sexta-feira, 25 de julho de 2014

Lição 4 CPAD - 3° Trimestre 2014




Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos

 
3º Trimestre de 2014

 
Título: Fé e Obras — Ensinos de Tiago para uma vida cristã autêntica

Comentarista: Eliezer de Lira e Silva

Lição 4: Gerados pela Palavra da Verdade

Data: 27 de Julho de 2014

TEXTO ÁUREO: Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre(1Pe 1.23).

VERDADE PRÁTICA: Somente aqueles que foram gerados pela Palavra da Verdade são guiados pelo Espírito Santo.

 
INTERAÇÃO
Deus pode fazer o mal? O contexto da epístola de Tiago mostra que Ele é bom e, portanto, a sua sabedoria só pode fazer o bem, jamais o mal. Nele, não há variação de bondade e malignidade; de luz ou trevas. O nosso Pai Celestial decidiu de uma vez por todas, em Jesus, fazer o bem para reconciliar o mundo consigo mesmo. Por isso, a sabedoria de Deus é pura, bondosa, benigna, humilde, cordata, temperante, etc. Porque Ele é bom! Prezado professor, que a bondade de Deus inunde a sua vida e a dos seus alunos. Que eles decidam amar o próximo como o nosso Pai o ama.

 
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Analisar a relação entre os pobres e os ricos da igreja.

Defender a verdade que Deus só faz o bem.

Compreender que os filhos de Deus são as primícias dentre as criaturas.

 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado professor, para concluir o primeiro tópico da lição sugerimos mais uma leitura dos versículos 9-11 do primeiro capítulo de Tiago. Logo em seguida, explique aos alunos que à luz das Escrituras, apesar de o pobre ser marginalizado pela sociedade cuja cultura predominante é a de “ter” e não de “ser”, ele é convidado a gloriar-se em Cristo pela sua nova posição de filho de Deus. Enquanto o rico, no encontro com o Evangelho de Cristo, é convidado por Cristo a se humilhar para compreender a natureza passageira da sua riqueza. Sabendo assim acerca da sua missão de suprir o pobre necessitado. Conclua o tópico afirmando que Deus é o Senhor dos pobres e dos ricos.

 
Palavra Chave: Verdade: Propriedade de está conforme os fatos ou a realidade.

 
INTRODUÇÃO

Na lição de hoje vamos estudar acerca da qualidade relacional da igreja nos diversos níveis de interação entre pessoas geradas pela Palavra. Veremos a Epístola de Tiago apontando as distorções sociais que podem existir em um ambiente eclesiástico ou de convivência entre irmãos. A nossa perspectiva é a de que possamos nos relacionar com o outro independente da sua condição econômica e social. Ligados, sobretudo, pelo Evangelho.

 
I. A RELAÇÃO ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)

1. Os pobres na Igreja do primeiro século. Do ponto de vista social, a pobreza exclui o ser humano dos direitos básicos necessários à sua subsistência. Não é difícil reconhecer que a Igreja do primeiro século era constituída por duas classes sociais: a dos pobres e a dos ricos, tendo evidentemente mais pobres em sua composição. Uma vez que não podemos fazer acepção de pessoas (Rm 2.11; Cl 3.11), os pobres daquela época, que foram gerados pela Palavra e inseridos no corpo de Cristo — a Igreja — tinham motivos de alegrar-se no Senhor, pois além do novo nascimento, eles eram acolhidos pela igreja local (Gl 2.10).

 
2. Os ricos na Igreja Antiga.

Por vezes, os ricos são identificados na Bíblia como judeus proprietários de muitos bens e que negligenciavam as obrigações que pesam sobre os que desfrutam de tal condição (Lv 19.10; 23.22,35-55; Dt 15.1-18; Is 1.15-17; Mq 6.9-16; 1Tm 6.9,17-19). Por cuja razão, e pelas suas atitudes, eles eram frequentemente repreendidos pelas Escrituras (Am 3.10; Pv 11.28; 1Tm 6.17-19; Lc 6.24; 18.24,25). Os ricos e abastados têm a tendência a desenvolverem a arrogância, a autossuficiência e a postura de senhores poderosos, que pensam poder comprar as pessoas a qualquer preço. As Escrituras são claras em afirmar que o Reino de Deus não pode ser comprado por dinheiro algum. É possível o irmão rico ser gerado pela Palavra e tornar-se um filho de Deus? Sim, claro (Lc 18.25-26). Porém, ele pode encontrar maior dificuldade para desprender-se de suas riquezas (Mt 19.23-26, cf. v.11). É imprescindível que os mais abastados compreendam que após entregarem-se a Cristo, obedecerão ao mesmo Evangelho a que os irmãos pobres submetem-se. Aqui, torna-se ainda mais clara a verdade bíblica: para Deus não há acepção de pessoas (Rm 2.11; Cl 3.11).

 
3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais.

A igreja local deve receber a todos no espírito do Evangelho, isto é, como membros da família de Deus, pois através da salvação em Cristo, independentemente da condição social, todos têm a Deus como Pai (Rm 8.14), e a Jesus como irmão (Lc 8.21). Somos coerdeiros, juntamente com Cristo, de uma herança eterna (1Pe 1.4), pertencentes à santa família de Deus (Ef 2.19) e cidadãos de um reino imutável (Hb 12.28). Na família de Deus há lugar para todo ser humano justificado por Cristo. Portanto, o irmão pobre e o irmão rico não devem se envergonhar de suas condições sociais. Se o Evangelho alcançou seus corações, o rico saberá biblicamente o que fazer com a sua riqueza. E o pobre, de igual forma, como viverá sua pobreza. O importante é que Cristo em tudo seja exaltado!

 

SINOPSE DO TÓPICO (I): Na igreja do primeiro século, pobres e ricos eram acolhidos em amor.


II. DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg 1.16,17)

1. Não erreis (v.16).
Com essa advertência o meio-irmão do Senhor não está afirmando a doutrina da “santidade plena” ou perfeccionista: a de que o homem, uma vez remido, não mais pecará. Tal palavra tem como propósito conclamar o crente a não dar ouvidos à “voz” da concupiscência carnal. Recapitulando a mensagem dos versículos 12 a 15, que tratam do tema da tentação, os versículos 9 a 11 formam uma introdução ao tema da tentação, ao passo o que versículo 16 é uma advertência para os crentes não se curvarem aos desejos imorais e infames do mundo, pois Deus é a fonte de tudo o que é bom. Logo, não podemos dar crédito àquilo que é mau.

 
2. Todo dom e boa dádiva vêm de Deus.

Um dom de Deus, como a sabedoria que torna uma pessoa espiritualmente madura (v.4), não pode ser recebido pelo crente através de esforço humano. Quem o distribui é Deus. Este dom é fruto da graça do Pai para nós. Num tempo onde o ascetismo religioso tende a tirar o foco da glória de Deus e da sua benignidade, tornando o ser humano “digno” do céu, precisamos lembrar que a nossa vida espiritual não depende de disciplinas humanas para receber dádivas de Deus. Depende de um relacionamento livre, espontâneo e sincero com o Pai das Luzes mediante o seu Filho, Jesus Cristo, e na força do Espírito Santo.

 
3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das Luzes.

Ao escrever que “toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto”, Tiago declara que apenas as boas virtudes vêm de Deus. Não há sombra de variação no Pai das Luzes, isto é, nEle não há momentos de trevas e outros de luzes. Só há luz. Ele não muda e é bom! Não faz o mal aos seus filhos (Lc 11.11-13). Infelizmente, muitos têm uma visão turva de Deus como se Ele fosse um carrasco pronto a castigar-nos na primeira oportunidade. Não devemos falar sobre o Pai desta maneira, lembremo-nos do ensinamento joanino que fala sobre sermos defendidos e advogados por Jesus, o Filho de Deus (1Jo 2.1,2).

 

SINOPSE DO TÓPICO (II): Tudo o que é bom vem de Deus, pois nEle não há momento de bondade e maldade. Ele é sempre bom!

 

III. PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)

1. Algo que somente Deus faz.

A regeneração é um milagre proveniente do Pai das Luzes, segundo a sua vontade (v.17). Foi Ele que nos gerou pela Palavra da Verdade. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente pelo Pai das Luzes através do Santo Espírito. Ele limpa o homem dos seus pecados (Is 1.18), dando-lhe perdão e implantando-lhe um novo caráter. Aqui, acontece o que o nosso Senhor falou aos seus discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14.23). O Pai é a fonte de nossa vida espiritual (Jo 1.12,13).

 
2. A Palavra da Verdade.

Naqueles dias, parte da igreja estava dispersa, sofrendo muitas tribulações. Para superá-las era preciso uma inabalável convicção de que, apesar das lutas, ela não havia deixado de ser as primícias do Senhor entre as criaturas. Por esse motivo, Tiago enfatiza a expressão “Palavra da Verdade”. Fomos gerados e enxertados pela Palavra que salva a nossa alma (v.21). Assim, a despeito de todas as circunstâncias difíceis da vida, podemos aplicar essa verdade afirmando que somos filhos de Deus, as primícias entre as criaturas do Senhor.

 
3. O propósito de Deus.

A salvação é a maior bênção de Deus para a humanidade. O propósito divino não é primeiramente abençoar o crente com bênçãos materiais, mas fazer dele primícias de suas criaturas: os salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). No Antigo Testamento, as primícias eram a colheita do melhor fruto (Lv 23.10,11 cf. Êx 23.19; Dt 18.4). Ao referir-se às primícias, Tiago dizia aos primeiros irmãos, notadamente judeus, que eles foram escolhidos como primícias do Evangelho. Os primeiros de muitos outros que Deus havia começado a colher. Alegre-se no Senhor! Você faz parte das primícias da sua geração. Escolhido por Deus e nomeado por Ele para proclamar as virtudes do Senhor neste mundo.

 
SINOPSE DO TÓPICO (III): A partir da promessa da salvação, Deus colhe as suas primícias (os salvos) dentre as criaturas.

 

CONCLUSÃO

Inseridos no processo de aperfeiçoamento espiritual, sofremos os mais diversos tipos de provações, independentemente de nossa posição social, econômica e cultural. Tais situações aperfeiçoam-nos e amadurecem-nos como pessoas. Quando alguém é gerado pela Palavra da Verdade, ele é chamado pelo Pai a viver o Evangelho em fidelidade. Não podemos nos esquecer do nosso maior desafio: fazer o Evangelho falar num mundo dominado por relacionamentos distorcidos. Somos o Corpo de Cristo, a Igreja de Deus: a coluna e firmeza da verdade (1Tm 3.15).

 
VOCABULÁRIO

Ascetismo: Doutrina de pensamento ou de fé que considera a ascese, isto é, a disciplina e o autocontrole estritos do corpo e do espírito, um caminho imprescindível em direção a Deus, à verdade ou à virtude.
Joanino: Referente ao Evangelho de João.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2007.

EXERCÍCIOS

1. A Igreja do primeiro século era constituída por duas classes sociais. Quais eram elas?

R. A dos pobres e a dos ricos, tendo evidentemente mais pobres em sua composição.

2. Quem eram os ricos identificados na Bíblia?

R. Os ricos são identificados na Bíblia como judeus proprietários de muitos bens e que negligenciavam as obrigações que pesam sobre os que desfrutam de tal condição (Lv 19.10; 23.22,35-55; Dt 15.1-18; Is 1.15-17; Mq 6.9-16; 1Tm 6.9,17-19).

3. Quem pode distribuir o dom da sabedoria?

R. Deus.

4. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente por quem?

R. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente pelo Pai das Luzes através do Santo Espírito.

5. Qual é a maior bênção de Deus para a humanidade?

R. A salvação.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação, e o rico, em seu abatimento (1.9,10). A primeira palavra é hypsos, ‘exaltação’. A segunda é tapeinosis, ‘humildade/humilhação’. O perigo da pobreza é que uma pessoa pode invejar os ricos e sentir-se inferior, ao passo que o perigo da riqueza é que uma pessoa pode tornar-se orgulhosa e arrogante. Cada perigo é equilibrado pela perspectiva da vida, que é modelada pela fé. O pobre encontra conforto e identidade na percepção de que em Cristo ele foi exaltado até a posição de um filho de Deus. O rico recupera a humildade ao contemplar o fato de que a riqueza material é passageira, e que para vir até o Senhor ele abandonou a dependência de suas posses, aproximando-se de Deus como um homem necessitado, procurando a salvação que está enraizada na graça” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2007, p.513).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

O Nascimento através da Palavra (1.17-18).

Nesse capítulo de abertura, ao insistir que ‘Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto’ (v.17), Tiago está realçando dois pontos cruciais de seu argumento.

Deixa claro que um ‘dom perfeito’, tal como a sabedoria, necessário para tornar uma pessoa ‘madura’ (‘madura’ em 1.4 e ‘perfeita’ em 1.17 são traduções da mesma palavra grega, teleios), não pode ser recebido através do esforço humano, pois este vem somente de Deus.

Ao afirmar que ‘todos’ esses dons têm sua origem em Deus, Tiago está também declarando sua convicção de que somente bons dons vêm de Deus. Quando diz que Deus é o ‘Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação’, está provavelmente fazendo uma alusão a fenômenos astronômicos, tais como eclipses lunares ou solares, ou às fases da lua. Pode-se confiar que cada dom de Deus será bom e não resultará em qualquer tentação ou provação (1.13 e comentários).

A vontade de Deus difere da humana não só em sua perfeita bondade, mas também em seus efeitos. Enquanto a vontade humana, pela sua inclinação ao mal, originária de nossa natureza pecaminosa, leva a ações que irão ao final resultar em morte, a vontade de Deus leva à vida. Na verdade, Tiago estabelece o contraste desses diferentes resultados por meio de paralelos entre os processos de três estágios que se iniciam com a vontade humana e a divina” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição, RJ: CPAD, 2004, p.1666).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 
Gerados pela Palavra da Verdade

Qual o contexto social em que a sua igreja local está localizada? Trata-se de uma cidade nobre? Ou da periferia? Quem são os seus alunos? Como se dá a relação social entre os seus alunos? O professor não pode planejar essa lição sem antes fazer estas perguntas e respondê-las com sinceridade.
Inicie a aula descrevendo as classes sociais da Igreja do Primeiro Século. Para isso, use o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, pois na seção bíblica de Tiago [Orgulhando-se da “Coroa da Vida” (1.9-12)], o teólogo Timothy B. Cargal procura responder como era, ou deveria ser, a relação dos crentes oriundos de distintos contextos sociais, isto é, entre os ricos e os pobres da igreja. A conclusão que o teólogo chega nesta seção da carta é que os “leitores estavam muito conscientes de sua posição, e nem sempre se aproveitavam das oportunidades para demonstrar a preocupação de Deus por aqueles que estavam necessitados (2.14-17). Já se orgulhavam de sua elevada posição, talvez por considerarem ‘ricos’, moralmente superiores, mesmo quando se identificavam com as armadilhas das posições elevadas e do poder. Até mesmo pensavam a respeito de sua salvação utilizando a imagem da sua posição social, isto é, a coroa da vida” (p.1665).

Um desastre que pode ocorrer ao crente economicamente bem sucedido é quando ele interpreta as ocorrências cotidianas da vida como “acontecimentos espirituais”. Ele faz uma teologia particular sem se importar com os outros ao redor. Por exemplo, é comum um crente atribuir a Deus a compra de um bem material dizendo “foi Deus quem me deu!”. Mas ele não pode esquecer o contexto desta aquisição. Ora, estamos num país economicamente equilibrado e que, por isso, lhe proporcionou uma linha de crédito para esse fim. Se nós não considerarmos tais realidades poderemos entrar em questões bem difíceis, tais como: Por que Deus deu um bem para um irmão e não deu ao outro? Ambos não são salvos? É preciso explicar o mal que uma teologia individualista, como a da prosperidade, pode causar a uma igreja local. Não podemos ignorar o ensino da Palavra: a de que o rico deve suprir o necessitado, e esse, deve se alegrar por se achar o filho escolhido por Deus.

 
 
 
AUXÍLIOS COMPLEMENTARES
INTRODUÇÃO
O ensino de Tiago sobre esse assunto é aplicado para uma comunidade que está passando por problemas econômicos sérios. Há diversas classes de pobres na comunidade de Tiago: aqueles que estão desamparados e negligenciados sem culpa própria — viúvas e órfãos; aqueles vitimados economicamente — trabalhadores cujo estado deplorável ocorria em virtude da ganância e indiferença dos empregadores; e ainda aqueles que foram reduzidos a necessidades medonhas de pobreza e miséria, talvez por não terem direitos legais.
A pobreza e a riqueza, independentemente de suas origens, são fatos comuns à realidade da existência humana. Evidentemente que nunca foi propósito de Deus que uns poucos tivessem consigo tanta fortuna, enquanto que a maioria das pessoas vive uma vida que abeira a extrema miséria. Então, de acordo com o ensino de Tiago, qual deve ser a relação entre pobres e ricos? Tentaremos responder esta questão analisando-a no contexto da igreja.
 
I. A RELAÇÃO ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)
1. Os pobres na Igreja do primeiro século. Tiago sabia que muitos irmãos estavam vivendo em profunda pobreza e ocupavam os cargos de menor remuneração na sociedade. Essas pessoas precisavam de palavras de encorajamento, pois as condições econômicas eram opressivas e difíceis de entender. No entanto ele afirma que irmão cristão (v.9) pode regozijar-se mesmo debaixo da opressão da pobreza. Ele não tem prazer nas suas privações, mas possui a fonte da verdadeira alegria que eleva o seu espírito acima das limitações materiais. A exaltação é o que a comunhão com Cristo faz pelo sentimento de dignidade de uma pessoa diante de Deus. Quando um homem sabe que pertence a Cristo e aprendeu a valorizar os valores espirituais da vida, não precisa de muitas vantagens materiais para ser um homem satisfeito e alegre (Cf. Fp 4.10-13).
A pobreza é uma adversidade externa. Mas o cristão pobre deve se regozijar em seu novo estado em Jesus Cristo. Este relacionamento deu-lhe verdadeira riqueza. Ele é um herdeiro de Deus e um co-herdeiro com Jesus Cristo! Desta forma todo cristão pobre é estimulado não apenas a saber de sua posição elevada mas também a orgulhar-se dela. É com orgulho que aponta para seu Pai celeste e seu irmão, Jesus Cristo.
2. Os ricos na Igreja Antiga. Tiago não está preocupado com as riquezas, mas com a pessoa que as possui. Concluo, portanto, que o homem rico ou não vivia em comunhão com Deus ou não é um cristão. Como pode uma pessoa rica “orgulhar-se de sua posição inferior”? O pobre orgulha-se de suas riquezas espirituais, mas o homem rico que não vive em comunhão com o Senhor ou que rejeita Deus é espiritualmente cego e incapaz de ver seu “abatimento”. Ele se gloria de sua riqueza material, mas a riqueza terrena “passará como a flor da erva”. Os bens terrenos podem ser comparados às marés: eles vêm e vão.
Em uma única frase o autor descreve as condições climáticas de Israel. A principal causa da seca é o calor ardente do sol que se levanta, especialmente quando acompanhado do vento causticante do deserto. Essa combinação faz as plantas murcharem rapidamente e sua flor e beleza desaparecem em questão de horas. Quando o vento chamado siroco sopra dia e noite vindo do leste, o aspecto da paisagem transforma-se drasticamente.
“Assim se murchará também o rico em seus caminhos”. Certamente as posses terrenas do homem podem desaparecer num tempo incrivelmente curto, mas o texto não diz que as riquezas desaparecerão. Afirma que o “rico murchará”. Em forma poética, esta é a descrição do ser humano encontrada no Salmo 103.
A grande verdade que Tiago procura mostrar é que a vida do rico chega ao fim enquanto ele se ocupa em ganhar dinheiro. Suas riquezas não são capazes de prolongar sua vida, pois ele parte deixando para trás as suas posses.
 
3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais. Teria o sábio realmente vantagem sobre o tolo, ou isso seria apenas um conceito humano? Seria o pobre qualificado para ter um espaço na sociedade, ou somente os ricos estariam qualificados? Nos seus questionamentos irônicos, Salomão, com todo seu conhecimento, parece deixar claro que a superioridade do conhecimento e de uma boa qualificação social não nos faz superior a ninguém.
O mundo e a igreja estão cheios de pessoas que, por terem uma condição financeira ou uma posição social melhor, se acham superiores às outras, e elas vivem a vida julgando-se mais especiais. Deus não faz diferença, não discrimina, nem privilegia seus filhos isoladamente. Para Ele todos são iguais, todos têm o mesmo amor, todos são seus filhos e merecem a mesma luz, a mesma proteção. Não importa a raça, o sexo, o nível cultural, se rico, ou pobre, se novo ou velho; todos são iguais para os Seus olhos: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28).
Falar dessa igualdade significa reconhecer que Deus foi tão justo na sua criação que criou o homem Sua imagem e semelhança, nos dando a igualdade como uma condição primeira do homem como sua criatura. Se somos todos iguais aos olhos de Deus, por que o homem se faz diferente, criando indiferenças com o irmão? Sejamos sim, todos iguais. Façamos dessa semelhança com o Criador a nossa perfeição para uma convivência fraterna com o nosso irmão, nosso semelhante. Reconheçamos essa igualdade aos olhos de Deus e nos tornemos um ser perfeito, assim como perfeita foi sua Criação.
Deus nos criou a Sua imagem e semelhança (Gn 1.26), mas o pecado vem desqualificando essa igualdade que Deus colocou nos seres humanos. Desde que o pecado entrou no mundo, as comparações e discriminações se tornaram algo evidente na vida dos seres humanos. Na luta incontida pela sobrevivência, nós queremos saber quem é o melhor e o maior.
 
II. DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg 1.16,17)
1. Não erreis (v.16). Não tirem conclusões falsas por meio de uma lógica aparente (consciente ou inconsciente). O ser humano que tenta se afirmar contra Deus empenha de múltiplas maneiras sua capacidade mental para justificar essa atitude errada. Ver a situação corretamente constitui o primeiro passo para que possamos obter auxílio.
Não vagueiam tanto no seu pensamento a ponto de acreditar que qualquer provação ou tentação, com um propósito mal, vem de Deus. Ele tem medo de que esses crentes possam cair no erro da dúvida quanto à bondade de Deus, o que poderia ser fatal à fé. Isso é um argumento com base na ideia oposta; pois assim como Deus é o autor de todo o bem, assim também é absurda a suposição que ele é o autor do mal. A Ele pertence fazer o bem; e de acordo com a Sua natureza, e da parte dEle, todas as coisas boas chegam até nós. Portanto, qualquer maldade que exista não concorda com a Sua natureza.
Ainda hoje alguns cristãos que são provados e testados perdem a perspectiva correta e questionam a providência divina. Se Deus é Todo-Poderoso, por que Ele não evita as tragédias e calamidades? O homem pode multiplicar as acusações verbais e não-verbais contra Deus, mas não deve fazê-lo.
2. Todo dom e boa dádiva vêm de Deus. Deus é a personificação da bondade, a fonte de tudo o que é bom, pois a bondade se origina dEle. Deus dá por meio da criação do céu e da terra; Deus dá quando envia seu Filho; Deus dá ao derramar seu Espírito. As dádivas que Deus coloca à disposição de Seu povo são boas e perfeitas — cada uma delas. Elas incluem dádivas espirituais e materiais.
Todas as coisas nos são dadas pelas mãos de Deus, pois recebemos dEle tanto a prosperidade quanto a adversidade. Deus dá ao seu povo provações e testes que, por vezes, tomam a forma de calamidades. Assim diz o profeta Amós para o povo de Israel: “Sucederá algum mal à cidade sem que o Senhor o tenha feito?” (3.6 — ARA).
Deus está completamente no controle de cada situação e sabe o que é melhor para seus filhos. “Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos pedirem?” (Mt 7.11; comparar com Lc 11.13).
3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das Luzes. Olhe ao redor e considere a bondade de Deus (1.17). Quando Satanás tentou Eva no jardim do Éden e Jesus no deserto, ele questionou o amor de Deus. A bondade de Deus é o grande escudo contra a tentação do diabo. Quando sabemos que Deus é bom, não precisamos cair nas armadilhas do diabo para suprir nossas necessidades. E melhor estar faminto dentro da vontade de Deus do que estar farto e cheio fora da vontade de Deus (Dt 6.10-15). Jesus foi categórico com Satanás: “...Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Uma coisa é ser tentado, outra coisa é ceder à tentação. Não é pecado ser tentado, mas sim ceder à tentação. Lutero costumava dizer: “Você não pode impedir que um pássaro voe sobre a sua cabeça, mas você pode impedir que ele faça ninho em sua cabeça”.
Tiago apresenta três fatos sobre a bondade de Deus: Deus dá somente boas dádivas. Tudo o que Deus dá é bom, até as provas. O espinho na carne de Paulo foi um dom estranho, mas foi uma grande bênção para ele (2Co 12.1-10). Deus dá constantemente. O verbo “descendo” é um presente particípio, cujo significado é: continua sempre descendo. Deus não dá seus dons apenas ocasionalmente, mas constantemente. Deus não muda. Deus não pode mudar para pior porque Ele é santo. Ele não pode mudar para melhor porque Ele é perfeito. O primeiro escudo contra a tentação é o julgamento de Deus. O segundo é a bondade de Deus.
Tudo o que Deus nos dá é bom. Toda boa dádiva procede das Suas mãos. Ele, muitas vezes, nos dá não o que pedimos, mas o que precisamos. Seríamos destruídos se Deus deferisse todas nossas orações. Muitas vezes pedimos uma pedra, pensando que estamos pedindo um pão; pedimos uma serpente, pensando que estamos pedindo um peixe. Deus, então, é tão bondoso, que não nos dá o que pedimos, mas o que necessitamos.
 
III. PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)
1. Algo que somente Deus faz. Tiago afirma que “Ele nos gerou”. A regeneração expressa a experiência do recebimento da nova vida, da vida eterna. Isso acontece quando o homem se encontra com Deus na busca da salvação. Por isso só Ele faz isso.
O novo nascimento significa a entrada do homem no Reino de Deus (Jo 3.3). Ninguém pode ser contado como cidadão antes de nascer. Do mesmo modo, ninguém pode pertencer ao Reino de Deus antes de nascer de novo. A Bíblia diz: “O Senhor, ao fazer descrição dos povos, dirá: Este é nascido ali” (Sl 87.6). São os nascidos de novo que são inscritos no Livro da Vida (Lc 10.20).
Essa nova natureza é Cristo em nós (cf. Cl 3.4). Qualquer que é de novo gerado, é gerado de “uma herança incorruptível” (1Pe 1.23), “a sua semente [de Deus] permanece nele” (1Jo 3.9). O crente nasceu de novo pela semente divina e, por isso, é participante da divina natureza (cf. 2Pe 1.4), e também participa da santidade de Deus (Hb 12.10). Cumpre-se o milagre que Ezequiel predisse: “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ez 36.26,27). Quando a vara é enxertada na árvore, ela se torna participante, não só da raiz e da seiva (Rm 11.17), mas também da natureza da árvore, o que se verifica na qualidade do fruto que essa vara agora produz (Jo 15.1-5). Assim também acontece com aqueles em cujas vidas, pelo novo nascimento, operou a influência divina. Essa influência os impulsiona andar nos caminhos do Senhor: “Ou dizeis que a árvore é boa e o seu fruto, bom, ou dizeis que a árvore é má e o seu fruto, mau” (Mt 12.33-35). Que milagre! Que maravilha é o novo nascimento! Por meio dessa operação da graça divina, Deus restaura a imagem da sua semelhança moral no homem, pois para isso o criou (Gn 1.26,27).
Ele, antes, estava escravizado pela própria carne. Agora, pelo novo nascimento, tornou-se um filho de Deus (Jo 1.12), um ser livre, um súdito do Reino de Deus (Jo 3.5; Ef 2.19). Tudo aconteceu porque o Espírito Santo agora habita nele (1Co 3.16; 6.19; Rm 8.9), e exerce domínio sobre ele de modo total, o que deu origem à transformação da sua personalidade. O homem recebe pois, pela regeneração, tanto uma nova direção sobre sua vida, como poder de Deus para seguir essa direção. O homem regenerado sente que, agora:
   •    Seu pensamento mudou; ele pensa diferentemente, de conformidade com a vontade de Deus (Cl 3.10; Fp 4.7).
   •    Seu entendimento se abriu para as coisas de Deus, pois antes não as entendia (1Co 2.15; 2Co 4.6) e Deus o renova para o conhecimento (Cl 3.10).
   •    O seu sentimento registra o gozo pela presença de Deus (cf. Sl 16.11); agora ele ama a Deus (1Jo 4.19) e aos irmãos (1Jo 3.14).
   •    A sua vontade, que antes era escravizada pela carne (Ef 2.2,3; Is 53.6), conforma-se com a vontade de Deus (Mt 6.10; 1Pe 1.22; 4.2; At 13.22).
   •    A sua consciência, agora purificada (Hb 9.14), torna-se sensível à direção de Deus (Rm 2.15).
   •    Não está mais debaixo da carne, mas do Espírito (Rm 8.9). A sua carne, a sua velha natureza, não foi aniquilada, pois ele a possui ainda, porém ela está dominada pela nova natureza e foi entregue à morte (Gl 5.16,17; Rm 8.12,13), a cruz (Gl 2.20).
“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (1Jo 5.4,5). O que nasceu de novo vive e se move em Jesus (At 17.28). Jesus disse: “Estai em mim, e eu, em vós” (Jo 15.4). Por Jesus estar em nós, “o homem velho”, a nossa natureza caída que antes atendia às tentações do mundo (Ef 2.2,3) agora está crucificada (Rm 6.8) e despida (Ef 4.22), com o que ficamos livres da lei da morte (Rm 8.2). Cristo está em nós, é a nossa força (Fp 4.13). Por isso, aquele que é nascido de Deus vence o mundo. Essa transformação interna que a regeneração nos oferece por Cristo viver em nós, também opera uma transformação radical na nossa vida exterior — não mais nos conformamos com o mundo (Rm 12.2). A Bíblia diz: “Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado” (1Jo 3.9). Isso significa que não mais podemos viver em pecado, isto é, continuamente pecando. Se surgir algum problema, se chegarmos a pecar, nossa nova natureza imediatamente nos impulsiona a buscar perdão, restauração, renovação da íntima comunhão com Deus, que, pelo pecado, ficara interrompida (1Jo 2.1,2). Assim poderemos continuar vencendo o mundo.
 
2. A Palavra da verdade. O conceito da “verdade” vem desafiando a humanidade por milhares de anos. Filósofos da antiga Grécia debatiam a natureza da verdade. Eles discutiam se ela era real e absoluta, ou relativa e ilusória. Suas dúvidas podem ter sido refletidas numa questão de Pilatos: “Que é a verdade?” (Jo 18.38).
Os humanos podem andar em dúvida e incerteza, mas Jesus é inequívoco. Ele fala sobre a verdade como algo exato e objetivo. Em outra parte ele nos fala que a verdade é a Palavra de Deus revelada. Quando ele falou com seu Pai (Jo 17.17), ele disse: “tua palavra é a verdade”. Quando Jesus falou sobre a verdade, ele não estava falando sobre uma vaga abstração resultante de um intenso pensamento humano, meditação, lógica ou de um debate. Ele não definiu a verdade em termos subjetivos como uma coisa qualquer que as pessoas escolheriam acreditar. Jesus definiu a verdade como um fato revelado e eterno! A palavra de Deus é verdadeira independentemente do fato de eu concordar com isso, de eu aceitar e obedecer, ou rejeitar e contestar.
Outros que escreveram o Novo Testamento fizeram similares afirmações sobre a palavra de Deus, achada nas Escrituras. Em 2 Timóteo 3.16-17, Paulo disse: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (ARA). Paulo também disse que seu ensinamento não tinha palavras de sabedoria humana, e sim palavras reveladas pelo Espírito Santo (veja 1Co 2.9-13).
Deus revelou a verdade como certa e absoluta. Deus não nos deu meramente ideias subjetivas para serem moldadas de modo a se ajustarem às nossas situações. Ele não aprova distorções ou modificações das Escrituras para que se ajustem aos nossos caprichos. Deus certamente não nos deixou num mar de dúvidas onde nada podemos saber com certeza.
Devemos escolher como responder a esta revelação de Deus. Nós podemos obedecê-la ou rejeitá-la. Temos a liberdade de aceitar tudo o que Deus disse, ou somente as partes que nos interessam. Mas quando decidirmos como responder a ela, devemos lembrar de que nada o que fizermos irá mudar a veracidade de suas palavras. Aproximadamente três mil anos atrás o escritor de Salmos disse: “A tua palavra, Senhor, para sempre está firmada nos céus.” (Sl 119.89 — NVI).
3. O propósito de Deus. Deus intencionalmente gerou novas criaturas com o propósito definido de fazer delas as primícias de suas criaturas. “Primícias” é termo judaico, que seria muito bem entendido pelos leitores judeus cristãos. Representa aquilo que era separado para Deus, antes que o restante fosse usado para qualquer coisa, como a melhor parte de uma colheita ou as melhores ovelhas de um rebanho. Eram os “primeiros frutos” (NVI). No Novo Testamento o termo é usado para se referir aos cristãos, que têm as primícias do Espírito (Rm 8.23), aos judeus, que foram as primícias da massa (Igreja) (Rm 11.6), a cristãos individuais que foram os primeiros a se converter em uma região (Rm 16.5; 1Co 16.15), a Cristo, como a primeira parte da ressurreição dos mortos (1Co 15.20,23). Tiago provavelmente usa a expressão para se referir ao fato de que os regenerados são o ápice da criação de Deus, aquela parte das suas criaturas que Deus intentou tomar para si, para que se tornassem santos para o Senhor, assim como os primeiros frutos eram consagrados a Ele. É nesse sentido que o termo ocorre em Apocalipse 14.4: “Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro”.
Deus deseja uma geração que seja exclusiva para si, separada para si, consagrada para si. E esse anseio do coração de Deus se revela em toda Bíblia. É um cuidado da parte de Deus com os seus escolhidos. Sem a santidade, ninguém verá o Senhor, isto é, não entrará no Reino de Deus. A santidade não pode ser protelada para se buscar nos momentos de agonia, de sofrimento na vida. Quem não se preparar e tiver vida santa na terra, não terá santidade na Eternidade. A santidade é requerida na vida presente. Todo aquele que crê em um Deus Santo deve buscar ser santo. Ser santo não é sugestão, mas imperativo para todo aquele que se tornou filho de Deus.
 
CONCLUSÃO
Como igreja de Jesus Cristo, o SENHOR nos fez e nos comprou a todos. Não há diferenças em Cristo Jesus. Temos a mesma salvação, a mesma esperança, as mesmas dificuldades e a mesma expectativa futura. Deve haver amor mútuo, respeito e alegria em cada um e para com os outros. Qualquer outra atitude, como inveja, lutas ou ressentimento, é do inferno. Que a igreja de Jesus Cristo possa prosperar através do amor, e sem qualquer acepção de pessoas.
Amados, não importa o quão pobre ou rico você é nas coisas deste mundo, o Senhor o escolheu em Seu abençoado Filho para a vida e as riquezas eternas. Ele escreveu o seu nome no Livro da Vida, e Ele o predestinou para a glória e a riqueza eterna. Deveríamos ser capazes de cantar os Seus louvores para sempre, pois o nosso céu no futuro excede em muito as riquezas vazias neste mundo perverso. Portanto, o nosso cântico deve ser sempre: Santidade ao Senhor!
 

 
 

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