Lições Bíblicas CPAD - Adultos
Título: Maravilhosa Graça — O Evangelho de Jesus Cristo
revelado na carta aos Romanos
Comentarista: José Gonçalves
TEXTO ÁUREO: “Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a
ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36).
VERDADE PRÁTICA:
A eleição da graça é formada no
presente por gentios e judeus nascidos de novo, bem como, no futuro, pela
conversão da nação de Israel.
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Romanos 9.1-5; 10.1-8; 11.1-5.
Romanos 9
1 —
Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência
no Espírito Santo):
2 —
Tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração.
3 —
Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus
irmãos, que são meus parentes segundo a carne;
4 —
Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os
concertos, e a lei, e o culto, e as promessas;
5 —
Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre
todos, Deus bendito eternamente. Amém!
Romanos 10
1 —
Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua
salvação.
2 —
Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com
entendimento.
3 —
Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua
própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
4 —
Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.
5 —
Ora, Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer
estas coisas viverá por elas.
6 —
Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá
ao céu (isto é, a trazer do alto a Cristo)?
7 —
Ou: Quem descerá ao abismo (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a
Cristo)?
8 —
Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta
é a palavra da fé, que pregamos,
Romanos 11
1 —
Digo, pois: porventura, rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum! Porque
também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.
2 —
Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a
Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo:
3 —
Senhor, mataram os teus profetas e derribaram os teus altares; e só eu
fiquei, e buscam a minha alma?
4 —
Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil varões, que
não dobraram os joelhos diante de Baal.
5 —
Assim, pois, também agora neste tempo ficou um resto, segundo a eleição da
graça.
OBJETIVO GERAL: Compreender
a “sorte” de Israel no plano da salvação.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Mostrar a eleição de Israel dentro do plano
da redenção;
II. Analisar o tropeço de Israel dentro do plano
da redenção;
III. Explicar a restauração de Israel dentro do
plano da redenção.
INTERAGINDO COM
O PROFESSOR
Professor,
no decorrer da lição ressalte a soberania de Deus na história da redenção.
Mostre que os israelitas foram escolhidos pelo Senhor para receberem o Messias,
independente das obras dos patriarcas. Contudo, Deus não queria trazer somente
favores e privilégios para os judeus, mas Ele desejava, por intermédio deles,
abençoar todas as famílias da terra. Israel não compreendeu essa verdade, nem o
plano da redenção de Deus, rejeitando o Salvador. Os judeus acreditavam que por
serem descendentes de Abraão e ser também o “povo escolhido de Deus”, não
necessitavam de salvação. Eles rejeitaram o Messias, porém, Deus não os
rejeitou e por sua misericórdia fez com que nós, “zambujeiros”, fossemos
enxertados na oliveira (Rm 11.17).
O Israel
de hoje, segundo Lawrence Richards, “a comunidade da aliança escolhida por
Deus, é composta de gentios bem como de Judeus que creem nas promessas de Deus
sobre Jesus”.
INTRODUÇÃO
Paulo discorreu a respeito da
Doutrina da Salvação nos capítulos 1 a 8 da Epístola aos Romanos. Veremos nesta
lição que nos capítulos 9, 10 e 11, ele abre um parêntese para tratar a
respeito da “sorte de Israel” no plano da salvação. Aprendemos com estes
capítulos que Deus tem um plano especial para com Israel e que a rejeição deles
é apenas temporária até se cumprir a plenitude dos gentios, quando todo o
Israel será salvo.
PONTO CENTRAL: Deus tem um plano especial para com
Israel.
I. A ELEIÇÃO DE ISRAEL DENTRO DO
PLANO DA REDENÇÃO (Rm 9.1-29)
1. O anseio de Paulo e a
incredulidade de Israel.
O apóstolo deixa explícito a elevada
estima que possuía por seus compatriotas. Ele abre o seu coração para expressar
seus sentimentos em relação ao seu povo (Rm 9.1-5). Ele desejava que todos,
assim como ele, entendessem o plano perfeito da salvação revelado em Jesus
Cristo. Esse desejo de Paulo se intensifica quando ele lembra os crentes
romanos de que aos judeus foi dada a adoção, a glória, os pactos, a Lei, o
culto e as promessas. Paulo também os faz recordar que deles (dos judeus)
também descendem os patriarcas e o próprio Cristo! Mas, apesar de todas essas
bênçãos, o entendimento do povo judeu continuava, e continua, endurecido.
2. Os eleitos e as promessas de Deus.
O argumento de Paulo em Romanos
9.6-13 revela que as promessas de Deus relativas à nação de Israel não
falharam, mesmo que a maioria deles as tenha rejeitado. As promessas terão seu
fiel cumprimento através dos judeus remanescentes, dos gentios que abraçaram a
fé e do Israel que será restaurado no futuro. Essa porção das Escrituras é uma
das mais debatidas entre os teólogos. As posições se polarizam quando o debate
é entre determinismo e livre-escolha. Todavia, Paulo não está se referindo a
eleição individual, mas coletiva. O exemplo dos irmãos Jacó e Esaú, dado para
ilustrar o argumento do apóstolo, deixa isso evidente (Rm 9.10-13). A citação
que Paulo faz de Jacó e Esaú, nesse texto, é tirada do livro do profeta
Malaquias 1.2-4. Basta uma olhada nessas passagens para ver que o profeta não
estava se referindo às pessoas ou aos indivíduos “Jacó” e “Esaú”, que nessa
época já haviam morrido há muito tempo, mas a grupos ou povos. Isso é
demonstrado em Malaquias 1.4, onde Esaú é identificado com Edom, um povo e não
um indivíduo. Fica, portanto, evidente à luz desse contexto que a predestinação
é corporativa, isto é, de um grupo, povo, ou nação, e não de pessoas.
3. Eleição, justiça e soberania de
Deus.
Nos versículos 14 a 29, do mesmo
capítulo nove, Paulo responde as indagações sobre a justiça de Deus e sua
soberania. Deus não poderia ser acusado de ter sido injusto com Israel por eles
se acharem no estado em que se encontravam. Paulo toma Faraó para exemplificar
sua argumentação. O apóstolo afirma que o endurecimento do coração de Faraó
ocorreu quando este resistiu à vontade de Deus (Êx 7.14,22; 8.15,32; 9.7). Da
mesma forma, Israel foi endurecido porque não aceitou a justificação que lhe
foi dada através de Jesus Cristo. O exemplo extraído da metáfora do vaso do oleiro
serve para fundamentar mais ainda a argumentação em favor da justiça e da
misericórdia de Deus. O argumento determinista que vê os “vasos de ira” e
“vasos de misericórdia”, como sendo uma referência aos salvos e condenados, cai
diante da exposição do próprio texto. Deus suportou os vasos da ira e eles se
tornaram, por si mesmos, objetos da ira de Deus; mas os vasos de misericórdia
participarão da glória de Deus, através da fé, pela graça de Deus, e não como
resultado das suas próprias obras.
SÍNTESE DO TÓPICO (I): Deus em
sua justiça e soberania escolheu a Israel para fazer parte do seu plano
redentivo.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
A Tristeza de Paulo (9.1-3)
Nestes versículos o apóstolo Paulo
declara seu amor por sua gente, os judeus. Ele começa declarando: ‘Em Cristo
digo a verdade, não minto’. Visto que era conhecido como judeu zeloso, sua
conversão a Cristo o torna antipático para os judeus, que o viam como ‘um
traidor de sua gente’. Entretanto, Paulo garante que seus sentimentos são
sinceros e que sua consciência tinha o testemunho do Espírito Santo (v.1). Esse
texto mostra que sua consciência agia sob a orientação iluminada do Espírito
Santo.
No versículo 2, Paulo ainda declara
dizendo: ‘Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração’. É uma
expressão de profundo sentimento de amor e respeito pela sua gente, e não de
traição. A despeito da hostilidade dos judeus contra a pregação do Evangelho e
contra a sua pessoa, Paulo diz que, se fosse possível ele mesmo ser separado de
Cristo, para salvar ‘seus parentes segundo a carne’, ele o faria por amor a
eles. Essa linguagem é bem típica de quem ama profundamente e é capaz de dar a
sua vida para salvar outras.
Por que essa tristeza de Paulo para
com seus irmãos de sangue? A resposta é simples e objetiva: o repúdio do povo
judeu para com Jesus Cristo. Sua tristeza tem duas razões específicas:
Primeira, Paulo declara que os judeus são seus ‘parentes’ segundo a carne, mas
não querem ser seus irmãos segundo o espírito. Segunda, pelo fato de que os
judeus, possuindo privilégios especiais como nação, rejeitaram o ‘privilégio
maior’, que é a salvação em Cristo” (CABRAL, Elienai. Romanos: O
Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.104).
II. O TROPEÇO DE ISRAEL DENTRO DO
PLANO DA REDENÇÃO (Rm 9.30 — 10.21)
1. Tropeçaram em Cristo.
Partindo do princípio de que a igreja
de Roma era formada em sua maioria por gentios, a parte judaica teria
dificuldade de entender porque os gentios haviam sido aceitos por Deus enquanto
a maioria dos judeus não. Paulo argumenta que o tropeço de Israel se deve ao
fato de não terem crido em Jesus, o Messias prometido (Rm 9.30-33). O que
deveria ser solução para eles tornou-se em tropeço. Por outro lado, os gentios,
ao crerem na graça de Deus, foram justificados, visto que a sua justificação
veio em decorrência da fé e não dos seus méritos.
2. Tropeçaram na lei.
Nesse ponto, o apóstolo realça algo
que ele já vinha argumentando desde o capítulo 3. Os judeus, ao buscarem a sua
justiça própria através da Lei, acabaram por rejeitar a justiça de Deus que vem
através de Jesus Cristo (Rm 10.1-4). Querer agradar a Deus, seguindo os
preceitos da Lei, era andar na direção errada, visto que Cristo é o fim da lei
(Rm 10.4).
3. Tropeçaram na Palavra.
O evangelho de João já havia mostrado
que Jesus veio para o que era seu, mas que os seus não o receberam (Jo 1.12).
Aqui Paulo mostrará que a rejeição de Israel aconteceu, não por falta de aviso,
mas porque não quis ouvir aquilo que Deus havia planejado para ele. Endureceram
seus corações e tropeçaram na Palavra (Rm 10.14-21). Por outro lado, os gentios
responderam positivamente a essa mesma Palavra e, por isso, foram aceitos.
SÍNTESE DO TÓPICO (II): O tropeço
de Israel não invalidou o plano de redenção de Deus para com o seu povo.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
A rejeição judaica da justiça pela fé
em Deus abriu espaço para um número muito grande de gentios a serem enxertados
na árvore enraizada na antiga aliança de Deus com Abraão. Esta não deveria ser
objeto de orgulho gentio, mas de advertência. Nunca abandone o princípio de
salvação pela graça através da fé” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da
Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.
10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.747).
III. A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL DENTRO
DO PLANO DA REDENÇÃO (Rm 11.1-32)
1. Israel e o remanescente.
Os teólogos chamam a atenção para a
importância que a doutrina de um “remanescente” possui dentro da cultura
judaica (Rm 11.1-10). De fato, os profetas que se levantaram contra a apostasia
e o formalismo religioso acreditavam que Deus tinha uma reserva formada por
aqueles que eram fiéis (Am 2.12; 5.3; Is 1.9; 6.9-13; Sf 3.12,13; Jr 23.3). Em
Romanos 11.1-10, Paulo, que se considerava um dos remanescentes, cita o exemplo
de Elias. Para Paulo, da mesma forma que Elias se manteve fiel no meio do
Israel apóstata, assim também havia um remanescente que se mantinha fiel
através de Jesus Cristo.
2. Israel e o enxerto gentílico.
Israel não conseguira entender que o
plano de Deus para a salvação incluía também os gentios (Is 9.6). Tropeçaram ao
não aceitarem a justiça de Deus manifestada em Jesus Cristo. Foi graças a esse
tropeço, argumenta Paulo, que os gentios entraram como um enxerto no plano da
salvação. Os gentios, portanto, não deviam assumir uma posição de orgulho, mas
de temor. Eles não eram os ramos naturais, mas faziam parte da “oliveira brava”
(Rm 11.11-24). Se Deus não havia poupado os ramos naturais, muito menos
pouparia os ramos enxertados.
3. Israel e a restauração futura
(11.25-32).
Embora Paulo se entristecesse com a
situação espiritual de seus compatriotas judeus, a sua posição em relação a
eles é de esperança e não de desespero (Rm 11.25-32). Paulo estava convencido
de que no futuro Israel será salvo. Para ele, isso terá seu cumprimento quando
se completar a “plenitude dos gentios”. A rejeição dos judeus trouxe a
justificação ao mundo gentílico. Quando Deus cumprir seu propósito para com os
gentios cumprirá também suas promessas de restauração para todo o Israel.
SÍNTESE DO TÓPICO (III): Deus não
rejeitou Israel, e todos que creem na graça de Jesus Cristo serão restaurados.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
Gentios e judeus (11.11-21)
A rejeição judaica da justiça pela fé
em Deus abriu espaço para um número muito grande de gentios a serem enxertados
na árvore enraizada na antiga aliança de Deus com Abraão. Esta não deveria ser
objeto de orgulho gentio, mas de advertência. Nunca abandone o princípio de
salvação pela graça através da fé.
Todo o Israel será salvo (11.25,26)
Paulo lança seus olhos ao passado
para as promessas feitas a Israel por Isaías (59.20; cf. Jr 31). A conversão em
massa de gentios a Cristo não significa que Deus repudiara as palavras dos
profetas do Antigo Testamento. Somente quando todos os gentios forem
convertidos é que o foco da história voltará a se concentrar em Israel (11.29)”
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de
Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012,
p.747).
CONCLUSÃO
Como vimos, os capítulos 9 a 11 de
Romanos demonstram a soberania de Deus na história da redenção. Revela que o
propósito de Deus concernente à eleição jamais poderá ser frustrado. Diante
disso, a atitude deve ser de temor, não de jactância. A história de Israel, seu
antigo povo, bem como a inclusão dos gentios no plano da salvação, mostra que
Deus respeita as escolhas, mesmo que estas se revelem danosas para aquele que
as fez. Em todo caso, o arrependimento e a fé são os caminhos que darão acesso
ao portão da graça de Deus.
PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos,
responda:
1° Os patriarcas e o Cristo
descendiam de que povo?
Resp: Os patriarcas e o próprio Cristo
descendiam dos judeus.
2° As promessas de Deus em relação a
Israel falharam com a rejeição deles?
Resp: As promessas de Deus relativas à
nação de Israel não falharam, mesmo que a maioria deles as tenha rejeitado.
3° Segundo a lição, por que Israel
foi endurecido?
Resp: Israel foi endurecido porque não
aceitou a justificação que lhe foi dada através de Jesus Cristo.
4° Paulo se considerava um dos
remanescentes?
Resp: Sim, ele se considerava um dos
remanescentes.
5° Como os gentios passaram a fazer
parte do plano da salvação?
Resp: Como os judeus tropeçaram ao não
aceitarem a justiça de Deus manifestada em Jesus Cristo, os gentios entraram
como um “enxerto” no plano da salvação.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Israel no Plano da Redenção
E se alguns dos ramos foram
quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e feito
participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; e,
se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti”
(Rm 11.17,18). Infelizmente, não são poucos dentro da igreja evangélica que
esquecem essa advertência e reverberam a ideia equivocada da Teologia da
Substituição. Penso ser importante usar este espaço para falar um pouco da
origem dessa teologia, pois pode haver alguém da sua classe que desconhece esse
tema e lhe faça algumas perguntas.
A questão do papel do povo judeu hoje
no plano de Deus tem despertado sentimentos variados nos cristãos do mundo
atual em relação ao Israel contemporâneo. Tais sentimentos atrelam-se ao método
adotado na interpretação bíblica ao longo da história eclesiástica. Assim, o
método alegórico foi importantíssimo para o surgimento da Teologia da
Substituição.
A destruição de Jerusalém, a Cidade
de Deus, no ano 70 d.C, foi um acontecimento crucial para a eficácia desse
método. No século IV, o clero cristão era constituído por bispos ocidentais e
orientais influenciados pelo método alegórico — ele uniu-se ao império romano,
mediante Constantino, o imperador de Roma. Esses clérigos consideraram a
destruição de Jerusalém um sinal de que Deus havia rejeitado o povo judeu.
Neste contexto, a Teologia da
Substituição ganhou força dentro do Cristianismo. A igreja romana advogou para
si o título de o “Novo Israel de Deus”. E, a exemplo de outras tradições
cristãs, passou a julgar os judeus como “O povo rebelde que matou Jesus” e para
sempre fora rejeitado por Deus. Por isso, o estudioso Arnold Fruchtenkbaum
conceitua a Teologia da Substituição como corrente que rejeita o moderno Estado
de Israel como cumprimento da profecia bíblica. Neste caso, todas as profecias
sobre o povo judeu já foram cumpridas e, por isso, não se deve esperar nenhuma
restauração futura de Israel (cf. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica.
CPAD, 2008, p.372). Ora, algumas respostas sobre a profecia bíblica deveriam
responder a estas questões: Qual o público alvo da profecia bíblica? Cumpriu-se
toda? A quem Deus prometeu uma terra localizada no Oriente Médio? À Igreja ou a
Israel? Tal promessa se cumpriu plenamente? Então, o estudioso sério das
Escrituras pensará muito antes de afirmar que a Igreja substituiu Israel.
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