Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja de hoje
Comentarista: Elienai Cabral
Titulo: O Homem Vestido de Linho
Titulo: O Homem Vestido de Linho
VERDADE
PRÁTICA: Deus revela o futuro, para que o seu povo não fique amedrontado e
confuso.
INTERAÇÃO
Os anjos são seres espirituais presentes na Bíblia.
Ele está envolvido com o futuro de Israel, no Antigo Testamento, e com o futuro
da Igreja, em o Novo Testamento. Além disso, os anjos ministram por ordem
divina e, por isso, não recebem adoração em hipótese alguma. Infelizmente,
muitos têm ensinado uma falsa doutrina acerca dos anjos, dizendo que Gabriel
está ali, Miguel, acolá. E Jesus? Onde fica nisso tudo? Prezado professor, você
tem uma boa oportunidade, através do capítulo dez de Daniel, de desmistificar
crendices que não exaltam a Deus e nem edificam vidas.
OBJETIVOS:
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
1° Discorrer sobre a
visão celestial de Daniel.
2° Explicar o
significado do homem vestido de linho.
3° Saber que os anjos
de Deus são seres espirituais ajudadores.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor,
para concluir a aula da presente lição, reproduza o esquema abaixo de acordo
com as suas possibilidades. O esquema é uma adaptação da explicação do teólogo
pentecostal escocês, radicado nos EUA, Myer Pearman. Destaque para os alunos o
que a Bíblia revela acerca da natureza dos anjos: são criaturas, espíritos,
imortais e numerosos. A partir da análise da natureza angelical, enfatize que a
Bíblia não nos ensina crendices quanto aos anjos. Boa aula!
Palavra Chave: Visão: Concepção ou representação, em espírito, de situações, questões, etc.
Interpretação.
INTRODUÇÃO
Ao
estudarmos o capítulo dez, precisamos compreender que já se haviam passado uns
quatro anos desde que Gabriel apareceu a Daniel com uma mensagem da parte de
Deus. Era o terceiro ano do reinado de Ciro da Pérsia, e Daniel era um homem
com mais de 90 anos de idade. Mesmo assim, não desistiu de orar e jejuar em
favor do seu povo.O capítulo dez trata da última visão do profeta a respeito dos acontencimentos dos últimos dias.
I. UMA VISÃO CELESTIAL (Dn 10.1-3)
1. “Foi revelada uma palavra a Daniel”.
O capítulo dez tem início com a visão que Daniel teve a respeito dos acontecimentos dos últimos dias. Neste capítulo, temos apenas o início da visão e da revelação de Daniel. Deus é Senhor e tem o conhecimento total e completo do futuro. Sua revelação é infalível e não deixa nenhuma dúvida.
2. Daniel um homem de oração.
Daniel era um homem determinado e consciente da situação do seu povo. Talvez, por isso, tivesse por três semanas consecutivas (21 dias) orado, jejuado e não se ungido com unguento (v.3). A perseverança de Daniel em oração fez com que os céus se abrissem. Temos um Deus que ouve e responde as nossas orações (Jr 33.3). Daniel não desistiu de clamar e pedir pelo retorno do seu povo. Ele sabia o quanto Deus é Poderoso e que no tempo certo Ele agiria em favor dos israelitas. O tempo de Deus não está preso às circunstâncias históricas. No tempo devido, seus desígnios são concretizados. Daniel havia entendido que o plano de Deus para o seu povo não havia findado.
3. A tristeza de Daniel. “Estive triste por três semanas completas” (10.2).
SINOPSE DO TÓPICO (I): Daniel, um
homem de oração, sentiu o peso da tristeza acerca da revelação das últimas
coisas.
II. A VISÃO DO HOMEM VESTIDO DE LINHO
(Dn 10.4,5)
1. Um “homem vestido de linho”.
A visão de Daniel é muito parecida com a que João
teve na ilha de Patmos (Ap 1.12-20) e com a do profeta Ezequiel (Ez 1.26).
Acredita-se que, assim como João e Ezequiel, o profeta Daniel tenha visto o
Senhor Jesus Cristo. Tanto João como Daniel tiveram a mesma reação diante de
tal visão: desfaleceram. Eles não encontraram forças para ficar de pé (Dn 10.8;
Ap 1.17). Homem algum pode resistir diante da glória do Senhor. A visão do
Filho do Homem fez com que as forças físicas de Daniel se esgotassem, todavia,
o Senhor enviou um anjo para tocar o seu profeta (Dn 10.10).
2. “Eis que uma mão me tocou”.
O número de anjos é imenso (Hb 12.22), porém, no livro do profeta Daniel encontramos a referência a dois anjos em especial: Gabriel, que ajudou a Daniel a compreender as revelações divinas (Dn 9.21-27) e Miguel, o arcanjo, protetor de Israel (Dn 12.1). No Antigo Testamento, uma das atribuições dos anjos era guardar o povo de Deus (2Rs 6.17). Na Bíblia os anjos também foram utilizados como agentes na execução do julgamento divino (Gn 19.1).
3. “O príncipe do reino da Pérsia”.
SINOPSE DO TÓPICO (II): A visão de Daniel acerca do homem vestido de linho é semelhante a que o
apóstolo João teve na Ilha de Patmos e com a do profeta Ezequiel.
III. DANIEL É CONFORTADO POR UM ANJO (Dn
10.10-12)
1. Daniel é confortado por um anjo (10.10-12).
Diante da visão o profeta perdeu as suas forças. Porém, o Senhor envia um anjo para tocar Daniel e restaurar as suas forças físicas. A mão do anjo tocou o profeta e o ergueu. Observe que Daniel, “o homem mui desejado,” ficou como morto e depois de joelhos diante do Senhor. No grande dia, como ficarão aqueles que rejeitam e desprezam o Filho de Deus?
2. O conflito entre o Arcanjo Miguel e o príncipe do reino da Pérsia (10.13).
3. A hostilidade espiritual contra o povo de Deus.
Há resistência espiritual às nossas orações e a nós. Quando oramos entramos em batalha contra as potestades do mal (Ef 6.12). Israel tem o seu ajudador, o arcanjo Miguel. A Igreja é guardada pelo próprio Senhor Jesus Cristo, aquele que venceu as forças do Inimigo ao morrer e ressuscitar ao terceiro dia.
SINOPSE DO TÓPICO (III): Diante da visão Daniel desfaleceu. Mas, Deus enviou-lhe um anjo para
confortá-lo e reerguê-lo.
CONCLUSÃO
Duas
vezes o anjo de Deus tocou em Daniel para que ele pudesse recobrar as suas forças
físicas. O toque de Deus nos anima e nos fortalece para que possamos, como
Daniel, servir ao Senhor com temor e amor.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
GILBERTO,
Antônio. Daniel & Apocalipse. RJ: CPAD, 2006.
LAHAYE, Tim; HINDSON (Ed.). Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004.
LAHAYE, Tim; HINDSON (Ed.). Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004.
EXERCÍCIOS
1. Como se inicia o
capítulo dez?
R.
Com a visão que Daniel
teve a respeito dos acontecimentos dos últimos dias.
2. Qual era o motivo
da tristeza de Daniel?
R.
Não sabemos o motivo
real que trouxe tamanha tristeza e dor ao coração de Daniel. Todavia, sabemos
que ele não se deixou abater por sua melancolia. Daniel continuou a orar e
jejuar, buscando o socorro divino.
3. A visão de Daniel
no capítulo dez se parece com quais visões?
R.
A visão de Daniel é
muito parecida com a que João teve na ilha de Patmos (Ap 1.12-20) e com a do
profeta Ezequiel (Ez 1.26).
4. Quem era o “homem
vestido de linho”?
R.
Acredita-se que, assim
como João e Ezequiel, o profeta Daniel tenha visto o Senhor Jesus Cristo.
5. Segundo a lição,
quem era o príncipe da Pérsia?
R.
A maioria dos teólogos
acredita que este príncipe seja um anjo satânico.
Subsídio Exegético
Uma Visão Celestial de Conflitos
Terrenos, 10.1-12.13
A
maioria dos intérpretes concorda em que os últimos três capítulos do livro de
Daniel constituem uma unidade. Keil descreve os conteúdos dessa seção como ‘A
revelação das aflições do Povo de Deus Infligidas pelos Governantes do Mundo
até a Consumação do Reino de Deus’. Essa seção não está em forma de sonho ou
visão. Ela é uma revelação, que vem diretamente a Daniel por intermédio de um
ser celestial que age como o mediador da verdade. A expressão foi revelada uma
palavra a Daniel (10.1) contém a palavra niglah, a forma passiva do verbo que
significa ‘desvendar, manifestar, revelar’. Essa manifestação culminante
experimentada por Daniel veio a ele na forma mais elevada de revelação, através
do encontro direto com a deidade. Keil descreve essa experiência como uma
teofania, uma manifestação ou aparição de Deus” (PRICE, Ross; GRAY, C. Paul (et
al). Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. 1ª Edição. Volume 4.
RJ: CPAD, 2005, pp.538-39).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bibliológico
Anjos Caídos
Os
anjos malignos, dos quais Satanás é o príncipe (Jo 12.31; 14.30; Ef 2.2; cf.
6.12), se opõem aos bons (Dn 10.13), perturbam o bem-estar do homem às vezes
adquirindo o controle que Deus tem sobre as forças da natureza (Jó 1.12-19) e
as doenças (Jó 2.4-7); cf. Lc 13.16; At 10.38. Eles tentam o homem para pecar
(Gn 3.1-7; Mt 4.3; Jo 13.27; 1Pe 5.8) e espalham falsas doutrinas (1Rs
22.21-23; 2Co 11.13,14; 2Ts 2.2; 1Tm 4.1). No entanto, sua liberdade para
tentar e testar o homem está sujeita à vontade permissiva de Deus (Jó 1.12;
2.6).Embora eles ainda tenham a sua habilitação no céu e, às vezes, tenham acesso ao próprio trono de Deus (Jó 1.6), serão lançados à terra por Miguel e seus anjos antes da Grande Tribulação (Ap 12.7-9), e finalmente serão lançados no lago de fogo e enxofre ‘preparado para o diabo e seus anjos’ (Mt 25.41).
Os anjos, como seres criados separadamente, não se casam nem se dão em casamento (Mt 22.30; Lc 20.36). Em contraste, os homens são todos participantes da raça humana e descenderam do primeiro casal, Adão e Eva. Deus, portanto, não pode lidar com os anjos através de um representante e, sendo assim, os anjos caídos não podem ser remidos por um comandante federal como o homem (por exemplo, ‘em Adão’ e ‘em Cristo’ Rm 5.12ss.; 1Co 15.22).
Com que base Deus, então, separou os santos anjos (Mt 25.31; Mc 8.38) daqueles que pecaram (2Pe 2.4; cf. Jd 6)? Com base em sua obediência, amor e lealdade a Ele. Aqueles que seguiram a Lúcifer em sua rebelião contra Deus (Is 14.12-17; Ez 28.12-19) desse modo pecaram e caíram. Alguns destes foram colocados em cadeias eternas (Jd 6), mas os outros ainda estão livres e ativos e são chamados demônios. Aqueles anjos que continuaram firmes em amor, lealdade e obediência a Deus foram confirmados em um caráter de justiça. Assim, os anjos podiam pecar ou permanecer puros até serem totalmente testados e confirmados em justiça” (PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.139).
O Homem vestido de linho
O
capítulo que ora vamos estudar encontra-se numa seção que se destaca dos
capítulos sete a nove: a de dez a doze. Estes aparecem como profecia que os
remete a uma retrospectiva histórica dos capítulos sete a nove. A seção dos
capítulos dez a doze dividi-se basicamente em três partes: introdução longa que
descreve a aparição do emissário divino para Daniel (cap. 10); a revelação que
envolve a história dos quatro impérios mencionados em profecias anteriores
(11.1-12.4); a consumação dos segredos divinos até o tempo do fim (12.5-13).O capítulo dez retrata o envio de um emissário celestial, conhecido como o homem vestido de linho, que trouxe uma mensagem a Daniel acerca do futuro das nações e do povo de Israel. O profeta Daniel esgotou-se fisicamente diante da realidade espiritual permeada na batalha entre anjos cuja maioria dos estudiosos conservadores diz serem aqueles anjos guardiões das nações que habitavam a região da Palestina e adjacências.
Mais importante é destacar que neste capítulo os anjos aparecem com uma missão específica em relação ao desenrolar da história revelada em visão a Daniel. Os seres espirituais são enviados pela parte de Deus para auxiliar o profeta concernente a interpretação de algo que Daniel buscava compreender. Perceba que em nenhum momento há uma atitude de deslumbramento por parte do profeta com relação aos seres espirituais. Pois o seu desgaste físico tem haver com a dimensão do mundo espiritual que ele viu-se imerso. Por isso, não podemos usar este texto para justificar os movimentos contemporâneos de “cair no espírito”. É um “assalto” hermenêutico utilizar textos como este de Daniel para justificar movimentos que nada tem haver com o desenrolar do futuro das nações onde Deus se predispõe a revelar os mistérios divinos.
Não se pode deixar de apontar também que no nascimento de Jesus de Nazaré esta dimensão celestial foi novamente representada através dos anjos. O anjo Gabriel anunciou o advento do Messias. Na tentação de Jesus, após Ele ser provado e ter vencido as tentações, anjos o serviram. O apóstolo Paulo nos falou que a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra as potestades nas regiões celestiais. Os anjos são reais, o mundo espiritual é real e, por isso, não podem ser banalizados por meninices e falta de bom senso e respeito às coisas de Deus.
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