Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro
de Daniel para a Igreja de hoje
Comentarista: Elienai Cabral
TEXTO
ÁUREO: “E disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo
da ira; porque ela se exercerá no determinado tempo do fim” (Dn 8.19).
VERDADE
PRÁTICA: O tempo do fim não é o fim
do mundo, mas o tempo de tratamento de Deus com o povo de Israel, prenunciando
a vinda de Cristo.
INTERAÇÃO
“O
tempo do fim”
Há
pessoas que têm arrepios quando ouvem tal expressão. Mas esta nada tem com o
fim do mundo. Todavia, parece que o tema escatológico do fim do mundo mexe com
os sentimentos das pessoas. Não por acaso, a indústria cinematográfica
americana tem investido bilhões de dólares acerca destes temários. No meio
evangélico não é diferente, pois não poucos autores e cineastas têm assustado
pessoas fazendo com que as profecias pareçam um filme de Hollywood. Quando
ensinamos o oitavo capítulo do livro de Daniel, a nossa perspectiva de ensino
não pode ser a do terror, mas a da esperança. Apresentando aos nossos alunos o
triunfo do Reino de Deus mediante o contexto profético apresentado no capítulo
em estudo.
1° Conhecer os símbolos
proféticos do carneiro e do bode.
2° Identificar a visão do chifre pequeno.
3° Compreender o período do tempo do fim.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado professor, após
lecionar o primeiro tópico da lição, sugerimos que reproduza o esquema abaixo.
A ideia é reforçar o aprendizado dos alunos. De acordo com o esquema elaborado
e objetivando a assimilação das informações pelos alunos, é salutar ao professor
acrescentar ao esquema proposto figuras do bode, do carneiro e dos impérios
medo-persa e grego — as imagens podem ser identificadas na internet ou
adquiridas nas lojas da CPAD. A exposição oral do assunto conjugado ao esquema
e as figuras dos animais farão com que os alunos tenham sucesso no processo
ensino-aprendizagem. Boa aula!
Palavra Chave: Tempo: Período contínuo
no qual os eventos se sucedem.
No capítulo sete, Daniel tem a visão dos quatro animais, cada um destes representando um império mundial. No capítulo oito, que estudaremos nesta lição, o profeta tem sua segunda visão. Ele viu um carneiro lutando contra um bode. Na verdade, este capítulo repete muito da predição do capítulo dois, e especialmente do capítulo sete. Todavia, o capítulo oito acrescenta detalhes importantíssimos quanto aos períodos medo-persa e grego.
I. A VISÃO DO CARNEIRO E DO
BODE (Dn 8.3-5)
1. A visão do carneiro (Dn
8.3,4,20). Esse carneiro simbolizava o império medo-persa (v.20). Segundo os historiadores, no caso dos persas, os seus reis sempre levavam como emblema uma cabeça de carneiro em ouro sobre a cabeça, principalmente quando passavam em revista os seus exércitos. De acordo com a história, os medos haviam prevalecido na guerra com a Babilônia. Dario foi o primeiro governante da união entre a Média e a Pérsia. Porém, logo os persas prevaleceram em força e Ciro tornou-se o rei do império.
O carneiro identificado como o império medo-persa venceu e derrotou o império babilônico quando Belsazar estava no poder. No mesmo dia em que Belsazar zombou de Deus ao utilizar os utensílios sagrados do templo de Jerusalém, ele caiu nas mãos dos medo-persas. Nota-se que há uma repetição do predito na visão do capítulo sete sobre o segundo e o terceiro impérios, porém, Deus de maneira especial mostrou a Daniel o que estaria fazendo no futuro desses impérios e com o próprio povo de Israel.
2. Os chifres do carneiro.
Os dois chifres do carneiro
não eram iguais, pois um dos chifres era maior que o outro. O maior
representava Ciro, o persa (v.3) e o menor representava Dario, da Média. Na
cronologia histórica, Ciro sucedeu a Dario. Eventos importantes aconteceram no
período desses dois reis até que o carneiro foi vencido, surgindo na visão de
Daniel à figura de um bode que ataca o carneiro e o vence (vv.5-7).
3. A visão do bode (Dn
8.5-8).
A figura do bode, na
mitologia do mundo de então, simbolizava o poder e a força. Na visão de Daniel,
o bode arremeteu contra o carneiro com muita força, ferindo-o e quebrando os
seus dois chifres. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “o bode
representava a Grécia, e seu grande chifre refere-se a Alexandre, o Grande
(8.21)”. O carneiro foi totalmente dominado e humilhado. Seus dois chifres
foram quebrados e, após isso, ainda foi pisoteado sem compaixão pelo bode. Foi
uma profecia de completa sujeição e derrota do império medo-persa pelos gregos.Nos versículos oito e nove, a “ponta notável” se quebra e surgem em seu lugar quatro outras pontas (ou chifres). Esses quatro chifres menores representam os quatro generais que assumiram o império grego depois da morte de Alexandre, o Grande.
SINOPSE DO TÓPICO (I): A visão do bode e do carneiro refere-se respectivamente aos impérios
medo-persa e grego.
1. A visão da ponta pequena.
Na visão do profeta Daniel,
surge de uma das quatro pontas notáveis, “uma ponta mui pequena” (v.9). Daniel
percebeu que esta “ponta pequena” cresceu muito, especialmente direcionada para
a “terra formosa”, Israel. Essa “ponta pequena” refere-se à Antíoco Epifânio
que se tornou um opressor terrível contra os judeus. Ele surgiu da partilha do
império de Alexandre e a ele coube o domínio da Síria, Ásia Menor e Babilônia.
2. A ultrajante atividade
desse rei contra Israel (Dn 8.10,11).
Os versículos dez e onze
falam das ações ultrajantes do “pequeno chifre” contra o povo de Deus,
profanando o santuário de Israel e tentando acabar com o “sacrifício contínuo”
que Israel fazia ao Senhor.
3. A purificação do
santuário (Dn 8.14).
Segundo a história, a
purificação do santuário ocorreu três anos e dois meses depois de o altar do
Senhor ter sido removido por Antíoco. Deus é bom e misericordioso. Mesmo seu
povo sendo infiel, Ele iria purificá-los e restaurá-los.
SINOPSE DO TÓPICO (II): O
chifre pequeno de Daniel 8.9 refere-se à Antíoco Epifânio, um opressor cruel e
terrível contra Israel.
III. ANTÍOCO EPIFÂNIO, O
PROTÓTIPO DO ANTICRISTO
1. Antíoco Epifânio.
Por ora basta dizer que este foi um rei da dinastia
Selêucida (Babilônia e Síria) que perseguiu os judeus de Jerusalém e da Judeia.
Trata-se do rei de cara feroz descrito no versículo vinte e três. Este monarca
cometeu tantas atrocidades contra o povo de Deus, que muitos o veem como um
tipo do Anticristo.
2. A visão do anjo Gabriel
(Dn 8.16).
O “Gabriel” mencionado no
versículo dezesseis é um anjo que o Senhor enviou com o propósito de explicar a
Daniel a visão. Esse mesmo Gabriel também foi enviado a Zacarias e, igualmente,
a Maria, para anunciar o nascimento de Jesus (Lc 1.1-38). Como veremos no
capítulo nove ele aparece novamente a Daniel.
3. O tempo do fim (Dn
8.17).
Segundo a Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal, “o fim do tempo”, neste caso é uma alusão a todo
o período entre o final do exílio e a segunda vinda de Cristo. Os governantes e
impérios vistos por Daniel no capítulo oito já não existem mais. Homens como
Alexandre e Epifânio morreram e seus impérios chegaram ao fim, pois os reinos
deste mundo são efêmeros. Somente um reino nunca terá fim — o reino do Messias:
“O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão
dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos
os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Dn 7.27).Deus é soberano e a história do mundo faz parte dos seus desígnios. Ele conhece toda a história, começo e fim. O futuro do homem e do mundo está sob o olhar do Altíssimo.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PFEIFFER, Charles F.; VOS,
Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009.
SILVA, Severino Pedro. Daniel Versículo por Versículo: As visões para estes últimos dias. 13ª Edição. RJ: CPAD, 2005.
STAMPS, Donald C. (Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, 1995.
SILVA, Severino Pedro. Daniel Versículo por Versículo: As visões para estes últimos dias. 13ª Edição. RJ: CPAD, 2005.
STAMPS, Donald C. (Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, 1995.
EXERCÍCIOS
1. Quais são os dois animais da visão do capítulo oito?
R. O carneiro e o bode.
R. O império medo-persa.
R. Ciro, o persa; Dario da média.
R. Essa “ponta pequena” refere-se à Antíoco Epifânio que tornou-se um opressor terrível contra Israel.
R. Protótipo do Anticristo.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Histórico
MEDOS, MÉDIA
Em Isaías 13.17,18 e
Jeremias 51.11,28, foi predito o papel que os medos iriam desempenhar na queda
da Babilônia, embora nessa época os persas estivessem dominando. Daniel também
atribui aos medos um papel importante na queda da cidade da Babilônia (Dn
5.30,31). Talvez em 539 a.C. os exércitos de Ciro o Grande fossem dirigidos por
um Dario, o medo, que ‘ocupou o reino, na idade de sessenta e dois’ (v.31).
Entretanto, é difícil identificar esse Dario, o medo. O estudioso J. C”. Whitcomb Jr. acredita que era o Gubaru das Crônicas de Nabonido” (PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009, pp.1242-43).
Subsídio Histórico
PÉRSIA
Os reis assírios foram os
primeiros a mencionar a Pérsia em seus relatos. Salmanaser III recebeu tributo
dos reis da Parsua em 836 a.C., Tiglate Pilaser III invadiu a Parsua em 737, e
Senaqueribe lutou contra eles em Halulina em 681. Aquêmenes (Hakhmanish da
Pérsia) foi o ancestral epônimo que fundou a dinastia persa. Teispes, filho de
Aquêmenes, dois netos, Ariyaramnes e Ciro I, e um bisneto, Cambises, governaram
a terra natal, mas foram subordinados aos seus primos mais poderosos do norte,
os medos. A pátria deste povo de língua indo-europeia era chamada de Parsa, mas
eles a chamavam de Airyana, do sânscrito arya, ‘nobre’, e a partir daí o
atual Irã. O país situava-se a leste de Elão a partir do golfo Pérsico até o Grande Deserto de Sal. Este povo passou pelo planalto do Irã e ocupou esta região no início do primeiro milênio a.C.
Depois da queda de Nínive, em 612 a.C., os medos controlaram todo o norte da Mesopotâmia. O casamento de Cambises com a filha do rei medo Astíages, resultou no nascimento de Ciro II. Este líder uniu as tribos persas e juntou forças com Nabu-na’id (Nabonido) da Babilônia, em uma revolta contra os medos.
Em pouco tempo, o controle da Média caiu nas mãos de Ciro o Grande, em 547 a.C. ele venceu Creso, o rei de Lídia que governava a Anatólia ocidental.
Ciro não fez uma mudança radical quando tomou os reinos dos caldeus, mas instituiu reformas. Colocou o templo da Babilônia sob sua própria administração, mas teve uma atitude iluminada em relação às religiões que eram diferentes da sua. Os judeus exilados não foram os únicos a receber liberdade religiosa e voltar para a sua terra natal” (PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009, pp.1515-16).
O prenúncio do Tempo do Fim
O oitavo capítulo de Daniel retrata os impérios Medo-Persa e Grego respectivamente. O carneiro de dois chifres representa o império Medo-Persa. O Bode é figura do império Grego e o grande chifre do bode refere-se a Alexandre Magno, o mais célebre conquistador do Mundo Antigo.
Alexandre humilhou o império Medo-Persa sem compaixão e piedade. Representado pelo grande chifre do bode que foi quebrado, o imperador grego morreu prematuramente. A visão de Daniel apresenta mais quatro chifres que cresceram no seu lugar. Eles representavam os quatro generais que dividiram o império Grego em quatro regiões, após a morte de Alexandre, isto é, Macedônia, Ásia Menor, Síria-Babilônia e Egito. Entretanto, desses quatro chifres cresceu um pequeno chifre que foi visto na figura de Antíoco Epífanes, o rei da Dinastia Selêucida que governou a Síria entre 174 e 164 a.C.
Antíoco Epífanes atacou as quatro regiões e suas respectivas potências militares. A história confirma também o assassinato do sumo-sacerdote judeu Onias em 170 d.C. e a profanação do templo de Jerusalém. Daniel teve uma visão extensa e assustadora ao ponto de lhe tirar a força física para fazer as coisas mais básicas da vida. Mas era uma visão que devia ser guardada em segredo. Muitos estudiosos concordam que o capítulo oito de Daniel traz um testemunho de uma profecia histórica que se cumpriu parcialmente. A história teria testemunhado os acontecimentos que os santos profetas, sem os conhecerem de antemão, profetizaram em nome do Senhor. É bem verdade que o nosso Deus zela pela sua Palavra.
A Bíblia diz que o espírito do anticristo opera no mundo. De acordo com a crueldade, a ignomínia e a covardia de Antíoco Epifânio muitos estudiosos o relacionam como um tipo do Anticristo de que fala o Novo Testamento. Mas enquadrá-lo como Anticristo ainda passa por especulação. Todavia, o que deve alegrar o crente são as vidas que abrem os olhos espirituais e percebem por si mesma o benefício de crermos na graça preciosa e suficiente de Deus, o nosso bendito e eterno Pai.
Aproveite a aula de hoje para mostrar aos alunos como o nosso Deus relaciona-se com o Seu povo escolhido. Somos a igreja de Deus, um povo escolhido e chamado por Ele para anunciar as boas novas da vida eterna. Não permita que o seu aluno deixe a aula sem este esclarecimento: o de que o Senhor, através do Seu Filho Jesus, e na força do Espírito Santo, tem cuidado de nós.
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