Lições Bíblicas CPAD /
Jovens e Adultos
Título: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de
Daniel para a Igreja de hoje
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 12: Um Tipo do futuro Anticristo
TEXTO ÁUREO: “Ninguém, de maneira
alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se
manifeste o homem do pecado, o filho da perdição” (2Ts 2.3).
INTERAÇÃO
Quando encerramos a leitura do Antigo Testamento e
deparamo-nos com o primeiro livro do Novo Testamento, o Evangelho de Mateus,
nós não imaginamos o lapso de tempo que representa passar de uma página a
outra. Foram aproximadamente quatrocentos anos de um período considerado “o
silêncio de Deus”. Entretanto, acontecimentos proféticos cumpriram-se neste
período onde surgiu um personagem na história, considerado por muitos o
Anticristo, mas considerado pelos principais estudiosos do Antigo Testamento,
uma figura do Anticristo: Antíoco Epifânio. Um personagem importante na
história bíblica e secular.
1° Conhecer as predições
proféticas do capítulo onze de Daniel.
2° Destacar o caráter
perverso de Antíoco Epifânio, o imperador da Síria.
3° Saber que Antíoco
Epifânio prefigura o Anticristo que há de vir.
Prezado
professor, para a aula de hoje, procure se preparar com informações sobre o
personagem central da lição: o imperador sírio Antíoco Epifânio. Um homem
cruel, imoral e que profanou o Templo dos judeus em Jerusalém. Procure
pesquisar informações históricas de sites confiáveis, revistas de história e
livros que abordem o período considerado interbíblico. Este é um período pouco
estudado pelos professores, mas crucial para compreender o momento histórico da
invasão em Jerusalém após o retorno do cativeiro e a pessoa de Antíoco Epifânio
como a figura do futuro Anticristo. Boa aula!
No
capítulo onze, Deus revela a Daniel eventos proféticos que se cumpriram no
período interbíblico, ou seja, o período entre o Antigo e o Novo Testamentos.
Nesta revelação profética destaca-se o personagem histórico que estudaremos
nesta lição, Antíoco Epifânio. Esse personagem prefigura o Anticristo revelado
em o Novo Testamento (Mt 24.15; 2Ts 2.3-12).
I. PREDIÇÕES PROFÉTICAS CUMPRIDAS COM EXATIDÃO (11.2-20)
Essas
profecias reveladas a Daniel cumpriram-se fielmente por uns 500 anos até o
período interbíblico, que vai do fim de Malaquias ao início de Mateus.
1. A revelação sobre o fim do Império Medo-Persa (11.2).
Aparece
no versículo primeiro o nome do rei “Dario, o medo” que é o mesmo de Daniel
5.31. A história bíblica diz que Ciro constituiu a Dario como rei. No capítulo
onze é revelado a Daniel uma sucessão de reis que vai de Ciro até o desmoronamento
do reino de Alexandre. Foi revelado a Daniel que o rei valente (v.3),
Alexandre, se levantaria e dominaria muitos reinos, todavia o Senhor mostrou
também que embora imponente, o reino de Alexandre seria partido aos quatro
ventos do céu (v.4). Os reinos deste mundo, por mais importantes que sejam, são
todos passageiros. Somente o Reino de Deus é eterno.
A
história apresenta diferentes datas quanto a estes reis, mas isso não afeta o
cumprimento, com exatidão, dos fatos proféticos do capítulo onze.
2. Um rei valente (11.3).
O rei
valente que seria levantado era Alexandre Magno. A importância dessa profecia
está no fato de que é Deus que dirige a história para que sua soberana vontade
seja exercida especialmente em relação a Israel.
Até o
versículo 35 a profecia de Daniel se concentra em revelar os reinos gentílicos.
Depois, o foco principal passa a ser o povo de Deus e seus sofrimentos.
Os reis
do Sul descritos no versículo cinco eram os Ptolomeus, sucessores de Ptolomeu
Soter, general de Alexandre. E os reis do Norte (v.6) eram os Selêucidas,
sucessores de Seleuco I, que governou parte da Ásia Menor e Síria.
Afirma
o versículo quatro que “estando ele em pé, o seu reino será quebrado”.
Alexandre morreu na Babilônia aos 33 anos de idade. O seu reino, como havia
sido revelado pelo Senhor, “foi repartido para os quatro ventos do céu” (v.4).
Alexandre não teve um sucessor e seu reino foi dividido entre os seus quatro
generais: Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu. Ainda que os historiadores
neguem a questão da soberania de Deus no destino das nações, não podemos
duvidar que Ele permite que reinos sejam estabelecidos e destruídos. “Os quatro
ventos do céu” (v.4) lembra a profecia sobre a figura das quatro cabeças do
leopardo alado (7.6) e a visão do bode com quatro chifres notáveis (8.8). As
figuras são diferentes, mas as representações dessas figuras são as mesmas,
porque falam do Império Grego e sua divisão, depois da morte de Alexandre.
Cassandro reinou na Macedônia; Lisímaco reinou na Trácia e Ásia Menor; Ptolomeu
reinou no Egito e Seleuco reinou sobre a Síria e o restante do Oriente Médio.
Nos
versículos 5 a 20, temos uma sucessão de guerras entre esses quatro reis,
especialmente entre Egito e Síria, entre os reinos do Norte e do Sul. O rei do
Norte, Antíoco Epifânio (entre 175 e 164 a.C.) o qual tornou -se um tipo do
Anticristo.
II. O CARÁTER PERVERSO DE ANTÍOCO EPIFÂNIO (11.21-35)
Os
quatro generais de Alexandre que se tornaram reis não se contentaram com seus
territórios e passaram a lutar entre si. Seleuco IV ocupava o trono da Síria em
Antioquia e reinou de 187 a 175 a.C. Ele morreu envenenado e seu filho deveria
assumir o trono, mas seu tio Antíoco Epifânio tomou o trono da forma mais
ignominiosa e detestável possível. Assumiu o trono sírio e mudou seu título de
Antíoco IV para Antíoco Epifânio, isto é, o glorioso.
Ele
chegou ao poder em 175 a.C. e tinha apenas 40 anos de idade. O vocábulo Antíoco
significa adversário, e Epifânio significa ilustre, o que é uma contradição.
Segundo a história, reinou apenas onze anos, e morreu em 164 a.C. Porém, em
seus poucos anos de reinado usou artifícios mentirosos, enganosos e cruéis como
ninguém. Antíoco Epifânio não tinha escrúpulo. Sua ascensão ao trono da Síria
foi através de intrigas e engano (11.21). Ele derramou muito sangue em guerras.
Enriqueceu com os despojos quando lutou contra o Egito (11.25-28). O versículo
vinte e um o chama de “homem vil”, porque fingindo amizade e aliança, entrou no
Egito e se apoderou do reino de Ptolomeu Filometer.
Antíoco
Epifânio, depois de ter entrado no Egito e ter tomado posse do reino de
Ptolomeu VI (vv.25,26), resolveu investir contra a Terra Santa, especialmente, Jerusalém.
Ele tinha um ódio enorme de Israel. Por isso, partiu para a profanação do
Templo e fez cessar os sacrifícios diários (11.30,31). Houve resistência da
parte de judeus fieis que não cederam aos abusos de poder e a arrogância desse
rei sírio. Ele ordenou o sacrifício de porcos sobre o altar sagrado para
profanar o Santuário.
Ao
invadir Jerusalém, Antíoco Epifânio desrespeitou valores morais e éticos da
sociedade israelita. Estabeleceu regulamentações contra a circuncisão, a
observância do sábado e outras práticas dietéticas do povo hebreu. O versículo
31 fala da “abominação desoladora”, quando Epifânio construiu um altar a Zeus,
deus grego, sobre o altar dos holocaustos no Templo.
III. ANTÍOCO EPIFÂNIO, TIPO DO ANTICRISTO
1. O “ homem vil” que chega ao poder.
Até o
versículo 35 a história se cumpriu perfeitamente. A partir do versículo 36, os
fatos acontecem de modo especial e fala de um rei que agirá segundo a sua
própria vontade. Trata-se de um homem que chega ao poder, prospera, cresce em
força e, então, investe contra o Deus de Israel. Esse rei, na figura de Antíoco
Epifânio, assume o papel de divindade. Essa profecia tem o respaldo do Novo
Testamento nas palavras de Paulo, quando diz que “se opõe contra tudo que se
chama Deus ou se adora” (2Ts 2.4).
Nos
versículos 36 a 45 do capítulo onze está escrito que ele fará conforme sua
própria vontade. O versículo quarenta fala do “fim do tempo” apontando para a
Grande Tribulação que é a septuagésima semana do texto de Daniel 9.27. Nesse
período, os reis do Norte e do Sul se unirão numa coligação de nações na “terra
gloriosa” (11.41) para a grande batalha do Armagedom, onde o Anticristo será
derrotado na Segunda Vinda de Cristo (Ap 19.11-20).
Como
vimos, Antíoco Epifânio é um personagem da história que representa o rei
futuro, o Anticristo, que provocará o grande conflito com Israel e fará tudo
para destruir a nação, até que venha o Senhor para aniquilar o seu poder.
A
Bíblia declara que o “último dia” não acontecerá sem que primeiro venha a
apostasia e seja manifestado “o homem da iniquidade, o filho da perdição” que é
o Anticristo (2Ts 2.3). Isto se dará no período da Grande Tribulação, todavia,
a Igreja do Senhor não estará mais na Terra e assim não verá o Anticristo.
Ignominiosa: Que provoca horror, vergonha.
Escrúpulo: Consciência dotada de sentido moral; caráter íntegro.
Despojos: O que se toma ao inimigo; presa, espólio.
Profanar: Tratar desrespeitosamente; ofender, afrontar, macular.
Dietética: Relativo a dieta.
Escrúpulo: Consciência dotada de sentido moral; caráter íntegro.
Despojos: O que se toma ao inimigo; presa, espólio.
Profanar: Tratar desrespeitosamente; ofender, afrontar, macular.
Dietética: Relativo a dieta.
LAHAYE,
Tim; HINDSON (Ed.). Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição.
RJ: CPAD, 2004.
SILVA, Severino Pedro. Daniel Versículo por Versículo: As visões para estes últimos dias. 13ª Edição. RJ: CPAD, 2005.
SILVA, Severino Pedro. Daniel Versículo por Versículo: As visões para estes últimos dias. 13ª Edição. RJ: CPAD, 2005.
1. Quem constituiu a
Dario como rei?
R. A história bíblica diz que Ciro constituiu a Dario como
rei.
R. A importância dessa profecia está no fato de que é Deus
que dirige a história para que sua soberana vontade seja exercida especialmente
em relação a Israel.
R. Os seus quatro generais eram Cassandro, Lisímaco,
Seleuco e Ptolomeu.
R. O vocábulo Antíoco significa adversário, e Epifânio
significa ilustre.
R. Um tipo do Anticristo.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
A
advertência de nosso Senhor parece sugerir que os falsos messias irão, na
verdade, se infiltrar nas fileiras daqueles que fogem. Embora o povo de Deus
possa fugir das perseguições do Anticristo, eles não conseguirão escapar dos
agentes mentirosos de Satanás, que irão evidentemente segui-los até o
esconderijo. Mesmo em seu exílio da ameaça da aniquilação, os refugiados
constantemente ouvirão pessoas mentirosas afirmar, ‘Eis que o Cristo está
aqui’; ‘Ali’ (v.23).
Eis
que ele está no deserto!’ Ou, ‘Ele está nas salas interiores!’ Todas estas
afirmações serão mentiras, talvez até deliberadamente planejadas para atrair os
refugiados para fora do esconderijo. Os crentes são, com antecedência,
solenemente instruídos a não darem atenção a elas” (MACARTHUR JR., John. A
Segunda Vinda. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.117).
Subsídio Teológico
A Marca da Besta (13.16-18)
O
versículo 18 oferece uma pequena lista para se entender o sentido da marca e do
nome, ou caráter, da besta. O número 666, no entanto, tem-se tornado mui
controvertido, e vem promovendo mais especulações que qualquer outra coisa da
Bíblia. Antes da invenção dos números arábicos (0,1,2,3...), os judeus e gregos
tinham de escrever os números por extenso. Com o passar do tempo, começaram a
substituir as letras do alfabeto pelo nome dos números. Assim, as primeiras dez
letras eram usadas para os números de 1 até 10. A letra seguinte designava o
20, a outra 30, e daí por diante.
Vem se constituindo
num passatempo popular adicionar letras aos mais diversos nomes para se obter a
identidade da besta. Alguns concluem que o Anticristo haja sido Nero César,
pois tal nome em caracteres hebraicos soma 666. Contudo, o Apocalipse está no
grego, e fala do Alfa e do Ômega, letras do alfabeto grego; e não ‘Alefe’ e
‘Tau’, letras do alfabeto hebraico. Assim há somente especulação ao atribuir-se
o número 666 a Nero.
Através
da história, vem-se tentando identificar nos ditadores e tiranos. Quando me
encontrava em Israel em 1962, um judeu convertido disse-me para prestar atenção
no nome de Richard Nixon, pois vertido em hebraico soma exatamente 666. Mais
tarde, um irmão da Itália contou-me que a inscrição dedicada ao papa, e que
pode ser vista no interior da basílica de São Pedro, em Roma, em algarismos
latinos, também soma 666. É digno de nota que alguns escribas antigos
substituíssem o número 666, por 6I6, para que se encaixasse com o nome de
calígula. A igreja primitiva, unanimemente, rejeitou o artifício.
O
Apocalipse, contudo, nada fala sobre a soma de números do nome da besta. A
única chave é esta: ‘é o número de um homem’. Expositores da Bíblia interpretam
o seis para simbolizar a raça humana. O três para designar a Trindade. A tripla
repetição — 666 — pode simplesmente significar que o Anticristo é um homem que
crê ser um deus, membro de uma trindade composta pelo Anticristo, Falso Profeta
e Satanás (2Ts 2.4; Ap 13.8)” (HORTON, Stanley M. Apocalipse: As
coisas que brevemente devem acontecer. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2001, p.185).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Um tipo do futuro anticristo
Antíoco
IV Epifânio foi um déspota selêucida cruel, vingativo e opressor. Para a aula
do capítulo 11 do livro de Daniel, precisamos conhecer um pouco mais sobre as
ações desse rei que procurou “helenizar” a Palestina entre 168-164 a.C.
A
história nos conta que a partir das rixas locais em Jerusalém Jasão, por
exemplo, tentou se reconduzir ao cargo de Sumo-Sacerdote matando partidários de
Menelau Antíoco Epifânio invadiu a Cidade Santa massacrando muitos judeus,
saqueando o Templo e reempossando Menelau a função de Sumo-Sacerdote. Note que
o Sumo-Sacerdócio há muito havia deixado de ser uma instituição nomeada por
Deus. Era uma instituição marcada pela conquista do poder pelo poder. Essa
cultura permaneceria assim com o advento do Senhor Jesus. Através dessa cultura
de poder o nosso Senhor foi assassinado em plena Palestina.
Anos
mais tarde Antíoco Epifânio voltou a atacar a Palestina. Dentre as suas
intenções para com aquela região estava não somente o ataque, mas a mudança da
mentalidade cultural dos judeus, da sua religião e da sua identidade como povo.
Veja as seguintes ações de Epifânio:
1. Forçou a aculturação dos judeus na
cultura helênica.
2. Ordenou uma perseguição amarga e
sangrenta aos que resistiram à cultura e à religião helenísticas na Palestina.
3. Em 167 a.C., erigiu um ídolo
consagrado a Zeus e sacrificou porcos sobre o altar no Templo de Jerusalém.
4. Proclamou-se divino. Seu sobrenome,
“Epifânio”, significa “deus manifestado”.
A
figura de Antíoco Epifânio representa o ápice do cumprimento da profecia
bíblica. Foi um ser cruel e histórico. Entrou no lugar santo o blasfemou.
Voltou-se contra o Deus de Israel profanando o altar do Templo. Antíoco Epifânio
é uma prova de como uma profecia bíblica cumpri-se na história. Mostra como
Deus é atemporal e encontra-se para além da história. De acordo com os
estudiosos da linha dispensasionalista, até o versículo trinta e cinco do
capítulo onze de Daniel vemos a exata descrição de Antíoco Epifânio.
Pelo
caráter traiçoeiro, cruel, astuto e enganador de Antíoco Epifânio é que muitos
estudiosos colocam como um tipo do Anticristo de acordo com o Novo Testamento.
Estudar a história de um povo para compreendermos o todo de uma profecia é uma
tarefa importantíssima.
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