Pontífice viajou de helicóptero à cidade de
Caserta, no sul da Itália, e foi à Igreja Evangélica da Reconciliação, ramo do
protestantismo que é considerado grande "competidor" dos católicos na
disputa por novos fiéis no mundo
PUBLICADO EM 28/07/14 - 20h24
DA REDAÇÃO
Francisco viajou de helicóptero à cidade de Caserta, no sul da Itália, e foi à Igreja Evangélica da Reconciliação, cujo prédio ainda está em obras. O papa também se reuniu privadamente com o pastor evangélico Giovanni Traettino, amigo de longa data.
Falando nesta segunda a cerca de 350 fiéis na igreja evangélica, o pontífice pediu desculpas pela perseguição católica aos pentecostais durante o regime fascista na Itália (1922-1943), quando a prática de sua fé era proibida.
"Entre os que perseguiam e denunciavam pentecostais, quase como se fossem pessoas loucas tentando destruir a raça [humana], havia também católicos", discursou.
"Eu sou o pastor dos católicos e peço o seu perdão por aqueles irmãos e irmãs católicos que não compreenderam e foram tentados pelo Diabo", acrescentou o papa.
Francisco também citou o ineditismo da visita. "Alguém vai se surpreender: 'O papa foi visitar os evangélicos?". Mas ele foi ver seus irmãos."
O papa defendeu
ainda a "unidade na diversidade" dentro do cristianismo. "O
Espírito Santo cria diversidade na igreja. A diversidade é bela, mas o próprio
Espírito Santo também cria unidade, para que a igreja esteja unida na
diversidade: (...) uma diversidade reconciliadora."
Depois do ato,
que durou cerca de uma hora e meia, o papa almoçou com a comunidade, divulgou a
Santa Sé em comunicado.Francisco aterrissou em Caserta às 10h15 (5h15 de Brasília), num heliporto no Palácio Real da cidade, após deixar a Cidade do Vaticano de helicóptero, pela manhã. Do palácio ele seguiu de carro até a casa do pastor Traettino.
Após a conversa privada, os dois religiosos foram de carro à igreja evangélica. Antes de entrar no templo, o papa cumprimentou fiéis católicos que aguardavam, curiosos, a sua chegada.
O protestantismo
pentecostal é uma corrente surgida nos EUA, no início do século 20, com ênfase
na experiência direta de Deus por meio dos dons do Espírito Santo, como os de
curar e de falar línguas desconhecidas.
Antecessores de
Francisco no papado, como João Paulo 2º, já haviam pedido perdão pela
perseguição a protestantes históricos –ramo do cristianismo surgido com o cisma
na Igreja Católica que caracterizou a Reforma na Europa, a partir do século 16.
Fonte: Folhapress
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