Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja de hoje
Comentarista: Elienai Cabral
TEXTO ÁUREO: “Então, os príncipes e os presidentes
procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam
achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum
vício nem culpa” (Dn 6.4).
VERDADE PRÁTICA:A integridade deve
ser a nossa marca, compreendendo igualmente coração, mente e vontade.
INTERAÇÃO
Daniel viveu em uma
sociedade pagã, porém ele manteve-se fiel e temente ao Senhor. Foi um
importante profeta e estadista que fez a diferença diante dos reis a quem
serviu. A vida deste servo de Deus não foi nada fácil. Ele experimentou
terríveis provas, como a cova com leões famintos, mas em todas elas agiu como
um vencedor. Embora exercendo importantes funções no reino, Daniel não
descuidava da sua vida de oração e não permitiu que um edito real o tirasse da
presença de Deus. Tem você, professor, também uma vida devocional como Daniel?
Não permita que dificuldade alguma o impeça de se achegar a presença de Deus em
oração. Jamais espere que uma situação difícil chegue para lhe ensinar a
respeito da oração.
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
1° Saber que Daniel era um homem
íntegro, mesmo vivendo em um meio corrompido.
2° Analisar o caráter íntegro de
Daniel.
3° Compreender porque Daniel foi parar
na cova dos leões.
Palavra Chave: Integridade: Caráter, qualidade de uma pessoa íntegra, honesta, incorruptível, cujos
atos e atitudes são irrepreensíveis.
INTRODUÇÃO
O capítulo seis do livro de Daniel, objeto de
estudo desta lição, destaca o valor da integridade moral e espiritual de Daniel
e seus amigos durante o reinado de Dario. Daniel agora era um homem idoso,
todavia, sua fé em Deus e sua fidelidade permaneceram inabaláveis, mesmo diante
das falsas acusações e da condenação que fizeram com que ele enfrentasse a cova
dos leões.
I. DANIEL, UM HOMEM ÍNTEGRO EM UM MEIO POLÍTICO CORRUPTO (Dn
6.1-6)
Mais de sessenta anos já haviam se passado desde
que Daniel e seus companheiros foram levados para o palácio babilônio. Apesar
disso, eles permaneceram íntegros, e mantiveram a fé inabalável no Deus vivo,
mesmo vivendo em meio à idolatria e corrupção. Eles não se corromperam com as
ofertas palacianas.
Pareceu bem ao rei nomear 120 príncipes para presidirem sobre todo o reino. Dentre estes, três seriam os principais. Os outros teriam que prestar contas a esses. Daniel estava entre os três e, dentre eles, logo se destacou e chamou a atenção do rei Dario, pois tinha “um espírito excelente” (v.3). Assim, não demorou muito para que o rei, devido à aptidão de Daniel, o constituísse sobre todo o reino (v.3). Tal decisão despertou ciúme e inveja nos outros líderes, os quais logo se tornaram inimigos de Daniel (vv.4,5).
2. Daniel se torna alvo de uma conspiração (Dn 6.4,5).
A inveja e o ciúme fizeram com que homens
malignos, sedentos de poder, tentassem derrubar Daniel. O problema era que por
mais que os inimigos de Daniel procurassem um motivo, político ou moral, para
acusá-lo, nada encontravam que pudesse manchar sua reputação. A integridade e a
lealdade de Daniel eram tão imbatíveis que seus inimigos resolveram armar uma
situação ardilosa contra ele, utilizando a própria fidelidade de Daniel a Deus
(v.5).
3. O perigo das confabulações políticas.
A intenção do rei, de promover Daniel ao posto
de maior destaque no governo, suscitou raiva nos outros príncipes, pois um
estrangeiro teria poder sobre eles. Os príncipes se utilizaram da vaidade e do
ego do próprio monarca para estabelecer uma trama que prejudicasse Daniel.
Invejosos se uniram e foram até o rei e propuseram que fosse feito um edito
real determinando que, durante o período de trinta dias, ninguém fizesse oração
a outro deus, ou homem, que não fosse ao rei Dario. Tal edito agradou o vaidoso
monarca que desejava ser adorado como um deus (vv.6-9). Daniel não fora
consultado sobre tal decreto, mas certamente sabia que o objetivo era atingir a
sua vida devocional e prejudicar sua comunhão com Deus.Depois que o rei aprovou o edito, os inimigos de Daniel ficaram na espreita, esperando o momento em que ele estaria orando ao Senhor. Daniel seria apanhado em flagrante. Entretanto, Daniel não ficou abalado ou preocupado com tal edito (v.10). Ele não permitiria que nada viesse atrapalhar sua comunhão com Deus e suas orações.
1. Nenhuma trama política mudaria em Daniel o seu hábito
devocional de oração (Dn 6.10).
A palavra integridade pode ser definida
como “solidez, ou estado de ser inteiro, isto é, completo”. Ainda muito jovem
Daniel entendera que sua vida dependia de sua relação com Deus. A oração era a
maneira de ele ser orientado em suas decisões pessoais e políticas. Da mesma
forma, Deus nos orienta e revela a sua vontade por intermédio das nossas
orações.
2. A momentânea vitória dos conspiradores.
Daniel soube do edito real, mas não abriria mão
da sua fé, mesmo que tal resistência lhe custasse a vida (v.10). Cientes da
integridade de Daniel, os inimigos apenas esperaram o horário costumeiro para
fazer o flagrante do “infrator” (v.11). De posse das provas, foram ao rei e
reivindicaram que a lei dos medos e dos persas fosse cumprida (vv.12,13). Só
então Dario percebeu que havia sido usado para que os inimigos de Daniel
conseguissem o seu intento (vv.13-15)
3. Preservando a integridade (Dn 6.18-22).
Daniel nos deixou o exemplo de que é possível
permanecer íntegro mesmo vivendo em meio a corrupção. Os servos de Deus são
chamados para que sejam luz em meio às trevas. Uma pessoa íntegra não é
dividida, não age com duplicidade, não finge, não faz de conta e, mesmo diante
do perigo, não nega a sua fé. Daniel nunca escondeu sua fé e o fato de que
orava a Deus, pois segundo o texto bíblico, ele orava em seu quarto com as
janelas abertas (v.10). As pessoas íntegras não escondem nada de ninguém. Suas
vidas são transparentes.
SINOPSE DO TÓPICO (II): A fé de Daniel contribuiu para que ele tivesse uma vida devocional
bem-sucedida.
III. DANIEL NA COVA DOS LEÕES (Dn 6.16-24)
1. Daniel preferiu morrer a se dobrar diante de um edito maligno
(Dn 6.16,17).
Daniel não discutiu nem questionou com o rei o
seu edito. Quando soube da lei real, foi para o seu quarto e, como de costume,
orou a Deus (v.10). Na verdade, Daniel tinha certeza de que Deus poderia
livrá-lo se assim o quisesse. A grande lição é que sua integridade não o livrou
da maldade e da inveja dos seus inimigos, pois foi denunciado, preso e lançado
na cova dos leões (vv.16,17).
2. Daniel foi protegido da morte pelo anjo de Deus (Dn 6.22,23).
A firmeza de Daniel estava acima de qualquer
trama diabólica. Com essa confiança, resignadamente aceitou a sua arbitrária
condenação (vv.16,17). Porém, na cova, Daniel constatou o livramento do Senhor,
que enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões, os quais não puderam devorá-lo
(v.22).O rei Dario ficou temeroso e triste ao ver que não poderia livrar seu fiel súdito daquela situação (v.14). Porém, no seu íntimo, o rei sabia que o Deus de Daniel poderia operar um milagre. Por isso, foi à cova para constatar o livramento (vv.18-20). Ali, o monarca foi surpreendido pelos feitos do Todo-Poderoso. Daniel foi retirado da cova sem nenhum ferimento (vv.22,23). Então, o rei ordenou que todos aqueles que haviam tramado contra Daniel fossem lançados na cova (v.24). Os inimigos experimentaram o castigo que eles mesmos haviam preparado.
3. Deus mais uma vez foi glorificado através da vida de Daniel
(Dn 6.22,23,25-28).
Daniel não saiu da cova esbravejando e
amaldiçoando os conspiradores. Ao contrário, ele reafirmou sua inocência e
disse que Deus havia enviado o seu anjo para livrá-lo (v.22). Mediante a
fidelidade de Daniel, o rei Dario aprendeu uma importante lição e, por isso,
decidiu honrar o Deus de Daniel com um edito. Este decretava que todos os
habitantes do império babilônico temessem ao Deus de Daniel “porque ele é o
Deus vivo e para sempre permanente, e o seu reino não se pode destruir; o seu
domínio é até ao fim. Ele livra, e salva, e opera sinais e maravilhas no céu e
na terra; ele livrou Daniel do poder dos leões” (vv.26,27). Portanto, não há e
nem houve um Deus como o da Igreja.
SINOPSE DO TÓPICO (III): Daniel não se dobrou diante de um edito
maligno. Ele foi fiel e o Senhor o livrou dos leões.
CONCLUSÃO
Daniel foi próspero e abençoado durante todo o
reinado de Dario e no reinado de Ciro, o persa (v.28). Deus honrou a fé do seu
servo. Ele também vai honrar a sua fé e o livrará de todo o mal. Confie!
Atualmente, os inimigos dos servos de Deus também procuram, mediante
articulações ardilosas, caluniar e mentir contra aqueles que servem ao Senhor
fielmente e se destacam no cenário político e eclesiástico. Estes lançam
calúnias a fim de denegrir a integridade daqueles que legislam e realizam seu
trabalho com excelência. Muitas vezes os íntegros também padecem diante de leis
injustas. A fé do profeta fez com que ele mantivesse sua comunhão com Deus
mesmo em tempo de crise. A fé em Deus nos dá paz e convicção interior para
enfrentar as situações adversas da vida. Como crentes, estaríamos dispostos a
sacrificar nossa vida e até morrer pelo nome de Jesus? O Mestre declarou que no
final dos tempos os verdadeiros discípulos seriam odiados, atormentados e
levados à morte. Temos pessoas como Daniel? Oremos a Deus para que sejamos como
este profeta.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B. (Ed). Teologia do Antigo
Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013.
1. Segundo a lição, o que destaca o capítulo seis de Daniel?
R. O capítulo seis do livro de Daniel destaca
o valor da integridade moral e espiritual de Daniel e seus amigos durante o
reinado de Dario.
2. O que fez com que Daniel se destacasse entre os demais
presidentes?
R. Ele tinha “um espírito excelente”.
3. Os inimigos de Daniel confabularam contra ele buscando que
tipo de falha?
R. Falhas políticas ou morais.
4. Defina a palavra integridade.
R. A palavra integridade pode ser definida
como “solidez, ou estado de ser inteiro, isto é, completo”
5. Quem Deus enviou para fechar a boca dos leões?
R. Deus enviou seu anjo.
Subsídio Bibliológico
Os males da inveja (6.4)
Os companheiros de cargo de Daniel, movidos por
amarga inveja, tinham más intenções contra o servo de Deus.Todos têm de vigiar contra este mostro destruidor: a inveja. Ainda neste versículo vemos outra virtude de Daniel: integridade de caráter ‘nenhum erro nem culpa’. O plano diabólico de matar Daniel seria executado através dos dirigentes do povo, e da vaidade do rei. Em Daniel 2.12, o Diabo, em seu plano anterior de matar Daniel, agiu através da ira do rei Nabucodonosor. Agora ele usou outro rei e outras armas: a presunção, a vaidade, o orgulho, a vanglória pessoal.
O Diabo percebeu que Daniel seria o homem que intercederia junto a Deus, com oração e jejum, para que os cativos de Israel retornassem à sua terra.
O rei seria um deus por trinta dias (v.7). Assim, movido por orgulho e vaidade, assinaria o decreto de morte (v.9). Ainda hoje, muitos decretos, leis, estatutos, resoluções, decisões, votações e reuniões são feitas para prejudicar os outros” (GILBERTO, Antônio. Daniel & Apocalipse: Como entender o plano de Deus para os últimos dias. RJ: CPAD, 2006, p.38).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bibliológico
Avanço Político de Daniel (6.1-3)
Na reorganização do governo, Dario seguiu a
política liberal de Ciro e logo dividiu a responsabilidade da administração. A
nomeação de 120 presidentes, sobre os quais foram colocados três príncipes,
pode ter sido um arranjo temporário para assegurar a coleta regular dos
impostos e manter um sistema de arrecadação e contabilidade. A breve explicação
do versículo 2 parece indicar isso: aos quais esses presidentes dessem conta,
para que o rei não sofresse dano.Dos três presidentes, Daniel se distinguiu. E Dario encontrou nele um espírito excelente e planejava estender sua autoridade sobre todo o reino.
Daniel devia ter em torno de 85 anos ou talvez se aproximasse dos 90 anos. Ele tinha passado diversas crises políticas. Agora, a sua reputação de homem íntegro e honesto chegara ao conhecimento dos novos governantes. Talvez informantes tenham aconselhado os novos governantes acerca da posição de Daniel na noite fatal da queda de Belsazar. Quaisquer que fossem as circunstâncias, o homem de Deus estava pronto para servir onde fosse necessário.
Um homem de fidelidade e honestidade é desconcertante para maquinadores desonestos. Ver Daniel prestes a receber uma promoção que o colocaria acima deles era mais do que os príncipes e os presidentes podiam tolerar. Eles precisavam destruir Daniel a qualquer custo. O fracasso em encontrar falhas na administração de Daniel os fez buscar uma maneira de atacá-lo no seu ponto mais forte sua religião e a lei do seu Deus.
O rei foi ingênuo no que tange à sugestão dos inimigos de Daniel. Era bastante comum para os governantes dos medos e persas colocar-se no lugar de um dos seus deuses e requerer a adoração do povo. Dario sentiu-se lisonjeado em ser o centro da devoção religiosa por um mês, assim, assinou esta escritura e edito” (PRICE, Ross E.; GRAY, Paul C. (Eds.). Comentário Bíblico Beacon. Volume 4. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, pp.518-9).
Integridade em tempos de crise
1° É possível ser íntegro em meio à
corrupção?
2° É possível sujeitar-se a Deus
quando ao nosso redor estamos cercados de exemplos contrários ao ideal divino?
Estas são as perguntas norteadoras desta sétima
lição.
O capítulo seis de Daniel revela que o profeta
fora colocado como um alto oficial do Império de Babilônia no governo de
Nabucodonosor e, posteriormente, Dario o assentara como líder de governo do
império Medo-Persa. Dario dividiu a escala de poder do império Medo-Persa da
seguinte maneira: três príncipes supervisionavam os 120 presidentes constituídos
nas províncias do império (vv.1,2). Daniel era um dos príncipes. Mas entre os
três o profeta se destacara.
Os príncipes e os presidentes armaram uma cilada
política envolvendo a religião do império. Não podiam sujar o caráter de Daniel
nas esferas sociais, morais e políticas, então os príncipes e presidentes do
império usaram a religião para atingir a vida de Daniel. O plano: durante
trinta dias quem dirigisse uma prece a Deus ou a um homem seria lançado na cova
dos leões. Ainda assim, o profeta Daniel não alterou a sua rotina. Todos os
dias, Daniel dirigia-se para uma sala no andar superior da sua casa, onde se
punha de joelhos para orar (além de ajoelhar-se, os judeus ficavam de pé com as
mãos erguidas para o céu e também prostravam-se como diante de Deus). Até que
foi denunciado pelos seus colegas de governo e Daniel condenado a cova dos
leões.
Política e Religião
A história da humanidade registra testemunhos
contundentes acerca da mistura entre a religião e a política. A exemplo dos
inimigos de Daniel, muitos usaram a religião para se beneficiarem
politicamente. Eles não criam em nada: no culto que praticavam e no deus que
diziam servir. Apenas usavam e abusavam desses expedientes da religião com o
fim de colocar os seus interesses políticos em primeiro lugar. A história da
igreja confirma a tragédia do Corpo Institucional de Cristo quando se misturou
o poder temporal e o espiritual. “O meu Reino não é deste mundo” disse Jesus. A
Igreja Católica Romana perdeu-se no caminho por se achar detentora do poder
temporal do “Sacro Império Romano”. Algumas Igrejas Protestantes se amalgamaram
com o Estado. Vide a divisão da Anglicana, Luterana e Reformada na Europa! O
que dizer das igrejas brasileiras envolvidas com a política partidária?
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