sexta-feira, 27 de maio de 2016
quinta-feira, 26 de maio de 2016
Lição 9 CPAD - 2° Trimestre 2016
Lições Bíblicas CPAD / Adultos
Título: Maravilhosa Graça — O Evangelho de Jesus
Cristo revelado na carta aos Romanos
Comentarista: José Gonçalves
TEXTO
ÁUREO: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso
corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional” (Rm 12.1).
Romanos 12.1-12.
1 — Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso
corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional.
2 — E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação
do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.
3 — Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não
saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida
da fé que Deus repartiu a cada um.
4 — Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os
membros têm a mesma operação,
5 — assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas
individualmente somos membros uns dos outros.
6 — De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se
é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
7 — se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao
ensino;
8 — ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com
liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com
alegria.
9 — O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
10 — Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos
em honra uns aos outros.
11 — Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo
ao Senhor;
12 — alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na
oração;
OBJETIVO
GERAL: Mostrar que a nova vida em Cristo consiste em viver
em santidade.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
I. Apontar que precisamos viver a
nova vida de maneira que agrade a Deus;
II. Explicar a necessidade de se
usar os dons com sabedoria e humildade;
III. Compreender que como novas
criaturas precisaram exercitar o amor, o serviço cristão e resistir a todo o
mal.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Professor, desejamos que o estudo da Epístola aos
Romanos contribua para o seu crescimento e de seus alunos. Esta é a mais
importante Carta de Paulo. Segundo Lawrence Richards, Romanos é “a pedra
angular da teologia do Novo Testamento”.Na lição de hoje estudaremos o capítulo doze. A partir desse capítulo o apóstolo Paulo passa a tratar de questões mais práticas. Como novas criaturas precisamos evidenciar a nossa fé mediante as nossas ações. Paulo mostra que depois de experimentar da graça divina não é mais possível viver segundo as normas ou a maneira de pensar deste mundo pecaminoso (Rm 12.1,2). O apóstolo também mostra que como novas criaturas, pertencemos a um corpo, o “Corpo de Cristo”. Cada membro desse Corpo recebeu dons e talentos e estes precisam ser usados com humildade, amor, sabedoria, contribuindo para o bem-estar de todos.
INTRODUÇÃO
A conexão
entre tudo o que Paulo escreveu anteriormente (capítulos 1 a 11) e o capítulo
12 de Romanos é feita por intermédio do uso da partícula grega oun,
traduzida em português como, portanto, pois. Nesse contexto, o uso dessa
partícula pode se referir a tudo aquilo que o apóstolo havia escrito
anteriormente ou pode também se referir àquilo que ele escreveu na seção que
compreende somente os capítulos 9 a 11. O fato é que esse texto não está fora de
lugar. Paulo havia tratado em detalhes sobre a justificação pela fé e como
Deus, em sua soberania, tratou com os gentios e judeus nesse processo. Agora
ele quer que os crentes tomem consciência de que tudo isso tem implicações
práticas na nova vida em Cristo.
I. EM RELAÇÃO A MORDOMIA DA
ADORAÇÃO CRISTÃ (Rm 12.1,2)
1. Uma exortação em forma de
apelo.
“Rogo-vos”,
conforme aparece na versão Almeida Revista e Corrigida, traduz o verbo
grego parakaleo. Essa palavra tem, no original, o sentido de admoestar,
encorajar e exortar. Os léxicos destacam que esse termo era usado
no contexto militar quando um oficial queria exortar as tropas. As palavras
introdutórias de Paulo são, portanto, um apelo exortativo. Os crentes deveriam
levar em conta tudo o que ele havia ensinado até então e procurarem se ajustar
à nova vida em Cristo. As doutrinas bíblicas, mesmo aquelas mais complexas, não
devem promover apenas especulações teológicas, mas fomentar no crente a piedade
cristã.
2. Uma palavra concernente ao
corpo.
O
apóstolo solicita aos crentes romanos [...] “que apresenteis os vossos corpos
em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm
12.1). Três coisas são ditas aqui sobre o corpo como instrumento de adoração.
Em primeiro lugar, o corpo deve ser oferecido em sacrifício. A palavra
grega usada aqui pelo apóstolo é thüsia, que significa sacrifício
ou oferta. O paralelo é feito com o sistema de sacrifícios levítico do
Antigo Testamento. Em segundo lugar, esse sacrifício, ao contrário daquele da
Antiga Aliança, deve ser apresentado vivo e não morto. Em terceiro lugar, esse
sacrifício deve ser santo. A ideia de algo que foi separado
exclusivamente para o serviço de Deus. Assim fazendo, o crente terá a garantia
que estará agradando a Deus na sua adoração.
3. Uma palavra concernente à
mente.
Assim
como o nosso corpo deve ser ofertado em sacrifício vivo a Deus, da mesma forma
a nossa mente também precisa ser (Rm 12.2). Para que a adoração seja verdadeira
ela precisa ser realizada por pessoas com a mente transformada. Essa
transformação, como mostra o original metamorphousthe, de onde vem o
vocábulo metamorfose, significa ser transformado em nossa mais profunda
natureza interior.
SÍNTESE DO TÓPICO (I): Deus
deseja que vivamos cada dia da nova vida para Ele.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
Até o
capítulo 11, Paulo desenvolveu uma argumentação teológica acerca de algumas
doutrinas pertinentes à Soteriologia Bíblica. A partir do capítulo 12, ele
disseca essas doutrinas sobre a salvação em uma realidade prática. É o
Cristianismo vivido e experimentado. É a vida cristã demonstrada através das
relações pessoais com Deus, com os irmãos na fé, com as pessoas de fora, com as
autoridades constituídas e com as responsabilidades para com a igreja. Não
basta conhecer a Teologia do Pecado, da Justificação, da Santificação,
teoricamente. É preciso ter experimentado isso tudo, para poder viver
vitoriosamente no Espírito. Nos capítulos anteriores, Paulo apresenta o pecado
e suas consequências, bem como, o plano de salvação. Já, a partir do capítulo
12, temos o plano da salvação na prática. O Evangelho não é apenas poder para
salvar o homem dos seus pecados, mas é também, poder para viver diariamente uma
vida vitoriosa e poderosa contra o pecado, contra o mundo e contra o Diabo. “Uma
vez justificado pela fé, o crente é também capacitado para tornar-se prática,
um vitorioso contra o pecado” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da
Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.133).
II. EM RELAÇÃO À MORDOMIA DO
EXERCÍCIO DOS DONS (Rm 12.3-8)
1. Exercitá-los com moderação e
humildade.
A palavra dons (gr. charismata) que aparece
no versículo 6, é a mesma palavra usada por Paulo em 1 Coríntios 12.4 em
referência aos dons espirituais. O mesmo amor de 1 Coríntios 13, que
regulamentou o uso dos dons, deve ser aqui praticado. Paulo já havia falado
muito sobre a graça (gr. charis) e é em nome dessa graça, que a ele foi
dada, que pede moderação e humildade na mordomia dos dons espirituais. Ninguém
que exercitasse os dons espirituais deveria achar que era alguma coisa independente
da graça. É exatamente isso o que significa o vocábulo grego yperphroneo,
traduzido aqui como “pensar de si mesmo além do que convém”.
2. Exercitá-los respeitando sua
diversidade.
Paulo
lembra aos romanos que a moderação e a humildade são indispensáveis no
exercício dos dons. Ele também os faz recordar que Deus não quer exclusivismo
no exercício dos dons (Rm 12.4). A individualidade deve ser respeitada, porque
o Espírito usa pessoas, mas o individualismo deve ser rejeitado. Os dons são diversos,
assim como diversos são os membros do corpo (Rm 12.5). Não existe um corpo
formado somente por um membro, da mesma forma o Senhor não quer que os dons
operem através de uma única pessoa (Rm 12.6). Todos têm seu lugar no corpo de
Cristo.
3. Exercitá-los com esmero e
regularidade.
Paulo
escreve aqui no contexto de uma igreja local, e não tem a preocupação de
separar os dons espirituais dos dons ministeriais. Aqui, os crentes querem
sejam leigos quer sejam clérigos são convidados à prática dos dons espirituais
(Rm 12.6-8). Os dons, portanto, devem ser exercidos com dedicação e
regularidade. Eles são dádivas de Deus e precisam ser desempenhados no contexto
da igreja.
SÍNTESE DO TÓPICO (II): Os
dons são resultado da graça divina e devem ser usados com amor e humildade,
beneficiando todo o Corpo de Cristo.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
Paulo
usou o exemplo do corpo humano para ensinar como os cristãos devem viver e
trabalhar juntos. Assim como os membros do corpo funcionam sob o comando do
cérebro, também os cristãos devem trabalhar juntos sob o comando e a autoridade
de Jesus Cristo.Deus nos dá muitas habilidades e dons para que possamos edificar a sua igreja. Para usá-los eficientemente, devemos: (1) entender que todas as nossas habilidades e todos os nossos dons vêm de Deus; (2) entender que nem todos são dotados das mesmas habilidades e dos mesmos dons; (3) saber quem somos e o que fazemos melhor; (4) dedicar nossas habilidades e nossos dons ao serviço de Deus, não para alcançar sucesso pessoal; (5) estar dispostos a empregar as habilidades e os dons que temos com todo o nosso coração, colocando tudo à disposição da obra de Deus, sem reter coisa alguma.
Os dons de Deus diferem quanto à sua natureza, poder e eficiência, de acordo com sua sabedoria e bondade, não conforme a nossa fé (12.6). Deus deseja conceder-nos o poder espiritual necessário para desempenharmos cada uma de nossas responsabilidades. Mas não podemos obter mais habilidades e dons mediante nosso esforço e nossa determinação para nos tornarmos servos ou mestres mais eficientes. Deus concede os dons à sua igreja, distribui a fé e o seu poder conforme a sua vontade. “Nossa tarefa é sermos fiéis e procurarmos formas de servir aos outros com aquilo que Cristo nos dá” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.1572).
1. Exercitar o amor.
Socialmente a palavra amor está muito desgastada e
quase sempre é associada apenas a sentimentos. Todavia, não é esse o
significado de ágape no Novo Testamento. O amor cristão é algo que brota
de dentro, do caráter de uma pessoa regenerada e passa a moldar o seu
comportamento (Rm 12.9,10). Dessa forma, o amor jamais pode ser algo fingido,
isto é, praticado com hipocrisia. Ele é algo autêntico. Vê o outro antes de si
mesmo.
2. Exercitar o serviço cristão.
Paulo
aconselha os crentes em Roma a viverem a vida cristã com intensidade. Nada de
apatia ou vagarosidade: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosa no
espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11). A palavra vagarosa traduz o
termo grego okneros, que possui também o sentido de preguiçoso, descuidado
e indolente. Ser fervoroso não significa ser fanático, mas ser alcançado
pela graça e andar segundo ela. A expressão “no espírito” tanto pode
estar no caso locativo grego, significando nosso espírito humano, como no
instrumental, se referindo ao Espírito Santo. Independentemente do caso que
Paulo tenha usado, o sentido é do Espírito Santo incendiando a vida do cristão
fervoroso.
3. Exercitar a resistência ao
mal.
Fechando
essa seção, o apóstolo aconselha: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal
com o bem” (Rm 12.21). Em Romanos, encontramos o apóstolo Paulo se referindo ao
mal (gr. kakos) quatorze vezes. Em Romanos 7.19,21, ele apresentou esse
mal como sendo sinônimo da natureza adâmica pecaminosa e má, que quer conduzir
o crente a fazer aquilo que ele desaprova. Essa é a razão da guerra interior.
Em Atos 16.28 Paulo fala desse mal como um dano irreparável que uma pessoa pode
causar a si mesma. Aqui esse mal aparece como uma força oposto ao bem, que
procura impedir o viver cristão vitorioso. A recomendação bíblica é: “vença o
mal com o bem”.
O serviço cristão em relação aos
nossos irmãos na fé (12.9-21)
Nestes
versículos está à base do serviço cristão que é o amor. Os deveres mencionados
e todas as exortações devem estar debaixo do princípio do amor.
12.9 — ‘O amor seja não fingido’. A
palavra ‘fingimento’ fica melhor traduzida por hipocrisia, que no grego é anupokritos.
Na Versão Inglesa do Rei Tiago a expressão é: ‘sem dissimulação’. Portanto, o
sentido real é que, a demonstração de qualquer sentimento para com as pessoas
seja pura e ‘com toda a sinceridade’.
12.9 — ‘Aborrecei o mal e apegai-vos
ao bem’. Aborrecer o mal é negar tudo que possa prejudicar a outrem.
Podemos
servir aos nossos irmãos na fé tendo uma atitude, não só de amor (v.9), mas
pelo espírito fraterno desenvolvido entre todos (v.10), pelo favor do espírito
e serviço a Deus (v.11), pela esperança e paciência (v.12), pela hospitalidade
e a generosidade entre os domésticos da fé (v.13), pela participação sincera
dos sentimentos dos outros (v.15), pelo perdão aos inimigos (v.16), pela
retribuição do mal com o bem (v.17) e por viver em paz com todos (v.18).
12.9 — ‘Não vos vingueis a vós
mesmos’. Em outras palavras, a vingança pertence a Deus, por isso, devemos
deixar com Deus a vingança para com aqueles que nos maltratam. Somos frágeis e
incapazes de fazer vingança com justiça. A expressão ‘daí lugar à ira’ não deve
ser entendida como o dar razão à manifestação da ira, mas sim com o sentido de
dar tempo à ira para que ela se extinga, isto é, deixá-la passar. “Também tem o
sentido de ‘dar lugar à ira de Deus’, à vingança divina, uma vez que a
‘vingança pertence a Deus’” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da
Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.137).
CONCLUSÃO
Nesta
lição aprendemos que o capítulo 12 de Romanos forma um conjunto de exortações a
respeito do viver a nova vida em Cristo. Como observamos, essas exortações
estão relacionadas a vários aspectos do viver cristão e envolvem a mordomia da
adoração cristã, onde é mostrado o valor do corpo e da mente no serviço de
Deus. Atenção é dada à mordomia dos dons espirituais, onde Paulo combate a
apatia e o individualismo. A Igreja é o corpo de Cristo e como corpo ela deve
viver. Por último o apóstolo exorta a respeito do exercício das virtudes
cristãs, destacando a prática do viver cristão vitorioso.
A respeito da Carta aos Romanos,
responda:
Resp: Essa palavra tem no original o sentido de admoestar, encorajar e exortar.
O que são as palavras
introdutórias de Paulo?
Resp: As palavras introdutórias de
Paulo são um apelo exortativo.
Segundo a lição, o que é
necessário para que a adoração seja verdadeira?
Resp: Para que a adoração seja
verdadeira ela precisa ser realizada por pessoas com a mente transformada.
Segundo Paulo, o que é
indispensável no uso dos dons?
Resp: A moderação e a humildade são
indispensáveis no exercício dos dons.
Segundo a lição, o que significa
ser fervoroso?
Resp: Ser fervoroso significa ser
alcançado pela graça e andar segundo ela.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
A Nova Vida em Cristo
Aplicando a mensagem
Chegamos
à seção bíblica em que o apóstolo Paulo passa a tratar sobre a aplicabilidade
da doutrina. Os capítulos 12 a 16 de Romanos é a aplicação da mensagem que o
apóstolo desenvolveu ao longo de toda a epístola (Rm 1 — 11).Vivemos num tempo em que tudo o que se conhece o ser humano deseja aplicar na vida prática sem fazer uma reflexão sobre as implicações da aplicabilidade desse conhecimento. O tema das doutrinas bíblicas não foge desta ordem. É natural, após de havermos estudado, que se pergunte: qual o efeito prático que a doutrina da justificação pela fé tem para a vida?
O apóstolo começa a responder a pergunta a partir do assunto da santificação: “Mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento” (Rm 12.2). Ora, a base da santificação do crente é a sua união com Cristo, pois a partir dessa união foi que o crente rompeu com o pecado e andou em novidade de vida conforme a eficácia da ressurreição do nosso Senhor (Rm 6.4,10-11). Como o Espírito Santo é aquele com quem nós andamos; por intermédio dEle, somos instados a viver somente para Deus segundo a sua imperiosa vontade. Aqui, ocorre a vocação e o chamado para vivermos uma vida de santidade.
No culto racional e nas virtudes
cristãs
Deste
modo, o crente nascido de novo tem uma ética fundamentada na obra da redenção.
A partir desta, somos chamados a cultuar o nosso Deus com entendimento e
sabedoria (Rm 12.1), sendo instrumento disponível de Deus para abençoar a vida
dos nossos irmãos por intermédio do uso dos dons (Rm 12.6-8). De modo que o
amor suplanta e se torna a grande medida dessa instrumentalidade. Ou seja,
fomos separados para amar sem fingimento; amar cordialmente uns aos outros;
sermos intensos no cuidado com o outro e fervorosos no espírito; alegrando-se
na esperança, sendo paciente na tribulação e perseverando em oração;
comunicando a nossa necessidade ao outro; sendo unânime naquilo que importa;
não ambicionando as coisas altas; não desejando o mal do outro; dando de comer
e de beber ao inimigo; não devolvendo o mal com o mal, mas com o bem (Rm
12.9-21).Viver esta santidade do amor não é fácil. Isto requer anular o nosso orgulho, soberba e prepotência. Fomos justificados gratuitamente pela fé em Jesus Cristo. Deus nos amou, apesar de nós. Então, não podemos pagar o mal na mesma moeda.
Em Cristo, somos chamados e convocados a ser amorosamente santos!
sábado, 21 de maio de 2016
Lição 8 CPAD - 2° Trimestre 2016
Lições Bíblicas CPAD - Adultos
Título: Maravilhosa Graça — O Evangelho de Jesus Cristo
revelado na carta aos Romanos
Comentarista: José Gonçalves
TEXTO ÁUREO: “Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a
ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36).
VERDADE PRÁTICA:
A eleição da graça é formada no
presente por gentios e judeus nascidos de novo, bem como, no futuro, pela
conversão da nação de Israel.
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Romanos 9.1-5; 10.1-8; 11.1-5.
Romanos 9
1 —
Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência
no Espírito Santo):
2 —
Tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração.
3 —
Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus
irmãos, que são meus parentes segundo a carne;
4 —
Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os
concertos, e a lei, e o culto, e as promessas;
5 —
Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre
todos, Deus bendito eternamente. Amém!
Romanos 10
1 —
Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua
salvação.
2 —
Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com
entendimento.
3 —
Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua
própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
4 —
Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.
5 —
Ora, Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer
estas coisas viverá por elas.
6 —
Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá
ao céu (isto é, a trazer do alto a Cristo)?
7 —
Ou: Quem descerá ao abismo (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a
Cristo)?
8 —
Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta
é a palavra da fé, que pregamos,
Romanos 11
1 —
Digo, pois: porventura, rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum! Porque
também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.
2 —
Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a
Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo:
3 —
Senhor, mataram os teus profetas e derribaram os teus altares; e só eu
fiquei, e buscam a minha alma?
4 —
Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil varões, que
não dobraram os joelhos diante de Baal.
5 —
Assim, pois, também agora neste tempo ficou um resto, segundo a eleição da
graça.
OBJETIVO GERAL: Compreender
a “sorte” de Israel no plano da salvação.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Mostrar a eleição de Israel dentro do plano
da redenção;
II. Analisar o tropeço de Israel dentro do plano
da redenção;
III. Explicar a restauração de Israel dentro do
plano da redenção.
INTERAGINDO COM
O PROFESSOR
Professor,
no decorrer da lição ressalte a soberania de Deus na história da redenção.
Mostre que os israelitas foram escolhidos pelo Senhor para receberem o Messias,
independente das obras dos patriarcas. Contudo, Deus não queria trazer somente
favores e privilégios para os judeus, mas Ele desejava, por intermédio deles,
abençoar todas as famílias da terra. Israel não compreendeu essa verdade, nem o
plano da redenção de Deus, rejeitando o Salvador. Os judeus acreditavam que por
serem descendentes de Abraão e ser também o “povo escolhido de Deus”, não
necessitavam de salvação. Eles rejeitaram o Messias, porém, Deus não os
rejeitou e por sua misericórdia fez com que nós, “zambujeiros”, fossemos
enxertados na oliveira (Rm 11.17).
O Israel
de hoje, segundo Lawrence Richards, “a comunidade da aliança escolhida por
Deus, é composta de gentios bem como de Judeus que creem nas promessas de Deus
sobre Jesus”.
INTRODUÇÃO
Paulo discorreu a respeito da
Doutrina da Salvação nos capítulos 1 a 8 da Epístola aos Romanos. Veremos nesta
lição que nos capítulos 9, 10 e 11, ele abre um parêntese para tratar a
respeito da “sorte de Israel” no plano da salvação. Aprendemos com estes
capítulos que Deus tem um plano especial para com Israel e que a rejeição deles
é apenas temporária até se cumprir a plenitude dos gentios, quando todo o
Israel será salvo.
PONTO CENTRAL: Deus tem um plano especial para com
Israel.
I. A ELEIÇÃO DE ISRAEL DENTRO DO
PLANO DA REDENÇÃO (Rm 9.1-29)
1. O anseio de Paulo e a
incredulidade de Israel.
O apóstolo deixa explícito a elevada
estima que possuía por seus compatriotas. Ele abre o seu coração para expressar
seus sentimentos em relação ao seu povo (Rm 9.1-5). Ele desejava que todos,
assim como ele, entendessem o plano perfeito da salvação revelado em Jesus
Cristo. Esse desejo de Paulo se intensifica quando ele lembra os crentes
romanos de que aos judeus foi dada a adoção, a glória, os pactos, a Lei, o
culto e as promessas. Paulo também os faz recordar que deles (dos judeus)
também descendem os patriarcas e o próprio Cristo! Mas, apesar de todas essas
bênçãos, o entendimento do povo judeu continuava, e continua, endurecido.
2. Os eleitos e as promessas de Deus.
O argumento de Paulo em Romanos
9.6-13 revela que as promessas de Deus relativas à nação de Israel não
falharam, mesmo que a maioria deles as tenha rejeitado. As promessas terão seu
fiel cumprimento através dos judeus remanescentes, dos gentios que abraçaram a
fé e do Israel que será restaurado no futuro. Essa porção das Escrituras é uma
das mais debatidas entre os teólogos. As posições se polarizam quando o debate
é entre determinismo e livre-escolha. Todavia, Paulo não está se referindo a
eleição individual, mas coletiva. O exemplo dos irmãos Jacó e Esaú, dado para
ilustrar o argumento do apóstolo, deixa isso evidente (Rm 9.10-13). A citação
que Paulo faz de Jacó e Esaú, nesse texto, é tirada do livro do profeta
Malaquias 1.2-4. Basta uma olhada nessas passagens para ver que o profeta não
estava se referindo às pessoas ou aos indivíduos “Jacó” e “Esaú”, que nessa
época já haviam morrido há muito tempo, mas a grupos ou povos. Isso é
demonstrado em Malaquias 1.4, onde Esaú é identificado com Edom, um povo e não
um indivíduo. Fica, portanto, evidente à luz desse contexto que a predestinação
é corporativa, isto é, de um grupo, povo, ou nação, e não de pessoas.
3. Eleição, justiça e soberania de
Deus.
Nos versículos 14 a 29, do mesmo
capítulo nove, Paulo responde as indagações sobre a justiça de Deus e sua
soberania. Deus não poderia ser acusado de ter sido injusto com Israel por eles
se acharem no estado em que se encontravam. Paulo toma Faraó para exemplificar
sua argumentação. O apóstolo afirma que o endurecimento do coração de Faraó
ocorreu quando este resistiu à vontade de Deus (Êx 7.14,22; 8.15,32; 9.7). Da
mesma forma, Israel foi endurecido porque não aceitou a justificação que lhe
foi dada através de Jesus Cristo. O exemplo extraído da metáfora do vaso do oleiro
serve para fundamentar mais ainda a argumentação em favor da justiça e da
misericórdia de Deus. O argumento determinista que vê os “vasos de ira” e
“vasos de misericórdia”, como sendo uma referência aos salvos e condenados, cai
diante da exposição do próprio texto. Deus suportou os vasos da ira e eles se
tornaram, por si mesmos, objetos da ira de Deus; mas os vasos de misericórdia
participarão da glória de Deus, através da fé, pela graça de Deus, e não como
resultado das suas próprias obras.
SÍNTESE DO TÓPICO (I): Deus em
sua justiça e soberania escolheu a Israel para fazer parte do seu plano
redentivo.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
A Tristeza de Paulo (9.1-3)
Nestes versículos o apóstolo Paulo
declara seu amor por sua gente, os judeus. Ele começa declarando: ‘Em Cristo
digo a verdade, não minto’. Visto que era conhecido como judeu zeloso, sua
conversão a Cristo o torna antipático para os judeus, que o viam como ‘um
traidor de sua gente’. Entretanto, Paulo garante que seus sentimentos são
sinceros e que sua consciência tinha o testemunho do Espírito Santo (v.1). Esse
texto mostra que sua consciência agia sob a orientação iluminada do Espírito
Santo.
No versículo 2, Paulo ainda declara
dizendo: ‘Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração’. É uma
expressão de profundo sentimento de amor e respeito pela sua gente, e não de
traição. A despeito da hostilidade dos judeus contra a pregação do Evangelho e
contra a sua pessoa, Paulo diz que, se fosse possível ele mesmo ser separado de
Cristo, para salvar ‘seus parentes segundo a carne’, ele o faria por amor a
eles. Essa linguagem é bem típica de quem ama profundamente e é capaz de dar a
sua vida para salvar outras.
Por que essa tristeza de Paulo para
com seus irmãos de sangue? A resposta é simples e objetiva: o repúdio do povo
judeu para com Jesus Cristo. Sua tristeza tem duas razões específicas:
Primeira, Paulo declara que os judeus são seus ‘parentes’ segundo a carne, mas
não querem ser seus irmãos segundo o espírito. Segunda, pelo fato de que os
judeus, possuindo privilégios especiais como nação, rejeitaram o ‘privilégio
maior’, que é a salvação em Cristo” (CABRAL, Elienai. Romanos: O
Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.104).
II. O TROPEÇO DE ISRAEL DENTRO DO
PLANO DA REDENÇÃO (Rm 9.30 — 10.21)
1. Tropeçaram em Cristo.
Partindo do princípio de que a igreja
de Roma era formada em sua maioria por gentios, a parte judaica teria
dificuldade de entender porque os gentios haviam sido aceitos por Deus enquanto
a maioria dos judeus não. Paulo argumenta que o tropeço de Israel se deve ao
fato de não terem crido em Jesus, o Messias prometido (Rm 9.30-33). O que
deveria ser solução para eles tornou-se em tropeço. Por outro lado, os gentios,
ao crerem na graça de Deus, foram justificados, visto que a sua justificação
veio em decorrência da fé e não dos seus méritos.
2. Tropeçaram na lei.
Nesse ponto, o apóstolo realça algo
que ele já vinha argumentando desde o capítulo 3. Os judeus, ao buscarem a sua
justiça própria através da Lei, acabaram por rejeitar a justiça de Deus que vem
através de Jesus Cristo (Rm 10.1-4). Querer agradar a Deus, seguindo os
preceitos da Lei, era andar na direção errada, visto que Cristo é o fim da lei
(Rm 10.4).
3. Tropeçaram na Palavra.
O evangelho de João já havia mostrado
que Jesus veio para o que era seu, mas que os seus não o receberam (Jo 1.12).
Aqui Paulo mostrará que a rejeição de Israel aconteceu, não por falta de aviso,
mas porque não quis ouvir aquilo que Deus havia planejado para ele. Endureceram
seus corações e tropeçaram na Palavra (Rm 10.14-21). Por outro lado, os gentios
responderam positivamente a essa mesma Palavra e, por isso, foram aceitos.
SÍNTESE DO TÓPICO (II): O tropeço
de Israel não invalidou o plano de redenção de Deus para com o seu povo.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
A rejeição judaica da justiça pela fé
em Deus abriu espaço para um número muito grande de gentios a serem enxertados
na árvore enraizada na antiga aliança de Deus com Abraão. Esta não deveria ser
objeto de orgulho gentio, mas de advertência. Nunca abandone o princípio de
salvação pela graça através da fé” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da
Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.
10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.747).
III. A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL DENTRO
DO PLANO DA REDENÇÃO (Rm 11.1-32)
1. Israel e o remanescente.
Os teólogos chamam a atenção para a
importância que a doutrina de um “remanescente” possui dentro da cultura
judaica (Rm 11.1-10). De fato, os profetas que se levantaram contra a apostasia
e o formalismo religioso acreditavam que Deus tinha uma reserva formada por
aqueles que eram fiéis (Am 2.12; 5.3; Is 1.9; 6.9-13; Sf 3.12,13; Jr 23.3). Em
Romanos 11.1-10, Paulo, que se considerava um dos remanescentes, cita o exemplo
de Elias. Para Paulo, da mesma forma que Elias se manteve fiel no meio do
Israel apóstata, assim também havia um remanescente que se mantinha fiel
através de Jesus Cristo.
2. Israel e o enxerto gentílico.
Israel não conseguira entender que o
plano de Deus para a salvação incluía também os gentios (Is 9.6). Tropeçaram ao
não aceitarem a justiça de Deus manifestada em Jesus Cristo. Foi graças a esse
tropeço, argumenta Paulo, que os gentios entraram como um enxerto no plano da
salvação. Os gentios, portanto, não deviam assumir uma posição de orgulho, mas
de temor. Eles não eram os ramos naturais, mas faziam parte da “oliveira brava”
(Rm 11.11-24). Se Deus não havia poupado os ramos naturais, muito menos
pouparia os ramos enxertados.
3. Israel e a restauração futura
(11.25-32).
Embora Paulo se entristecesse com a
situação espiritual de seus compatriotas judeus, a sua posição em relação a
eles é de esperança e não de desespero (Rm 11.25-32). Paulo estava convencido
de que no futuro Israel será salvo. Para ele, isso terá seu cumprimento quando
se completar a “plenitude dos gentios”. A rejeição dos judeus trouxe a
justificação ao mundo gentílico. Quando Deus cumprir seu propósito para com os
gentios cumprirá também suas promessas de restauração para todo o Israel.
SÍNTESE DO TÓPICO (III): Deus não
rejeitou Israel, e todos que creem na graça de Jesus Cristo serão restaurados.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
Gentios e judeus (11.11-21)
A rejeição judaica da justiça pela fé
em Deus abriu espaço para um número muito grande de gentios a serem enxertados
na árvore enraizada na antiga aliança de Deus com Abraão. Esta não deveria ser
objeto de orgulho gentio, mas de advertência. Nunca abandone o princípio de
salvação pela graça através da fé.
Todo o Israel será salvo (11.25,26)
Paulo lança seus olhos ao passado
para as promessas feitas a Israel por Isaías (59.20; cf. Jr 31). A conversão em
massa de gentios a Cristo não significa que Deus repudiara as palavras dos
profetas do Antigo Testamento. Somente quando todos os gentios forem
convertidos é que o foco da história voltará a se concentrar em Israel (11.29)”
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de
Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012,
p.747).
CONCLUSÃO
Como vimos, os capítulos 9 a 11 de
Romanos demonstram a soberania de Deus na história da redenção. Revela que o
propósito de Deus concernente à eleição jamais poderá ser frustrado. Diante
disso, a atitude deve ser de temor, não de jactância. A história de Israel, seu
antigo povo, bem como a inclusão dos gentios no plano da salvação, mostra que
Deus respeita as escolhas, mesmo que estas se revelem danosas para aquele que
as fez. Em todo caso, o arrependimento e a fé são os caminhos que darão acesso
ao portão da graça de Deus.
PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos,
responda:
1° Os patriarcas e o Cristo
descendiam de que povo?
Resp: Os patriarcas e o próprio Cristo
descendiam dos judeus.
2° As promessas de Deus em relação a
Israel falharam com a rejeição deles?
Resp: As promessas de Deus relativas à
nação de Israel não falharam, mesmo que a maioria deles as tenha rejeitado.
3° Segundo a lição, por que Israel
foi endurecido?
Resp: Israel foi endurecido porque não
aceitou a justificação que lhe foi dada através de Jesus Cristo.
4° Paulo se considerava um dos
remanescentes?
Resp: Sim, ele se considerava um dos
remanescentes.
5° Como os gentios passaram a fazer
parte do plano da salvação?
Resp: Como os judeus tropeçaram ao não
aceitarem a justiça de Deus manifestada em Jesus Cristo, os gentios entraram
como um “enxerto” no plano da salvação.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Israel no Plano da Redenção
E se alguns dos ramos foram
quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e feito
participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; e,
se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti”
(Rm 11.17,18). Infelizmente, não são poucos dentro da igreja evangélica que
esquecem essa advertência e reverberam a ideia equivocada da Teologia da
Substituição. Penso ser importante usar este espaço para falar um pouco da
origem dessa teologia, pois pode haver alguém da sua classe que desconhece esse
tema e lhe faça algumas perguntas.
A questão do papel do povo judeu hoje
no plano de Deus tem despertado sentimentos variados nos cristãos do mundo
atual em relação ao Israel contemporâneo. Tais sentimentos atrelam-se ao método
adotado na interpretação bíblica ao longo da história eclesiástica. Assim, o
método alegórico foi importantíssimo para o surgimento da Teologia da
Substituição.
A destruição de Jerusalém, a Cidade
de Deus, no ano 70 d.C, foi um acontecimento crucial para a eficácia desse
método. No século IV, o clero cristão era constituído por bispos ocidentais e
orientais influenciados pelo método alegórico — ele uniu-se ao império romano,
mediante Constantino, o imperador de Roma. Esses clérigos consideraram a
destruição de Jerusalém um sinal de que Deus havia rejeitado o povo judeu.
Neste contexto, a Teologia da
Substituição ganhou força dentro do Cristianismo. A igreja romana advogou para
si o título de o “Novo Israel de Deus”. E, a exemplo de outras tradições
cristãs, passou a julgar os judeus como “O povo rebelde que matou Jesus” e para
sempre fora rejeitado por Deus. Por isso, o estudioso Arnold Fruchtenkbaum
conceitua a Teologia da Substituição como corrente que rejeita o moderno Estado
de Israel como cumprimento da profecia bíblica. Neste caso, todas as profecias
sobre o povo judeu já foram cumpridas e, por isso, não se deve esperar nenhuma
restauração futura de Israel (cf. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica.
CPAD, 2008, p.372). Ora, algumas respostas sobre a profecia bíblica deveriam
responder a estas questões: Qual o público alvo da profecia bíblica? Cumpriu-se
toda? A quem Deus prometeu uma terra localizada no Oriente Médio? À Igreja ou a
Israel? Tal promessa se cumpriu plenamente? Então, o estudioso sério das
Escrituras pensará muito antes de afirmar que a Igreja substituiu Israel.
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