Lições Bíblicas CPAD / Jovens e
Adultos
3º Trimestre de 2014
Título: Fé e Obras — Ensinos de Tiago para uma vida
cristã autêntica
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 1: Tiago — A fé que se mostra
pelas obras
TEXTO ÁUREO: “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma”
(Tg 2.17).
VERDADE PRÁTICA:
A nossa fé tem de produzir frutos
verdadeiros de amor, do contrário, ela se apresenta falsa.
HINOS SUGERIDOS:
18, 47,
93.
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE: Tiago
2.14-26.
14 - Meus
irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras?
Porventura, a fé pode salvá-lo?
15 - E, se o
irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano,
16 - e algum
de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as
coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
17 - Assim
também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
18 - Mas dirá
alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas
obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
19 - Tu crês
que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o creem e estremecem.
20 - Mas, ó
homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?
21 - Porventura
Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o
altar o seu filho Isaque?
22 - Bem vês
que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a fé foi aperfeiçoada,
23 - e
cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado
como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.
24 - Vedes,
então, que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé.
25 - E de
igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando
recolheu os emissários e os despediu por outro caminho?
26 - Porque,
assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é
morta.
INTERAÇÃO
“Fé e obras: Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica” é o tema
deste trimestre! Portanto, estudaremos a Epístola de Tiago. O comentarista é o
pastor Eliezer de Lira e Silva, conferencista de Escolas Bíblicas e diretor do
projeto missionário Ide Ensinai em Moçambique, África.
Ao ler a Epístola Universal de Tiago chegamos à conclusão de que o
Evangelho não admite uma vida cristã acompanhada de um discurso desassociado da
prática. A nossa fé deve ser confirmada através das obras. Caro professor, de
maneira profunda, estude esta epístola, pois, temos um grande desafio:
convencer os nossos alunos de que vale a pena levar estes ensinamentos até as
últimas consequências.
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
1° Descrever as questões de autoria, local, data e
destinatário da epístola.
2° Entender o propósito da epístola.
3° Destacar a atualidade da epístola.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado
professor, para iniciar o estudo da Carta de Tiago sugerimos que reproduza o
esquema abaixo na lousa, ou em cópias, conforme as suas possibilidades. O
esquema é um esboço da epístola a ser estudada. Ele vai auxiliar na análise
panorâmica da carta. Neste esquema ainda constam informações como: a estrutura
da epístola, autoria, tema, data e uma consideração preliminar. Tenha uma boa
aula!
ESBOÇO DA CARTA DE TIAGO
Considerações
Preliminares: Tiago é classificada como “epístola universal” porque foi
originalmente escrita para uma comunidade maior que uma igreja local. A saudação:
“Às doze tribos que andam dispersas” (1.1), juntamente com outras referências
(2.19,21), indicam que a epístola foi escrita inicialmente a cristãos judeus
que viviam fora da Palestina. É possível que os destinatários fossem os
primeiros convertidos em Jerusalém, que, após a morte de Estêvão, foram
dispersos pela perseguição (At 8.1) até a Fenícia, Chipre, Antioquia da Síria e
além (At 11.19).
Palavra Chave: Fé: Confiança absoluta em alguém. A primeira das três virtudes teologais:
fé, esperança e amor.
INTRODUÇÃO
Neste trimestre,
estudaremos a mensagem de Deus entregue aos santos irmãos do primeiro século
por intermédio de Tiago, o irmão do Senhor. Assim pode ser resumida a Epístola
universal de Tiago: uma carta de conselhos práticos para uma vida bem-sucedida
e de acordo com a Palavra de Deus. A espiritualidade superficial, a ausência de
integridade, a carência de perseverança e a insuficiência da compaixão para com
o próximo são características que permeiam o caminho de muitos crentes dos dias
modernos. O estudo dessa epístola é relevante para os nossos dias, pois
contempla a oportunidade de aperfeiçoarmos o nosso relacionamento com Deus e
com o próximo, levando-nos a compreender que a fé sem as obras é morta (Tg
2.17).
I. AUTORIA, LOCAL, DATA E
DESTINATÁRIOS (Tg 1.1)
1. Autoria.
Em primeiro
lugar, é preciso destacar o fato de que há, em o Novo Testamento, a menção de
quatro pessoas com o nome de Tiago: Tiago, pai de Judas, não o Iscariotes, (Lc
6.16); Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João (Mt 4.21; 10.2; Mc 1.19, 10.35;
Lc 5.10; 6.14; At. 1.13; 12.2); Tiago, filho de Alfeu, um dos doze discípulos
(Mt 10.3; Mc 3.18; 15.40; Lc 6.15; At 1.13) e, finalmente, Tiago, o autor da
epístola, que era filho de José e Maria e meio-irmão do nosso Senhor (Mt
1.18,20). Após firmar os passos na fé e testemunhar a ressurreição do Filho de
Deus, o irmão do Senhor liderou a Igreja em Jerusalém (At 15.13-21) e, mais
tarde, foi considerado apóstolo (Gl 1.19). Pela riqueza doutrinária da carta, o
autor não poderia ser outro Tiago, senão, o irmão do Senhor e líder da Igreja
em Jerusalém.
2. Local e data.
Embora a maioria
dos biblistas veja a Palestina, e mais especificamente Jerusalém, como local
mais indicado de produção da epístola, tal informação é desconhecida. Sobre a
data, tratando-se do período antigo da era cristã, sempre será aproximada. Por
essa razão, a Bíblia de Estudo Pentecostal data a produção da carta de
Tiago entre os anos 45 a 49 d.C., aproximadamente.
3. Destinatário.
“Às doze tribos
que andam dispersas” (Tg 1.1). Há muito a estrutura política de Israel perdera
a configuração de divisão em tribos. Assim, em o Novo Testamento, a expressão
“doze tribos” é um recurso linguístico que faz alusão, de forma figurativa, à
nação inteira de Israel (Mt 19.28; At 26.7; Ap 21.12). Todavia, ao usar a
fórmula “doze tribos”, na verdade, Tiago refere-se aos cristãos dispersos na
Palestina e variadas igrejas estabelecidas em outras regiões, isto é, todo o
povo de Deus espalhado pelo mundo.
SINOPSE DO TÓPICO (I): O autor da epístola é Tiago, o meio-irmão de Jesus. A carta foi escrita
provavelmente em Jerusalém, entre os anos 45 e 49 d.C. e dirigida aos cristãos
dispersos da Palestina bem como as igrejas de outras regiões.
II. O PROPÓSITO DA EPÍSTOLA DE TIAGO
1. Orientar.
Em um tempo
marcado pela falsa espiritualidade e egoísmo, as orientações de Tiago são
relevantes e pertinentes. Isso porque a Escritura nos revela o serviço a Deus
como a prática concreta de atitudes e comunhão: guardar-se do sistema mundano
(engano, falsidade, egoísmo, etc.) e amar o próximo. Assim, através de
orientações práticas, Tiago almeja fortalecer e consolar os cristãos,
exortando-os acerca da profundidade da verdadeira, pura e imaculada religião
para com Deus a qual é: a) visitar os órfãos e as viúvas nas tribulações; b)
não fazer acepção de pessoas e c) guardar-se da corrupção do mundo (Tg 1.27).
2. Consolar.
Numa cultura
onde não se dobrar a César, honrando-o como divindade, significava rebelião à
autoridade maior, os crentes antigos foram impiedosamente perseguidos,
humilhados e mortos. Entretanto, a despeito de perder emprego, pais, filhos e
sofrer martírios em praças públicas, eles se mantiveram fiéis ao Senhor. Por
isso, a epístola é, ainda hoje, um bálsamo para as igrejas e crentes perseguidos
espalhados pelo mundo (Tg 1.17,18; 5.7-11).
3. Fortalecer.
Além das
perseguições cruéis, os crentes eram explorados pelos ricos e defraudados e
afligidos pelos patrões (Tg 5.4). Apesar de a Palavra de Deus condenar com
veemência essa prática mundana, infelizmente, ela ainda é muito atual (Ml 3.5;
Mc 10.19; 1Ts 4.6). A Epístola de Tiago não foge à tradição profética de
condenar tais abusos, pois, além de expor o juízo divino contra os
exploradores, o meio-irmão do Senhor exorta os santos a não desanimarem na fé,
pois há um Deus que contempla as más atitudes do injusto e certamente cobrará
muito caro por isso. A queda de quem explora o trabalhador não tardará (Tg
5.1-3).
SINOPSE DO TÓPICO (II): O propósito geral da epístola de Tiago era orientar, consolar e
fortalecer a Igreja de Cristo que estava sendo perseguida.
III. ATUALIDADE DA EPÍSTOLA
1. Num tempo de superficialidade
espiritual.
Outro propósito
da epístola é levar o leitor a um relacionamento mais íntimo com Deus e com o
próximo. A carta traz diversas citações do Sermão do Monte como prova de que o
autor está em plena concordância com o ensino de Jesus Cristo. Tiago chama a
atenção para a verdade de que se as orientações de Jesus não forem praticadas,
o leitor estará fora da boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Portanto, a
Igreja do Senhor não pode abandonar os conselhos divinos para desenvolver uma
espiritualidade sadia e profunda.
2. Num tempo de confusão entre
“salvação pela fé” ou “salvação pelas obras”.
O leitor
desavisado pode pensar que a Epístola de Tiago contradiz o apóstolo Paulo
quanto à doutrina da salvação mediante a fé. Nos tempos apostólicos, falsos
mestres torceram a doutrina da salvação pela graça proclamada pelo apóstolo dos
gentios (2Pe 3.14-16 cf. Rm 5.20—6.4). Entretanto, a Epístola de Tiago
evidencia que não se pode fazer separação entre a fé e as obras. Apesar de as
obras não garantirem a salvação, a sua manifestação dá testemunho da
experiência salvífica do crente (Ef 2.10; cf. Tg 2.24).
3. Uma fé posta em prática.
Muitos dizem ser
discípulos de Cristo, mas estão distantes das virtudes bíblicas. Estes não
evidenciam sua fé por intermédio de suas atitudes. Os pseudodiscípulos visam os
seus interesses particulares e não a glória de Deus. Precisamos urgentemente
priorizar o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33). Tiago nos ensina, assim
como João Batista (Lc 3.8-14), que precisamos produzir frutos dignos de
arrependimento.
SINOPSE DO TÓPICO (III): Num tempo
de superficialidade espiritual e de confusão entre “salvação pela fé” e
“salvação pelas obras”, a epístola de Tiago é uma mensagem atual sobre a fé
posta em prática.
CONCLUSÃO:
Como em toda a
Escritura Sagrada, a Epístola de Tiago é um farol acesso e permanentemente
atual. Ela nos alerta contra a mediocridade da vida supostamente cristã e nos
exorta a fazer das Escrituras o nosso pão diário. Jesus Cristo sempre foi
zeloso pelo bem estar do seu rebanho (Jo 10.10). Em todas as épocas Ele é o bom
pastor que cuida das suas ovelhas (Jo 10.11). É do interesse do Mestre que os
discípulos vivam em harmonia e amor mútuo, afim de não trazerem escândalo aos
de dentro e, muito menos, aos de fora (1Co 10.32). E não nos esqueçamos: A
religião pura e imaculada é a fé que se mostra através de nossas práticas e
obras.
VOCABULÁRIO
Compatriota: Que
se origina da mesma terra.
Dispersa: Espalhada, separada. Imaculada: Pura, sem qualquer mancha.
Pseudodiscípulos: Falsos discípulos.
Dispersa: Espalhada, separada. Imaculada: Pura, sem qualquer mancha.
Pseudodiscípulos: Falsos discípulos.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD,
2007.
STAMPS, Donald C
(Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD,
1995.
STRONSTAD,
Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 2 ed., RJ: CPAD, 2004.
EXERCÍCIOS
1. Quem é o autor da Epístola de
Tiago?
R. Tiago,
filho de José e Maria e meio-irmão do nosso Senhor.
2. Quem são os destinatários da
Epístola de Tiago?
R. Os
cristãos dispersos na Palestina e variadas igrejas estabelecidas em outras
regiões, isto é, todo o povo de Deus espalhado pelo mundo.
3. Segundo a lição, quais são os
propósitos da Epístola de Tiago?
R. Orientar,
consolar e fortalecer a Igreja de Cristo.
4. O que provam as várias citações do
Sermão da Montanha na Epístola de Tiago?
R. Que o
autor está em plena concordância com o ensino de Jesus Cristo.
5. Por que não podemos fazer
separação entre a fé e as obras?
R. Porque
apesar de as obras não garantirem a salvação, a sua manifestação dá testemunho
da experiência salvífica do crente (Ef 2.10; cf. Tg 2.24).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio
Bibliológico
“Deve ser
observado que existem resultados mais abençoados e reais quando um indivíduo
realmente confia no Senhor Jesus Cristo. Há não apenas uma mudança de posição
diante de Deus (justificação), mas há o início da obra redentora e
santificadora de Deus. Embora a transformação da vida não seja a base da
salvação, ela é a evidência da salvação. E sem tal evidência (em maior ou menor
grau) deve ser levantada uma questão quanto à autenticidade da fé do indivíduo.
[...]
As boas obras de
um cristão são o resultado e a evidência da autenticidade da sua fé. É o
entendimento deste fato que resolverá o problema de alguns quanto a uma alegada
discrepância entre Paulo e Tiago. Paulo certamente relaciona as boas obras com
a fé (Ef 2.8-10). Fica claro que Tiago está falando da justificação diante dos
homens (Tg 2.18 — ‘mostra-me’, ‘te mostrarei’; v.22 - ‘bem vês’; v.24 -
‘vedes’; v.26), e que a fé é provada pelas obras (v.22)” (PFEIFFER, Charles F.;
VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009, pp.779,80).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Tiago — Fé que se mostra pelas obras
O tema deste
trimestre é “Fé e Obras: Ensino de Tiago para uma vida cristã autêntica”. Por
isso, ao professor não poderá faltar algumas obras literárias para o bom
desenvolvimento do trabalho educativo, como, por exemplo, várias versões da
Bíblia (pelo menos quatro); um bom Dicionário Bíblico; um Dicionário Teológico
e um Comentário Bíblico.
Por que usarmos
diferentes versões bíblicas para interpretar cuidadosamente as Escrituras? Ora,
apesar de boas e fieis ao original do texto bíblico, algumas versões
apresentam, por exemplo, problemas de linguagem arcaica, que não se adequa à
contemporaneidade da língua portuguesa (cf. Caridade / Amor — 1 Co 13). Quando
comparamos as várias versões da epístola de Tiago, podemos compreender os
textos de razoável dificuldade interpretativa. Por isso é que sugerimos ao
menos quatro das muitas versões disponíveis em língua portuguesa: a ARC
(Almeida Revista Corrigida); a ARA (Almeida Revista Atualizada); a NVI (Nova
Versão Internacional); e outra (poder ser até mesmo uma tradução católica da
Bíblia, como TEB — Tradução Ecumênica da Bíblia — ou a Bíblia de Jerusalém).
O Dicionário
Bíblico lhe auxiliará para a compreensão de algum termo das Escrituras. Por
exemplo, a carta de Tiago cita a palavra “obra”. Mas a que Tiago se refere ao
usar o termo “obra”? Às Obras da Lei ou à “Ação de Misericórdia”? Os artigos de
um bom Dicionário Bíblico (sugerimos o Dicionário Bíblico Wycliffe, editado
pela CPAD) desenvolvem a exaustão os termos bíblicos dessa natureza.
Para
compreendermos a linguagem teológica de uma palavra contextualizada à doutrinas
bíblicas, o Dicionário Teológico muito lhe ajudará (sugerimos o Dicionário
Teológico, editado pela CPAD). Dominarmos os conceitos doutrinários de
Salvação, Lei, Graça etc., e os seus desdobramentos, é de grande relevância
para quem estuda a Epístola de Tiago. Ademais, não podemos confundir os
conceitos teológicos que, ao mesmo tempo, aparecem na carta de Tiago e nas de
Paulo.
Por último, um
bom Comentário da Epístola de Tiago (sugerimos O Comentário Bíblico Pentecostal
Novo Testamento, editado pela CPAD) para remontarmos o contexto histórico,
social, cultural, econômico e exegese da epístola. Mas, antes de tudo,
sugiro-lhe ler as treze lições do trimestre em uma única leitura. Este processo
lhe ajudará a desenvolver o panorama do assunto de maneira mais eficaz. Faço
votos de que você e a sua classe cresçam no estudo desta belíssima carta que é
a Epístola de Tiago!
AUXÍLIOS
COMPLEMENTARES
INTRODUÇÃO
Durante três meses iremos estudar a carta de Tiago que difere das outras cartas do Novo Testamento pelo seu estilo, conteúdo e apresentação. A carta demorou a ser incluída no cânon do Novo Testamento. Martinho Lutero descreveu-a como uma epístola de palha. Mas todos, que confiando em sua inspiração divina e no fato de que é a Palavra de Deus, serão ricamente compensados pela meditação e aplicação à vida de suas palavras. Agostinho confessou para Deus: “O que tuas Escrituras dizem, tu dizes!”. Kierkegaard tinha Tiago como sua Escritura predileta.
A carta de Tiago
é um dos livros mais atuais e necessários para a igreja contemporânea. Tiago é
comparado ao Sermão do Monte. Ele tem princípios práticos. Ele tange os grandes
temas da vida cristã de forma clara, direta e rica. Tiago está preocupado com a
prática do Cristianismo.
Para ele não
basta ter um credo, fazer uma profissão de fé ortodoxa; é preciso viver de
forma digna de Deus.
O estudo deste
livro desafiará você a fazer um balanço de sua vida, um diagnóstico de sua
experiência cristã. É impossível colocar-se diante do espelho deste livro sem
identificar a necessidade de sermos corrigidos por Deus.
I. AUTORIA, LOCAL, DATA E
DESTINATÁRIOS (Tg 1.1)
1. Autoria. O prefácio indica que o autor da
Epístola de Tiago foi Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo. Mas quem
era esse Tiago? Dos quatro principais indivíduos que tinham esse nome no Novo
Testamento, só dois foram apresentados como possíveis autores desta epístola —
Tiago, filho de Zebedeu, e Tiago, o irmão do Senhor. O primeiro é um candidato
improvável. Sofreu o martírio em 44 A.D., e não há nenhuma evidência de que
ocupasse posição de liderança na igreja, que lhe desse a autoridade de escrever
esta carta geral. Embora Isidoro de Sevilha e Dante achassem que ele foi o
autor do livro, esta identidade não tem sido largamente aceita em nenhum
período da igreja.
A opinião
tradicional identifica o autor como sendo Tiago, o irmão do Senhor. A
semelhança da linguagem da epístola com as palavras de Tiago em Atos 15, a
forte dependência do escritor da tradição judia, e a consistência do conteúdo
de sua carta com as notícias históricas que o Novo Testamento dá em relação a
Tiago, o irmão do Senhor, tudo tende a apoiar a autoria tradicional.
2. Local e data. Muitas são as opiniões prevalecentes
sobre a data de Tiago. Aqueles que aceitam a autoria tradicional costumam
datá-la entre o meio dos anos quarenta e o começo de sessenta (exatamente antes
da morte de Tiago). Já foi datada tardiamente, como 150 A.D., por aqueles que
defendem a teoria do “Tiago desconhecido” ou de um pseudônimo.
Embora não
possamos ser dogmáticos a respeito da época em que foi escrita, um número de
fatores apontam para uma data mais precoce. As condições sociais reveladas na
epístola, especialmente a separação aguda existente entre os ricos e os pobres,
sugere uma data antes da destruição de Jerusalém. A escatologia revelada também
aponta para uma data precoce. A expectativa da volta do Senhor aumenta de
intensidade com o que foi encontrado em I e II Tessalonicenses.
A passagem mais
difícil para datar o livro é a famosa passagem que fala da fé e das obras (Tg
2.14-26). Para entender estes versículos o leitor deve se familiarizar com
certas fórmulas paulinas; por isso é difícil crer que o autor de 2.14-26
estivesse refutando Paulo. Isto envolveria uma quase inconcebível má
interpretação da doutrina paulina da justificação pela fé. A passagem se
explica melhor como ocasionada por uma má interpretação de Paulo, não da parte
do autor da epístola, mas da parte dos seus leitores. Tal má interpretação
teria mais provavelmente surgido bem no início do ministério de pregação
pública de Paulo. De acordo com o livro de Atos, a primeira pregação pública
mais extensa de Paulo aconteceu em Antioquia (Atos 11.26). O ministério de um
ano aconteceu antes da visita por ocasião da fome em Jerusalém em cerca de 46
(cf. At 11.27-29; Gl 2.1-10) e a perseguição herodiana em 44. Quanto tempo se
passou até que a má interpretação e a aplicação errônea da doutrina da justificação
pela fé apresentada por Paulo chamasse a atenção de Tiago, não sabemos. A vista
do fato dos judeus, cristãos e não cristãos, de todo o mundo mediterrâneo,
estarem constantemente se movimentando para Jerusalém e fora dela,
provavelmente não foi muito tempo depois. Uma data em cerca de 44 para a
epístola, durante ou imediatamente à perseguição herodiana, se encaixaria
melhor em todos os fatores conhecidos.
Embora um número
de sugestões opostas tenham sido apresentadas de vez em quando, poucas são as
dúvidas de que Tiago a escreveu na Palestina. Especialmente pelo colorido
sugerido, o escritor indica que ele é um palestiniano (cf. 1.10,11; 3.11,12;
5.7).
3. Destinatário. Essa carta foi dirigida às “doze
tribos dispersas” entre as nações (literalmente “na dispersão / Diáspora”;
1.1). Essa referência é claramente simbólica, se considerarmos que a estrutura
tribal de Israel havia cessado de ser um conjunto literal de doze tribos desde
pelo menos a conquista Assíria do Reino do Norte em 722 a.C. A questão que se
apresenta, então, é: Até que ponto Tiago estende aos seus leitores os elementos
metafóricos de sua designação?
A interpretação
mais “literal” da saudação é que cópias dessa carta foram enviadas aos judeus
(às “doze tribos”) que estavam vivendo fora da Palestina (“dispersos entre os
gregos”; cf. Jo 7.35). No entanto, levando em conta que a carta obviamente não
representa um tratado evangelístico destinado a converter os judeus ao
cristianismo, esse entendimento pode ser rapidamente excluído. Os destinatários
são apresentados como já possuindo a fé em Jesus Cristo (2.1) e, sendo assim, a
linguagem a respeito das “doze tribos” é geralmente aceita como simbolizando a
crença de que os cristãos são agora o povo de Deus, e formam o novo Israel ou o
Israel espiritual.
Como deveríamos
compreender a descrição literária de estarem “dispersos”? Sabemos que alguns
dos primeiros cristãos consideravam-se como o povo escolhido de Deus, que havia
sido “disperso” ou “espalhado” através de um mundo mau, e que ansiavam retornar
ao seu lar espiritual ao lado de Deus (1Pe 1.1; cf. Fp 3.20; Hb 11.13; 13.14).
Embora Tiago estivesse preocupado com as diferenças entre o que é “terreno” e o
“que vem do alto” (3.15), ele não desenvolve especificamente essa imagem dos
cristãos como alienígenas espirituais em um mundo cruel. Consequentemente,
alguns intérpretes que adotam a opinião tradicional sobre a sua autoria
sugeriram que a carta foi enviada de Jerusalém aos cristãos que haviam sido
dispersos pela perseguição (cf. At 8.1; 11.19,20). Novamente, porém, a história
da demora na aceitação da carta no cânon não vem em apoio a essa
conclusão que, desde o início, foi amplamente divulgada.
Nossos
comentários adotam a posição de que Tiago não só se referiu a seus leitores
como uma “Diáspora” no sentido metafórico, mas que nessa carta ele também
desenvolveu a metáfora de uma forma bastante particular. Tiago acreditava que
seus leitores haviam se tornado “dispersos” por terem se “desviado da verdade”
(5.19). Porém, como Tiago tinha conhecimento e preocupações muito especiais a
respeito dos destinatários, é provável que a carta tenha sido dirigida a uma
única congregação, com a qual mantinha um relacionamento pessoal.
As evidências já
discutidas em relação à origem e à data da carta sugerem que essa congregação
estava localizada em algum lugar da região da Palestina. Em vista da variedade
das questões discutidas nessa breve carta — inclusive assuntos relacionados à
classe rica, pobre e de mercadores (2.1-9,15,16; 4.13-15; 5.1-6) — a Igreja
parece ter abrangido um significativo âmbito da sociedade, pelo menos em seus
contatos, se não também no tocante a seus membros. Pode, inclusive, ter havido
algumas tensões dentro da congregação a respeito de assuntos relacionados à
posição social e autoridade (3.1,2; 4.1,11,12).
II. O PROPÓSITO DA EPÍSTOLA DE TIAGO
1. Orientar. Tiago observa que a fé precisa
crescer juntamente com a estatura física do cristão. Não é possível que uma fé
cresça sem que ela seja alimentada ao longo da vida pois, ao contrário, vai
ficando subnutrida e raquítica com o mínimo de alimento que lhe é oferecida, ou
até, chega a desfalecer no coração. Por isso esta carta traz verdadeiras
orientações espirituais a fim de que os cristãos primitivos pudessem crescer a
cada dia. Da mesma forma que, para chegar a uma faculdade é preciso cursar o
Ensino Fundamental e Médio, a fim de que tenhamos conhecimentos básicos para
acompanhar um curso superior, assim também acontecia com a vida daqueles
cristãos, eles precisavam de ensinos básicos sobre o cristianismo e
aprofundamento da fé, como veremos nas lições seguintes.
2. Consolar. A palavra “consolar”, aqui, (gr. paraklesis),
significa colocar-se ao lado de uma pessoa, encorajando-a e ajudando-a em
tempos de aflição. Tiago aqui desempenha esse papel, pois Ele envia esta
epístola trazendo-lhes palavras de consolo. O apóstolo aprendeu, nas suas
muitas aflições, que nenhum sofrimento, por severo que seja, poderá separar o
crente dos cuidados e da compaixão do seu Pai celeste. DEUS, às vezes, permite
que haja aflições em nossa vida, a fim de que, tendo experimentado seu consolo,
possamos também consolar outros nas suas aflições. Nosso sofrimento não é
primeiramente motivado por desobediência, mas constantemente causado por
Satanás, pelo mundo e pelos falsos crentes, à medida que participamos da causa
de CRISTO.
No Salmo
119.143, o salmista nos ensina que a palavra de Deus sempre é mais forte que a
angústia: “Sobre mim vieram tribulação e angústia, todavia os teus mandamentos
são o meu prazer”. A angústia está presente, mas a alegria na palavra de Deus é
maior. Uma outra tradução diz: “Fiquei cercado por sofrimento e desespero, mas
os teus mandamentos foram a minha grande alegria”. O poder de Deus também
sempre é maior do que a angústia: “Se ando em meio à tribulação, tu me refazes
a vida; estendes a mão contra a ira dos meus inimigos, e a tua destra me salva”
(Sl 138.7). No Novo Testamento, Paulo confirma essa gloriosa verdade: “Quem nos
separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou
fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?... Porque eu estou bem certo de que nem
morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do
porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura
poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm
8.35,38,39).
3. Fortalecer. Nos tempos do Império Romano, o
culto aos deuses pagãos e ao imperador fazia parte da vida de todo o mundo.
Dois problemas surgiam disto. Primeiro, porque eles não participavam dos
rituais pagãos, mas tendiam a se isolar, os cristãos eram considerados
anti-sociais. Quando a polícia imperial interessou-se por eles, eles se
tornaram mais reservados, o que acrescentou ainda mais combustível à fogueira.
Eles foram associados aos collegia — clubes ou sociedades secretas — e
os líderes suspeitavam desses grupos, devido à ameaça de sedição. Em segundo
lugar, visto como os cristãos não queriam participar das atividades religiosas
que, conforme se acreditava, aplacavam os deuses, eles tornaram-se uma ameaça à
própria felicidade da comunidade. Diante de tudo isso as perseguições começaram
a surgir.
Uma das partes
mais difíceis da vida cristã é o fato de que se tornar um discípulo de Cristo
não nos torna imunes a provações e tribulações da vida. As provações e
tribulações que Ele permite em nossas vidas fazem parte de tudo que coopera
para o nosso bem. Portanto, para o crente, todas as provações e tribulações
devem ter um propósito divino. O apóstolo escrevia a sua epístola também com o
propósito de conscientizá-los desta verdade afim de que eles tivessem a sua fé
fortalecida.
III. ATUALIDADE DA EPÍSTOLA
1. Num tempo de superficialidade espiritual. Parece que Tiago via a assustadora
superficialidade espiritual do chamado povo de Deus em relação ao que está
acontecendo no meio da Igreja Evangélica dos dias atuais. Num passado não muito
distante, o crente era conhecido pelo seu vocabulário, pela forma de se vestir
e pela sua postura ética. Hoje o que vemos é um grande número de pessoas
dizendo-se cristãs, mas vivendo sem nenhum compromisso com Deus, interessadas
apenas em seu bem estar, correndo atrás da prosperidade, não para abençoar outros
irmãos, mas porque estão pensando apenas em si mesmas.
Escândalos após
escândalos relacionados a dinheiro e sua gestão no ambiente da chamada “fé”
aumenta o buraco da indiferença, do cinismo, da mornidão espiritual, do
deboche, do escárnio, da irreverência, da falta de amor, da omissão e muitas
vezes traz a morte da esperança.
A Igreja atual
está cheia de um povo sem fidelidade a Deus, um povo sem Bíblia, sem
compromisso com a verdade. O que muitos levam para a igreja é uma sacola
contendo garrafa de água ou roupa de alguém para “benzer”. Consequentemente a
igreja formada por este tipo de pessoas torna-se uma instituição sem doutrina,
sem raízes, caracterizada pela rotatividade dos membros. A porta dos fundos
acaba sendo maior que a da frente.
Infelizmente o
que vemos são pessoas que sequer são religiosas, mas possuem uma ética
comportamental melhor que a de muitos cristãos. O que vemos são empresários
cristãos, dignos, evitando contratar seus “irmãos em Cristo”, em razão do mau
testemunho que apresentam.
Jesus disse que
o joio cresceria no meio do trigo. Tem joio demais na igreja de hoje. A
liderança precisa tomar uma posição, voltar a refletir o temor de Deus. A
liderança precisa voltar a profetizar “assim diz o Senhor” e não o que temos
ouvido de muitos, “assim dizem os senhores”, grandes dizimistas ou detentores
de algum tipo de poder natural.
Boa parte da
liderança e crentes de hoje, estão trocando seu direito de primogenitura por um
prato de lentilhas. São os vendilhões do templo, trocam o eterno pelo passageiro.
A igreja está adoecida, em razão de sua própria promiscuidade e
superficialidade espiritual.
Precisamos
devolver o lugar da Bíblia na Igreja. Mas Bíblia pura; precisamos voltar à
Palavra, precisamos de líderes que tenham coragem de dizer: isto é pecado! A
Igreja precisa ser uma igreja pura, que reflita o amor de Deus. Formada por
verdadeiros redimidos, por gente comprometida com Deus, que ama mais a Cristo
que a própria vida e não mais a própria vida que Cristo.
2. Num tempo de confusão entre “salvação
pela fé” ou “salvação pelas obras”. As escrituras ensinam claramente que somos salvos (justificados) pela
fé em Cristo e o que Ele fez na cruz. Somente essa fé nos salva. Porém, não
podemos parar aqui sem averiguar o que Tiago diz em Tiago 2.24: “Vedes então
que é pelas obras que o homem é justificado, e não somente pela fé”.
Tiago começa
essa parte usando um exemplo de alguém que diz ter fé, mas não tem obras. “Que
proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras?
Porventura essa fé pode salvá-lo?” (Tg 2.14). Em outras palavras, Tiago está
tratando de uma fé morta, uma fé que não é nada mais do que um pronunciamento
verbal, uma confissão pública vinda da mente, que não vem do coração. É vazia,
sem vida e sem ação. Ele começa com essa negação, e demonstra o que uma fé
vazia significa (versículos 15-17, palavras sem ações).
Em suma, Tiago
está examinando dois tipos de fé: uma que leva a obras de Deus, e uma que não
leva. Uma é verdadeira, outra é falsa. Uma é morta, outra é viva; daí “a fé sem
as obras é estéril” (Tg 2.20). Porém, ele não está contradizendo os versículos
acima que dizem que salvação e justificação são alcançadas somente pela fé.
Além disso, note
que Tiago cita o mesmo versículo que Paulo cita em Romanos 4.3 juntamente com
vários outros versículos que lidam com justificação pela fé. Tiago 2.23 diz: “E
creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo
de Deus”. Se Tiago estivesse tentando ensinar uma doutrina sobre fé e obras que
estivesse em contradição com os outros escritores do Novo Testamento, ele não
teria usado Abraão como exemplo. Logo, podemos ver que justificação é somente
pela fé, e que Tiago estava falando a respeito de uma fé falsa, e não de uma fé
verdadeira, quando ele diz que não somos justificados somente pela fé.
3. Uma fé posta
em prática. A mensagem de Tiago é direta, objetiva e acima de tudo prática.
Diferente das epístolas de Paulo, Pedro e João, a carta de Tiago não inclui
saudações pessoais. As exortações começam no segundo versículo e continuam até
o último.
Os temas
abordados nos cinco capítulos de Tiago são diversos, todos focando a
importância de viver a prática da fé:
• Capítulo 1: Enfatiza as atitudes certas diante
de provações e tentações e chama os leitores a serem praticantes, e não apenas
ouvintes, da palavra do Senhor.
• Capítulo 2: Aborda dois assuntos: (1) a
condenação de preconceitos socioeconômicos na igreja e (2) a necessidade de
obras que demonstram a autenticidade da fé.
• Capítulo 3: Apresenta uma das advertências mais
fortes do Novo Testamento sobre o uso errado da língua e nos chama a buscar a
sabedoria divina.
• Capítulo 4: Condena várias atitudes carnais que
atrapalham o serviço a Deus.
• Capítulo 5: Encerra a epístola com várias
instruções que exigem uma perspectiva eterna e espiritual, e não materialista e
carnal.
Encontramos em
Tiago instruções simples, diretas e valiosas. Tratando das provações, ele
disse: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias
provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz
perseverança” (Tg 1.2-3). Sobre a obediência à palavra de Deus, Tiago escreveu:
“Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos
a vós mesmos” (Tg 1.22). E para combater a noção de salvação pela fé sem a
obediência, acrescentou: “Verificais que uma pessoa é justificada por obras e
não por fé somente... Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim
também a fé sem obras é morta” (Tg 2.24,26).
Tiago mostrou
sua preocupação com o perigo de alguém abandonar a fé em Cristo, e encerrou a
carta com orientações sobre o resgate dos desviados: “Meus irmãos, se algum
entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que
converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá
multidão de pecados” (Tg 5.19-20).
Do começo ao
fim, o livro de Tiago apresenta instruções práticas que podem e devem ser
aplicadas em nossas vidas a cada dia.
CONCLUSÃO
Para a fé funcionar,
devemos deixar Deus obrar a sua verdade dentro de nós! Não é o suficiente saber
o que o Senhor diz e concordar com Ele. Um campo inculto é aquele em que não há
lavoura, nem plantio, ou colheita, e Deus não deixa que Seus campos permaneçam
vazios.
Fé em ação é um
como a terra que está sendo lavrada, plantada e colhida pela Palavra e pelo
Espírito de Deus. Para a fé funcionar, devemos estar dispostos a entrar em
ação. Deus tem uma grande colheita, mas poucos trabalhadores. O Senhor da seara
está à procura de pessoas que estão dispostas a testar a sua fé por sair para o
campo e trabalhar com Ele. E não nos esqueçamos: A religião pura e imaculada é
a fé que se mostra através de nossas práticas e obras, pois fé é um encontro
com Jesus Cristo, com Deus, e dali nasce e leva ao testemunho. É isso que o
Apóstolo quer dizer: uma fé sem obras, que não envolva, que não leve ao
testemunho, não é fé. São palavras e nada mais que palavras.
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