Lições
Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título:
Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja de
hoje
Comentarista: Elienai
Cabral
Tema: O tempo
da Profecia de Daniel
TEXTO ÁUREO: “Ninguém,
de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a
apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição” (2Ts
2.3).
VERDADE PRÁTICA: O tempo do fim é a ocasião em que Deus fará com que
o seu Reino triunfe sobre todos os poderes do mal.
INTERAÇÃO
“Ressurreição dos
mortos”, “castigo eterno dos ímpios”, “estado eterno
de justiça”, você crê nestas promessas? A pergunta faz sentido quando temos
a consciência de estarmos vivendo um período materialista e consumista. Uma das
maiores dificuldades dos discípulos de Jesus foi a de entender que o Reino de
Deus não era deste mundo. Não por acaso, quando Jesus partiu para ser
crucificado seus discípulos o abandonaram. Eles não suportaram a decepção de
ver o representante “do reino de Israel” morrer sem estabelecê-lo na Terra. Que
risco não entender a mensagem de Jesus! Os discípulos só a compreenderiam
depois de caminhar três anos com Ele e após a Sua ressurreição.
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
1° Compreender o tempo do cumprimento da profecia entregue a Daniel.
2° Explicar a doutrina da ressurreição do corpo na Bíblia.
3° Reconhecer a nossa limitação e finitude como seres humanos.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
A doutrina da ressurreição de
Jesus e do corpo é o fundamento da fé cristã e da esperança da Igreja. Ao
iniciar o segundo tópico da aula, leia os seguintes textos bíblicos: Jó
19.25-27; Sl 16.9,10; 17.15; Dn 12.1-3; Mt 22.23-32; Jo 6.39,40,44 e 54; At
17.18; 24.15; 1Co 15.17,22; 2Tm 2.18. Destaque alguns deles juntamente com os
seus alunos. Em seguida, reconheça que muitos crentes têm dificuldades de
entender a ideia da ressurreição do corpo no Antigo Testamento. Mas, por
intermédio dos textos destacados, afirme que tanto no Antigo quanto em o Novo
Testamento, a Bíblia confirma a realidade da ressurreição do nosso corpo. E a
prova disso é a de que Jesus ressuscitou dentre os mortos. Esta é a nossa
esperança!
Palavra Chave: Ressurreição: Ato ou efeito de ressurgir ou
ressuscitar; retorno da morte à vida.
INTRODUÇÃO
Chegamos ao fim de mais um
trimestre e bem como ao de mais um ano. Os meus votos são de que ao longo deste
trimestre você tenha crescido no conhecimento e na graça de nosso Senhor! Que a
esperança da iminente volta de Jesus possa inflamar o seu coração!
Na lição desta semana
estudaremos o capítulo 12 do livro de Daniel. Nele, não encontramos nenhum
aspecto profético em relação às histórias das nações, como encontramos até o
capítulo 11.35, excetuando Daniel 9.27. Mas veremos os seguintes temas
mencionados no último capítulo de Daniel: O tempo da profecia, a ressurreição
dos mortos, a recompensa dos justos e o castigo eterno dos ímpios. Bons
estudos!
I. O TEMPO DA PROFECIA (Dn 12.1)
1. Qual é o tempo? (v.1). A expressão “naquele
tempo” se refere ao período da Grande Tribulação.
Quando o Anticristo liderará o
mundo política e belicamente. Será um período de brutal e sangrenta perseguição
contra os judeus e tantos quantos estiverem a favor de Israel (Dn 11.35,40).
Em suas terras, o povo judeu
sofreu muitas invasões de inimigos. Porém, nem as piores incursões contra
Israel, como as da Babilônia e os horrores do holocausto nos dias de Hitler
(1939-1945), podem se comparar com o “tempo de angústia, qual nunca houve,
desde que houve nação até àquele tempo” (v.1). A proporção deste conflito
ultrapassará qualquer outro momento da história da civilização (Mt 24.21,22;
cf. Jr 30.5-7).
2. A libertação de Israel.
No livro de Daniel, o arcanjo
Miguel, príncipe de Deus, entrou em batalha contra as forças do mal a fim de
que o anjo Gabriel levasse a mensagem ao profeta. Miguel é o guardião de Israel
contra as potestades satânicas, identificadas como “reis e príncipes da Pérsia
e da Grécia”. Estes criavam obstáculos aos desígnios divinos.
No capítulo doze, para proteger
o povo de Deus, Miguel entrou mais uma vez em batalha contra as forças
opositoras de Satanás. Aqui, há uma relação escatológica com a passagem de
Apocalipse 12.7-9, isto é, a batalha de Miguel com o Dragão e os seus anjos.
Segundo a visão do apóstolo João, no meio desta batalha havia uma mulher
vestida com o sol, a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça (Ap
12.1). Esta visão não é a respeito da Igreja, mas de Israel, que receberá de
Deus uma intervenção através do arcanjo Miguel (Ap 12.7,8).
3. Os anjos no mundo hoje.
O mundo espiritual é real e
muitas vezes não o percebemos. Os anjos são espíritos ministradores em favor
não só da nação de Israel, mas especialmente da Igreja de Cristo. Eles não
recebem adoração de homens e nem podem interferir na vida espiritual dos filhos
de Deus sem a expressa ordem do Pai. Portanto, não sejamos meninos nem infantis
neste assunto (Cl 2.18; Gl 1.8). Os anjos de Deus terão uma participação especial
antes e após o arrebatamento da Igreja e nas circunstâncias que envolverão
Israel e o resto do mundo na Grande Tribulação (1Ts 4.13-17; Ap 12.1-9).
SINOPSE DO TÓPICO (I): O capítulo doze de
Daniel mostra dois mundos: o material (libertação de Israel) e o espiritual
(atuação dos anjos). Deus intervindo na criação.
II. RESSURREIÇÃO E VIDA ETERNA (Dn 12.2-4)
1. Ressurreição.
Quando lemos o Antigo Testamento temos a impressão de não vermos a
doutrina da ressurreição dos mortos com clareza, principalmente nos livros da
Lei, o Pentateuco. Entretanto, aqui, Daniel não nos deixa dúvidas quanto à
veracidade desta gloriosa doutrina: “E muitos dos que dormem no pó da terra
ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno”
(v.2).
2. As duas ressurreições.
O texto de Daniel, versículo 1,
nos informa um livro onde constam os nomes dos santos a ressuscitar para a vida
eterna e dos ímpios para a vergonha e o desprezo eterno. Entretanto, o
versículo 2 não se refere a uma ressurreição geral, isto é, de todos os que já
dormem. O texto diz apenas “muitos dos que dormem”. Esta expressão pode se
referir aos “mártires da grande tribulação que ressuscitarão” (Ap 7.14,15). O
texto sugere também o advento das duas ressurreições conforme vemos no Apocalipse
(20.12,13). A primeira ressurreição refere-se aos justos e a segunda, após o
Milênio, aos ímpios (Jo 5.29; Mt 25.46; cf. Dn 12.2; Jo 5.28,29; 1Co 15.51,52).
3. “A ciência se multiplicará” (v.4).
Muitos pensam que esta expressão
é uma profecia sobre os avanços do conhecimento científico e da tecnologia.
Todavia, precisamos compreender a completude desse versículo. Estamos diante de
um texto que menciona uma ordem expressa de Deus para Daniel: guardar a
revelação até o tempo do seu cabal cumprimento. O Senhor ainda diz a Daniel que
“muitos correrão de uma parte para outra”, em busca da verdade. Entretanto, “a
ciência se multiplicará”.
O sentido da palavra “ciência”,
no texto de Daniel, tem a ver com o saber das coisas, “ser ou estar informado”
ou “ter conhecimentos específicos sobre algo”. Por isso, a multiplicação da
ciência refere-se ao aumento do conhecimento sobre o conteúdo expresso da
profecia de Daniel, não tendo relação alguma com o avanço da ciência formal.
Louvado seja Deus! pelos muitos estudiosos
que vêm se debruçando sobre estas profecias. Compreendendo o seu contexto
histórico e cultural, evitando falsos alardes e preservando a gloriosa
esperança de que a profecia de Daniel um dia se cumprirá fielmente: Veremos o
advento da plenitude do Reino de Deus no mundo!
SINOPSE DO TÓPICO (II): Os justos e os injustos
que foram mortos serão ressuscitados para estar diante do Senhor.
III. A PROFECIA FOI SELADA (Dn 12.8-11)
1. A profecia está selada.
Daniel recebeu a ordem de “fechar” e “selar” o livro da profecia sobre a
história do mundo (v.4). O ato de selar o livro, à época do profeta Daniel,
dava a garantia da veracidade ao que havia sido lhe revelado. Não tinha mais
segredos e nada mais estava escondido que Deus não houvesse trazido à luz. O
selo do livro assegurava que a revelação era dada por Deus.
A profecia quando dada pelo
Senhor, como no livro de Daniel e de todos os santos profetas, não é uma
palavra impenetrável, fechada ou restrita a poucas pessoas que se acham
“capazes”. Não! A palavra de Deus é a revelação divina para todos os homens.
Não foi somente para a nação de Israel, mas a todos quantos temerem a Deus e
porfiarem por compreender os desígnios do Senhor para o mundo.
2. O “tempo do Fim”. “Qual será o fim dessas coisas?”
Foi a pergunta de Daniel. Note a
resposta do homem vestido de linho ao profeta: “Vai, Daniel, porque estas
palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim” (v.9). O profeta foi
orientado pelo homem vestido de linho a prosseguir a sua peregrinação existencial
porque a profecia já fora “fechada” e “selada”. E Daniel tinha de viver a vida
sem a informação requerida.
3. Humildade e finitude.
Uma declaração de Daniel
chama-nos atenção: “Eu, pois, ouvi, mas não entendi” (v.8). Após o homem
vestido de linho afirmar que depois “de tempos e metade de um tempo” e “quando
tiverem acabado de destruir o poder do povo santo” virá o fim; Daniel o ouviu,
mas não o compreendeu! O profeta havia recebido a visão de Deus, todavia, não a
entenderia. Aqui, Daniel demonstrou a sua humildade e reconheceu a sua
finitude! Não devemos sentir-nos inferiores a outras pessoas quando não
entendermos um assunto bíblico. O que não devemos é inventar teorias que
contrariam as Escrituras. E para isso é preciso entender o que a Bíblia diz.
As palavras de Daniel são uma
grande advertência para quem lida com as profecias e a interpretação da Bíblia
em geral. Atentemos para as palavras de Jesus quando foi indagado pelos
discípulos a respeito da restauração do reino a Israel: “Não vos pertence saber
os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At
1.7).
SINOPSE DO TÓPICO (III): A profecia está selada.
Devemos reconhecer a nossa limitação e finitude quanto àquilo que não sabemos.
CONCLUSÃO
Neste trimestre estudamos o livro
de Daniel. Vimos como a soberania de Deus age na história. Aprendemos sobre a
importância de mantermos um caráter íntegro na presença de Deus e diante dos
homens. Vivendo à luz da esperança do arrebatamento da Igreja, é urgente
vigiar, orar e dedicar-nos ao estudo da Palavra de Deus.
Jesus Cristo voltará! Esta era a
esperança dos apóstolos e da Igreja Primitiva. E igualmente era a esperança de
muitos cristãos até o século IV. Mas por muitos anos, parte da Igreja se
descuidou a respeito desta esperança. Contudo, com o advento da Reforma
Protestante, a esperança quanto à vinda de Jesus foi renovada na Igreja. Com o
Movimento Pentecostal Clássico deu-se a explosão dessa mensagem. Em nosso país,
qual o pentecostal que não conhece a célebre frase: “Jesus Cristo salva, cura,
batiza com o Espírito Santo e breve voltará”? Maranata! Ora vem Senhor Jesus!
VOCABULÁRIO
Belicamente: Concernente à
guerra ou ao belicismo; belicoso.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
GILBERTO, Antônio. Daniel
& Apocalipse. RJ: CPAD, 2006.
MACARTHUR JR., John. A Segunda Vinda. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013.
HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2001.
MACARTHUR JR., John. A Segunda Vinda. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013.
HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2001.
EXERCÍCIOS
1. Segundo a lição, qual é o significado da
expressão “naquele tempo”?
R. A expressão “naquele
tempo” se refere ao período da Grande Tribulação.
2. Quem são e como agem os anjos hoje?
R. Os anjos são espíritos
ministradores em favor não só da nação de Israel, mas especialmente da Igreja
de Cristo.
3. Cite o versículo que deixa clara a doutrina da ressurreição dos mortos no Antigo Testamento.
R. “E muitos dos que dormem
no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e
desprezo eterno” (Dn 12.2).
4. Explique a expressão “a ciência se multiplicará”.
R. A multiplicação da ciência
refere-se ao aumento do conhecimento sobre o conteúdo expresso da profecia de
Daniel, não tendo relação alguma com o avanço da ciência formal.
5. Com as suas palavras comente a resposta de Daniel: “Eu, pois, ouvi, mas não entendi”.
R. Daniel demonstrou a sua
humildade e reconheceu a sua finitude! Não devemos sentir-nos inferiores a
outras pessoas quando não entendermos um assunto bíblico. O que não devemos é
inventar teorias que contrariam as Escrituras.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio TeológicoE muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão (2). Essa é a revelação mais clara da doutrina da ressurreição no Antigo Testamento. Ela nos lembra que é Cristo que ‘trouxe à luz a vida e a incorrupção’ (2Tm 1.10). Alguns intérpretes acreditam que a ressurreição mencionada aqui é uma ressurreição parcial relacionada somente aos judeus que morreram na tribulação. Calvino insiste em que esse estreitamento do escopo é injustificável. Para ele, esse texto ressalta o aspecto do mal e do bem, ou seja, alguns serão separados para a vida eterna e outros para a vergonha e condenação eterna. Ele entende que a palavra muito significa ‘os muitos’ ou ‘todos’ e que aqui se tem em mente a ressurreição geral” (PRICE, Ross; GRAY, C. Paul (et al). Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. 1ª Edição. Volume 4. RJ: CPAD, 2005, pp.543-44).
O tempo da profecia de Daniel
Prezado professor, a décima terceira lição marca o final de mais um trimestre. E neste caso, o final de mais um ano. Época de avaliarmos o nosso ano educativo como educadores cristãos. Como se deu o ensino? Os objetivos propostos foram alcançados? O que os alunos acharam dos métodos pedagógicos usados? São perguntas que valem a pena ser feitas. Então o professor poderá fazer uma avaliação honesta e sincera, consigo mesmo.
Como estamos na última lição é importante o prezado professor fazer uma revisão do conteúdo aplicado ao longo deste quarto trimestre. Em seu plano de aula para ministrar a décima terceira lição, destaque os assuntos considerados mais importantes. Aqui, você poderá relembrar a condição de cativos do profeta Daniel e dos seus amigos; o sonho de Nabucodonosor; a estátua que o rei da Babilônia erigiu etc. Enfim, assuntos não faltam.
O livro de Daniel encerra descrevendo um tempo de angústia, sofrimento, engano, genocídios e atrocidades perpetradas por ímpios que não conhecem a Deus e não respeitam a dignidade humana. Mas em meio a esse tempo de angústia há promessa de intervenção divina na história (12.10).
Três versículos devem nos chamar atenção: “E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo” (v.4); “Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim” (v.9); “Tu, porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua sorte, no fim dos dias” (v.12). Estes versículos demonstram o conselho de Deus para o profeta Daniel. Diante da visão que ele recebera era natural o profeta ter uma atitude de medo acerca do futuro. Mas a palavra de Deus encorajou o profeta, que por certo estava no final da vida, a “ir” até ao fim da existência vivendo em confiança em Deus.
A Escatologia Bíblica não pode paralisar a vida. Quando as profecias concernentes ao futuro foram escritas, Deus inspirou os autores com o objetivo de nos trazer esperança. A escatologia não pode fazer terrorismo às pessoas. Quando João recebe a revelação mediante Jesus triunfante, era para lembrar as igrejas que, apesar do mal aparente, o Senhor nosso Deus é o dono da história e nunca será pego de surpresa. A vida é dom de Deus! Por isso, temos de vivê-la alegremente. Enquanto o nosso Senhor não vem, vivamos a vida com fé, amor (amando a Deus e o próximo) e esperança no aparecimento glorioso do Senhor e Salvador Jesus Cristo!
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