do leste, o
aspecto da paisagem transforma-se drasticamente.
“Assim se murchará também o rico em seus caminhos”. Certamente as posses
terrenas do homem podem desaparecer num tempo incrivelmente curto, mas o texto
não diz que as riquezas desaparecerão. Afirma que o “rico murchará”. Em forma
poética, esta é a descrição do ser humano encontrada no Salmo 103.
A grande verdade que Tiago procura mostrar é que a vida do rico chega ao
fim enquanto ele se ocupa em ganhar dinheiro. Suas riquezas não são capazes de
prolongar sua vida, pois ele parte deixando para trás as suas posses.
3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais. Teria o sábio realmente vantagem sobre o tolo, ou
isso seria apenas um conceito humano? Seria o pobre qualificado para ter um
espaço na sociedade, ou somente os ricos estariam qualificados? Nos seus
questionamentos irônicos, Salomão, com todo seu conhecimento, parece deixar
claro que a superioridade do conhecimento e de uma boa qualificação social não
nos faz superior a ninguém.
O mundo e a igreja estão cheios de pessoas que, por terem uma condição
financeira ou uma posição social melhor, se acham superiores às outras, e elas
vivem a vida julgando-se mais especiais. Deus não faz diferença, não
discrimina, nem privilegia seus filhos isoladamente. Para Ele todos são iguais,
todos têm o mesmo amor, todos são seus filhos e merecem a mesma luz, a mesma
proteção. Não importa a raça, o sexo, o nível cultural, se rico, ou pobre, se
novo ou velho; todos são iguais para os Seus olhos: “Nisto não há judeu nem
grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um
em Cristo Jesus” (Gl 3.28).
Falar dessa igualdade significa reconhecer que Deus foi tão justo na sua
criação que criou o homem Sua imagem e semelhança, nos dando a igualdade como
uma condição primeira do homem como sua criatura. Se somos todos iguais aos
olhos de Deus, por que o homem se faz diferente, criando indiferenças com o
irmão? Sejamos sim, todos iguais. Façamos dessa semelhança com o Criador a
nossa perfeição para uma convivência fraterna com o nosso irmão, nosso
semelhante. Reconheçamos essa igualdade aos olhos de Deus e nos tornemos um ser
perfeito, assim como perfeita foi sua Criação.
Deus nos criou a Sua imagem e semelhança (Gn 1.26), mas o pecado vem
desqualificando essa igualdade que Deus colocou nos seres humanos. Desde que o
pecado entrou no mundo, as comparações e discriminações se tornaram algo
evidente na vida dos seres humanos. Na luta incontida pela sobrevivência, nós
queremos saber quem é o melhor e o maior.
II. DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg 1.16,17)
1. Não erreis (v.16). Não
tirem conclusões falsas por meio de uma lógica aparente (consciente ou
inconsciente). O ser humano que tenta se afirmar contra Deus empenha de
múltiplas maneiras sua capacidade mental para justificar essa atitude errada.
Ver a situação corretamente constitui o primeiro passo para que possamos obter auxílio.
Não vagueiam tanto no seu pensamento a ponto de acreditar que qualquer
provação ou tentação, com um propósito mal, vem de Deus. Ele tem medo de que
esses crentes possam cair no erro da dúvida quanto à bondade de Deus, o que
poderia ser fatal à fé. Isso é um argumento com base na ideia oposta; pois
assim como Deus é o autor de todo o bem, assim também é absurda a suposição que
ele é o autor do mal. A Ele pertence fazer o bem; e de acordo com a Sua
natureza, e da parte dEle, todas as coisas boas chegam até nós. Portanto,
qualquer maldade que exista não concorda com a Sua natureza.
Ainda hoje alguns cristãos que são provados e testados perdem a
perspectiva correta e questionam a providência divina. Se Deus é Todo-Poderoso,
por que Ele não evita as tragédias e calamidades? O homem pode multiplicar as
acusações verbais e não-verbais contra Deus, mas não deve fazê-lo.
2. Todo dom e boa dádiva vêm de Deus. Deus é a personificação da bondade, a fonte de
tudo o que é bom, pois a bondade se origina dEle. Deus dá por meio da criação
do céu e da terra; Deus dá quando envia seu Filho; Deus dá ao derramar seu
Espírito. As dádivas que Deus coloca à disposição de Seu povo são boas e
perfeitas — cada uma delas. Elas incluem dádivas espirituais e materiais.
Todas as coisas nos são dadas pelas mãos de Deus, pois recebemos dEle
tanto a prosperidade quanto a adversidade. Deus dá ao seu povo provações e
testes que, por vezes, tomam a forma de calamidades. Assim diz o profeta Amós
para o povo de Israel: “Sucederá algum mal à cidade sem que o Senhor o tenha
feito?” (3.6 — ARA).
Deus está completamente no controle de cada situação e sabe o que é
melhor para seus filhos. “Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos
vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos
pedirem?” (Mt 7.11; comparar com Lc 11.13).
3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das
Luzes. Olhe ao redor e considere a bondade de Deus
(1.17). Quando Satanás tentou Eva no jardim do Éden e Jesus no deserto, ele
questionou o amor de Deus. A bondade de Deus é o grande escudo contra a
tentação do diabo. Quando sabemos que Deus é bom, não precisamos cair nas
armadilhas do diabo para suprir nossas necessidades. E melhor estar faminto
dentro da vontade de Deus do que estar farto e cheio fora da vontade de Deus
(Dt 6.10-15). Jesus foi categórico com Satanás: “...Nem só de pão viverá o
homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Uma coisa é ser
tentado, outra coisa é ceder à tentação. Não é pecado ser tentado, mas sim
ceder à tentação. Lutero costumava dizer: “Você não pode impedir que um pássaro
voe sobre a sua cabeça, mas você pode impedir que ele faça ninho em sua
cabeça”.
Tiago apresenta três fatos sobre a bondade de Deus: Deus dá somente boas
dádivas. Tudo o que Deus dá é bom, até as provas. O espinho na carne de Paulo
foi um dom estranho, mas foi uma grande bênção para ele (2Co 12.1-10). Deus dá
constantemente. O verbo “descendo” é um presente particípio, cujo significado
é: continua sempre descendo. Deus não dá seus dons apenas ocasionalmente, mas
constantemente. Deus não muda. Deus não pode mudar para pior porque Ele é
santo. Ele não pode mudar para melhor porque Ele é perfeito. O primeiro escudo
contra a tentação é o julgamento de Deus. O segundo é a bondade de Deus.
Tudo o que Deus nos dá é bom. Toda boa dádiva procede das Suas mãos.
Ele, muitas vezes, nos dá não o que pedimos, mas o que precisamos. Seríamos
destruídos se Deus deferisse todas nossas orações. Muitas vezes pedimos uma
pedra, pensando que estamos pedindo um pão; pedimos uma serpente, pensando que
estamos pedindo um peixe. Deus, então, é tão bondoso, que não nos dá o que
pedimos, mas o que necessitamos.
III. PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)
1. Algo que somente Deus faz. Tiago afirma que “Ele nos gerou”. A regeneração
expressa a experiência do recebimento da nova vida, da vida eterna. Isso
acontece quando o homem se encontra com Deus na busca da salvação. Por isso só
Ele faz isso.
O novo nascimento significa a entrada do homem no Reino de Deus (Jo
3.3). Ninguém pode ser contado como cidadão antes de nascer. Do mesmo modo,
ninguém pode pertencer ao Reino de Deus antes de nascer de novo. A Bíblia diz:
“O Senhor, ao fazer descrição dos povos, dirá: Este é nascido ali” (Sl 87.6).
São os nascidos de novo que são inscritos no Livro da Vida (Lc 10.20).
Essa nova natureza é Cristo em nós (cf. Cl 3.4). Qualquer que é de novo
gerado, é gerado de “uma herança incorruptível” (1Pe 1.23), “a sua semente [de
Deus] permanece nele” (1Jo 3.9). O crente nasceu de novo pela semente divina e,
por isso, é participante da divina natureza (cf. 2Pe 1.4), e também participa
da santidade de Deus (Hb 12.10). Cumpre-se o milagre que Ezequiel predisse: “E
vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o
coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro
de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus
juízos, e os observeis” (Ez 36.26,27). Quando a vara é enxertada na árvore, ela
se torna participante, não só da raiz e da seiva (Rm 11.17), mas também da
natureza da árvore, o que se verifica na qualidade do fruto que essa vara agora
produz (Jo 15.1-5). Assim também acontece com aqueles em cujas vidas, pelo novo
nascimento, operou a influência divina. Essa influência os impulsiona andar nos
caminhos do Senhor: “Ou dizeis que a árvore é boa e o seu fruto, bom, ou dizeis
que a árvore é má e o seu fruto, mau” (Mt 12.33-35). Que milagre! Que maravilha
é o novo nascimento! Por meio dessa operação da graça divina, Deus restaura a
imagem da sua semelhança moral no homem, pois para isso o criou (Gn 1.26,27).
Ele, antes, estava escravizado pela própria carne. Agora, pelo novo
nascimento, tornou-se um filho de Deus (Jo 1.12), um ser livre, um súdito do
Reino de Deus (Jo 3.5; Ef 2.19). Tudo aconteceu porque o Espírito Santo agora
habita nele (1Co 3.16; 6.19; Rm 8.9), e exerce domínio sobre ele de modo total,
o que deu origem à transformação da sua personalidade. O homem recebe pois,
pela regeneração, tanto uma nova direção sobre sua vida, como poder de Deus
para seguir essa direção. O homem regenerado sente que, agora:
• Seu pensamento mudou; ele pensa
diferentemente, de conformidade com a vontade de Deus (Cl 3.10; Fp 4.7).
• Seu entendimento se abriu para as coisas de
Deus, pois antes não as entendia (1Co 2.15; 2Co 4.6) e Deus o renova para o
conhecimento (Cl 3.10).
• O seu sentimento registra o gozo pela
presença de Deus (cf. Sl 16.11); agora ele ama a Deus (1Jo 4.19) e aos irmãos
(1Jo 3.14).
• A sua vontade, que antes era escravizada
pela carne (Ef 2.2,3; Is 53.6), conforma-se com a vontade de Deus (Mt 6.10; 1Pe
1.22; 4.2; At 13.22).
• A sua consciência, agora purificada (Hb
9.14), torna-se sensível à direção de Deus (Rm 2.15).
• Não está mais debaixo da carne, mas do
Espírito (Rm 8.9). A sua carne, a sua velha natureza, não foi aniquilada, pois
ele a possui ainda, porém ela está dominada pela nova natureza e foi entregue à
morte (Gl 5.16,17; Rm 8.12,13), a cruz (Gl 2.20).
“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória
que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê
que Jesus é o Filho de Deus?” (1Jo 5.4,5). O que nasceu de novo vive e se move
em Jesus (At 17.28). Jesus disse: “Estai em mim, e eu, em vós” (Jo 15.4). Por
Jesus estar em nós, “o homem velho”, a nossa natureza caída que antes atendia
às tentações do mundo (Ef 2.2,3) agora está crucificada (Rm 6.8) e despida (Ef
4.22), com o que ficamos livres da lei da morte (Rm 8.2). Cristo está em nós, é
a nossa força (Fp 4.13). Por isso, aquele que é nascido de Deus vence o mundo.
Essa transformação interna que a regeneração nos oferece por Cristo viver em
nós, também opera uma transformação radical na nossa vida exterior — não mais
nos conformamos com o mundo (Rm 12.2). A Bíblia diz: “Qualquer que é nascido de
Deus não comete pecado” (1Jo 3.9). Isso significa que não mais podemos viver em
pecado, isto é, continuamente pecando. Se surgir algum problema, se chegarmos a
pecar, nossa nova natureza imediatamente nos impulsiona a buscar perdão,
restauração, renovação da íntima comunhão com Deus, que, pelo pecado, ficara
interrompida (1Jo 2.1,2). Assim poderemos continuar vencendo o mundo.
2. A Palavra da verdade. O
conceito da “verdade” vem desafiando a humanidade por milhares de anos.
Filósofos da antiga Grécia debatiam a natureza da verdade. Eles discutiam se
ela era real e absoluta, ou relativa e ilusória. Suas dúvidas podem ter sido
refletidas numa questão de Pilatos: “Que é a verdade?” (Jo 18.38).
Os humanos podem andar em dúvida e incerteza, mas Jesus é inequívoco.
Ele fala sobre a verdade como algo exato e objetivo. Em outra parte ele nos
fala que a verdade é a Palavra de Deus revelada. Quando ele falou com seu Pai
(Jo 17.17), ele disse: “tua palavra é a verdade”. Quando Jesus falou sobre a
verdade, ele não estava falando sobre uma vaga abstração resultante de um
intenso pensamento humano, meditação, lógica ou de um debate. Ele não definiu a
verdade em termos subjetivos como uma coisa qualquer que as pessoas escolheriam
acreditar. Jesus definiu a verdade como um fato revelado e eterno! A palavra de
Deus é verdadeira independentemente do fato de eu concordar com isso, de eu
aceitar e obedecer, ou rejeitar e contestar.
Outros que escreveram o Novo Testamento fizeram similares afirmações
sobre a palavra de Deus, achada nas Escrituras. Em 2 Timóteo 3.16-17, Paulo
disse: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (ARA). Paulo também disse que seu
ensinamento não tinha palavras de sabedoria humana, e sim palavras reveladas
pelo Espírito Santo (veja 1Co 2.9-13).
Deus revelou a verdade como certa e absoluta. Deus não nos deu meramente
ideias subjetivas para serem moldadas de modo a se ajustarem às nossas
situações. Ele não aprova distorções ou modificações das Escrituras para que se
ajustem aos nossos caprichos. Deus certamente não nos deixou num mar de dúvidas
onde nada podemos saber com certeza.
Devemos escolher como responder a esta revelação de Deus. Nós podemos
obedecê-la ou rejeitá-la. Temos a liberdade de aceitar tudo o que Deus disse,
ou somente as partes que nos interessam. Mas quando decidirmos como responder a
ela, devemos lembrar de que nada o que fizermos irá mudar a veracidade de suas
palavras. Aproximadamente três mil anos atrás o escritor de Salmos disse: “A
tua palavra, Senhor, para sempre está firmada nos céus.” (Sl 119.89 — NVI).
3. O propósito de Deus. Deus
intencionalmente gerou novas criaturas com o propósito definido de fazer delas
as primícias de suas criaturas. “Primícias” é termo judaico, que seria muito
bem entendido pelos leitores judeus cristãos. Representa aquilo que era
separado para Deus, antes que o restante fosse usado para qualquer coisa, como
a melhor parte de uma colheita ou as melhores ovelhas de um rebanho. Eram os
“primeiros frutos” (NVI). No
Novo Testamento o termo é usado para se referir aos cristãos, que têm as
primícias do Espírito (Rm 8.23), aos judeus, que foram as primícias da massa
(Igreja) (Rm 11.6), a cristãos individuais que foram os primeiros a se
converter em uma região (Rm 16.5; 1Co 16.15), a Cristo, como a primeira parte
da ressurreição dos mortos (1Co 15.20,23). Tiago provavelmente usa a expressão
para se referir ao fato de que os regenerados são o ápice da criação de Deus,
aquela parte das suas criaturas que Deus intentou tomar para si, para que se
tornassem santos para o Senhor, assim como os primeiros frutos eram consagrados
a Ele. É nesse sentido que o termo ocorre em Apocalipse 14.4: “Estes são os que
dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro”.
Deus deseja uma geração que seja exclusiva para si, separada para si,
consagrada para si. E esse anseio do coração de Deus se revela em toda Bíblia.
É um cuidado da parte de Deus com os seus escolhidos. Sem a santidade, ninguém
verá o Senhor, isto é, não entrará no Reino de Deus. A santidade não pode ser
protelada para se buscar nos momentos de agonia, de sofrimento na vida. Quem
não se preparar e tiver vida santa na terra, não terá santidade na Eternidade.
A santidade é requerida na vida presente. Todo aquele que crê em um Deus Santo
deve buscar ser santo. Ser santo não é sugestão, mas imperativo para todo
aquele que se tornou filho de Deus.
CONCLUSÃO
Como igreja de Jesus Cristo, o SENHOR nos fez e nos comprou a todos. Não
há diferenças em Cristo Jesus. Temos a mesma salvação, a mesma esperança, as
mesmas dificuldades e a mesma expectativa futura. Deve haver amor mútuo,
respeito e alegria em cada um e para com os outros. Qualquer outra atitude,
como inveja, lutas ou ressentimento, é do inferno. Que a igreja de Jesus Cristo
possa prosperar através do amor, e sem qualquer acepção de pessoas.
Amados, não importa o quão pobre ou rico você é nas coisas deste mundo,
o Senhor o escolheu em Seu abençoado Filho para a vida e as riquezas eternas.
Ele escreveu o seu nome no Livro da Vida, e Ele o predestinou para a glória e a
riqueza eterna. Deveríamos ser capazes de cantar os Seus louvores para sempre,
pois o nosso céu no futuro excede em muito as riquezas vazias neste mundo
perverso. Portanto, o nosso cântico deve ser sempre: Santidade ao Senhor!