Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja de
hoje
Comentarista: Elienai Cabral
TEXTO ÁUREO: “E te levantaste contra o Senhor do céu, [...] além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste” (Dn 5.23).
Na lição de hoje estudaremos a respeito de um fato ocorrido durante o reinado de Belsazar. Este rei, tomado pelo vinho, decide zombar de Deus, utilizando os utensílios sagrados do Templo em um banquete. O Altíssimo não tolera escárnio. Naquela mesma noite o juízo de Deus foi visto por todos. Uma mão misteriosa escreveu uma sentença nas paredes do palácio. O rei aterrorizado quer saber a interpretação e mais uma vez o profeta Daniel entra em cena para desvendar os mistérios divinos. Deus revela os seus segredos aos seus profetas (Am 3.7). Naquela mesma noite, o rei foi morto e os persas passaram a dominar a cidade. Que venhamos realizar a obra de Deus com temor e reverência, pois um dia também seremos julgados pelo nosso Senhor.
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
1° Saber a respeito
do festim profano de Belsazar.
2° Compreender que o
juízo de Deus é irrevogável.3° Analisar a sentença contra Belsazar e a queda da Babilônia.
Professor, converse com seus alunos explicando que Belsazar utilizou os utensílios do Templo em seu banquete e Deus condenou tal atitude. Em seguida faça a seguinte indagação: “É licito utilizar aquilo que foi dedicado a Deus, como o edifício da igreja, para qualquer fim?” Ouça os seus alunos com atenção. Incentive a participação de todos. Leia Ezequiel 44.23. Conclua enfatizando que precisamos distinguir o que é santo do que é profano. Explique que não podemos utilizar as dependências da igreja ou os objetos consagrados ao Senhor, como instrumentos musicais, para outros fins. Precisamos ser cuidadosos com o que pertence ao Todo-Poderoso.
Palavra
Chave: Profanação: Desrespeito ou violação do que é santo, sagrado; insulto, irreverência.
INTRODUÇÃO
A lição
desta semana mostra mais uma vez a soberania divina. Após a morte de
Nabucodonosor, em 562 a.C., Evil-Merodaque, o seu filho, sucedeu-o ao trono
babilônico. Entretanto, dois anos depois, Evil Merodaque foi assassinado pelo
seu cunhado, Neriglissar. Mas quem assumiu o trono foi Nabonido, o genro de
Nabucodonosor. Nabonido era o pai de Belsazar, o qual se tornou corregente com
o seu pai, três anos mais tarde. Cruel, devasso e profanador do sagrado são
adjetivos, ainda leves, para qualificar a Belsazar. Foi numa noite de festa,
regada a muito vinho e prostituição, que o rei Belsazar viu o reino escapar da
sua mão e teve sua morte decretada. O reino babilônico daria lugar ao
Medo-Persa, representado pelo peito e braços de prata da estátua sonhada por
Nabucodonosor.
I. O FESTIM PROFANO DE
BELSAZAR
1.
A zombaria de Belsazar (Dn 5.1-4).
O rei
Belsazar deu um grande banquete para os maiorais do seu reino. A festa ocorreu
no palácio babilônico, mas ele não demonstrou nenhum escrúpulo com a religião
alheia, o Judaísmo. Embriagado, o rei mandou vir os utensílios sagrados do
Templo de Jerusalém, trazidos como espólio de guerra por seu avô,
Nabucodonosor, para serem usados no banquete por ele oferecido. Homens
corruptos e prostitutas profanariam o sagrado. Uma orgia com o que era santo!
Belsazar foi longe demais, pois para satisfazer os seus instintos baixos,
frívolos e profanos, escarneceu do Deus de Israel e do seu povo.Segundo os historiadores, enquanto o pai de Belsazar, Nabonido, estava no campo de batalha para defender os interesses do reino, ele, Belsazar, divertia-se com mulheres e amigos para satisfazer as suas paixões. O festim de Belsazar era incompatível com o período de enfraquecimento do império da Babilônia. Habituado a ter tudo ao seu alcance, o rei não hesitava em fazer sua vontade prevalecer, tanto para matar os seus oponentes quanto para se cercar de pessoas de sua estirpe. Belsazar era um homem cruel!
A despeito da grandeza e da opulência imperial, a festa oferecida por Belsazar e dedicada aos maiorais do reino, era um festejo degenerado, pois ia desde as bebedeiras às orgias com homens e mulheres. Onde a luxúria, a riqueza e a ostentação predominam, há prazeres pervertidos e maldades. Assim foi aquela festa dedicada aos deuses babilônicos! Havia, a partir do palácio, uma forte influência dos demônios, o que confirma o que disse Paulo aos crentes coríntios (1Co 10.20).
II. O IRREVOGÁVEL JUÍZO DE
DEUS
1.
O dedo de Deus escreve na parede (Dn 5.5).
A resposta divina foi imediata: Deus interferiu
naquela festa escrevendo sua sentença na parede do salão, diante dos olhos de
Belsazar e de todos os seus convivas. Ali, o barulho das taças e dos jarros de
vinhos, bem como a “alegria” de outrora, cessaram. De modo assombroso e
assustador estava escrito a sentença contra o rei Belsazar e o seu reino.
Aquela visão demonstrava o fruto do desprezo do rei babilônico ao Deus de
Israel: o Reino da Babilônia foi rasgado. Fez-se um silêncio sepulcral no
recinto!A mensagem na parede estava numa linguagem ininteligível (v.7). No primeiro momento, ninguém compreendia o que estava escrito. Belsazar convocou todos os sábios para decifrar o “enigma”. Entretanto, eles foram incapazes de fazê-lo.
Quando ouviu as palavras do rei e percebendo um movimento diferente no palácio, a rainha, filha de Nabucodonosor, mãe do rei Belsazar, entrou na presença do seu filho para saber o que acontecera. Após inteirar-se do assunto, a rainha lembrou-se de Daniel, um homem de confiança tanto do seu pai quanto do seu marido. Ele podia interpretar a mensagem que o rei vira. Mas Daniel não estava no palácio.
Belsazar não via a Daniel como servo do Deus Altíssimo, mas apenas como um dos sábios do palácio. A mãe de Belsazar, contrariamente, o conhecia e tinha certeza que Daniel era uma pessoa diferente e o seu Deus, poderoso. Ela mesma havia testemunhado as proezas do Deus de Israel em outras ocasiões da história daquele reino.
Daniel era um homem que não fazia concessões a sua fé. Ele entrou na presença do rei e após lhe oferecerem presentes, o profeta rejeitou-os diante do imperador (Dn 5.17).
III. A SENTENÇA CONTRA
BELSAZAR E A QUEDA DE BABILÔNIA (5.22-28)
1.
Os sábios não decifraram as palavras escritas na parede (5.15).
A mensagem era curta e objetiva, mas as palavras
eram desconhecidas dos sábios do palácio e eles não puderam decifrá-la. Por
isso Daniel é chamado, não pelo rei Belsazar, mas por indicação de sua mãe,
para desvendar-lhe o mistério. O profeta Daniel tinha o Espírito Santo em sua
vida, por isso, Deus o revelou o significado daquelas palavras (Dn 5.10-12).As palavras escritas na parede não foram interpretadas pelos sábios do império. Estes não achavam o sentido delas. Porém, sem medo e seguro, Daniel as interpretou. As duas primeiras palavras estavam repetidas — MENE, MENE — e significavam “contar ou contado”. A palavra TEQUEL tinha o sentido de “pesado”. A última palavra, PARSIM, significava “dividido” (Dn 5.25). Para interpretar a mensagem Daniel usou o termo “PERES”, palavra correlata de PARSIM. O sentido daquela é o mesmo desta.
Então, dos versículos 26 ao 28, o profeta explicou cada uma das palavras: “Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e o acabou. TEQUEL: Pesado foste na balança e foste achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas”.
Naquela noite fatídica Deus demonstrou a sua soberania sobre os reis da Terra. Ele é o Todo-Poderoso e tem o cetro do governo do mundo em suas mãos. Nada escapa aos seus olhos. Tão logo foi dada a interpretação da mensagem e as honrarias feitas a Daniel para ser o terceiro homem do império, o rei Belsazar foi morto e o exército de Dario entrou na cidade da Babilônia. Os medos e os persas passariam a reinar no lugar do império da Babilônia.
No capítulo cinco de Daniel, aprendemos a lição de que não podemos nos fechar em nós mesmos. Deus não suporta uma vida de egoísmo, soberba e perversidade. Não podemos profanar aquilo que o nosso Pai consagrou como santo. Não sejamos profanos. Santifiquemo-nos a Deus com as nossas vidas.
SINOPSE DO TÓPICO (III): Deus é o justo juiz, Ele não aceita escárnio ou zombaria de homem
algum.
A opulência da Babilônia, a crueldade de Belsazar e as orgias do reino tipificam uma vida tremendamente fechada em si mesma. A intervenção de Deus em meio aquela festa profana demonstra que Ele não admite a soberba e o egoísmo. O Pai Celestial, em Jesus Cristo, julgará a todos os que se mostram soberbos e arrogantes. A queda do império babilônico é uma lição para todos nós. Um dia, quando da segunda vinda gloriosa de Jesus, todos os povos serão julgados pelo nosso Senhor.
ZUCK, Roy B. (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013.
EXERCÍCIOS
1. O que o rei Belsazar
mandou trazer para usar no banquete oferecido por ele?R. Mandou trazer os utensílios sagrados do Templo.
R. Era um festejo degenerado, profano.
R. Belsazar não via a Daniel como servo do Deus Altíssimo, mas apenas como um dos sábios do palácio.
R. MENE: Contou Deus o teu reino e o acabou. TEQUEL: Pesado foste na balança e foste achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas.
R. No capítulo cinco de Daniel, aprendemos a lição de que não podemos nos fechar em nós mesmos. Deus não suporta uma vida de egoísmo, soberba e perversidade. Não podemos profanar aquilo que o nosso Pai consagrou como santo.
Subsídio Bibliológico
A
escritura (5.25)
Não existem
vogais na forma escrita da família de línguas às quais pertencem o hebraico e o
aramaico. O manuscrito pode muito bem ter sido grafado como a ‘mina’, o ‘siclo’
e o ‘peres’ (meio siclo). Esta ordem é de valor decrescente, de acordo com a
expressão monetária. Conquanto possa representar uma desvalorização progressiva
do reino, certa feita liderado por Nabucodonosor, sua interpretação permanece
um mistério. Daniel acrescenta vogais diferentes para que se possa ler
‘numerado, numerado, pesado, dividido’. Ainda assim, não tem significado algum
até que os atos de Belsazar fossem explicados, cuidadosamente numerados,
pesados e considerados insuficientes por Daniel. Seu reino estava prestes a ser
dividido e dominado. Deus enumera e pesa os atos de todos os homens e mulheres.
Que não nos encontremos em falta” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da
Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.
1º Edição. RJ: CPAD, 2005, p.517).
Subsídio Bibliológico
Segurança
falsa
O rei
festejava com ‘os seus grandes’, pois todos supunham estarem protegidos pelas
muralhas maciças. O que não podiam imaginar é que as forças persas haviam
mudado o curso do rio que atravessava a cidade. Com a queda do nível de água, o
inimigo simplesmente caminhou ao longo da cabeceira do rio, por baixo das
grades de proteção, e surpreendeu os babilônios no interior da cidade.Devido à vastidão do lugar, mesmo muito tempo depois que as áreas periféricas haviam sido tomadas, os habitantes ainda continuavam a ignorar o que vinha ocorrendo, pois, como estavam envolvidos na festa, continuaram dançando e se divertindo até que, finalmente tomaram conhecimento do ocorrido. Que semelhança entre tanta gente da atualidade, que se sente segura por trás dos muros da riqueza ou da posição social, jamais imaginando que a ruína está tão perto, até que seja tarde demais” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.517).
A queda do Império
Babilônico
“MENE,
MENE, TEQUEL e PARSIM”. Era o que estava escrito na parede revestida por
estuque do palácio real. Uma imagem assombrosa e amedrontadora que colocou
ponto final na festa do palácio. Deus estava falando que chegara ao fim o
espetáculo do deboche da fé alheia.O capítulo cinco de Daniel retrata a imagem de uma festa no Palácio do Co-Regente da Babilônia. Belsazar havia ordenado aos seus subordinados que trouxessem os utensílios de ouro deportados do templo de Jerusalém. Com estes utensílios o rei promoveria uma festa regada a vinhos para os convivas. Era a festa do deboche! Do deboche da fé de um povo. Do deboche dos costumes e hábitos de uma nação. Do deboche da cultura religiosa de um povo. Do deboche do Deus de uma nação.
A
ação divina
O quinto
capítulo do livro de Daniel demonstra um Deus soberano que perscruta a
motivação do coração humano. Ele fez isso com o rei Belsazar. Este caiu na
mesma tentação do seu avô, Nabucodonozor. E adoeceu de alma pensando fazer com
o poder imperial o que bem entendesse sem ser alvejado pelas suas escolhas.
Belsazar escolheu o caminho mais sórdido e absurdo: o da profanação da
identidade religiosa e cultural de um povo, e das coisas consagradas a Deus.
Somente para mostrar que ele, Belsazar, era mais importante que o Deus de
Israel. Entretanto, o rei mal sabia que estava sob o olhar desse Deus.
Para a
motivação de Belsazar foi dado um xeque mate: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM.
Estas palavras são a mensagem de Deus revelada a Daniel: “Esta é a
interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e o acabou. TEQUEL: Pesado
foste na balança e foste achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino e
deu-se aos medos e aos persas”. Naquela noite o Deus de Israel acabara com a
festa do deboche das coisas consagradas a Deus e do Seu povo. E Belsazar morreu
ali mesmo.
Um
cuidado na interpretação do texto
Ao lermos
este texto temos de ter o cuidado de não fazermos interpretações a fim de
colocarmos os utensílios dos nossos cultos hoje acima das pessoas. No Antigo
Testamento o povo de Israel, os profetas e as lideranças judaicas não haviam
conhecido a revelação de Jesus de Nazaré. Isto é um dado muito importante! Não
podemos ler o Antigo Testamento sem considerar o Evangelho ensinado por Jesus
de Nazaré, o Deus encarnado em Pessoa, e as cartas apostólicas: O Novo
Testamento.
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