sábado, 23 de abril de 2016

Lição 4 CPAD - 2° Trimestre 2016


Lições Bíblicas CPAD - Adultos

Título: Maravilhosa Graça — O Evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos

Comentarista: José Gonçalves





TEXTO ÁUREO:Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8).

 
VERDADE PRÁTICA: A justificação pela fé em Cristo nos libertou de Adão, símbolo do velho homem, para nos colocar em Cristo, onde fomos feitos uma nova criação.

 
OBJETIVO GERAL: Esclarecer que a justificação pela fé em Cristo nos libertou da lei do pecado e nos fez novas criaturas.

 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Apresentar as bênçãos decorrentes da justificação;

II. Mostrar as bênçãos do amor trinitário;

III. Explicar as bênçãos decorrentes na nova criação.

 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, você já parou para refletir a respeito das bênçãos decorrentes da justificação pela fé? Pare e pense no que Cristo fez por você. Louve ao Salvador. Adore-o pela sua graça e redenção. O Filho de Deus assumiu o castigo que era nosso. Ele tomou sobre si a nossa condenação. Na cruz Cristo cumpriu a nossa pena nos justificando perante o Pai e fazendo de nós novas criaturas. Ele nos libertou da lei do pecado. Uma vez livres e justificados pela fé temos paz com Deus (Rm 5.1) e acesso à graça (Rm 5.2). Como pecadores jamais poderíamos pagar a nossa dívida para com o Pai. Quando pela fé recebemos o perdão de Deus, a culpa que perturbava as nossas consciências foi substituída pela graça e misericórdia divina.

 
INTRODUÇÃO
Nos quatro primeiros capítulos da Epístola aos Romanos, Paulo já havia escrito a respeito das origens e das bases da nossa justificação. Faltava agora falar dos resultados dessa justificação. Que benefícios ela nos trouxe? Quais seriam as bênçãos a ela associada? Paz, alegria, esperança são algumas dessas bênçãos associadas à justificação. Todavia, Paulo vai além, ele mostra que tudo isso só foi possível porque Deus nos fez participante de uma bênção maior — sermos parte da nova criação. Esse fato será mostrado através do contraste feito entre Adão, símbolo da velha criação e Cristo, o segundo Adão, cabeça de uma nova criação.

 

PONTO CENTRAL: A justificação pela fé nos concede muitos benefícios.

 

I. A BÊNÇÃO DA GRAÇA JUSTIFICADORA (Rm 5.1-5)

1. A bênção da paz com Deus.
No capítulo cinco de Romanos, Paulo mostra os benefícios da justificação pela fé logo no primeiro versículo: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”. O uso que Paulo faz da palavra paz aqui é diferente daquele usado no mundo antigo. No geral, o termo significava ausência de guerra. Porém, Paulo se refere ao vocábulo paz conforme ele aparece no Antigo Testamento e cujo significando era a salvação dos piedosos, prosperidade e bem-estar.
Embora os manuscritos mais aceitos do original grego tragam a palavra tenhamos em vez de temos, os teólogos concordam que o argumento de Paulo aqui é a paz como efeito imediato dessa justificação. Assim sendo essa paz deve ser desfrutada aqui e agora. Robertson, erudito em grego bíblico, traduz essa expressão como gozemos de paz com Deus. Portanto, uma paráfrase das palavras de Paulo ficaria da seguinte forma: “Já que fomos justificados por meio da fé, desfrutemos, pois, dessa paz com Deus”. Deus tem paz para todos os que foram justificados em Cristo Jesus e deseja que desfrutemos dela.


2. A bênção de esperar em Deus.
Antes de falar da bênção de esperar em Deus, Paulo fala como se deu esse acesso: “Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2). A fé no Cordeiro de Deus nos abriu a porta da graça. Observe o comentário que William Barclay faz a respeito desse texto: “O próprio Jesus nos introduz na presença de Deus; nos abre a porta de acesso à presença do Rei dos reis. E quando se abre essa porta o que encontramos é a graça; não condenação, nem juízo, nem vergonha; senão o intocado e imerecido amor de Deus”. A porta se abriu para a esperança. No contexto de Romanos, esperança significa enfrentar o tempo presente, com todos os seus desafios, porque se tem certeza quanto ao futuro. O futuro não é algo mais desconhecido, porque a fé em Jesus nos tornou participantes do seu reino.


3. A bênção de sofrer por Jesus.
Na lista dos benefícios ou bênçãos vindos da cruz encontramos uma que, no contexto atual, escandaliza muita gente. Paulo tem no sofrimento uma motivação para se gloriar! “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência; e a experiência, a esperança” (Rm 5.3,4). A palavra grega thlipsis, traduzida em português como tribulação, significa pressões, dificuldades e sofrimentos. Que tipo de fé era essa que se alegrava no sofrimento? Era a fé pura, sem os resquícios da Teologia da Prosperidade, sem os paliativos espirituais criados para entreter os cristãos modernos.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (I): Com a justificação pela fé recebemos a bênção da paz com Deus.

 
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Inicie o tópico fazendo a seguinte indagação: “Quais são as bênçãos decorrentes da justificação?”. Incentive a participação de todos e ouça os alunos com atenção. Em seguida copie no quadro o esquema abaixo. Utilize-o para mostrar aos alunos algumas das bênçãos decorrentes da justificação. Leia e discuta as referências bíblicas com os alunos.

 
 

II. AS BÊNÇÃOS DO AMOR TRINITÁRIO (Rm 5.5-11)

1. O amor que o Pai outorga.
A visão que Paulo possui a respeito do Senhor é muito diferente da do judaísmo dos seus dias. O Deus que Paulo está revelando em suas epístolas é amor. Por isso, muito diferente daquele que os judeus conheciam. A expressão amor de Deus, que aparece em Romanos 5.5, no original está no caso genitivo, indicando origem ou posse. Deus é a origem e a fonte do amor. Embora o antigo Israel houvesse quebrado a aliança, sendo digno de punição, Deus em seu amor infinito o procura para uma reconciliação. Esse é o amor que perdoa. O Deus da teologia paulina ama suas criaturas e como prova maior desse amor enviou seu Filho para morrer por elas (Jo 3.16). A justificação pela fé nos dá uma nova percepção da pessoa de Deus e seus atributos, e essa percepção mostra que Ele é amor.


2. O amor que o Espírito distribui.
Deus é a fonte do amor e o Espírito Santo é quem o instrumentaliza na vida do crente. Paulo diz que o amor de Deus está “[...] derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5b). O apóstolo tem em mente a profecia de Joel 2.28 e o evento de Pentecostes em Atos dos Apóstolos 2.4, onde há a infusão do Espírito Santo sobre os crentes. Há alguns fatos interessantes com o tempo verbal grego (tempo perfeito) da palavra ekchéo, traduzida aqui como derramar. Esse verbo enfatiza uma ação passada, mas que continua com os efeitos no presente. É como se ele dissesse, “o amor de Deus foi derramado em nossos corações no passado quando cremos no Senhor, mas seus efeitos continuam vivos no presente”. Temos, pois, razão para amarmos porque o Espírito Santo faz-nos viver esse amor.


3. O amor que o Filho realiza.
O amor é originário do Pai, operacionalizado pelo Espírito e realizado pelo Filho. Cristo é a manifestação suprema do amor de Deus (Rm 5.6-8). Se quisermos conhecer o amor de Deus, basta olharmos para Cristo, o bendito Filho de Deus.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (II): Com a justificação pela fé recebemos a bênção do amor trinitário.


 
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

O amor divino derramado em nós (5.5b)
Temos a força que energiza a nossa esperança que é ‘o amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo’. Esse amor só é derramado sobre um coração justificado. O interessante desse versículo é o destaque ao amor que Deus tem por nós, e não o amor que temos para com Ele. Descobrimos também neste versículo a participação das três Pessoas da Trindade na nossa justificação. Clifton J. Allen, em seu Comentário aos Romanos, escreve sobre isto: ‘As três Pessoas da Trindade têm sua parte na nossa salvação. Deus nos justifica por causa da nossa fé. Sua justiça se torna possível por causa da redenção dada por Cristo. O Espírito Santo nos torna cônscios da nossa necessidade, faz com que exerçamos a fé, e faz transbordar os nossos corações com o amor de Deus. O amor de Deus satisfaz a terna afeição do coração ou corresponde ao desejo do coração’. Portanto, recebemos o amor de Deus em nossos corações e somos transbordados de alegria, graça, poder e vida nova” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, pp.64,65).

 

III. AS BÊNÇÃOS DA NOVA CRIAÇÃO (Rm 5.12-21)

1. O homem em Adão.
Os efeitos e as bênçãos da justificação são agora ilustrados por Paulo com as figuras de Adão e Cristo. Primeiramente Paulo fala do “homem em Adão”, em Romanos 5.12-14. Existem várias interpretações a respeito deste texto bíblico, mas a ideia mais aceita pelos intérpretes é que Adão, como cabeça da raça humana, representava toda a humanidade. Nesse aspecto, todos pecaram, pois, todos descenderam de Adão. Para Paulo, o “homem em Adão”, símbolo da velha criação, está condenado; em desobediência; dominado pelo pecado e vencido pela morte. O homem em Adão é, portanto, um projeto falido. Não há nenhuma esperança para ele.


2. O homem em Cristo.
O contraste entre Adão e Cristo é feito com cores vivas pelo apóstolo em Romanos 5.15-17. O “homem em Cristo”, símbolo da nova criação de Deus, é justificado, obediente, dominado pela graça e dominado pela vida com Deus. O primeiro Adão é alma vivente, o segundo Adão é Espírito vivificante; o primeiro Adão é da terra, o segundo Adão é do céu; o primeiro Adão é pecador, o segundo Adão é justo; o primeiro Adão é morte, o segundo Adão é vida. É exatamente isso que o apóstolo ensina em outro lugar aos cristãos de Éfeso. Em Cristo, somos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais; escolhidos nEle antes da fundação do mundo para sermos santos; fomos feitos filhos de Deus; temos a redenção dos nossos pecados pelo seu sangue e fomos selados com o Espírito Santo (Ef 1.1-13).

 
SÍNTESE DO TÓPICO (III): Com a justificação pela fé recebemos a bênção do novo nascimento.

 
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Reproduza o quadro abaixo. Leia com os alunos Romanos 5.15-21 e em seguida, utilizando o quadro faça um contraste entre Adão e Cristo.


 
 
CONCLUSÃO
O capítulo cinco de Romanos mostra de que forma Deus amou os homens. Ele os encontra pecadores, ímpios, e indiferentes ao seu propósito. Mas, mesmo assim os ama. Numa demonstração inimaginável de amor, Ele os justifica pela fé na pessoa bendita de Jesus Cristo e os abençoa com todas as bênçãos espirituais. No capítulo 5 de Romanos o amor de Deus parece romper todos os limites. Não é pelo que fazemos, mas pelo que Cristo fez por nós! Como disse certo autor: “Não há nada que eu possa fazer para Deus me amar mais e não há nada que eu possa fazer para Ele me amar menos”.

 

PARA REFLETIR

A respeito da Carta aos Romanos, responda:

1° Qual era o significado da palavra paz no Antigo Testamento?
Resp: O uso que Paulo faz da palavra paz é diferente daquele usado no mundo antigo. No geral, o termo significava ausência de guerra. Porém, Paulo se refere ao vocábulo paz conforme ele aparece no Antigo Testamento e cujo significado era a salvação dos piedosos, prosperidade e bem-estar.

 

2° Qual o primeiro benefício da justificação?
Resp: A paz com Deus.

 

3° Qual o significado da palavra esperança no contexto de romanos?
Resp: No contexto de Romanos, esperança significa enfrentar o tempo presente, com todos os seus desafios, porque se tem certeza quanto ao futuro.

 

4° Quem é a origem, fonte do amor?
Resp: Deus é a origem e a fonte do amor.

 

5° Faça um contraste entre Adão e Cristo.
Resp: O primeiro Adão é alma vivente, o segundo Adão é Espírito vivificante; o primeiro Adão é da terra, o segundo Adão é do céu; o primeiro Adão é pecador, o segundo Adão é justo; o primeiro Adão é morte, o segundo Adão é vida.

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 
Os benefícios da justificação

Ora, pode uma doutrina como a da justificação pela fé ter um benefício prático na vida do crente? Há alguma consequência concreta quando o crente toma a consciência de que foi justificado por Deus por intermédio da graça divina mediante a fé em Jesus?
Professor, é importante enfatizar aos alunos de que toda doutrina bíblica possui uma aplicação para a vida. Doutrina não é apenas teoria; ela visa a amadurecer o crente a fim de que ele caminhe de maneira segura no processo de amadurecimento da fé no caminho de Cristo. Por isso, ao iniciar a aula desta semana, conforme a sua possibilidade, reproduza resumidamente os benefícios da doutrina da justificação pela fé com o objetivo de facilitar a reflexão em sala de aula:

 

O quadro acima destaca uma série de bênçãos que o crente justificado por Deus tem acesso ao Pai no momento em que abre o coração para a Palavra de Deus. Um dos pontos mais importantes desse quadro são as imagens que o apóstolo Paulo usa para destacar o “homem imperfeito em Adão” e o “ser humano perfeito em Jesus”. A maior das bênçãos da justificação pela fé é que se por Adão entrou no mundo a morte, o sofrimento, a traição etc, por Cristo chegou a vida, a paz, a esperança, a alegria e tudo quanto é bom para aquele que está em Cristo Jesus, o nosso Senhor (Rm 5.12-21).
Enfatizar ao aluno a nova realidade de vida de uma pessoa justificada por Deus é permitir-lhe conhecer uma das mais ricas e consoladoras doutrinas sobre a condição do ser humano agora justificado por Cristo. Quantas são as pessoas que chegam às nossas comunidades sofridas, cheias de condenação na alma e na consciência? O contato, a assimilação e a fé nesta verdade bíblica quebrarão e destruirão as amarras da alma e da consciência daqueles que se sentem acusados e se tornam acuados pelo Inimigo de nossas almas. Ore a Deus, peça-o para cada aluno viver a graça dessa verdade em nome de Jesus.



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