sábado, 17 de maio de 2014

OS CINCO DONS MINISTERIAIS


 
I - APÓSTOLO (o primeiro dos cinco ministérios).
Significa embaixador, mensageiro ou enviado, que representa a pessoa que o enviou.
A obra do apóstolo é colocar o fundamento da doutrina nos estabelecimento do trabalho do Senhor (1 Co. 3:10 e 11; Ef. 2:20-22).
Cristo é o verdadeiro modelo do apostolado, fiel e dedicado, pois ao ser enviado da parte do pai, nada fez segundo a sua própria vontade (Leia-se Jo. 4:34; 5:30; 6:38).
Cristo portanto é o modelo em tudo no ministério. Ele é o apóstolo de Deus; Na Igreja Ele é a cabeça; Como enviado, trouxe recado direto sem introduzir qualquer alteração, tudo segundo a vontade do Pai (Hb. 1:1; 5:1-8; 8:1-6).
O apóstolo tem uma chamada especial e bem assim, uma revelação toda especial do próprio Cristo (Gl. 1:11-1 6; 1 Co. 11:23).
Encontramos sinais do apostolado em muitos servos de Deus. A Bíblia nos mostra que além dos doze, muitos que se assinalaram como apóstolos, isto é, apresentaram as marcas entre os apóstolos, até mesmo mulheres (Rm. 16:7; At. 14:14; Gl1:19). Contudo, desejo deixar bem claro que esses últimos não eram apóstolos no sentido dos doze, mas atuavam como enviados ou embaixadores na obra de Cristo (At. 15:22; 2Co. 8:22:24).

Ninguém poderá arrogar-se possuidor de um título de apóstolo (enviado de Deus).
A verdade é que muitos, infelizmente, chegaram a dizer serem apóstolos, mas depois de provados foram achados mentirosos (II Co. 11:13-15; Ap. 2:2).
Verificamos através da história que muitos homens de Deus exerceram o verdadeiro ministério apostólico. Embora, não haja esse título, ainda existe hoje nas igrejas esse importante ministério.

 
II - PROFETA
Esse significa: Porta-voz de Deus. É aquele que movido pelo Espírito Santo, transmite mensagens da parte do Senhor.
Há realmente muita confusão a respeito do dom de profecia e o ministério profético; muitos acham que o ministério de profecia é o mesmo ministério de pregação, porém, entre eles há uma grande diferença. É certo que um pregador pode profetizar durante sua pregação, mas a pregação é diferente de uma mensagem profética.

O pregador fala a mensagem iluminada, segundo a graça de Deus, de acordo com Sua palavra e "ninguém pode resistir" (At. 4:13; 6:9 e 10).
A profecia, porém, é uma mensagem inspirada da parte de Deus; O profeta fica constrangido sob a mensagem, controlado pelo Espírito Santo (1 Co. 14:6, 31-33).
O ministério profético no Novo Testamento é inteiramente diferente do ministério dos profetas do Velho Testamento.
Porque no Velho testamento a mensagem vinha a eles como está escrito: "Veio a mim a palavra do Senhor" (Jr.2:1).
Enquanto que nos profetas do Novo Testamento, a palavra ou a mensagem são anunciadas inspiradamente pelo poder do Espírito Santo (1 Co. 14:3, 6, 26).

Os profetas, tanto do Antigo como do Novo Testamento não são infalíveis visto estarem sujeito a serem julgados pela Palavra de Deus (1 Co. 14:29; 1 Ts. 5:20,21; Jr. 23:28-30).

O ministério profético foi como um esteio na Igreja cristã primitiva (Ef. 2:20).
Contudo os dons proféticos não foram reconhecidos como regra guiadora para orientar ou dirigir a igreja ou ao seu pastor (At. 21:10-14; Dt. 13:1-5).

Quem guiava era a palavra de Deus, a única regra para orientar e guiar a igreja (At. 6:1-4).
Infelizmente, muitos não sabem guiar-se pela palavra de Deus, e por essa razão aparecem tantos absurdos doutrinários. Toda e qualquer revelação ou profeta devem ser submetida à prova junto ao ministério da Palavra de Deus (1Co. 14:29-31).

Existem três fontes das quais podem surgir as mensagens proféticas:

1-A fonte divina (Jr. 23:28 e 29)

2-Fonte humana; mensagem do coração do próprio profeta (Jr. 23:1 6).

3-A fonte demoníaca; mensagem que vem através de um demônio ou de um crente desobediente (1Tm. 4:1-3).

Daí, pode surgir muita perturbação, dada a maioria dos crentes mais simples acreditarem mais no profeta do que no pastor, ou no dirigente da igreja.
Na edificação da igreja há necessidade dos dons proféticos, pois eles são como andaimes" na construção. Mas esses "andaimes", devem estar bem firmados pelas armas e pregos da doutrina dos mestres da congregação (Ec. 12:11).
Portanto, não devemos consultar profetas como se fazia no tempo do Velho Testamento, porquanto a lei e os profetas duraram até João Batista (Lc. 16:16).
O caminho seguro é orar a Deus e Ele revelará o que for necessário.
A lei e os profetas duraram até João, significando que até então o povo era guiado pela lei e pelos profetas (conferir na resposta de Abraão ao rico da parábola do rico e Lázaro - Lc. 16:29).

III - EVANGELISTA
Mensageiro de boas novas, O evangelista desempenha a obra de um missionário, levando o Evangelho a lugares onde ainda é lugar desconhecido.
Naturalmente, separando-se evangelistas para o ministério, mas é o Senhor quem concede o dom de Sua graça a cada um para o ministério que for útil (1 Co. 12:7; Rm. 12:5-8).
Paulo falando ao evangelista Timóteo, disse: "Faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério" (II Tm. 4:5).

Qual será então a obra de um evangelista? Segundo a palavra de Deus é:

a) Despertar o ânimo ou acordar as almas dormentes, através da mensagem da fé (At. 8:6-8).

b) Fazer a obra de pioneiro em campos virgens, colocando o marco da fé cristã, promover o trabalho de avivamento espiritual nas igrejas a convite do pastor local;
Filipe em suas viagens missionárias, evangelizou todas as cidades até chegar a Cesaréia, em todas as cidades deixou a semente plantada (At. 8:39-40).

c) Portanto, a credencial mais bonita de um evangelista é a operação da graça, na conversão das almas como fruto da sua pregação (At. 8:4-8, 32-38).

Filipe deu prova de um bom evangelista e seu ministério; estava sob o controle divino (At. 8:39 e 40).
Depois de um grande avivamento e despertamento partiu e deixou a cidade de Sarnaria e seguiu a direção que o Senhor lhe mostrou; Creio que para o deserto (At. 8:26).

 
IV – PASTOR: Homem que apascenta as ovelhas
O ministério pastoral é o mais conhecido e o mais necessário entre todos os ministérios. Nosso Senhor Jesus Cristo é o perfeito exemplo, pois Ele disse: "Eu sou o bom pastor" e acrescentou: "O bom pastor dá as sua vida pelas ovelhas" (Jo. 10:11 e 14). No SI. 23 encontramos o verdadeiro modelo para o ministério pastoral, cujas qualidades são:

1 - Apascentador
, isto é, levar as ovelhas aos pastos verdejantes e saudáveis (SI. 23:2; 1 Pe. 5:2; Jr. 3:1 5).

2 - Suavizador, isto é, levar as ovelhas ao refrigério espiritual e refrescar, aplicando o bálsamo divino.
Infelizmente, muitos ministram soda cáustica ao invés de aplicar o bálsamo da doutrina bíblica. Nesse sentido Paulo disse: "Não espancador" (1 Tm. 3:3; Ez. 34:21; Jr. 23:1 e 2).

3 - Disciplinador
, isto é, cortar a lã sem ferir as ovelhas; Quando as ovelhas não são tosquiadas, sentem-se mal, ficam com demasiada lá e feias.
Neste estado ficam geralmente enfastiadas, não vão aos cultos, perdem o desejo de contribuir e tornam-se queixosas (II Co. 8:9; Jd. 16).

No Velho Testamento era considerado pastor o guia espiritual do povo: Tanto podia ser um profeta como Samuel, um rei como Davi ou um sacerdote como Josué (Jr. 23; Zc. 3).
As igrejas primitivas tiveram em suas congregações presbíteros, que juntamente com os apóstolos e pastores, os quais foram designados para pastorearem, isto é, cuidarem do rebanho.
Alguns funcionaram como pastores, segundo a chamada direta do Senhor (At. 20:1 7-28). Na palavra de Deus, encontramos pastores e presbíteros muito entrelaçados na apascentarão, assim Pedro testifica (1 Pe 5:1-4).

Só há uma diferença; e que o pastor além de responsável pelo rebanho é o anjo da igreja, colocado pelo Senhor, onde deve permanecer fiel, para não perder a linha espiritual de seu ministério (Ap. 2:1; Hb. 13:7-17; Ef. 4:11).
Já os presbíteros eram eleitos ou designados pelos pastores ou pelos apóstolos (At. 14:23; Tt. 1:5-8).
A Palavra de Deus nos fala de presbíteros com honra dobrada; eram os que presidiam uma comunidade; esses eram naturalmente considerados pastores juntamente no ministério (1 Tm. 5:1 7-29 ). Deve e precisa ser muito respeitado, com a mesma honra que se dá a um pastor.
O pastor está velando por uma obra que não é sua, da qual, um dia dará contas ao legítimo dono (1 Pe. 5:3 e 4; Hb. 13:17).

 
O pastor tem que ser:

a) Bom crente e andar com verdadeiro exemplo de sinceridade ( Tt. 1: 5-8 ).
b) Ser bom esposo ( 1 Pe. 3:7; 1 Is. 3:2-4 ).
c) Ser bom pai (1 Tm. 3:5; Cl. 3:21).
d) Ser bom companheiro ( Fl. 2:3; 1 Jo. 3:1 8 ).
e) Ser bom cidadão, obediente às autoridades ( Rm 13:1-10 ).
f) Ser também um bom irmão (1 Is 3:2 )

Alguém escrevendo sobre o pastor disse:

1 - O pastor precisa ter a força de um boi;
2 - A tenacidade de um cão;
3 - A paciência de um asno;
4 - A indústria de um castor;
5 - A veracidade de um camaleão
6- A visão de uma águia;
7 - As melodias de um rouxinol;
8 - A pele de um rinoceronte;
9 - A disposição de um incurável:
10- A lealdade de um apóstolo;
11- A fé de um profeta;
12 - A ternura de um pastor de ovelhas;
13 - O fervor de um evangelista;
14 - A devoção de uma mãe.

As atividades do pastor englobam as funções de:

a) De pastor
b) De pregador
c) De administrador
d) De educador
e) De conselheiro.

Existem três coisas que elevam o pastor no desempenho das suas funções:

1- A experiência necessária
2- O conhecimento geral daquilo que ele desempenha
3- Maturidade: Ser longânimo; nunca precipitado em assuntos que envolvam o seu ministério.


V - DOUTOR
Homem sábio ou mestre; pode ser chamado de homem que tem habilidade para o ensino.
O ministério de mestre é realmente muito valioso no ensino da Palavra de Deus, enquanto se conservar aos pés do Senhor Jesus, o divino Mestre.
Paulo disse: "Aquele que está entre vós, não pense em si mesmo mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um ( Rm. 12:3-7).

Todo o ministério é como um corpo, direta ou indiretamente estão ligados ao ensino. Quando o Senhor disse: "Ide porto do o mundo e pregai; disse também "ensinai" ( Mt 28:19 ).
Alguém que com esse extraordinário dom ministerial de ensinar, mas por causa da exaltação perder a graça e continuar a ensinar, o fará, porém, sem autoridade na Palavra, dando alimentação não substancial.
O ministério de ensino ou de mestre, funciona como ajudador na obra do Senhor, podendo por meio do ensino, edificar a obra do Senhor ( II Tm. 3:16 e 17; 1 Co. 3:6-10 ).

Quando Jesus censurava os escribas e fariseus, deu uma palavra de advertência aos seus discípulos, dizendo: "Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é Cristo" ( Mt 23.1 0 ).
Ninguém deve querer ou ambicionar o cargo de ser mestre (doutor); é bom que outros vejam e glorifiquem a Deus.

NÃO É PROFISSÃO.
Médico, advogado, engenheiro e outros profissionais exercem suas atividades mesmo sem ser vocacionados. Mas, no autêntico ministério evangélico é desastroso se o obreiro não for vocacionado.
Infelizmente existem obreiros que se desabafam, dizendo: "Até hoje eu não sei o que Deus quer comigo".
Isto é errado, pois dificilmente acredita-se, que tal obreiro tenha sido chamado; porque quando Deus chama, Ele mesmo determina o trabalho que seu servo irá realizar.
Exemplos: Jonas sendo enviado à Ninive (Jn 3:1 e 2); Jesus enviando seus discípulos (Lc. 21:15; Mt. 610; Mt. 10:19 e 20); e Deus enviando Moisés (Ex. 4:15 e 16).

1- Todos estes foram enviados já sabendo o que fazer!
O obreiro precisa saber que: O que faz um obreiro ser obreiro é a sua chamada divina recebida de Deus, e não seu estudo, sua preparação, sua cultura ou seu prestigio. Um obreiro deve preparar-se por ser obreiro, e não para ser obreiro!

2- Ministério não é emprego.
O ministério é dom de Deus; ministro significa "servo" e "servidor" que Deus deu a Igreja (Ef. 4:11).
Ministério é um cargo que o obreiro exerce de livre e espontânea vontade, impulsionado pela virtude do Espírito Santo nele existente, sem interesse financeiro (At. 1:8; 1 Co. 9:16 e 17).





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