segunda-feira, 13 de junho de 2016

Lição 12 CPAD - 2° Trimestre 2016


Lições Bíblicas CPAD / Adultos

Título: Maravilhosa Graça — O Evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos

Comentarista: José Gonçalves
 
 



TEXTO ÁUREO: E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15.20).


VERDADE PRÁTICA: Os crentes que foram alcançados pela graça e vivem pela fé, em Jesus Cristo, precisam ter uma visão missionária amorosa e abrangente.

 
OBJETIVO GERAL: Mostrar que os crentes que foram alcançados pela graça precisam ter visão missionária.

 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Compreender a necessidade de termos uma cosmovisão missionária;

II. Apontar a necessidade do planejamento missionário;

III. Relacionar as necessidades espirituais da obra missionária.

 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Estamos quase concluindo o estudo da Epístola aos Romanos. Na lição de hoje estudaremos o penúltimo capítulo como continuação do texto anterior, Paulo prossegue tratando a respeito do amor e do respeito que devemos ter para com todos os irmãos. Assim, como fomos acolhidos pela misericórdia de Jesus Cristo, precisamos acolher o próximo. Acolher não somente aqueles que fazem parte do Corpo de Cristo, mas também os que ainda estão fora e precisam ouvir a mensagem do Evangelho. Paulo dedicou toda a sua vida à pregação do Evangelho. Ele procurou anunciar o nome de Cristo e sua graça aos que ainda não tinham ouvido nada a respeito do Filho de Deus. O apóstolo pede que a igreja em Roma ore por ele e o ajude na obra missionária, pois, sem a ajuda dos irmãos, ele não teria como continuar anunciando a Cristo aos que estavam perdidos.

 
INTRODUÇÃO
Paulo já estava chegando ao final da epístola à igreja de Roma. Um dos últimos assuntos tratados por ele havia sido acerca da tolerância que os crentes maduros devem demonstrar para com os imaturos. A solução do problema estava em saber equilibrar a liberdade com o amor cristão. Agora, o apóstolo deseja expor o que estava em seu coração — o desejo de levar o evangelho da graça de Deus a terras ainda não alcançadas. Os crentes de Roma, membros de uma igreja que fez o mundo inteiro ouvir os ecos de sua fé (Rm 1.8), deveriam apoiá-lo nesse empreendimento missionário. Todavia, para que seu intento fosse alcançado, ele sente a necessidade de explicar com maiores detalhes o seu projeto missionário. É o que vamos estudar nesta lição.

 
PONTO CENTRAL: O crente precisa ter uma cosmovisão missionária.

 
I. A NECESSIDADE DE UMA COSMOVISÃO MISSIONÁRIA (Rm 15.14-21)

1. O propósito da missão.
O que o apóstolo tinha em mente quando reservou esse espaço em sua Epístola para tratar a respeito do seu projeto missionário? Paulo desejava que os crentes romanos compartilhassem do propósito da sua chamada — a conversão do mundo gentílico ao Evangelho (Rm 15.16). Algumas observações são importantes para ajudar no entendimento das palavras do apóstolo. Primeiramente, Paulo quer que a igreja o veja como alguém que estava prestando um serviço de grande relevância diante de Deus. Este é o sentido do termo grego leitougeo (ministro), usado por ele aqui. Em segundo lugar, Paulo desejava também que os crentes tivessem consciência de que esse serviço é um sacrifício do qual Deus se agrada. Esse é o sentido do termo grego ierourgounta (servir como sacerdote), usado para se referir às cerimônias do sacrifício levítico. Paulo era um sacerdote de Deus a serviço da obra missionária e desejava que os crentes se unissem a ele.


2. O agente da missão.
O apóstolo diz que o seu ministério de evangelismo era instrumentalizado pelo Espírito Santo. O ministério de Paulo foi marcado pela atuação do Espírito Santo (1Co 2.1-4). Não há movimento missionário que se sustente sem a participação efetiva do Espírito do Senhor. É Ele que traz o poder de convencimento ao mundo perdido e prova que Jesus Cristo continua vivo. Em palavras mais simples, as credenciais de um ministério autêntico são dadas pelo Espírito Santo. O Movimento Pentecostal é uma prova viva de que o Espírito Santo é a mais poderosa força geradora de missões.


3. A esfera da missão.
Paulo informa aos romanos que pregou o Evangelho desde Jerusalém até ao Ilírico. Um mapa da época nos permite ver que esses eram os pontos extremos do mundo alcançado por Paulo. Agora, ele precisava ampliar a esfera do seu projeto missionário, pois não queria pregar onde outros já tivessem pregado (Rm 15.20,21). Não queria trabalhar sobre fundamento alheio. O campo era o mundo e este se encontrava branco para a ceifa. O modelo de Paulo deve ainda ser o nosso modelo. Infelizmente, o que se observa hoje é que muitos estão edificando sobre fundamento alheio, invadindo a esfera de atuação de outros obreiros, coisa que Paulo jamais fez. Estão pregando onde já existem igrejas estabelecidas, às vezes, da mesma confissão de fé e não onde há realmente necessidade missionária. Agem movidos pelo espírito de competividade e não de solidariedade.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (I): A igreja precisa ter uma cosmovisão missionária abrangente.

 
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

Os planos missionários de Paulo (15.22-33)
15.22,23 — Nestes versículos Paulo fala do seu grande desejo de ir a Roma, e diz que tem sido impedido por circunstâncias várias. Entretanto, ele sente que suas atividades missionárias nas regiões da Grécia, Macedônia e Ásia Menor, já foram completadas. Ele dera início à tarefa evangelística e já podia confiar a obra a outros obreiros, a fim de cumprir o desígnio de seu ministério apostólico.
15.24 — ‘Quando parti para a Espanha’. Está expressa aqui a visão expansionista missionária do grande apóstolo. A Espanha agora era a sua meta, e, para tal, passaria antes por Roma.
15.25,26 — Nestes versículos Paulo diz à igreja em Roma que antes terá de ir a Jerusalém, acompanhado por vários irmãos na fé, das igrejas gentílicas. A viagem tinha um cunho filantrópico, pois levariam as ofertas das igrejas da Macedônia e Acaia para os crentes que passavam privações em Jerusalém” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.146).

 

II. A NECESSIDADE DO PLANEJAMENTO MISSIONÁRIO (Rm 15.22-29)

1. Estabelecer bases.
Um dos princípios básicos da implantação de um projeto evangelístico é feito primeiramente com o estabelecimento de uma base missionária, um ponto de apoio. Paulo sabia que o seu projeto só teria sucesso se a igreja de Roma se tornasse um ponto de apoio: “Quando partir para a Espanha, irei ter convosco; pois espero que, de passagem, vos verei e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia” (Rm 15.24). A expressão “seja encaminhado por vós” traduz o termo grego , que ocorre nove vezes no Novo Testamento. Essa palavra segundo o léxico de Bauer significa “ajudar na jornada de alguém com alimento, dinheiro, companheiros e meios de viagens”. Não se faz missões sem esse tipo de apoio.


2. Estabelecer intercâmbio.
Paulo não era um calouro na obra missionária nem tampouco um aventureiro em busca de glória humana. Sua vida foi marcada pela entrega aos outros. Em breve ele estaria abrindo outra frente missionária, mas antes deveria terminar outro empreendimento missionário já iniciado (Rm 15.26). Paulo já havia estabelecido parcerias entre as igrejas. Aqui o intercâmbio é feito entre as igrejas da Macedônia e Acaia e a igreja de Jerusalém. A “igreja mãe” estava sendo ajudada pelas filhas.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (II): Para que a obra missionária seja realizada com excelência é necessário que haja planejamento.

 
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Paulo enfatiza que as igrejas gentílicas são devedoras para com a igreja em Jerusalém, visto que a bênção do Evangelho de Cristo partiu de Jerusalém. Era justo que, nesses momentos de perseguições e privações aqueles crentes judeus fossem ajudados. Conforme declara o apóstolo: ‘Se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais’ (v.27).
Terminada a sua missão em Jerusalém, não lhe resta outro plano, senão ir a Roma e depois à Espanha.
Paulo sabia que havia grande perseguição contra a igreja de Jerusalém, e que seu trabalho missionário entre os gentios ainda sofria resistência de alguns judeus. Mas ele esperava que na sua ida a Jerusalém, juntamente com irmãos representantes das igrejas gentílicas, levando ofertas para os santos de Jerusalém, fossem bem recebidos. Paulo sabia que havia perigo de vida, pois os judeus mais fanáticos queriam a sua morte (v.31). Por isso, solicita à igreja que ore por esta missão em Jerusalém. Entende Paulo que acima de tudo está a soberana vontade de Deus (v.32)” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.146).


 
 
III. A NECESSIDADE ESPIRITUAL NA OBRA MISSIONÁRIA (Rm 15.30-33)

1. A necessidade da cobertura espiritual.
O apóstolo Paulo, ao contrário de muitos que se aventuram na obra missionária, sabia da necessidade de uma “cobertura espiritual”: “E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus” (Rm 15.30). Há duas coisas que quero destacar aqui. A primeira é que Paulo conta com o apoio da Trindade no seu projeto missionário. Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo são invocados como suporte para sua missão. A segunda é que Paulo via com muita seriedade a obra missionária e por isso rogou que os crentes lutassem em oração com ele. A palavra combatais traduz o grego synagonisasthai, que significa lutar ou contender junto com alguém. O sentido é de uma luta espiritual na oração.


2. A necessidade do refrigério espiritual.
Missões envolvem conflito espiritual e muitas vezes lágrimas. Todavia, missões são marcadas também por satisfação espiritual e alegria (Sl 126.5,6). Sem dúvida o apóstolo tinha isso em mente quando escreveu aos romanos (Rm 15.31,32). O termo grego synanapaufomai, observa o biblista William Sanday, é usado por Paulo com o sentido de “que eu possa descansar e refrigerar o meu espírito junto com vocês”. Missões, portanto, é refrigério no poder do Espírito Santo.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (III): Existem inúmeras necessidades espirituais na obra missionária.

 
SUBSÍDIO SOCIOLÓGICO
Professor, procure enfatizar o quanto Paulo amava a obra missionária e se dedicou a ela. Ele procurou levar o Evangelho às áreas mais carentes, onde as pessoas não tinham ouvido nada ou quase nada a respeito de Cristo. Aproveite a oportunidade e fale com seus alunos a respeito da janela 10x40. Diga que nesta “janela” estão os países menos alcançados com o Evangelho. Países onde a perseguição aos cristãos é bem grande. Ore, juntamente com seus alunos, por estes países. Peça que Deus envie pessoas para irem como missionários. Rogue também ao Senhor para que pessoas possam ofertar e sustentar os que já estão no campo missionário. Se desejar, reproduza o quadro abaixo para os alunos.



 
CONCLUSÃO
Nessa lição, vimos uma das razões que levou o apóstolo a visitar a igreja de Roma. Não era apenas uma visita fortuita, mas algo planejado. O seu alvo era o estabelecimento de um ponto de apoio para seu empreendimento missionário. Para isso, Paulo usa esse espaço de sua Epístola para informar aos crentes em Roma das diretrizes tomadas para essa viagem. A igreja de Roma, que não tinha Paulo como seu fundador, teria a oportunidade de ver como trabalhava e apoiar aquele que foi, sem dúvida, o maior missionário da história.

 
PARA REFLETIR

A respeito da Carta aos Romanos, responda:

1° O que Paulo tinha em mente quando reservou um espaço em sua Epístola para tratar a respeito do seu projeto missionário?
Resp: Paulo desejava que os crentes romanos compartilhassem do propósito da sua chamada — a conversão do mundo gentílico ao Evangelho (Rm 15.16).

 

2° O ministério de evangelismo de Paulo era instrumentalizado por quem?
Resp: O apóstolo diz que o seu ministério de evangelismo era instrumentalizado pelo Espírito Santo.

 

3° Quem é que traz o poder de convencimento ao mundo perdido e prova que Jesus Cristo continua vivo?
Resp: O Espírito Santo.

 

4° Quem é a mais poderosa força geradora de missões?
Resp: O Movimento Pentecostal é uma prova viva de que o Espírito Santo é a mais poderosa força geradora de missões.

 

5° Segundo a lição, cite duas necessidades da obra missionária.
Resp: A necessidade da cobertura espiritual e a necessidade do refrigério espiritual.

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 


Cosmovisão missionária
Se há uma característica que podemos confirmar na carta do apóstolo Paulo aos Romanos é o sentimento missionário do apóstolo. Paulo era um homem de coração voltado para as missões. O Espírito Santo usou a instrumentalidade de Paulo para o Evangelho atingir a civilização ocidental. Por isso, podemos notar características muito profundas na visão missionária de Paulo.


A visão missionária de Paulo
O capítulo 15 de Romanos mostra a primeira predisposição de o apóstolo anunciar o Evangelho a quem nunca ouviu falar sobre ele. Neste sentido, veja a fala do apóstolo: “E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio” (v.20). A partir deste texto, uma característica essencial que brota naturalmente de Paulo é a sua forma honesta de fazer Missões em que ele jamais anunciaria Cristo onde Ele já fora anunciado. Imagine o impacto que essa visão paulina traria em nossa prática missionária nos tempos modernos!
A visão missionária que esteja voltada para as pessoas é a mais fiel em relação ao Evangelho, pois ela não está voltada para um projeto de extensão de instituições religiosas, mas simplesmente em alcançar corações e mentes que ainda não conhecem a Deus e a justiça do seu Reino.

Outra característica que encontramos na visão missionária de Paulo é a esperança. Note o versículo 24: “Quando partir para a Espanha, irei ter convosco; pois espero que, de passagem, vos verei e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia”. De acordo com alguns estudiosos, é problemática a questão se o apóstolo Paulo chegou ou não à Espanha. Entretanto, a Epístola de Clemente à Igreja de Corinto e o fragmento muratoriano (uma cópia da lista mais antiga que se tem dos livros do Novo Testamento) são considerados argumentos fortes em relação à ida do apóstolo à Espanha.

Apesar do tempo, dos obstáculos do ministério e de tantas outras questões que afligiam o apóstolo, ele não deixou de ter esperança e novos planos. Mas antes, ele planejara ir à Jerusalém para ministrar aos santos (v.25).
Predisposição para anunciar Cristo onde Ele não fora anunciado e esperança renovada na missão de Deus são características que brotam naturalmente da leitura da epístola paulina: “Assim que, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha” (v.28).

 

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