Lições Bíblicas CPAD / 2º Trimestre de 2015
Título: Jesus, o Homem Perfeito — O Evangelho
de Lucas, o médico amado
Comentarista: José Gonçalves
Lição 6: Mulheres que ajudaram Jesus
Data: 10 de Maio de 2015
TEXTO ÁUREO: “E também algumas mulheres que
haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades [...] e muitas
outras que o serviam com suas fazendas” (Lc 8.2,3).
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Analisar a participação das mulheres no judaísmo e no ministério de Jesus.
II. Mostrar a disposição de Isabel e Maria em obedecer a Deus.
III. Dissertar acerca da disposição das mulheres em servir a Jesus.
IV. Ressaltar a generosidade das mulheres em ofertar a favor do ministério de Jesus.
INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
As mulheres
tiveram uma participação especial no ministério de Jesus. O Mestre foi para as
mulheres judias não somente o Salvador, mas aquEle que resgatou a dignidade da
condição social feminina. Nos dias de Jesus, os rabinos se recusavam a ensinar
as mulheres. Era atribuída a mulher uma condição social inferior. Jesus não
somente as ensinou, mas as teve como amigas (Marta e Maria), as libertou dos
poderes de demônios (Maria Madalena), como também as evangelizou (a mulher
samaritana). Jesus valorizou as mulheres como ninguém jamais o fez e ainda
concedeu a elas o privilégio de poderem contribuir financeiramente para a
expansão do Reino.
INTRODUÇÃO
Ao longo dos séculos, em muitos lugares,
as mulheres foram tratadas como objetos e estiveram à margem da sociedade. As
mulheres ainda são, em algumas culturas, consideradas seres inferiores e por
isso são discriminadas. Na cultura oriental, a qual pertenceu Jesus de Nazaré,
era assim também que se enxergava as mulheres.Um dos fatos que fica logo patente no Evangelho de Lucas é o tratamento que Jesus dispensou às mulheres. Essas mulheres esquecidas, discriminadas e maltratadas encontraram no Mestre a manifestação do amor de Deus. A forma que elas encontraram para retribuir foi segui-lo e servi-lo com seus bens. Um exemplo a todos aqueles que querem também agradar a Deus.
PONTO CENTRAL: As mulheres desempenharam um papel relevante no ministério terreno de
Jesus.
I. JESUS, O JUDAÍSMO E AS MULHERES
1. A presença feminina no ministério de
Jesus.
O Novo Testamento dá amplo destaque à
presença feminina no ministério de Jesus. O terceiro Evangelho põe essa
realidade em relevo. A lista é extensa: Maria, mãe de Jesus; Isabel, mãe de
João, o Batista; Ana, a profetisa; a viúva de Naim; a pecadora na casa de
Simão; Marta e Maria de Betânia; Maria Madalena; a sogra de Pedro; a mulher do
fluxo de sangue; a mulher encurvada; Joana, a mulher de Cuza, e Suzana. Algumas
dessas mulheres foram curadas, outras libertas de demônios e ainda outras
tornaram-se seguidoras de Jesus juntamente com os Doze.
2. Jesus valorizou as mulheres.
Causa admiração quando fazemos um
contraste entre o tratamento dado às mulheres no Novo Testamento e aquele que
era praticado no judaísmo do tempo de Jesus. No judaísmo do primeiro século, a
mulher não participava da vida pública. Nem mesmo lhe era permitido aparecer em
público descoberta, sendo dessa forma impossível ver a sua fisionomia. Não
tinha voz nem rosto. A mulher era, portanto, tida como objeto, uma coisa que
poderia ser usada e descartada. Ao contrário de tudo isso, Jesus não tratou as
mulheres como coisa ou objeto. Ele as tratou como gente! Jesus mostrou que a
mulher era um ser especial para Deus e fez com que elas se sentissem assim. Não
são poucas as passagens do Novo Testamento que dão destaque às mulheres, e o
Evangelho de Lucas não foge a essa regra (Lc 1.13,42; 7.48; 8.2,43; 13.12;
16.18; 23.27).
SÍNTESE DO TÓPICO (I): No judaísmo as mulheres não eram valorizadas,
mas Jesus veio restaurar sua condição social.
A participação das mulheres na excursão
missionária revela como era o ministério revolucionário de Jesus. Nos seus dias
os rabinhos se recusavam ensinar as mulheres e lhes atribuía um lugar inferior.
Por exemplo, só os homens tinham permissão de participar plenamente nos cultos
da sinagoga. Mas Jesus trata as mulheres como pessoas e lhes dá as boas-vindas
na comunhão. Elas têm acesso igual à graça e salvação, e muitas mulheres se
tornam suas seguidoras. Entre elas estão as mulheres com recursos financeiros,
que auxiliam Jesus dando de suas possessões para sustentar a Ele e seus
discípulos” (Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, p.363).
1. Maria, a mãe do Salvador.
A doutrina católica acerca da pessoa de
Maria se fundamenta na tradição e não conta com apoio bíblico. Não é
fundamentada nos Evangelhos, mas na tradição apócrifa que começou a circular
por volta do segundo século de nossa era. Crenças como a perpétua virgindade de
Maria, imaculada conceição e sua ascensão não fazem parte do cânon
neotestamentário. Esse é um lado da história. O outro é a rejeição à pessoa de
Maria que prevalece entre muitos protestantes por conta do anticatolicismo. O
que a Escritura mostra de fato é que Maria foi uma pessoa agraciada por Deus
para fazer parte diretamente do Plano da Salvação. A sua disposição em aceitar
e crer no plano de Deus está demonstrada em suas palavras: “Eis aqui a serva do
Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra [...]” (Lc 1.38).
2. Isabel, a mãe do precursor.
Isabel, esposa do sacerdote Zacarias,
aparece na história bíblica como uma pessoa também agraciada por Deus. Ela foi
escolhida para ser a mãe de João Batista, o último profeta da Antiga Aliança
(Lc 1.8-24; 16.16). A revelação do nascimento de João foi dada a seu marido
Zacarias, que inicialmente não creu. O relato de Lucas, de que Isabel “ficou
cheia do Espírito Santo” quando foi visitada por Maria, deixa claro também a
sua disposição em crer e aceitar o plano de Deus para ela (Lc 1.41-43). Assim
como Maria, Isabel foi uma mulher obediente e sua obediência foi recompensada.
SÍNTESE DO TÓPICO (II): Isabel e Maria eram mulheres de fé, tementes
e obedientes ao Senhor.
Professor, reproduza o quadro abaixo e
utilize-o para mostrar as características de Maria, a mãe do Salvador, e
Isabel, a mãe de João Batista. Ressalte que não devemos adorar a Maria, porém
não podemos deixar de reconhecer seu valor. Dentre milhares de jovens, Maria
foi escolhida para fazer parte diretamente do Plano da Salvação.
III. MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA SERVIR
1. Mulheres servas.
Logo após ser curada por Jesus de uma
febre muito alta, a sogra de Pedro se levantou e passou a servi-lo (Lc 4.39). O
verbo “servir” é a tradução do vocábulo grego diakoneo. As mulheres
aparecem com frequência no Evangelho de Lucas a serviço do Mestre. Maria
Madalena se destacou das demais. Ela foi a primeira mulher mencionada em Lucas
8.1-3 e aparece de forma destacada nos Evangelhos de Mateus, Marcos e João. Ela
foi uma das mulheres que mais tarde presenciaram a crucificação (Mt 27.55,56;
Mc 15.40; Jo 19.25); viram onde o corpo de Jesus foi colocado (Mt 27.61; Mc
15.47; Lc 23.55); e saíram no raiar do domingo para ungir o corpo do Senhor (Mt
28.1; Mc 16.1; Lc 24.10). Além disso, ela iria ser a primeira pessoa a quem o
Cristo ressurreto apareceria (Jo 20.1-18).
O Evangelho de Lucas revela que Jesus
teve em seu ministério a ajuda de mulheres abnegadas (Lc 7.36-50). O
evangelista mostra Jesus sendo ungido por uma mulher tida como pecadora na casa
de Simão, um dos fariseus. Essa mulher, visivelmente emocionada, usou o
unguento que levou em um vaso de alabastro para ungir Jesus enquanto
beijava-lhe os pés. O Evangelho de João mostra um fato semelhante ocorrido com
Maria de Betânia, que não deve ser confundido com o relato de Lucas (Jo
12.1-8). No texto de João, é destacado que Maria de Betânia também preferiu
derramar sobre os pés de Jesus o perfume do vaso do que usá-lo em benefício
próprio. Esse seu gesto sofreu duras críticas de Judas Iscariotes, que estava
de olho nos trezentos denários que esse unguento poderia render. Ela considerou
muito mais valioso o perdão que o Salvador lhe deu do que os ganhos que esse
perfume poderia lhe trazer.
SÍNTESE DO TÓPICO (III): Jesus contou com a ajuda de mulheres que
tinham disposição para servi-lo no Reino de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Joana, mulher de Cuza, procurador de
Herodes, e Suzana’ (Lc 3.3). O Herodes mencionado aqui é Herodes Antipas,
governador da Galileia. O registro não diz de que mal Joana foi curada — se era
uma possessão demoníaca ou uma enfermidade física. A sua posição mostra que as
pessoas proeminentes também eram levadas a Cristo. Supõe-se que nesta época ela
fosse viúva. Sobre Suzana não se sabe nada, exceto seu nome. Apenas três nomes
são mencionados — sem dúvida devido à sua importância. Mas houve muitas mais, constituindo
uma grande sequência de mulheres que o serviam com suas fazendas. Isto talvez
signifique que todas eram mulheres de posses, possivelmente membros da classe
alta” (Comentário Bíblico Beacon.
Volume 6. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.402).
IV. MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA OFERTAR
1. O trabalho rabínico.
Lucas registra que Jesus “andava de
cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do
Reino de Deus; e os doze iam com ele” (Lc 8.1). A dedicação de Jesus e seus
doze discípulos ao ministério da Palavra era exclusiva. Como se dava, então, a
manutenção desse ministério? Jesus orientou seus discípulos quando estivessem
em missão a que “ficassem na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem,
pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa” (Lc 10.7).
O trabalhador era digno de seu salário.
Um rabino não podia receber pagamento pelo que ensinava, mas a cultura hebraica
considerava uma obrigação e um privilégio sustentar um rabino. Há um princípio
válido aqui — o obreiro não deve ter valores materiais como a motivação do seu
ministério. Por outro lado, aqueles que se beneficiam desse ministério, devem
ajudá-lo em sua manutenção.
2. Apoio feminino.
Na cultura judaica do tempo de Jesus, a
participação das mulheres na vida pública era bem limitada. As mulheres, por
exemplo, não podiam estudar e não podiam ensinar. Mas nem por isso deixaram de participar
do ministério do Mestre. Lucas diz que elas serviam o Senhor com suas fazendas,
isto é, com seus bens (Lc 8.3). Enquanto Jesus e seus doze apóstolos se
dedicavam ao ministério da Palavra, essas mulheres lhes davam suporte
financeiro e material. Por trás de grandes ministérios, sempre há alguém dando
suporte, seja financeiro, seja, espiritual. Não podemos negar que atualmente as
mulheres têm desempenhado um papel importante na obra do Senhor. Muitas têm se
dedicado à oração, ao serviço social, à contribuição, à obra missionária, etc.
Grande parte da obra missionária é feita por mulheres. São milhares de servas
que dedicam suas vidas à seara do Senhor. O serviço de Deus é para todos que
amam ao Senhor, independentemente de gênero.
SÍNTESE DO TÓPICO (IV): Jesus contou com a ajuda de mulheres que
tinham disposição para ofertar.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
É importante reconhecer que quando Deus
criou a humanidade, quando fez os seres humanos à sua imagem, Ele os criou
macho e fêmea (Gn 1.27), e não ‘um ou outro’. Portanto, a imagem de Deus
aparece tanto no homem (o macho) quanto na mulher (a fêmea), e as características
peculiares de cada sexo são completamente necessárias para espelhar a natureza
de Deus. A própria palavra ishsha para ‘mulher’ sugere as suas
sensibilidades e dons especiais dados por Deus no campo emocional. Estas
características servem para realçar a humanidade. A mulher possui uma
sensibilidade especial para as necessidades humanas que lhe permitem entender
intuitivamente as situações e os sentimentos das outras pessoas” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1312).
CONCLUSÃO
No judaísmo do tempo de Jesus, conversar
com uma mulher era considerado um ato vergonhoso (Jo 4.27). Mas Jesus
conversou, ensinou, curou, libertou e valorizou as mulheres como homem algum
jamais o fez. Lucas nos mostra que as mulheres tiveram uma participação
expressiva na implantação do Reino de Deus. Graças a Deus pelo trabalho das
mulheres na Seara do Senhor.
PARA REFLETIR: Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
1° Como era a situação das mulheres no
judaísmo nos dias de Jesus?
Resp. No judaísmo do primeiro século, a
mulher não participava da vida pública. A mulher era tida como um objeto que
poderia ser usado e descartado.2° Como a Bíblia fala de Maria a mãe de Jesus?
3° De acordo com a lição, qual o nome de algumas mulheres, citadas por Lucas, que serviram a Jesus?
4° De que forma as mulheres apoiaram Jesus em seu ministério?
5° Qual a importância da mulher na expansão do Reino de Deus?
Mulheres que
ajudaram Jesus
Não há dúvidas que Jesus Cristo quebrou
vários paradigmas em relação às mulheres do seu tempo. Na Palestina Antiga não
havia sacerdotisas, isto é, a hierarquia religiosa judaica era formada por
homens. Logo, toda a concepção de moral, de ética e de costume em relação à
mulher era decidida por intermédio da perspectiva religiosa masculina. Isso nos
faz compreender o porquê de um rabino não se comunicar com mulheres; a
genealogia das muitas mulheres não serem mencionadas na Bíblia; outras mulheres
não entrarem nos livros de genealogias.Mais interessante ainda é quando olhamos para a genealogia de Jesus e, lá, encontrarmos uma mulher como Raabe. Todo estudante da Bíblia sabe que Raabe fora uma prostituta da cidade de Jericó e que somente sobreviveu ao ataque do povo de Israel porque escondeu os vigias israelitas. Uma ex-prostituta na genealogia do salvador do mundo!
E Rute, uma estrangeira, adoradora de outros deuses, mas que graciosamente foi acolhida na família de Israel, entrando para a genealogia do Messias desejado das nações.
E Bete-Seba, citada na genealogia de Mateus (1.6), mãe do rei Salomão. Uma mulher que fora amante do rei Davi, naturalmente temos de levar em conta todas as circunstâncias sociais e política da época, agora contemplada como uma das mulheres presentes na genealogia de Jesus.
E o que falar de Maria, a mãe do meio nazareno? A bendita entre as mulheres, mui amada pelo nosso Deus. O seu ventre concebeu e deu à luz o menino Jesus, o nosso Salvador. E as mulheres que subsidiavam o ministério de Jesus? E a mulher samaritana? Enfim, o ministério terreno de Jesus foi de encontro com diversas mulheres, que ao encontrá-lo, sentiram-se acolhidas por Ele.
Em Jesus, o homem não tem mais uma relação de domínio sobre a mulher, mas de parceria e de ajuda mútua. Leia o versículo 21 do capítulo 5 de Efésios. Ali, o apóstolo nos diz que ser “cheios do Espírito”, inevitavelmente, nos levaria a sermos submissos uns aos outros em amor. Em seguida, o apóstolo escreveu sobre a relação da esposa com o esposo, e deste para com aquela. Como consequência natural do versículo 21, não é difícil compreender que tanto a esposa deve se submeter ao esposo em amor quanto o esposo deve submeter-se a esposa, amando-a como Cristo amou a Igreja e entregou-se por ela. Em Jesus, a posição da mulher é outra. Ele a honrou!
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