sábado, 29 de novembro de 2014

5ª Escola Bíblica Nacional da CGADB - Belém - Pará - 02 a 04 de Dezembro


A CGADB - Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, sob a liderança do pastor José Wellington Bezerra da Costa realizará de 02 a 04 de Dezembro em Belém, capital do estado do Pará a sua 5ª EBN - Escola Bíblica Nacional.

Mesmo sendo esperada a presença de obreiros de todo território nacional, esta EBN se destina especialmente aos líderes e obreiros da região norte do país, haja vista que o mesmo evento já foi realizado na região sudeste e seguirá pelas demais regiões até o fim do ano de 2015.

O local do evento e as demais informações você conhece através do site da Convenção de Ministros e Igrejas Assembleias de Deus no Estado do Pará, COMIEADEPA, anfitriã do evento que tem como presidente o pastor Gilberto Marques de Souza, 3º vice-presidente da CGADB.

Tiago Bertulino
 
 
 
 
 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Lição 9 CPAD - 4° Trimestre 2014


Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos

Título: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja de hoje

Comentarista: Elienai Cabral



TEXTO ÁUREO: E disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; porque ela se exercerá no determinado tempo do fim” (Dn 8.19).

VERDADE PRÁTICA: O tempo do fim não é o fim do mundo, mas o tempo de tratamento de Deus com o povo de Israel, prenunciando a vinda de Cristo.

 
INTERAÇÃO

“O tempo do fim”
Há pessoas que têm arrepios quando ouvem tal expressão. Mas esta nada tem com o fim do mundo. Todavia, parece que o tema escatológico do fim do mundo mexe com os sentimentos das pessoas. Não por acaso, a indústria cinematográfica americana tem investido bilhões de dólares acerca destes temários. No meio evangélico não é diferente, pois não poucos autores e cineastas têm assustado pessoas fazendo com que as profecias pareçam um filme de Hollywood. Quando ensinamos o oitavo capítulo do livro de Daniel, a nossa perspectiva de ensino não pode ser a do terror, mas a da esperança. Apresentando aos nossos alunos o triunfo do Reino de Deus mediante o contexto profético apresentado no capítulo em estudo.

 
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Conhecer os símbolos proféticos do carneiro e do bode.

Identificar a visão do chifre pequeno.

Compreender o período do tempo do fim.

 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, após lecionar o primeiro tópico da lição, sugerimos que reproduza o esquema abaixo. A ideia é reforçar o aprendizado dos alunos. De acordo com o esquema elaborado e objetivando a assimilação das informações pelos alunos, é salutar ao professor acrescentar ao esquema proposto figuras do bode, do carneiro e dos impérios medo-persa e grego — as imagens podem ser identificadas na internet ou adquiridas nas lojas da CPAD. A exposição oral do assunto conjugado ao esquema e as figuras dos animais farão com que os alunos tenham sucesso no processo ensino-aprendizagem. Boa aula!

 
Palavra Chave: Tempo: Período contínuo no qual os eventos se sucedem.

 
INTRODUÇÃO

No capítulo sete, Daniel tem a visão dos quatro animais, cada um destes representando um império mundial. No capítulo oito, que estudaremos nesta lição, o profeta tem sua segunda visão. Ele viu um carneiro lutando contra um bode. Na verdade, este capítulo repete muito da predição do capítulo dois, e especialmente do capítulo sete. Todavia, o capítulo oito acrescenta detalhes importantíssimos quanto aos períodos medo-persa e grego.

 
I. A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE (Dn 8.3-5)
1. A visão do carneiro (Dn 8.3,4,20).
Esse carneiro simbolizava o império medo-persa (v.20). Segundo os historiadores, no caso dos persas, os seus reis sempre levavam como emblema uma cabeça de carneiro em ouro sobre a cabeça, principalmente quando passavam em revista os seus exércitos. De acordo com a história, os medos haviam prevalecido na guerra com a Babilônia. Dario foi o primeiro governante da união entre a Média e a Pérsia. Porém, logo os persas prevaleceram em força e Ciro tornou-se o rei do império.
O carneiro identificado como o império medo-persa venceu e derrotou o império babilônico quando Belsazar estava no poder. No mesmo dia em que Belsazar zombou de Deus ao utilizar os utensílios sagrados do templo de Jerusalém, ele caiu nas mãos dos medo-persas. Nota-se que há uma repetição do predito na visão do capítulo sete sobre o segundo e o terceiro impérios, porém, Deus de maneira especial mostrou a Daniel o que estaria fazendo no futuro desses impérios e com o próprio povo de Israel.

2. Os chifres do carneiro.
Os dois chifres do carneiro não eram iguais, pois um dos chifres era maior que o outro. O maior representava Ciro, o persa (v.3) e o menor representava Dario, da Média. Na cronologia histórica, Ciro sucedeu a Dario. Eventos importantes aconteceram no período desses dois reis até que o carneiro foi vencido, surgindo na visão de Daniel à figura de um bode que ataca o carneiro e o vence (vv.5-7).

3. A visão do bode (Dn 8.5-8).
A figura do bode, na mitologia do mundo de então, simbolizava o poder e a força. Na visão de Daniel, o bode arremeteu contra o carneiro com muita força, ferindo-o e quebrando os seus dois chifres. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “o bode representava a Grécia, e seu grande chifre refere-se a Alexandre, o Grande (8.21)”. O carneiro foi totalmente dominado e humilhado. Seus dois chifres foram quebrados e, após isso, ainda foi pisoteado sem compaixão pelo bode. Foi uma profecia de completa sujeição e derrota do império medo-persa pelos gregos.
Nos versículos oito e nove, a “ponta notável” se quebra e surgem em seu lugar quatro outras pontas (ou chifres). Esses quatro chifres menores representam os quatro generais que assumiram o império grego depois da morte de Alexandre, o Grande.

 
SINOPSE DO TÓPICO (I): A visão do bode e do carneiro refere-se respectivamente aos impérios medo-persa e grego.

 
II. O CHIFRE PEQUENO (Dn 8.9)

1. A visão da ponta pequena.
 Na visão do profeta Daniel, surge de uma das quatro pontas notáveis, “uma ponta mui pequena” (v.9). Daniel percebeu que esta “ponta pequena” cresceu muito, especialmente direcionada para a “terra formosa”, Israel. Essa “ponta pequena” refere-se à Antíoco Epifânio que se tornou um opressor terrível contra os judeus. Ele surgiu da partilha do império de Alexandre e a ele coube o domínio da Síria, Ásia Menor e Babilônia.

2. A ultrajante atividade desse rei contra Israel (Dn 8.10,11).
Os versículos dez e onze falam das ações ultrajantes do “pequeno chifre” contra o povo de Deus, profanando o santuário de Israel e tentando acabar com o “sacrifício contínuo” que Israel fazia ao Senhor.

3. A purificação do santuário (Dn 8.14).
Segundo a história, a purificação do santuário ocorreu três anos e dois meses depois de o altar do Senhor ter sido removido por Antíoco. Deus é bom e misericordioso. Mesmo seu povo sendo infiel, Ele iria purificá-los e restaurá-los.

 
SINOPSE DO TÓPICO (II): O chifre pequeno de Daniel 8.9 refere-se à Antíoco Epifânio, um opressor cruel e terrível contra Israel.

 
III. ANTÍOCO EPIFÂNIO, O PROTÓTIPO DO ANTICRISTO

1. Antíoco Epifânio.
Por ora basta dizer que este foi um rei da dinastia Selêucida (Babilônia e Síria) que perseguiu os judeus de Jerusalém e da Judeia. Trata-se do rei de cara feroz descrito no versículo vinte e três. Este monarca cometeu tantas atrocidades contra o povo de Deus, que muitos o veem como um tipo do Anticristo.

2. A visão do anjo Gabriel (Dn 8.16).
O “Gabriel” mencionado no versículo dezesseis é um anjo que o Senhor enviou com o propósito de explicar a Daniel a visão. Esse mesmo Gabriel também foi enviado a Zacarias e, igualmente, a Maria, para anunciar o nascimento de Jesus (Lc 1.1-38). Como veremos no capítulo nove ele aparece novamente a Daniel.

3. O tempo do fim (Dn 8.17).
Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “o fim do tempo”, neste caso é uma alusão a todo o período entre o final do exílio e a segunda vinda de Cristo. Os governantes e impérios vistos por Daniel no capítulo oito já não existem mais. Homens como Alexandre e Epifânio morreram e seus impérios chegaram ao fim, pois os reinos deste mundo são efêmeros. Somente um reino nunca terá fim — o reino do Messias: “O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Dn 7.27).

 
SINOPSE DO TÓPICO (III): Por perseguir os judeus em Jerusalém e na Judeia, por cometer tantas atrocidades contra o povo de Deus, Antíoco Epifânio é considerado por muitos estudiosos um tipo do Anticristo.

  
CONCLUSÃO

Deus é soberano e a história do mundo faz parte dos seus desígnios. Ele conhece toda a história, começo e fim. O futuro do homem e do mundo está sob o olhar do Altíssimo.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009.
SILVA, Severino Pedro. Daniel Versículo por Versículo: As visões para estes últimos dias. 13ª Edição. RJ: CPAD, 2005.
STAMPS, Donald C. (Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, 1995.

EXERCÍCIOS

1. Quais são os dois animais da visão do capítulo oito?
R. O carneiro e o bode.

 
2. O carneiro simbolizava qual império?
R. O império medo-persa.

 
3. O que representava os dois chifres do carneiro?
R. Ciro, o persa; Dario da média.

 
4. A ponta pequena do chifre refere-se a quem?
R. Essa “ponta pequena” refere-se à Antíoco Epifânio que tornou-se um opressor terrível contra Israel.

 
5. Alguns teólogos veem Antíoco como um protótipo de quem?
R. Protótipo do Anticristo.

 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Histórico

MEDOS, MÉDIA
Em Isaías 13.17,18 e Jeremias 51.11,28, foi predito o papel que os medos iriam desempenhar na queda da Babilônia, embora nessa época os persas estivessem dominando. Daniel também atribui aos medos um papel importante na queda da cidade da Babilônia (Dn 5.30,31). Talvez em 539 a.C. os exércitos de Ciro o Grande fossem dirigidos por um Dario, o medo, que ‘ocupou o reino, na idade de sessenta e dois’ (v.31).

Entretanto, é difícil identificar esse Dario, o medo. O estudioso J. C”. Whitcomb Jr. acredita que era o Gubaru das Crônicas de Nabonido” (PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009, pp.1242-43).

 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Histórico

PÉRSIA
Os reis assírios foram os primeiros a mencionar a Pérsia em seus relatos. Salmanaser III recebeu tributo dos reis da Parsua em 836 a.C., Tiglate Pilaser III invadiu a Parsua em 737, e Senaqueribe lutou contra eles em Halulina em 681. Aquêmenes (Hakhmanish da Pérsia) foi o ancestral epônimo que fundou a dinastia persa. Teispes, filho de Aquêmenes, dois netos, Ariyaramnes e Ciro I, e um bisneto, Cambises, governaram a terra natal, mas foram subordinados aos seus primos mais poderosos do norte, os medos. A pátria deste povo de língua indo-europeia era chamada de Parsa, mas eles a chamavam de Airyana, do sânscrito arya, ‘nobre’, e a partir daí o atual Irã.

O país situava-se a leste de Elão a partir do golfo Pérsico até o Grande Deserto de Sal. Este povo passou pelo planalto do Irã e ocupou esta região no início do primeiro milênio a.C.
Depois da queda de Nínive, em 612 a.C., os medos controlaram todo o norte da Mesopotâmia. O casamento de Cambises com a filha do rei medo Astíages, resultou no nascimento de Ciro II. Este líder uniu as tribos persas e juntou forças com Nabu-na’id (Nabonido) da Babilônia, em uma revolta contra os medos.

Em pouco tempo, o controle da Média caiu nas mãos de Ciro o Grande, em 547 a.C. ele venceu Creso, o rei de Lídia que governava a Anatólia ocidental.
Ciro não fez uma mudança radical quando tomou os reinos dos caldeus, mas instituiu reformas. Colocou o templo da Babilônia sob sua própria administração, mas teve uma atitude iluminada em relação às religiões que eram diferentes da sua. Os judeus exilados não foram os únicos a receber liberdade religiosa e voltar para a sua terra natal” (PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009, pp.1515-16).

 
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

O prenúncio do Tempo do Fim

O oitavo capítulo de Daniel retrata os impérios Medo-Persa e Grego respectivamente. O carneiro de dois chifres representa o império Medo-Persa. O Bode é figura do império Grego e o grande chifre do bode refere-se a Alexandre Magno, o mais célebre conquistador do Mundo Antigo.

Alexandre humilhou o império Medo-Persa sem compaixão e piedade. Representado pelo grande chifre do bode que foi quebrado, o imperador grego morreu prematuramente. A visão de Daniel apresenta mais quatro chifres que cresceram no seu lugar. Eles representavam os quatro generais que dividiram o império Grego em quatro regiões, após a morte de Alexandre, isto é, Macedônia, Ásia Menor, Síria-Babilônia e Egito. Entretanto, desses quatro chifres cresceu um pequeno chifre que foi visto na figura de Antíoco Epífanes, o rei da Dinastia Selêucida que governou a Síria entre 174 e 164 a.C.

Antíoco Epífanes atacou as quatro regiões e suas respectivas potências militares. A história confirma também o assassinato do sumo-sacerdote judeu Onias em 170 d.C. e a profanação do templo de Jerusalém. Daniel teve uma visão extensa e assustadora ao ponto de lhe tirar a força física para fazer as coisas mais básicas da vida. Mas era uma visão que devia ser guardada em segredo. Muitos estudiosos concordam que o capítulo oito de Daniel traz um testemunho de uma profecia histórica que se cumpriu parcialmente. A história teria testemunhado os acontecimentos que os santos profetas, sem os conhecerem de antemão, profetizaram em nome do Senhor. É bem verdade que o nosso Deus zela pela sua Palavra.

A Bíblia diz que o espírito do anticristo opera no mundo. De acordo com a crueldade, a ignomínia e a covardia de Antíoco Epifânio muitos estudiosos o relacionam como um tipo do Anticristo de que fala o Novo Testamento. Mas enquadrá-lo como Anticristo ainda passa por especulação. Todavia, o que deve alegrar o crente são as vidas que abrem os olhos espirituais e percebem por si mesma o benefício de crermos na graça preciosa e suficiente de Deus, o nosso bendito e eterno Pai.

Aproveite a aula de hoje para mostrar aos alunos como o nosso Deus relaciona-se com o Seu povo escolhido. Somos a igreja de Deus, um povo escolhido e chamado por Ele para anunciar as boas novas da vida eterna. Não permita que o seu aluno deixe a aula sem este esclarecimento: o de que o Senhor, através do Seu Filho Jesus, e na força do Espírito Santo, tem cuidado de nós.



sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Milenismo, Pré-Milenismo ou Pós-Milenismo




Os temas relacionados à escatologia têm sido tratados de duas maneiras opostas: uma se aproxima da superstição e outra compõe a fila do paganismo.

Superstição – crentes desesperados, imediatismo, vivem como se o mundo fosse explodir nos ares ainda hoje. Ao longo da história, este erro foi várias vezes cometido. Centenas de líderes fanáticos marcaram datas e lugares para a volta de Jesus. Todos fracassaram como fracassarão todos que continuarem a fazê-lo.

Paganismo – crentes displicentes, relaxados, achando que a volta de Cristo vai demorar muito.
Diferentemente destas visões equivocadas, precisamos de uma visão bíblica acerca do presente e do futuro. O nosso presente é possível porque no passado Jesus Cristo morreu e ressuscitou por nós. O nosso presente é possível porque no futuro Jesus Cristo voltará para nos fazer ressuscitar e viver para sempre com Ele num tipo de vida radicalmente diferente da que conhecemos e experimentamos.

Há muitas profecias e textos bíblicos sobre a volta de Cristo e o tempo do fim. A ESCATOLOGIA é o estudo destas profecias e a tentativa de estabelecer uma doutrina sobre as últimas coisas. Ao longo dos anos, inúmeras linhas teológicas interpretativas têm surgido.  E é impossível encontrar um consenso entre elas.

Então, quão importante é a Escatologia? Realmente faz diferença sabermos quando o Senhor vai voltar e como será esta volta?
É claro que, mais importante do que compreender o significado das profecias apocalípticas, é ter a certeza de que realmente Jesus voltará. No entanto, não podemos partir para o extremo de ignorar os assuntos relacionados à Escatologia devido à sua difícil interpretação. O fato de Deus haver decidido revelar alguma coisa torna esta coisa importante (até genealogia). Portanto, precisamos buscar em Deus sabedoria para compreender as Escrituras para que possamos proclamar o plano divino com exatidão.

É preciso estar atento para diferenciar 3 itens básicos com relação aos sinais dos tempos e assuntos escatológicos. O especialista em profecia Dr. Ed Hindson chama esses 3 itens de: fatos, suposições e especulações.

  • Fatos  são afirmações claramente declaradas nas Escrituras: Jesus voltará os perdidos serão condenados, haverá um período de grande tribulação na terra nos finais dos tempos, o conflito final será vencido por Cristo, etc.…
  • Suposições  são conclusões a partir da interpretação de um texto bíblico. Se a interpretação estiver correta, a suposição será válida; caso contrário, levarão a especulações ridículas.
  • Especulações  são conjecturas calculadas, baseadas em suposições. Em muitos casos, ela não tem nenhuma base profética. Por exemplo: a Bíblia diz que o número do anticristo é “666”. Supõe-se que esse seja um número literal que aparecerá nas coisas nos últimos dias. Quando um evangelista famoso viu o número 666 em parte das  placas de automóveis em Israel há alguns anos atrás, especulou que a “marca da Besta” já havia chegado à Terra Santa. Outros escreveram vários livros apontando Saddam Hussein como o anticristo e o Iraque como a Nova Babilônia. O maior perigo que corremos em tentar interpretar a profecia bíblica é supor que nossas especulações estão corretas e passar a considerá-las como fatos.

Dentre as diversas linhas teológicas de interpretação da Escatologia, as três principais são: amilenismo, pré-milenismo e pós-milenismo. Cada uma se subdivide em várias outras vertentes. Em nossos dias, a grande maioria dos estudiosos são adeptos do pré-milenismo.

A título de conhecimento, veja abaixo as principais características de cada uma e, baseado em seu conhecimento da Palavra, tire você mesmo suas conclusões.

Sobre os fatos bíblicos acerca do Fim dos Tempos, sugiro que leia o post “Certezas sobre o fim do mundo“.

 


AMILENISMO

Não haverá um milênio literal aqui na Terra

O

a)  Milênio é algo simbólico e não deve ser entendido como literal.

b) Acredita que quase todas as profecias apocalípticas já se cumpriram no passado, principalmente durante o Império Romano (interpretação preterista).

c)  Delimitar o Reino de Cristo a um período de mil anos é algo que só pode ser classificado como um delírio, devaneio e sandice. O reino de Cristo é eterno e de natureza espiritual (Lc 17:20,21).

d)   As profecias e a Escatologia fazem uso de grande número de simbolismo, e não devem ser interpretadas literalmente. Entende o Apocalipse como um livro essencialmente ético. Por exemplo: os 7 selos representam a luta entre o bem e o mal, com a vitória final do bem; as 7 trombetas representam os juízos sobre o mal; a Besta é o poder secular contra a Igreja; a 2ª Besta é a corrupção da Igreja; Babilônia representa o mal dentro da Igreja…

e)  Satanás foi preso na primeira vinda de Cristo (seu nascimento). A presente era, entre a primeira e a segunda vinda de Jesus, portanto, é o cumprimento do Milênio. Alguns amilenistas divergem desta posição, entendendo que o Milênio consiste no reinado de todos os crentes que morrem e estão no Céu.

f)  A Segunda Vinda de Cristo será um evento único (Mt 24:27). Todos os textos que fazem referência ao retorno de Cristo, só falam de uma única volta, a qual aparece – em essência – com as mesmas características e com os mesmos acontecimentos.

g)    Tanto o bem quanto o mal aumentarão na terra, com o Reino de Deus coexistindo paralelamente ao Reino de Satanás. Jamais conseguiremos uma sociedade perfeita enquanto o mundo estiver sem a consumação da redenção. Mas isto não elimina o fato de que devemos lutar por uma sociedade melhor. A Igreja de Jesus Cristo é a principal agência do reino de Deus e, fazendo assim, promoverá o reino que está sob a administração do Filho de Deus.

h)  Quanto ao sistema de governo na terra, os amilenistas convivem muito bem com a democracia, pois crêem que ela permite uma pregação do evangelho sem que haja quaisquer problemas maiores, embora creiam na depravação dos governos humanos. Sua posição é de acomodação diante do sistema político e social. Os amilenistas também convivem com a idéia de que todas as crenças devem ter a sua livre expressão, mesmo que discordem delas veementemente. Somente um governo democrático permite a livre expressão das religiões.

i) Os judeus depois que rejeitaram a Cristo como o Messias, deixaram de ser o povo de Deus. A partir de então, a Igreja tomou o lugar do Israel político tornando-se o único povo que Deus tem na face da terra – é chamada nas Escrituras de Israel Espiritual (Ef 2:11-22; Gl 3:14, Rm 10:12).

j) Quando Cristo voltar, o fim do mundo acontecerá com a ressurreição geral e o julgamento de todas as pessoas (Ap 20).

 


PÓS-MILENISMO

Jesus voltará após o Milênio




a) Acredita que quase todas as profecias apocalípticas já se cumpriram no passado, principalmente durante o Império Romano (interpretação historicista). Visão calvinista – reformada.

b) Interpreta as profecias apocalípticas como simbólicas e não literais. Por ex: os 7 selos tratam do Império Romano desde o seu apogeu até a sua decadência; as 7 trombetas simbolizam o fim do Império Romano sob os bárbaros; a Besta é o papado ou o poder romano; a 2ª Besta é a Igreja apóstata; a Grande Babilônia é Roma…

c)  O Reino de Deus começa em cada coração que se rende ao seu senhorio. É um reino espiritual e não apenas geográfico. Israel é uma alusão não literal ao povo judeu, mas a todos aqueles que fazem parte da família de Deus, que foram adotados mediante o sangue de Cristo (Mt 21:33-43; 2 Pe 2:9).

d) Através da pregação do Evangelho, todo o mundo será cristianizado e submetido ao evangelho antes do retorno de Cristo. O mundo irá melhorar gradativamente à medida que a mensagem do evangelho for sendo aceita. A pregação será eficaz. Não será obra meramente humana, mas uma obra realizada pela atuação direta do Espírito Santo no coração dos homens (Mt 24:14, At 2:17, Jl 3:1-2).

e)  À medida que mais pessoas se converterem, a paz será instituída sobre a terra. A paz será o estado natural, atingindo até mesmo o relacionamento entre as nações. Será a instituição do Milênio (Zc 14).

f)  Os pós-milenistas crêem que a Igreja deve introduzir o reino milenar. Seu desejo é reformar o sistema político deste mundo. Não há para eles a dicotomia entre o que é sagrado e o que é secular. Sua luta é contra o pluralismo (existência de várias crenças e religiões) e o secularismo que estão regendo os conceitos de governo civil no mundo. A Bíblia, e tão somente a Bíblia deve ser a regra de fé e prática para todos os governos (Sl 2.10-11, Sl 119.160). Existe uma continuidade entre o Antigo e o Novo Testamentos em termos de moralidade, como conseqüência, eles crêem que a pena capital para crimes capitais, como o homossexualismo, por exemplo, é algo necessário.

g) Quanto ao sistema de governo na terra, os pós-milenistas são, em geral, contra o princípio democrático, que eles consideram anti-cristão, pois leva as pessoas a escolherem livremente os seus governantes, e assim a vontade de Deus nunca é feita. É impossível, portanto, que um cristão seja um “pluralista” em termos religiosos. Jesus disse: “Quem não é por mim, é contra mim” (Mt 12.30).Ao invés da democracia (o governo do povo), todos preferem a teocracia (o governo de Deus). Sentem-se altamente desconfortáveis com a multiplicidade de religiões e éticas no mundo. Segundo eles, deveria haver somente uma religião no mundo, a cristã, e todo o mundo deveria estar debaixo dos preceitos estabelecidos na Bíblia. Essa é a meta final dos pós-milenistas que querem implantar o reino de Deus aqui na terra, onde todos estejam debaixo do seu domínio absoluto. Eles aceitam a idéia de haver pessoas não cristãs vivendo ao lado dos cristãos, mas todos submissos à lei prescrita na Palavra de Deus (Sl 144:15).

h) O milênio será um período real na terra, mas não necessariamente com a duração de 1000 anos. O número mil é simbólico (2 Pe 3:8). Será um reinado mais espiritual do que político. Cristo reinará, mas estará no Céu, no Trono de Davi.

i) No fim do milênio, haverá um período de apostasia e o governo do anticristo se instalará, e virá a Grande Tribulação, quando a Igreja será perseguida e provada. Depois disso virá a volta de Jesus, a ressurreição de todos os mortos (salvos e ímpios) e o juízo final.

j) O arrebatamento da Igreja e a Volta de Cristo serão um só acontecimento. Vindo depois disso, o juízo sobre todas as pessoas: condenação eterna para os ímpios e vida eterna para os salvos.

 

 PRÉ-MILENISMO

Jesus voltará antes do Milênio




a) Acredita no cumprimento futurista literal de todas as profecias apocalípticas. Nenhuma profecia apocalíptica se refere à Igreja ou ao nosso tempo. Tudo se cumprirá após o arrebatamento.

b)  Existirá, no futuro, um reino literal de mil anos de Cristo aqui na Terra. Será Cristo reinando pessoalmente na Terra com seus santos. Jerusalém será a capital (Ap 19:19 a 20:15).

c)  Esse reino milenar, que será implantado sobrenaturalmente com a descida de Cristo à terra, não tem qualquer conexão com o aspecto presente do reino onde Cristo reina somente nos corações dos crentes.

d)  A era da Igreja é uma espécie de “parêntese” nos planos de Deus com Israel, que continua sendo o povo escolhido do Senhor. Com a rejeição do Messias, Deus interrompeu momentaneamente seu tratamento com Israel, e irá retomá-lo após o arrebatamento da Igreja, restaurando o templo e reavivando sua aliança com o povo (Rm 11:25-26, Hb 8:10, Dn 9:24-27).

e) O arrebatamento da Igreja e a Volta de Cristo são dois acontecimentos distintos. No arrebatamento, Jesus virá de maneira invisível, para buscar a sua Igreja, Ele ficará nos ares e o Espírito Santo será retirado da terra juntamente com a igreja, dando início assim aos 7 anos de governo do Anticristo e à Grande Tribulação (1 Ts 4:17, 2 Ts 2:7-11). A volta de Cristo será após estes 7 anos, de maneira visível, para inaugurar seu reino milenial (Zc 14:3-4). Obs: alguns pré-milenistas crêem que o arrebatamento não será antes, mas no meio ou no fim da Grande Tribulação (meso-tribulacionistas, pós-tribulacionistas).

f) Depois do Milênio, Satanás será solto por um curto período de tempo. Iniciará uma apostasia e uma rebelião contra Jerusalém e o governo divino. Cristo então o vencerá definitivamente, destruirá para sempre a trindade satânica, e julgará os perdidos (Ap 20-21).

g) Haverá duas ressurreições, em três épocas diferentes: a “primeira ressurreição” refere-se aos salvos. Esta acontecerá em dois momentos: primeiro no arrebatamento (1 Ts 4:16, 1 Co 15:52); e depois no início do Milênio (os mártires que se converteram e foram mortos durante a Grande Tribulação – Ap 20:3-6).  A “última” ressurreição será a dos ímpios de todos os tempos que rejeitaram a Deus e o evangelho; e ocorrerá no final do milênio, antes do juízo final (Ap 20:13-15).

h)  O mundo está piorando cada vez mais a medida que se aproxima o tempo do fim. Não adianta tentar transformar a sociedade, pois esta jaz no maligno e está destinada à perdição (2Tm 3:1-5, Lc 18:8). Não há muito porque lutar politicamente pelo mundo, pois este, afinal de contas, vai terminar num caos. Os malfeitores do mundo continuarão cada vez piores, conquistando todos os instrumentos de poder. A preocupação principal da Igreja deve ser a salvação de almas.

i) Da perspectiva pré-milenista, visto que o governo civil não é baseado na revelação especial de Deus, mas na revelação natural, até a idolatria deve ser permitida, porque o estado não tem nada a ver com as leis de Deus.

j) Quanto ao sistema de governo na terra, os pré-milenistas são totalmente favoráveis a um regime democrático que lhes permita a proclamação do Evangelho. Ao contrário dos pós-milenistas, que desejam cristianizar as nações, os pré-milenistas desejam pregar o evangelho a todas as criaturas, e para isso precisam de governos democráticos que lhes permitam entrar em todos os recantos do mundo (Mt 28:20-22).

 

CONCLUSÃO

*Como foi dito anteriormente, mais importante do que se “filiar” a uma ou outra linha escatológica, é saber que Jesus vai voltar e se preparar para a sua volta.

Deus executará seu justo juízo sobre a Terra e punirá com rigor o pecado e o pecador. E apenas aqueles que, em vida, se arrependeram, e creram em JESUS como Filho de Deus e único salvador, serão salvos e receberão a vida eterna (Mc 16:16).

Se o milênio é ou não literal ou se os salvos serão arrebatados antes ou depois da Grande Tribulação, não faz diferença. O que realmente importa é ter seu nome escrito no Livro da Vida. E isso, só é possível através de Jesus. A salvação não vem por boas obras, ou por frequentar uma ou outra igreja. JESUS é o caminho, a verdade e a vida (Ef 2:8-9, Jo 3:16, Jo 14:6).

Creia que fora de Jesus não há salvação, pois o nosso pecado nos afasta de Deus. Reconheça que é um pecador e precisa de Jesus para se reconciliar com Deus. Convide-o a entrar em seu coração e ser o Senhor de sua vida. E receba, pela fé, a vida eterna com Cristo.

Há pessoas que querem saber mais que Jesus, que garantiu que “aquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai” (Mateus 24:36). Nós simplesmente não conhecemos o tempo da volta de Jesus Cristo. E isto é muito bom. Vivamos pois como se Ele fosse voltar amanhã, com os olhos voltados para a Sua direção, buscando o crescimento em direção à Sua estatura perfeita. Enquanto tocamos nossos projetos, de curto, médio e longo prazos, esperemos e desejemos a sua volta.

 

O Espírito e a Noiva dizem: Vem!

Maranata!

Ora, vem Senhor Jesus!

 

Márcia Rezende: Bacharel em Teologia e Educação Religiosa / Marília/SP

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Fonte: https://serigreja.wordpress.com/2012/12/17/milenismo-pre-milenismo-ou-pos-milenismo