segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Lição 13 CPAD - 4° Trimestre 2014


Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos

Título: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja de hoje

Comentarista: Elienai Cabral

Tema: O tempo da Profecia de Daniel

 
 
TEXTO ÁUREO: Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição” (2Ts 2.3).

 
VERDADE PRÁTICA: O tempo do fim é a ocasião em que Deus fará com que o seu Reino triunfe sobre todos os poderes do mal.

 
INTERAÇÃO
“Ressurreição dos mortos”, “castigo eterno dos ímpios”, “estado eterno de justiça”, você crê nestas promessas? A pergunta faz sentido quando temos a consciência de estarmos vivendo um período materialista e consumista. Uma das maiores dificuldades dos discípulos de Jesus foi a de entender que o Reino de Deus não era deste mundo. Não por acaso, quando Jesus partiu para ser crucificado seus discípulos o abandonaram. Eles não suportaram a decepção de ver o representante “do reino de Israel” morrer sem estabelecê-lo na Terra. Que risco não entender a mensagem de Jesus! Os discípulos só a compreenderiam depois de caminhar três anos com Ele e após a Sua ressurreição.

 
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Compreender o tempo do cumprimento da profecia entregue a Daniel.

Explicar a doutrina da ressurreição do corpo na Bíblia.

Reconhecer a nossa limitação e finitude como seres humanos.

 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
A doutrina da ressurreição de Jesus e do corpo é o fundamento da fé cristã e da esperança da Igreja. Ao iniciar o segundo tópico da aula, leia os seguintes textos bíblicos: Jó 19.25-27; Sl 16.9,10; 17.15; Dn 12.1-3; Mt 22.23-32; Jo 6.39,40,44 e 54; At 17.18; 24.15; 1Co 15.17,22; 2Tm 2.18. Destaque alguns deles juntamente com os seus alunos. Em seguida, reconheça que muitos crentes têm dificuldades de entender a ideia da ressurreição do corpo no Antigo Testamento. Mas, por intermédio dos textos destacados, afirme que tanto no Antigo quanto em o Novo Testamento, a Bíblia confirma a realidade da ressurreição do nosso corpo. E a prova disso é a de que Jesus ressuscitou dentre os mortos. Esta é a nossa esperança!

 
Palavra Chave: Ressurreição: Ato ou efeito de ressurgir ou ressuscitar; retorno da morte à vida.

 
INTRODUÇÃO
Chegamos ao fim de mais um trimestre e bem como ao de mais um ano. Os meus votos são de que ao longo deste trimestre você tenha crescido no conhecimento e na graça de nosso Senhor! Que a esperança da iminente volta de Jesus possa inflamar o seu coração!
Na lição desta semana estudaremos o capítulo 12 do livro de Daniel. Nele, não encontramos nenhum aspecto profético em relação às histórias das nações, como encontramos até o capítulo 11.35, excetuando Daniel 9.27. Mas veremos os seguintes temas mencionados no último capítulo de Daniel: O tempo da profecia, a ressurreição dos mortos, a recompensa dos justos e o castigo eterno dos ímpios. Bons estudos!

 
I. O TEMPO DA PROFECIA (Dn 12.1)

1. Qual é o tempo? (v.1). A expressão “naquele tempo” se refere ao período da Grande Tribulação.
Quando o Anticristo liderará o mundo política e belicamente. Será um período de brutal e sangrenta perseguição contra os judeus e tantos quantos estiverem a favor de Israel (Dn 11.35,40).
Em suas terras, o povo judeu sofreu muitas invasões de inimigos. Porém, nem as piores incursões contra Israel, como as da Babilônia e os horrores do holocausto nos dias de Hitler (1939-1945), podem se comparar com o “tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo” (v.1). A proporção deste conflito ultrapassará qualquer outro momento da história da civilização (Mt 24.21,22; cf. Jr 30.5-7).

 
2. A libertação de Israel.
No livro de Daniel, o arcanjo Miguel, príncipe de Deus, entrou em batalha contra as forças do mal a fim de que o anjo Gabriel levasse a mensagem ao profeta. Miguel é o guardião de Israel contra as potestades satânicas, identificadas como “reis e príncipes da Pérsia e da Grécia”. Estes criavam obstáculos aos desígnios divinos.
No capítulo doze, para proteger o povo de Deus, Miguel entrou mais uma vez em batalha contra as forças opositoras de Satanás. Aqui, há uma relação escatológica com a passagem de Apocalipse 12.7-9, isto é, a batalha de Miguel com o Dragão e os seus anjos. Segundo a visão do apóstolo João, no meio desta batalha havia uma mulher vestida com o sol, a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça (Ap 12.1). Esta visão não é a respeito da Igreja, mas de Israel, que receberá de Deus uma intervenção através do arcanjo Miguel (Ap 12.7,8).

 
3. Os anjos no mundo hoje.

O mundo espiritual é real e muitas vezes não o percebemos. Os anjos são espíritos ministradores em favor não só da nação de Israel, mas especialmente da Igreja de Cristo. Eles não recebem adoração de homens e nem podem interferir na vida espiritual dos filhos de Deus sem a expressa ordem do Pai. Portanto, não sejamos meninos nem infantis neste assunto (Cl 2.18; Gl 1.8). Os anjos de Deus terão uma participação especial antes e após o arrebatamento da Igreja e nas circunstâncias que envolverão Israel e o resto do mundo na Grande Tribulação (1Ts 4.13-17; Ap 12.1-9).

 
SINOPSE DO TÓPICO (I): O capítulo doze de Daniel mostra dois mundos: o material (libertação de Israel) e o espiritual (atuação dos anjos). Deus intervindo na criação.

 
II. RESSURREIÇÃO E VIDA ETERNA (Dn 12.2-4)

1. Ressurreição.
Quando lemos o Antigo Testamento temos a impressão de não vermos a doutrina da ressurreição dos mortos com clareza, principalmente nos livros da Lei, o Pentateuco. Entretanto, aqui, Daniel não nos deixa dúvidas quanto à veracidade desta gloriosa doutrina: “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno” (v.2).

 
2. As duas ressurreições.

O texto de Daniel, versículo 1, nos informa um livro onde constam os nomes dos santos a ressuscitar para a vida eterna e dos ímpios para a vergonha e o desprezo eterno. Entretanto, o versículo 2 não se refere a uma ressurreição geral, isto é, de todos os que já dormem. O texto diz apenas “muitos dos que dormem”. Esta expressão pode se referir aos “mártires da grande tribulação que ressuscitarão” (Ap 7.14,15). O texto sugere também o advento das duas ressurreições conforme vemos no Apocalipse (20.12,13). A primeira ressurreição refere-se aos justos e a segunda, após o Milênio, aos ímpios (Jo 5.29; Mt 25.46; cf. Dn 12.2; Jo 5.28,29; 1Co 15.51,52).

 
3. “A ciência se multiplicará” (v.4).

Muitos pensam que esta expressão é uma profecia sobre os avanços do conhecimento científico e da tecnologia. Todavia, precisamos compreender a completude desse versículo. Estamos diante de um texto que menciona uma ordem expressa de Deus para Daniel: guardar a revelação até o tempo do seu cabal cumprimento. O Senhor ainda diz a Daniel que “muitos correrão de uma parte para outra”, em busca da verdade. Entretanto, “a ciência se multiplicará”.
O sentido da palavra “ciência”, no texto de Daniel, tem a ver com o saber das coisas, “ser ou estar informado” ou “ter conhecimentos específicos sobre algo”. Por isso, a multiplicação da ciência refere-se ao aumento do conhecimento sobre o conteúdo expresso da profecia de Daniel, não tendo relação alguma com o avanço da ciência formal.
Louvado seja Deus! pelos muitos estudiosos que vêm se debruçando sobre estas profecias. Compreendendo o seu contexto histórico e cultural, evitando falsos alardes e preservando a gloriosa esperança de que a profecia de Daniel um dia se cumprirá fielmente: Veremos o advento da plenitude do Reino de Deus no mundo!

 
SINOPSE DO TÓPICO (II): Os justos e os injustos que foram mortos serão ressuscitados para estar diante do Senhor.

 
III. A PROFECIA FOI SELADA (Dn 12.8-11)

1. A profecia está selada.
Daniel recebeu a ordem de “fechar” e “selar” o livro da profecia sobre a história do mundo (v.4). O ato de selar o livro, à época do profeta Daniel, dava a garantia da veracidade ao que havia sido lhe revelado. Não tinha mais segredos e nada mais estava escondido que Deus não houvesse trazido à luz. O selo do livro assegurava que a revelação era dada por Deus.
A profecia quando dada pelo Senhor, como no livro de Daniel e de todos os santos profetas, não é uma palavra impenetrável, fechada ou restrita a poucas pessoas que se acham “capazes”. Não! A palavra de Deus é a revelação divina para todos os homens. Não foi somente para a nação de Israel, mas a todos quantos temerem a Deus e porfiarem por compreender os desígnios do Senhor para o mundo.

 
2. O “tempo do Fim”. “Qual será o fim dessas coisas?”
Foi a pergunta de Daniel. Note a resposta do homem vestido de linho ao profeta: “Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim” (v.9). O profeta foi orientado pelo homem vestido de linho a prosseguir a sua peregrinação existencial porque a profecia já fora “fechada” e “selada”. E Daniel tinha de viver a vida sem a informação requerida.

 
3. Humildade e finitude.
Uma declaração de Daniel chama-nos atenção: “Eu, pois, ouvi, mas não entendi” (v.8). Após o homem vestido de linho afirmar que depois “de tempos e metade de um tempo” e “quando tiverem acabado de destruir o poder do povo santo” virá o fim; Daniel o ouviu, mas não o compreendeu! O profeta havia recebido a visão de Deus, todavia, não a entenderia. Aqui, Daniel demonstrou a sua humildade e reconheceu a sua finitude! Não devemos sentir-nos inferiores a outras pessoas quando não entendermos um assunto bíblico. O que não devemos é inventar teorias que contrariam as Escrituras. E para isso é preciso entender o que a Bíblia diz.
As palavras de Daniel são uma grande advertência para quem lida com as profecias e a interpretação da Bíblia em geral. Atentemos para as palavras de Jesus quando foi indagado pelos discípulos a respeito da restauração do reino a Israel: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7).

 
SINOPSE DO TÓPICO (III): A profecia está selada. Devemos reconhecer a nossa limitação e finitude quanto àquilo que não sabemos.

 
CONCLUSÃO

Neste trimestre estudamos o livro de Daniel. Vimos como a soberania de Deus age na história. Aprendemos sobre a importância de mantermos um caráter íntegro na presença de Deus e diante dos homens. Vivendo à luz da esperança do arrebatamento da Igreja, é urgente vigiar, orar e dedicar-nos ao estudo da Palavra de Deus.
Jesus Cristo voltará! Esta era a esperança dos apóstolos e da Igreja Primitiva. E igualmente era a esperança de muitos cristãos até o século IV. Mas por muitos anos, parte da Igreja se descuidou a respeito desta esperança. Contudo, com o advento da Reforma Protestante, a esperança quanto à vinda de Jesus foi renovada na Igreja. Com o Movimento Pentecostal Clássico deu-se a explosão dessa mensagem. Em nosso país, qual o pentecostal que não conhece a célebre frase: “Jesus Cristo salva, cura, batiza com o Espírito Santo e breve voltará”? Maranata! Ora vem Senhor Jesus!

 
VOCABULÁRIO

Belicamente: Concernente à guerra ou ao belicismo; belicoso.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
GILBERTO, Antônio. Daniel & Apocalipse. RJ: CPAD, 2006.
MACARTHUR JR., John. A Segunda Vinda. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013.
HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2001.

 
EXERCÍCIOS

1. Segundo a lição, qual é o significado da expressão “naquele tempo”?
R. A expressão “naquele tempo” se refere ao período da Grande Tribulação.


2. Quem são e como agem os anjos hoje?
R. Os anjos são espíritos ministradores em favor não só da nação de Israel, mas especialmente da Igreja de Cristo.


3. Cite o versículo que deixa clara a doutrina da ressurreição dos mortos no Antigo Testamento.
R. “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno” (Dn 12.2).


4. Explique a expressão “a ciência se multiplicará”.
R. A multiplicação da ciência refere-se ao aumento do conhecimento sobre o conteúdo expresso da profecia de Daniel, não tendo relação alguma com o avanço da ciência formal.


5. Com as suas palavras comente a resposta de Daniel: “Eu, pois, ouvi, mas não entendi”.
R. Daniel demonstrou a sua humildade e reconheceu a sua finitude! Não devemos sentir-nos inferiores a outras pessoas quando não entendermos um assunto bíblico. O que não devemos é inventar teorias que contrariam as Escrituras.
 



AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico

E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão (2). Essa é a revelação mais clara da doutrina da ressurreição no Antigo Testamento. Ela nos lembra que é Cristo que ‘trouxe à luz a vida e a incorrupção’ (2Tm 1.10). Alguns intérpretes acreditam que a ressurreição mencionada aqui é uma ressurreição parcial relacionada somente aos judeus que morreram na tribulação. Calvino insiste em que esse estreitamento do escopo é injustificável. Para ele, esse texto ressalta o aspecto do mal e do bem, ou seja, alguns serão separados para a vida eterna e outros para a vergonha e condenação eterna. Ele entende que a palavra muito significa ‘os muitos’ ou ‘todos’ e que aqui se tem em mente a ressurreição geral” (PRICE, Ross; GRAY, C. Paul (et al). Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. 1ª Edição. Volume 4. RJ: CPAD, 2005, pp.543-44).

 
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

O tempo da profecia de Daniel

Prezado professor, a décima terceira lição marca o final de mais um trimestre. E neste caso, o final de mais um ano. Época de avaliarmos o nosso ano educativo como educadores cristãos. Como se deu o ensino? Os objetivos propostos foram alcançados? O que os alunos acharam dos métodos pedagógicos usados? São perguntas que valem a pena ser feitas. Então o professor poderá fazer uma avaliação honesta e sincera, consigo mesmo.
Como estamos na última lição é importante o prezado professor fazer uma revisão do conteúdo aplicado ao longo deste quarto trimestre. Em seu plano de aula para ministrar a décima terceira lição, destaque os assuntos considerados mais importantes. Aqui, você poderá relembrar a condição de cativos do profeta Daniel e dos seus amigos; o sonho de Nabucodonosor; a estátua que o rei da Babilônia erigiu etc. Enfim, assuntos não faltam.
O livro de Daniel encerra descrevendo um tempo de angústia, sofrimento, engano, genocídios e atrocidades perpetradas por ímpios que não conhecem a Deus e não respeitam a dignidade humana. Mas em meio a esse tempo de angústia há promessa de intervenção divina na história (12.10).
Três versículos devem nos chamar atenção: “E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo” (v.4); “Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim” (v.9); “Tu, porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua sorte, no fim dos dias” (v.12). Estes versículos demonstram o conselho de Deus para o profeta Daniel. Diante da visão que ele recebera era natural o profeta ter uma atitude de medo acerca do futuro. Mas a palavra de Deus encorajou o profeta, que por certo estava no final da vida, a “ir” até ao fim da existência vivendo em confiança em Deus.
A Escatologia Bíblica não pode paralisar a vida. Quando as profecias concernentes ao futuro foram escritas, Deus inspirou os autores com o objetivo de nos trazer esperança. A escatologia não pode fazer terrorismo às pessoas. Quando João recebe a revelação mediante Jesus triunfante, era para lembrar as igrejas que, apesar do mal aparente, o Senhor nosso Deus é o dono da história e nunca será pego de surpresa. A vida é dom de Deus! Por isso, temos de vivê-la alegremente. Enquanto o nosso Senhor não vem, vivamos a vida com fé, amor (amando a Deus e o próximo) e esperança no aparecimento glorioso do Senhor e Salvador Jesus Cristo!




 

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