sábado, 3 de agosto de 2013

Lição 5 CPAD - 3° Trimestre 2013

 
 
Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
 
 
Lição 5: As Virtudes dos Salvos em Cristo




TEXTO ÁUREO: Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade(Fp 2.13).

VERDADE PRÁTICA: A salvação é obra da graça de Deus, garantida à humanidade mediante a morte expiatória de Jesus.

INTERAÇÃO

Há muitos significados que poderíamos tomar emprestado para conceituar o termo “obediência”. Como, por exemplo, “sujeitar-se a vontade de”, “estar sob autoridade de” e “estar sujeito”. Estes manifestam o sentido estrito e real da expressão obediência. Há de se destacar, porém, que o apóstolo Paulo quando fala de obediência, refere-se à virtude — uma disposição firme para praticar o bem — de uma pessoa que abraçou a fé mediante o Evangelho de Cristo. Aqui, obedecê-lo é encarnar os valores do Reino de Deus numa perspectiva de se espalhar o bem no mundo. Para Paulo, a melhor forma de fazer isso é semeando o Evangelho, a mais bela das notícias para a humanidade.
 

OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Conhecer a dinâmica da salvação.

- Analisar a operação da salvação.

- Saber que a salvação opera alegria e contentamento no crente.

 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, reproduza o esquema abaixo para os alunos. Faça-o de acordo com as suas possibilidades. Esta atividade vai auxiliá-lo na introdução do tópico I, cujo assunto é a “dinâmica da salvação”.

Esclareça ao aluno que o propósito de explicar a dinâmica da salvação é meramente didático, pois nos é impossível catalogar um assunto da natureza do mistério da salvação. Seria muita pretensão nossa pensar que podemos dar conta de tão importante aspecto da salvação através de um instrumento didático. Boa aula!
 
A DINÂMICA DA SALVAÇÃO

1. Obra realizada e consumada na cruz.
O brado de Cristo na cruz — “Está consumado!” — representa o significado atemporal da salvação. Nele, somos salvos do passado, guardados do presente, mas esperançosos no futuro. O pecado não tem mais poder sobre a vida do discípulo de Cristo: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).

2. O progresso da operação da salvação.
É bem verdade que não estamos plenamente redimidos porque habitamos num corpo corrompido. Mas as palavras de Agostinho de Hipona têm muito a nos dizer sobre como devemos lidar com essa tensão: “A permanência da concupiscência em nós, é uma maneira de provarmos a Deus o nosso amor a Ele, lutando contra o pecado por amor ao Senhor; é, sobretudo, no rompimento radical com o pecado que damos a Deus a prova real do nosso amor”.

3. A plenitude da salvação.
Vivemos a vida cristã numa tensão entre o “já” e o “ainda não”. Isto é, o reino de Deus está entre nós, mas não se manifestou plenamente. Temos a esperança de uma transformação gloriosa que permeará toda a terra quando da vinda de Jesus: “Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus” (Rm 8.19).

Palavra Chave: Virtude: Na lição é a disposição firme e constante para prática do bem. 


INTRODUÇÃO 
Na lição de hoje, aprenderemos que a obediência a Deus é uma virtude que deve ser buscada por todos aqueles que são salvos em Cristo. O apóstolo Paulo não duvidava da obediência dos irmãos filipenses, contudo, ele reafirma aos crentes a verdade de que a submissão ao Evangelho de Cristo é uma das principais virtudes dos salvos. Assim, a intenção do apóstolo é estimular os cristãos de Filipos a continuar perseverando na obediência ao Santo Evangelho.

 

I. A DINÂMICA DA SALVAÇÃO (2.12,13)

1. O caráter dinâmico da salvação.
No texto de Filipenses 2.12, podemos destacar três aspectos da salvação operada em nossa vida pelo Senhor Jesus. O primeiro refere-se à obra realizada e consumada de forma suficiente na cruz do Calvário. É a salvação da pena do pecado. Não somos mais escravos, e sim libertos em Cristo (Rm 8.1). O segundo aspecto diz respeito ao caráter progressivo da salvação na vida do crente. Mesmo que o nosso corpo ainda não tenha sido transformado, resistimos ao pecado e este não mais nos domina (Rm 8.9; cf. 1Jo 2.1,2).

Não obstante o fato de a salvação eterna vir de Deus, Paulo diz que o Senhor nos chama a zelar e a “desenvolvê-la” em nosso cotidiano. Por último, o texto trata da plenitude da salvação, quando finalmente o nosso corpo receberá uma redenção gloriosa e não mais teremos dor, angústia ou lágrima, pois estaremos para sempre com o Senhor (1Ts 4.14-17).

2. Deus é a fonte da vida.
Por si só o crente não pode ser salvo (Fp 2.13), pois é o Espírito Santo quem “opera” no homem a salvação (Jo 16.8-11). Sem o Senhor, a humanidade está cega, morta no pecado e carente da iluminação do Espírito para o arrependimento. Se na vida dos ímpios Satanás opera instigando-os à prática das obras más (2Ts 2.9), é o Espírito de Deus quem opera nos crentes a vida eterna (Jo 16.7-12; cf. Rm 8.9,14). Dessa forma, o salvo torna-se um instrumento de justiça num mundo corrompido.


3. A bondade divina.
A ideia que a salvação tem um caráter seletivo não é bíblica. Todos têm o direito de recebê-la. O querer e o efetuar de Deus não anulam esse direito, pelo contrário, a operação do Eterno habilita qualquer pessoa à salvação através da iluminação do Evangelho (Jo 1.9), tornando-se posteriormente útil ao Corpo de Cristo (Ef 4.11-16; 1Co 12.7).

 
II. OPERANDO A SALVAÇÃO COM TEMOR E TREMOR (2.12-16)

1. “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas”.

No versículo 14, o apóstolo Paulo destaca duas posturas nocivas à predisposição dos filipenses:

a) Murmurações. O Antigo Testamento descreve a murmuração dos judeus como uma atitude de rebelião. Quando os israelitas atravessaram o deserto, sob a liderança de Moisés, passaram a reclamar da pessoa do líder hebreu. Para eles, Moisés jamais deveria ter estimulado a saída do povo judeu do Egito (Nm 11.1; 14.1-4; 20.2-5). Esse ato constrangeu o homem mais manso da face da terra, e os israelitas receberam dele a alcunha de “geração perversa e rebelde” (Dt 32.5,20). Tal “titulação” não se aplicava aos filipenses, pois eles não eram rebeldes nem murmuradores, ainda assim o apóstolo Paulo os exortou a fazer todas e quaisquer coisas sem murmurações ou queixas, tal como convém aos mansos.

b) Contendas. Em o Novo Testamento, a expressão grega para contendas é dialogismos. Essa expressão descreve as disputas e os debates inúteis que geram dúvidas e separações na igreja local. É o mesmo que discussões, litígios e dissensões. Infelizmente, muitos hoje as promovem levando, inclusive, seus irmãos aos tribunais (1Co 6.1-8). Esta, definitivamente, não é a vontade de Deus para a sua Igreja.

2. “Sejais irrepreensíveis e sinceros”.

O apóstolo apela aos filipenses para que se achem irrepreensíveis e sinceros. Ser irrepreensível significa conduzir-se de forma correta e moralmente pura, não necessitando de repreensão. É alguém que dominou a carne, pois anda no Espírito (Gl 5.16,17). A sinceridade é outra virtude que se opõe ao mal, ao dolo, ao engano e à má fé. A pessoa sincera pauta-se pela lealdade, a lisura e a boa fé. Nada menos que isso é o que o Eterno espera do seu povo.

3. “Retendo a palavra da vida”. Para o apóstolo, reter a Palavra de Deus não é apenas assimilá-la, mas, sobretudo praticá-la, pois o poder da Palavra gera vida (Hb 4.12). Por isso, Paulo encoraja os filipenses a guardarem a Palavra, pois além de promover a vida no presente, ela ainda nos garante esperança e vida eterna para o futuro próximo.



III. A SALVAÇÃO OPERA O CONTENTAMENTO E A ALEGRIA (2.17,18)

1. O contentamento da salvação operada.
O apóstolo Paulo reporta-se ao Antigo Testamento para mostrar aos filipenses como, a fim de servi-los, ele entregou sua vida: “ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé” (v.17). O apóstolo está ciente das privações que impôs a si mesmo para edificar o Corpo de Cristo em Filipos. Ele, porém, se regozija e alegra-se pelo privilégio de servir aos filipenses. Em outras palavras, a essa altura, o sacrifício e os desgastes do apóstolo são superados pela alegria de contemplar, naquela comunidade, o fruto da sua vocação dada por Cristo Jesus: a salvação operada em sua vida também operou na dos filipenses.

2. A alegria do povo de Deus.
O apóstolo estimula os filipenses a celebrarem juntamente com ele esta tão grande salvação (Hb 2.3). O apelo de Paulo é contagiante: “regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto mesmo” (v.18). A alegria de Paulo é proveniente do fato de que uma vez que Jesus nos salvou mediante o seu sacrifício no Calvário, agora o Mestre nos chama para testemunharmos a verdade desta mesma salvação operada em nós (v.13). Portanto, alegremo-nos e regozijemo-nos nisto.

 
CONCLUSÃO

O Evangelho nos convoca a desenvolvermos a salvação recebida por Deus através de Cristo Jesus. Devemos ser santos, como santo é o Senhor nosso Deus. Para isso, precisamos nos afastar de todas as murmurações e contendas e abrigarmo-nos no Senhor, vivendo uma vida irrepreensível, sincera e que retenha a palavra da vida (Fp 2.16). Somente assim a alegria do Senhor inundará a nossa alma e testemunharemos do seu poder salvador para toda a humanidade.


VOCABULÁRIO: Alcunha: Cognome depreciativo que se põe a alguém; apelido.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HOLMES, A. F. Ética: As decisões Morais à Luz da Bíblia. 1 ed., RJ: CPAD, 2000.
ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.).
Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., Vol. 2, RJ: CPAD, 2009

EXERCÍCIOS

1. Quais são os três aspectos da salvação operada pelo Senhor Jesus?

R. O primeiro refere-se a obra realizada e consumada de forma suficiente na cruz do Calvário. O segundo diz respeito ao caráter progressivo da salvação na vida do crente. E por último a redenção gloriosa quando da vinda do Senhor Jesus.

 
2. Quem opera a nossa salvação?

R. O Senhor Jesus Cristo.

 
3. O que significa ser irrepreensível?

R. Significa conduzir-se de forma correta e moralmente pura, não necessitando de repreensão. É alguém que dominou a carne, pois anda no Espírito (Gl 5.16,17).

 
4. Transcreva o texto bíblico que mostra como Paulo entregou sua vida para servir aos filipenses.

R. “Ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé” (Fp 2.17).

 
5. Você tem se regozijado em Cristo pela sua salvação?

R. Resposta pessoal.
 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Filosófico Cristão

“Que é virtude?
A Bíblia dá maior importância à virtude moral e ao caráter, do que às regras de conduta. O homem justo e o puro de coração são eternamente bem-aventurados. E o fruto do Espírito Santo descrito em Gálatas 5 são as virtudes [...].

Que é virtude? Há pouco me referi aos motivos, intenções e disposições subjacentes, o que têm em comum, visto que são estados interiores e não comportamentos visíveis; e porque são estados afetivos e não puramente cognitivos. Virtude é uma disposição interior para o bem, e disposição é uma tendência a agir de acordo com certos padrões. A disposição é mais básica, duradoura e penetrante do que o motivo ou intenção existente por trás de certa ação. É diferente de um impulso momentâneo, por ser um hábito mental estabelecido, um traço interior e muitas vezes reflexivo. “As virtudes são traços gerais do caráter que formulam sanções interiores sobre nossos motivos, intenções e conduta exterior” (HOLMES, A. F. Ética: As decisões Morais à Luz da Bíblia. 1 ed., RJ: CPAD, 2000, pp.138-39).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Bibliológico

“O ALCANCE DA OBRA SALVÍFICA DE CRISTO
Há entre cristãos uma diferença significativa de opiniões quanto à extensão da obra salvífica de Cristo. Por quem Ele morreu? Os evangélicos, de modo global, rejeitam a doutrina do universalismo absoluto (isto é, o amor divino não permitirá que nenhum ser humano ou mesmo o diabo e os anjos caídos permaneçam eternamente separados dEle). O universalismo postula que a obra salvífica de Cristo abrange todas as pessoas, sem exceção. Além dos textos bíblicos que demonstram ser a natureza de Deus de amor e de misericórdia, o versículo chave do universalismo é Atos 3.21, onde Pedro diz que Jesus deve permanecer no Céu ‘até aos tempos da restauração de tudo’. Alguns entendem que a expressão grega apokastaseōs pantōn (‘restauração de todas as coisas’) tem significado absoluto, ao invés de simplesmente ‘todas as coisas, das quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas’. Embora as Escrituras realmente se refiram a uma restauração futura (Rm 8.18-15; 1Co 15.24-26; 2Pe 3.13), não podemos, à luz dos ensinos bíblicos sobre o destino eterno dos seres humanos e dos anjos, usar esse versículo para apoiar o universalismo. Fazer assim seria uma violência exegética contra o que a Bíblia tem a dizer deste assunto.

Entre os evangélicos, a diferença acha-se na escolha entre o particularismo, ou expiação limitada (Cristo morreu somente pelas pessoas soberanamente eleitas por Deus), e o universalismo qualificado (Cristo morreu por todos, mas sua obra salvífica é levada a efeito somente naqueles que se arrependem e creem). O fato de existir uma nítida diferença de opinião entre crentes bíblicos igualmente devotos aconselha-nos a evitar a dogmatização extrema que temos visto no passado e ainda hoje. Os dois pontos de vista, cada um pertencente a uma doutrina específica da eleição, têm sua base na Bíblia e na lógica. Nem todos serão salvos. Os dois concordam que, direta ou indiretamente, todas as pessoas receberão benefícios da obra salvífica de Cristo. O ponto de discórdia está na intenção divina: tornar a salvação possível a todos ou somente para os eleitos?” (HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10 ed., RJ: CPAD, 2007, pp.358-59).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

As virtudes dos salvos em Cristo
Quem opera a salvação no homem é Deus através do Espírito Santo que convence o homem do seu estado de pecado. Quando isto acontece o homem está livre para dizer sim à graça de Deus. O arrependimento e a fé em Deus são brotados no coração do homem pelo próprio Pai. Isto faz do Senhor o autor da salvação humana. Esta verdade precisa ficar clara para os alunos.

Uma vez lavados e remidos pelo sangue do Cordeiro o ser humano é livre para colocar em prática a consequência da salvação. O discípulo de Jesus foi chamado para produzir frutos. João 15.8 diz: “Nisto é glorificado meu Pai: que deis muitos frutos; assim serei meus discípulos”. Frutos, aqui, não é ascetismo, arroubos exteriores e comportamentais, mas é amar “uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15.12). Esta característica é que distinguirá quem é o discípulo de Jesus: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35). Ou seja, é pela prática do amor às outras pessoas que o mundo saberá ou não quem é discípulo de Jesus.

É com esse olhar que devemos ler a Epístola de Paulo aos filipenses. Então compreenderemos a sua conclamação: “operai a vossa salvação com temor e tremor”. A ideia desta expressão não é a de reforçar que o crente é responsável de ir ou não para o inferno segundo as suas ações. Ali, o apóstolo quer mostrar que o crente recebeu uma tão grande salvação que é inimaginável ele não por em prática esta nova realidade devida, pois é “Deus que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”.

O prezado professor deve destacar para a classe que o operar a salvação é a mesma conotação vista acima no Evangelho de João para produzir frutos. É por isso que o apóstolo usa expressões tão fortes que tem haver com a relação com o próximo: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas”; “sejais irrepreensíveis e sinceros”; “retendo a Palavra da vida”.

Paulo espera ver a igreja de Filipos operando a sua salvação, pois segundo o apóstolo, não pode haver outro resultado, se não, um profundo contentamento e alegria do povo de Deus. Os crentes são chamados a praticar as boas obras. Estas foram preparadas por Deus para os nascidos de novo andarem por elas. Enfatize essa grande verdade aos alunos: não somos salvos pelas obras, mas somos salvos para produzi-las. Era inimaginável para o apóstolo um crente sem obras (amor).


 

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