segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Lição 11 CPAD - 3° Trimestre 2014

 
Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título: Fé e Obras — Ensinos de Tiago para uma vida cristã autêntica
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Data: 14 de Setembro de 2014
 


TEXTO ÁUREO: Há só um Legislador e um Juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?” (Tg 4.12).

 
VERDADE PRÁTICA: Não podemos estar na posição de juízes contra as pessoas, pois somente Deus é o Justo Juiz.

 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Tiago 4.11-17.

11 - Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz.

12 - Há só um Legislador e um Juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?

13 - Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos.

14 - Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece.

15 - Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.

16 - Mas, agora, vos gloriais em vossas presunções; toda glória tal como esta é maligna.

17 - Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado.


INTERAÇÃO

Tiago nos ensina que falar mal do irmão e julgá-lo nos torna juiz da lei. Sabemos que só existe um único juizes e legislador — Deus. Quem somos nós para julgar nossos irmãos em Cristo? Como seres humanos somos falhos, imperfeitos e não conhecemos o que vai no interior de cada um. Deus é santo, justo e conhece as nossas verdadeiras intenções, por isso, somente Ele tem como julgar as pessoas com retidão. Em o Novo Testamento, Jesus afirmou que a lei se resume em dois mandamentos, amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Quem ama o seu irmão não o julga. E quem não ama já está descumprindo a lei divina. Quais têm sido suas atitudes para com seus irmãos? Você os ama, os compreende, ou tem se colocado diante de cada um como um juiz impiedoso? Não se esqueça da advertência do nosso Mestre: “Não julgueis, para que não sejais julgados [...]” (Mt 7.1,2).

 
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

1. Analisar os perigos de se colocar como juiz dos irmãos.

2. Conscientizar-se da brevidade da vida.

3. Mostrar que a arrogância e a autossuficiência são pecados.

 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, inicie o primeiro tópico da lição fazendo a seguinte indagação: “Qual o perigo de se julgar alguém ou falar mal?” Ouça os alunos com atenção. Explique que falar mal de um irmão ou julgá-lo é tornar-se juiz. Quando condenamos uma pessoa, estamos condenando o nosso próximo e aquEle que o criou, o próprio Deus. Somente o Todo-Poderoso tem poder para julgar e legislar em favor das suas criaturas. Diga que o Mestre nos ensinou que antes de julgar o nosso próximo devemos examinar a nós mesmos. Em seguida leia e discuta com os alunos o texto de Mateus 7.1-3.


Palavra Chave: Julgar: Pronunciar sentença (de condenação ou de absolvição); sentenciar.

 
INTRODUÇÃO 

A lição dessa semana é a continuação dos conselhos práticos de Tiago aos seus leitores. Os assuntos com maior destaque são a “relação social entre os irmãos” e o “planejamento da vida”. Aprenderemos que, uma vez nascidos de novo, não podemos nos relacionar de maneira conflituosa com os outros. Outro aspecto importante que estudaremos é que o planejamento da nossa vida tem de estar de acordo com a soberana vontade de Deus — único legislador e juiz da vida. Ele é quem sempre terá a última palavra.

 
I. O PERIGO DE COLOCAR-SE COMO JUIZ (Tg 4.11,12)

1. A ofensa gratuita.
Não há postura mais problemática em uma igreja local quanto a do “disse-me-disse”. Infelizmente, tal comportamento parece ser uma questão cultural. Algumas pessoas parecem ter satisfação em destilar palavras que machucam. O que ganham com isso? Um ambiente incendiado por insinuações maldosas, onde elas mesmas passam a maior parte das suas vidas sofrendo e levando outros a sofrerem. Assim, Tiago inicia a segunda seção bíblica do capítulo quatro abordando o relacionamento interpessoal entre os crentes (v.11). Devemos evitar as ofensas e as agressões gratuitas, pois o “irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte; e as contendas são como ferrolhos de um palácio” (Pv 18.19). As ofensas só trazem angústias, tristezas e desgraças.

 
2. Falar mal dos outros e ser juiz da lei (Tg 4.11).

O pecado de falar mal do outro foi por Tiago tratado com clareza ainda no versículo 11. Quem empresta os seus lábios para caluniar e emitir falso testemunho, além de estar pecando, coloca-se como o juiz do outro, mas não cumpridor da lei. Nós, servos de Cristo, fomos chamados para ser discípulos, não juízes. Quem busca estabelecer condições para amar o próximo não pode ser discípulo de Jesus de Nazaré. Já imaginou se hoje, Deus, o nosso Pai, tratasse-nos numa posição de Juiz? Provavelmente estaríamos perdidos!


3. O autêntico Legislador e Juiz pode salvar e destruir (Tg 4.12). Com o objetivo de demonstrar o porquê de não podermos nos colocar como juízes dos outros, o texto bíblico recorda do quanto somos pecadores e declara que há apenas um Legislador (criador das leis) e Juiz (apto para julgar a todos) (v.12). Apenas o Criador tem o poder de salvar e destruir. Portanto, antes de emitir uma palavra de julgamento contra uma pessoa, responda a esta questão: “Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?”.

http://www.estudantesdabiblia.com.br/images/cr1.gif

SINOPSE DO TÓPICO (I): Falar mal de um irmão e julgá-lo é pecado, pois só existe um único Juiz e Legislador entre os crentes, Jesus Cristo.

http://www.estudantesdabiblia.com.br/images/cr1.gif

 
II. A BREVIDADE DA VIDA E A NECESSIDADE DO RECONHECIMENTO DA SOBERANIA DIVINA (Tg 4.13-15)

1. Planos meramente humanos (Tg 4.13).
É comum algumas vezes falarmos “daqui tantos anos vou fazer isso”, “em 2018 eu farei aquilo”, etc. É verdade que precisamos planejar a vida. Entretanto, todo planejamento deve ser feito com a sabedoria do alto. Isto é uma dádiva de Deus. Todavia, infelizmente nos acostumamos à mera rotina e tendemos a planejarmos o futuro sem ao menos nos lembrarmos de que Deus, o autor da vida, tem de ser consultado, pois tudo o que temos é fruto da sua bondade e misericórdia.

 
2. A incerteza e a brevidade da vida (Tg 4.14).

“A vida é um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece”. Eis uma séria advertência de Tiago para nós! O ser humano muitas vezes se esquece da sua real condição. Fazemos os planos para amanhã ou depois, mas ninguém tem a certeza do futuro que lhe espera. A nossa vida é breve, passa como a fumaça. Lembre-se de que a nossa existência terrena é passageira e que, por isso, devemos viver a vida segundo a vontade de Deus, esperança nossa.

 
3. O modo bíblico de abordar o futuro (Tg 4.15).

Após compreendermos que a existência humana é finita e Deus é o infinito Absoluto, o versículo 15 nos ensina a ter um estilo de vida diferente. A consciência da nossa limitação, bem como da transitoriedade e a brevidade da vida, deve incidir sobre o nosso modo de viver ao mesmo tempo em que deve servir como ponto de partida para confiarmos ao Senhor todos os nossos planos. Só com essa consciência, buscaremos realizar a vontade de Deus que é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2). Portanto, agiremos assim: “Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou não”. Tal postura não é falta de fé, ao contrário, é fé na Palavra de Deus.

http://www.estudantesdabiblia.com.br/images/cr1.gif

SINOPSE DO TÓPICO (II): A vida do homem é frágil e breve, por isso, precisamos reconhecer que somos dependentes do Criador.

http://www.estudantesdabiblia.com.br/images/cr1.gif


III. OS PECADOS DA ARROGÂNCIA E DA AUTOSSUFICIÊNCIA DO SER HUMANO (Tg 4.16,17)


1. Gloriar-se nas presunções (Tg 4.16a).
Pensar que podemos controlar a nossa vida é de uma presunção orgulhosa que afronta o próprio Deus. Nós somos as criaturas e Deus, o Criador. Infelizmente, muitos fazem os seus planos desprezando o Senhor como se fosse possível deixá-lo fora do curso da nossa vida. Não sejamos presunçosos e arrogantes! Reconheçamos as nossas fragilidades, pois somos pó e cinza (Gn 18.27; Jó 30.19). Mas Deus, o nosso Pai, é tudo em todos por Cristo Jesus, o nosso Senhor (Cl 3.11).

 
2. A malignidade do orgulho das presunções (Tg 4.16b).

A gravidade da presunção e da arrogância humana pode ser comprovada na segunda parte do versículo dezesseis: “toda glória tal como esta é maligna”. O livro de Ezequiel conta-nos a história do rei de Tiro. Ali, a malignidade, a arrogância e o orgulho humano levaram um poderoso rei a perder tudo o que tinha. Ele era poderoso em sabedoria e entendimento, acumulando para si riquezas e poder. Mas seu coração tornou-se arrogante, enchendo o interior de violência, iniquidades, injustiças do comércio e profanação dos santuários (Ez 28.4,5,16,18). Em pouco tempo o seu fabuloso império desmoronou. Não há ser humano no mundo que resista às tentações da arrogância, do poder e do orgulho. Triste é o final de quem se entrega à malignidade do orgulho das presunções humanas.

 
3. Faça o bem (v.17).

Fazer o bem é uma afirmação da Epístola de Tiago que lembra as suas primeiras recomendações de não sermos apenas ouvintes, mas praticantes da Palavra (Tg 1.22-25). Ora, se nós ouvimos, entendemos, compreendemos e podemos fazer o que deve ser feito, mas não o fazemos, estamos em pecado. Deus condena o pecado de omissão! Não sejamos omissos quanto àquilo que podemos e devemos fazer! Como discípulos de Cristo não podemos recuar. Antes, temos de perseverar em perseguir o alvo que nos foi proposto até o fim (Fp 3.14).

http://www.estudantesdabiblia.com.br/images/cr1.gif

SINOPSE DO TÓPICO (III): Que jamais venhamos permitir que a presunção e o orgulho dominem os nossos corações e que nos faça acreditar que podemos controlar nossa vida.

http://www.estudantesdabiblia.com.br/images/cr1.gif


CONCLUSÃO
Vimos nesta lição as duras advertências de Tiago. Infelizmente, as transgressões descritas na epístola são quase que naturais na atualidade. Não são poucos os que difamam, caluniam e falam mal do próximo. Comportam-se como os verdadeiros juízes, ignorando que com a mesma medida com que medem os outros, eles mesmos serão medidos (Mc 4.24). Vimos também que ainda que façamos os melhores planos para a nossa vida, devemos nos lembrar de que a vontade de Deus é sempre o melhor. Que aprendamos com Tiago a perdoar ao outro e submetermo-nos à vontade do Pai.

 
VOCABULÁRIO

Destilar: Deixar sair, insinuar, provocar.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007.
ARRINGTON, French L.; STRONSTD (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. 4ª Edição. RJ: CPAD, 2009.


EXERCÍCIOS

1. Quais os assuntos de maior destaque nesta lição?

R. Os assuntos com maior destaque são a “relação social entre os irmãos” e o “planejamento da vida”.

2. Tiago inicia a segunda seção bíblica do capítulo quatro abordando qual assunto?

R. Tiago inicia a segunda seção bíblica do capítulo quatro abordando o relacionamento interpessoal entre os crentes.

3. Como Tiago descreve a vida?

R. “A vida é um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece”.


4. Como deve ser feito todo planejamento humano?

R. Todo planejamento deve ser feito com a sabedoria do alto.


5. Qual foi a consequência da malignidade, arrogância e o orgulho do rei de Tiro?

R. Ele perdeu tudo o que tinha.




AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Bibliológico

Julgar ou Submeter-se à Lei?
Tiago inicia uma transição da convocação dos crentes para o seu preparo para o iminente julgamento, exortando-os a cumprir sua responsabilidade perante os semelhantes que, por sua vez, também o enfrentarão. Faz essa mudança de retórica e repetindo o aviso feito em 3.1, que voltará a focalizar em 5.1-9, aconselhando a respeito da atitude que as pessoas devem ter para com seus semelhantes.

Tiago é claramente enfático na sua denúncia sobre como os crentes às vezes tratam os outros (‘não faleis mal uns dos outros’, v.11). Essa tendência de falar julgando e condenando os outros, talvez sem um verdadeiro motivo (calúnia), certamente representa uma das razões pelas quais ele previne contra o orgulho de assumir as responsabilidades de um ensinador (3.1). O adequado papel de um mestre é ‘convencer do erro do seu caminho um pecador’ (5.20), e não condená-lo (cf. 7.1-5)” (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1683).

 AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Bibliológico
Tiago identifica dois problemas que se originam quando as pessoas reivindicam as prerrogativas de um julgamento que por direito pertence somente a Deus, o único Legislador e Juiz’ (v.12).

Ao condenarmos outros, estamos principalmente condenando a própria lei. Talvez Tiago acreditasse que esse era o caso porque quando condenamos as pessoas estamos condenando aqueles que foram ‘feitos à semelhança de Deus’ (3.9), e assim, implicitamente, estamos condenando o próprio Deus (cf. Rm 14.1-8).
Aqueles que julgam os semelhantes estão se posicionando como juízes acima da lei ao invés de submeterem-se a ela (‘se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz’, Tg 4.11); isto é, inevitavelmente o padrão de comportamento reproduz o desejo do juiz humano e não a vontade de Deus (veja 4.13-17). Ao invés de nos atermos às omissões dos semelhantes na obediência à lei de Deus, deveríamos nos concentrar em nossa submissão a Ele (4.7) e à sua lei” (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1683).

 
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

O Julgamento e a Soberania pertencem a Deus

Diz um ditado popular: “Antes de apontar um dedo para alguém, lembre que há quatro apontados para você”. Se esta simples recomendação fosse levada em consideração, muitos mal entendidos seriam evitados. É impressionante como há pessoas que se julgam acima do bem e do mal. Com isso não queremos dizer que não temos a legitimidade de interpretar quando alguém está ou não agindo de maneira dissimulada. Mas o que está em questão nesta seção bíblica de Tiago (4.11-17) é o estilo de vida que a pessoa desenvolve sob a perspectiva de ser superior a outra pessoa.

Nos versículos 13-15, Tiago lembra-nos da brevidade da vida e da soberania de Deus sobre ela. Quem é verdadeiramente o juiz perfeito, senão Deus? Nós somos simples assistentes, e muitas vezes, os próprios réus necessitados do perdão divino. Quanta misericórdia Deus teve por você, por mim e tantos outros seres humanos! Torna-se uma tarefa impossível de relatar em alguma folha de papel tamanha misericórdia e amor. Com a exceção da direção divina, a nossa vida é incerta e breve. Hoje estamos vivos, mas amanhã podemos estar mortos. Por isso, quem somos nós para posicionarmo-nos como juízes algozes de alguém?
Caro professor, veja quanta riqueza de temas práticos podemos trabalhar nesta aula com os nossos alunos! É imprescindível que os estimulemos a pensarem estas questões práticas de maneira inteligente e franca. O tema da lição desta semana é vivenciado por eles a cada dia das suas vidas. Não podemos desperdiçar a oportunidade de convencermos os nossos alunos à adequarem as suas consciências à luz da Palavra. Não é normal que as pessoas vivam julgando as outras, e nunca parem para fazer um exame da própria consciência. Este exame pode ser feito de maneira bem prática. Basta, no final de um dia, ao chegar em casa, perguntar-se sinceramente: Hoje magoei alguém com o meu comportamento? Há dentro de mim algum sentimento que reflete a ambição, o egoísmo e o prazer sórdido?

Essas perguntas ajudam-nos a conhecer nós mesmos. Se as fizermos à nossa consciência e respondermo-las com sinceridade não ficará pedra sobre pedra. Então, nos conheceremos melhor, desenvolveremos uma autocrítica mais eficaz e teremos toda a independência para odiar o pecado que tento nos assombra.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário