quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Lição 12 CPAD - 3° Trimestre 2013


Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos / 3° Trimestre 2013

Título: Filipenses — A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja

Comentarista: Elienai Cabral

Lição 12 – A Reciprocidade do Amor Cristão



TEXTO ÁUREO:Posso todas as coisas naquele que me fortalece(Fp 4.13).

VERDADE PRÁTICA: A igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos que a servem, a fim de que não haja necessitados entre os filhos de Deus.

INTERAÇÃO

Professor, você tem sido generoso para com aqueles que servem a Deus e a igreja? Então não terá dificuldade alguma em ensinar a respeito do tema proposto para a aula de hoje: a generosidade da igreja para com aqueles que a servem. Os irmãos de Filipos eram bem generosos. Eles enviaram os recursos que Paulo necessitava para sobreviver na prisão (4.10-20). Vivemos em uma sociedade marcada pelo egoísmo, todavia o crente tem em seu coração o amor de Cristo e este amor o leva a ajudar aqueles que necessitam de socorro. Nossa oferta de amor para aqueles que realizam a obra de Deus revelam a graça do Todo-Poderoso em nossas vidas. Ofertamos não para recebermos algo em troca, mas o fazemos de coração porque já temos experimentado das dádivas divinas. Que não venhamos nos esquecer que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35).



OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

a) Saber que as dádivas dos filipenses era resultado da providência divina.

b) Compreender que o cristão tem o contentamento de Cristo em qualquer situação.

c) Explicar a respeito da principal fonte de contentamento do cristão.



ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor reproduza no quadro de giz os dois tópicos abaixo. Utilize-os para introduzir a lição. Discuta com os alunos estes princípios. Explique que estas duas regras devem nortear a nossa doação em favor daqueles que trabalham na obra do Senhor:

•   “Ao entregar uma oferta o valor não é o mais importante, mas sim a disposição de contribuir para o Reino”.

•   “A doação deve ser como resposta a Cristo, e não pelas vantagens que podemos ter por fazê-lo. O modo como doamos reflete a nossa devoção ao Senhor” (Bíblia de Aplicação Pessoal, CPAD, p.1620).

 
Palavra Chave: Generosidade: Virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício de outrem; magnanimidade, ato generoso; bondade.


INTRODUÇÃO

Na lição de hoje, aprenderemos a importância da generosidade da igreja para com aqueles que a servem. Dependente das ofertas dos irmãos para sobreviver no cárcere romano, Paulo expressava uma profunda gratidão à igreja de Filipos pelos recursos enviados por intermédio de Epafrodito (4.10-20).

O apóstolo estava agradecido aos filipenses pelo amor que lhe haviam demonstrado. Ele, porém, destaca que sempre confiou à providência divina o seu sustento, e que sua alegria maior estava não nas ofertas recebidas, e sim no fato de os filipenses terem se lembrado dele.

 
I. AS OFERTAS DOS FILIPENSES COMO PROVIDÊNCIA DIVINA



1. Paulo agradece aos filipenses.

A igreja em Filipos já vinha contribuindo com o ministério de Paulo desde o seu início (v.15). Agora, o apóstolo fora surpreendido pela segunda oferta enviada a ele, exatamente quando estava preso em Roma. Por isso, agradece e regozija-se pela lembrança dos irmãos (v.10).

Ele declara ainda que a oferta dos filipenses era o fruto da providência divina em seu ministério, pois confiava plenamente em Deus, em qualquer situação.



2. Reciprocidade entre o apóstolo e a igreja.

Paulo amava a igreja em Filipos. Esta cidade foi à primeira da Europa a receber a mensagem do Evangelho. Ali, Paulo enfrentou perseguições, prisão e muito sofrimento. Porém, agora a igreja, firmada em Cristo, demonstra sua gratidão ao apóstolo cuidando dele e ajudando-o em suas necessidades (vv.10,11,15-18).



3. A igreja deve cuidar dos seus obreiros.

Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar dinheiro. Todavia, a igreja precisa prover sustento digno àqueles que a servem. Paulo muito sofreu com a falta de sensibilidade da igreja em Corinto (v.15). Por outro lado, a igreja em Filipos procurou ajudar o apóstolo.

A Palavra de Deus nos exorta quanto ao sustento daqueles que labutam na seara do Senhor: “Não amordaces o boi, quando pisa o trigo” (1Tm 5.18 — ARA). No mesmo versículo, o apóstolo completa que “digno é o obreiro do seu salário”. Por isso, a igreja deve apoiar devidamente àqueles que são verdadeiramente obreiros, ajudando-os em suas necessidades (1Tm 5.17).

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar dinheiro, todavia a igreja precisa oferecer sustento digno àqueles que a servem.

 

II. O CONTENTAMENTO EM CRISTO EM QUALQUER SITUAÇÃO

1. O contentamento de Paulo.

O apóstolo aprendeu a contentar-se em toda e qualquer situação. Seu contentamento estava alicerçado no fato de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante. Aos coríntios, Paulo escreveu: “não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2Co 3.5).

Paulo deu o crédito de sua força e contentamento a Deus. Muitos se gabam de sua robustez, coragem e até espiritualidade, esquecendo-se de que a nossa capacidade vem do Senhor. Para agirmos de forma adequada em meio às provações e privações é preciso reconhecer que dependemos integralmente do Senhor.



2. “Sei estar abatido” (v.12).

Paulo inicia o versículo doze dizendo: “Sei estar abatido e também ter abundância”. Ele estava convicto do cuidado de Deus. Por isso, aceitava as privações sem se envergonhar ou mesmo entristecer-se. Precisamos acreditar na provisão divina e aprender a contentar-nos em toda e qualquer situação.

Talvez você esteja passando por dificuldades. Não permita, porém, que elas o abatam. Confie no cuidado e na bondade do Pai Celeste. Ele é o nosso provedor. Para que o Evangelho chegasse aos confins da terra, muitos homens e mulheres, às vezes sem qualquer sustento oficial, deixaram suas famílias e saíram pregando a Palavra de Deus e fundando igrejas. Esses pioneiros não desistiram, e os resultados ainda podem ser vistos. Hoje, as igrejas, em sua maioria, possuem recursos para enviar obreiros e missionários a outras nações e ali sustentá-los, e devem fazê-lo. Cumpramos, pois, o nosso dever conforme a Bíblia nos recomenda.


3. O contentamento desfaz os extremismos.

Apesar de o exemplo paulino e de a Bíblia ensinar-nos acerca do contentamento, é necessário abordar o perigo da adoção dos extremismos nessa questão. Muitos servos de Deus são obrigados, pela falta de compromisso de suas igrejas, a abandonar a obra de Deus. Para que isso não aconteça, sejamos fiéis no sustento daqueles que estão servindo a causa do Mestre (1Tm 5.18).

Os obreiros, por sua parte, não podem deixar-se dominar pela avareza e pela ganância. Paulo nos dá uma importante lição quando afirma: “Aprendi a contentar-me com o que tenho” (v.11). O culto ao Senhor não pode ser transformado em uma fonte de renda. É o próprio apóstolo Paulo quem ensina a nos apartar daqueles que não se conformam “com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade”. Isto porque, os tais apreciam “contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho” (1Tm 6.5). O ensino paulino demonstra que a piedade, com contentamento, já é, por si mesma, um “grande ganho” (1Tm 6.6).



SINOPSE DO TÓPICO (II)

O crente pode contentar-se em toda e qualquer situação, pois seu contentamento está no fato de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante.

 
III. A PRINCIPAL FONTE DO CONTENTAMENTO (4.13)    

1. Cristo é quem fortalece.

Paulo nos ensina, com a declaração do versículo 13, que sua suficiência sempre esteve em Cristo. O que fez com que Paulo suportasse tantas adversidades? Havia algum segredo? Não! O que fez do apóstolo um vencedor foi a sua fé em Jesus Cristo, aquele que tudo pode. A força do seu ministério era o Senhor. Você quer forças para vencer os obstáculos em seu ministério? Confie plenamente no Senhor!

2. Cristo é a razão do contentamento.

Nossa alegria e força vêm do Senhor Jesus. Segundo Matthew Henry, “temos necessidade de obter forças de Cristo, para sermos capacitados a realizar não somente as obrigações puramente cristãs. Precisamos da força dEle para nos ensinar a como ficar contente em cada condição”. Busque ao Senhor e permita que a alegria divina preencha a sua alma (Ne 8.10).

3. O cumprimento da missão como fonte de contentamento.
 
Uma vez que o objetivo de Paulo era pregar o Evangelho em toda parte, nada lhe era mais importante que ganhar almas para o Reino de Deus. Nenhuma dificuldade financeira roubaria a visão missionária do apóstolo.

Ele não se angustiava pela privação material e social. Pelo contrário, a alegria do Senhor era a sua força. Paulo regozijava-se com a suficiência que tinha de Cristo. O descontentamento é como uma planta má que faz brotar a avareza (Hb 13.5,6), o roubo (Lc 3.14) e a preocupação com as coisas materiais (Mt 6.25-34). Por isso, contente-se em Cristo! Ele tomará conta de nós.

 
SINOPSE DO TÓPICO (III)

Cristo é a razão do contentamento, nossa alegria e força vêm dEle.



CONCLUSÃO

Aprendemos na lição de hoje, que a igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos seus obreiros, a fim de que não venham a passar privações. Todavia, a real motivação para servirmos à igreja de Deus jamais devem ser as recompensas materiais. Confiemos na provisão divina, pois assim seremos felizes em toda e qualquer situação.

Nosso contentamento em meio às adversidades é resultado da nossa fé e comunhão com o Senhor Jesus. Que estejamos na dependência do Senhor, para que Ele nos conceda alegria e força a fim de vencermos as vicissitudes e tribulações da vida.



BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.

 
EXERCÍCIOS



1. O que o apóstolo Paulo declara acerca da oferta dos filipenses?

R. Ele declara ainda que a oferta dos filipenses era o fruto da providência divina em seu ministério, pois confiava plenamente em Deus, em qualquer situação.



2. Por que a igreja deve apoiar devidamente àqueles que são verdadeiramente obreiros, ajudando-os em suas necessidades?

R. Porque é bíblico. A Palavra de Deus nos exorta quanto ao sustento daqueles que labutam na seara do Senhor: “Não amordaces o boi, quando pisa o trigo” (1Tm 5.18 — ARA). No mesmo versículo, o apóstolo completa que “digno é o obreiro do seu salário”.
 

3. Em que o contentamento de Paulo estava alicerçado?

R. Seu contentamento estava alicerçado no fato de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante.



4. O que Paulo nos ensina na sua declaração do versículo 13?

R. Paulo nos ensina, com a declaração do versículo 13, que sua suficiência sempre esteve em Cristo.



5. Qual tem sido a fonte do seu contentamento?

R. Resposta pessoal.

 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I


Subsídio Teológico



“Graças pelo dom e comunhão deles. A principal razão para Paulo escrever a essa igreja e de estar agradecido por esses irmãos é a expressão concreta deles de apoio a ele (4.1-18). Essa igreja enviou um presente em dinheiro para auxiliar Paulo enquanto estava na prisão (4.10-18). Paulo chama esse presente de ‘comunic[ar] com ele, usando a forma verbal (ekoinõsen, v.15) da palavra grega para comunhão (koinonia). Eles comungam com ele ao participar de seu ministério por meio dessa expressão concreta de amor e de preocupação. Paulo não esperava nem pretendia esse auxílio. Paulo aprendeu a se contentar seja qual fosse sua situação, quer na pobreza quer na abundância. Na verdade, quando Paulo escreve que pode todas as coisas por intermédio de Cristo que o fortalece (4.13), ele quer dizer que pode enfrentar todo tipo de circunstância ou situação financeira sem perder de vista o propósito de Deus para ele. Por isso, recebe o presente deles com gratidão, no qual ele diz ser ‘oferta de aroma suave a Deus (4.18 — NVI). A preocupação deles faz com que lhes assegure que Deus também cuida deles (4.19)’” (ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008, p.365).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Teológico

“Nos versos 15 e 16, Paulo alegremente relembra o apoio que os filipenses lhe ofereceram. Relembra os dias anteriores, quando o evangelho foi proclamado pela primeira vez em Filipos (At 16.4). Quando o apóstolo passou pela Macedônia até a Acaia, em sua segunda viagem missionária, a igreja em Filipos foi a única a sustentar seus esforços. Na linguagem emprestada do mundo comercial, o apóstolo considerou sua parceria como uma questão de ‘dar e receber’ (termos aproximadamente equivalente aos conceitos de débito e crédito). Paulo ‘deu’ o evangelho aos filipenses e ‘recebeu’ seu apoio. De fato, o verso 16 indica que por mais de uma vez enviaram sua assistência a Paulo antes que deixasse a Macedônia, enquanto ainda estava na cidade vizinha de Tessalônica (At 17.1-9). Os filipenses, por sua vez, ‘deram’ seu apoio material e moral a Paulo, tendo recebido a mensagem das boas novas e agido de acordo com esta.

No versículo 17, Paulo reitera a pureza de seus motivos em sua expressão de gratidão aos cristãos de Filipos. Não está procurando ‘dádivas’ ou agradecendo de alguma maneira que venha a ser a base para favores futuros. Sua motivação visa o benefício deles. Sua descrição da recompensa que terão por associar-se a ele na obra de Deus é expressa em termos financeiros. Sua participação no Evangelho produzirá juros ou dividendos (literalmente ‘fruto’), o que resultará no ‘aumento da conta’ deles” (ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., RJ: CPAD, 2004. p.510).



SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

A reciprocidade do Amor Cristão

“Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; [...] Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.30,31). Estes dois mandamentos eram o estrado da prática cristã na Igreja do Primeiro Século. Eles aparecem implicitamente na porção escrita pelo apóstolo Paulo. Antes o apóstolo havia ordenado aos filipenses a regozijarem-se, mas agora ele é quem se regozija em Deus pela atitude amorosa dos irmãos para com a sua vida. Esses crentes, através das ofertas, supriram a necessidade do apóstolo dos gentios.

O amor mútuo e profundo dos irmãos filipenses pelo o apóstolo Paulo era forjado nas raias do sofrimento. A alegria de Paulo não se deu pelo valor da oferta, mas por aquilo que ela significava. Não era uma oferta negociada pelas regras comerciais e de mercado, mas geradas pelo amor recíproco da comunidade de Filipos para com seu pai na fé. Este ato de amor faz o apóstolo reviver reminiscências entre ele e os filipenses. Como sofreram juntos pelo o amor do Evangelho! Caminharam dia e noite objetivando demonstrar a verdade que gera vida. Ao receber a oferta de amor da igreja tais recordações explodiram como bomba no coração do apóstolo.

O apóstolo não se turbava porque através da demonstração de amor dos seus filhos na fé, ele compreendia que o próprio Cristo o fortalecera no amor partilhado pelos seus irmãos. Paulo vivia uma vida de grande contentamento em Deus, pois no amor recíproco ele sente-se recompensado por Deus em tudo. O contentamento de Paulo o faz jamais elevar a sua voz para murmurar das circunstâncias que lhe rodeavam. Ele compreende e aceita a vocação de padecer por amor ao Evangelho.

Interessante ressaltar que, apesar de Paulo receber ofertas dos irmãos de Filipos, a sua confiança não está nelas, pois o apóstolo estava instruído em tudo, seja no abatimento, seja na abundância; a ter fartura como a passar fome. Esta experiência não o permitia a dissimular e ser avarento. O apóstolo tinha decidido há muito deixar o conforto do farisaísmo para padecer por Cristo. Ele bem sabia o que isto representava. Por isso, Paulo tinha outro olhar quando recebia a oferta de amor dos filipenses. Não para o dinheiro, mas para motivação amorosa que se escondia por de trás daquele ato filipense.

 


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