terça-feira, 25 de abril de 2017

Lição 5 CPAD - 2° Trimestre 2017


LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS

Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro

Comentarista: Elinaldo Renovato

 

TEXTO ÁUREO: “Como está escrito: Amei Jacó e aborreci Esaú” (Rm 9.13).

 
VERDADE PRÁTICA: Com base em sua presciência e propósitos, Deus escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.

 
OBJETIVO GERAL: Mostrar que Deus escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.

 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Apresentar a origem de Jacó;

II. Mostrar a direção de Deus na vida de Jacó;

III. Refletir a respeito de alguns aspectos do caráter de Jacó.

 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição deste domingo, estudaremos a respeito do caráter de Jacó. Ele nasceu agarrado ao calcanhar de seu irmão primogênito e recebeu o nome de “enganador”. Todavia, Deus em seus desígnios já o havia escolhido e revelado aos seus pais que o primogênito serviria ao caçula. Jacó fez jus ao seu nome ao comprar a primogenitura de seu irmão e ao mentir e enganar seu pai. Seu engano e mentira levaram-no para longe de casa e fez com que ele também fosse enganado por seu tio Labão. Mas Jacó teve um encontro com Deus e foi transformado por Ele. Todo encontro com Deus é transformador. Ninguém sai da presença do Pai da mesma maneira que entrou. Atualmente, muitos apenas ouviram falar a respeito de Deus, mas na verdade nunca tiveram um encontro real e pessoal com Ele. Somente Deus, o Criador, pode transformar o nosso verdadeiro “eu”.


INTRODUÇÃO
Isaque teve dois filhos gêmeos. Esaú tinha uma inclinação para o campo, para vida pastoril e também para a caça. Jacó, ao contrário, pelo seu temperamento e por sua personalidade voltou-se para vida doméstica. Logo revelou ter um caráter oportunista e usurpador, que o levou a enganar o pai com apoio da mãe. As conseqüências foram duras em sua vida. O que plantou, colheu com grande sofrimento. Mas a misericórdia de Deus o alcançou e o Senhor o escolheu para ser o pai das doze tribos de Israel.

 
PONTO CENTRAL: Deus escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.

 
I. QUEM ERA JACÓ

1. O filho mais novo de Isaque.
Seu nome, em hebraico, é Yakoov e significa “Deus protege”. Ele integra a lista dos três patriarcas hebreus, que marcaram a história de Israel: Abraão, Isaque e Jacó. Sua história foi pontilhada de episódios dramáticos desde o seu nascimento. Deus ouviu as orações de Isaque, pois Rebeca era estéril (Gn 25.21). O texto diz que, no ventre, havia uma luta entre os bebês (Gn 25.22). Jacó nasceu agarrado ao calcanhar do seu irmão. Diante disso, o seu nome passou a ter o significado de “aquele que segura pelo calcanhar” ou “suplantador”.


2. O preferido de sua mãe.
Isaque tinha preferência por Esaú, por que gostava da caça. Mas Rebeca amava mais Jacó, por ser “varão simples, habitando em tendas” (Gn 25.27,28). Quando Isaque quis dar a bênção a Esaú, o primogênito (Gn 27.1-5), Rebeca, numa demonstração clara do seu caráter astucioso, chamou Jacó e o induziu a enganar seu pai (Gn 27.11,12,14,15). Enganado, Isaque abençoou Jacó (Gn 27.27-29). Ao retornar da caça, Esaú descobriu que seu irmão tomara sua bênção. Desesperado, recebeu do pai uma bênção menor (Gn 27.39,40). Cheio de ódio, planejou matar seu irmão (Gn 27.41). Jacó teve que fugir ameaçado por Esaú. Isaque percebeu que Deus tinha um plano na vida de Jacó, e o despediu com uma bênção profética de grande significado (Gn 28.1-4).


3. O preferido de Deus.
A escolha de Jacó é um caso especial de presciência divina face aos desígnios de Deus. Deus não tem filhos privilegiados, nem escolhe uns para a salvação e outros para a condenação, pois tal atitude contrariaria frontalmente o seu caráter santo, justo e bom. Seria uma terrível discriminação por parte de Deus que condena quem faz acepção de pessoas (Tg 2.9; 1Pe 1.17). Mas, em sua soberania, em casos especiais, Ele escolhe pessoas para serem instrumentos de sua vontade diretiva. Jacó foi um desses escolhidos, ainda no ventre (Rm 9.9-13).

 
SÍNTESE DO TÓPICO (I): Jacó foi escolhido por Deus ainda no ventre de sua mãe.

 
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Abraão, Isaque e Jacó estão entre as mais importantes pessoas do Antigo Testamento. Isto não se deve ao seu caráter pessoal, mas ao caráter de Deus. Eles foram homens que conquistaram o respeito relutante e até mesmo o medo de seus colegas. Eram ricos e poderosos, e ainda assim, os três foram capazes de mentir, enganar e agir com egoísmo. Eles não eram os heróis perfeitos que poderíamos ter esperado; em vez disso, eram exatamente como nós; tentavam agradar a Deus, mas não conseguiram” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.56).

 
CONHEÇA MAIS

Jacó
Era o terceiro no plano de Deus para iniciar uma nação descendente de Abraão. O sucesso deste plano se deu mais ‘apesar de’ do que ‘em razão’ da vida de Jacó. Antes de Jacó nascer, Deus prometera que seu plano se desenvolveria através dele, e não de seu irmão gêmeo, Esaú. Embora os métodos de Jacó nem sempre fossem respeitáveis, suas habilidades, determinação e paciência tinham de ser reconhecidas. Ao acompanharmos sua vida desde o nascimento até a morte, vemos a mão de Deus trabalhando. Para conhecer mais leia, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p.46.

 
II. A DIREÇÃO DE DEUS NA VIDA DE JACÓ

1. A visão da escada que tocava o céu.
Em sua fuga, no meio do deserto, Jacó teve um sonho dado por Deus. Ele viu uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. E Deus reiterou a bênção que lhe prometera (Gn 28.13-15). Deus não aprovou seus arranjos e enganos, mas também não retirou a bênção prometida a seus pais. Naquela noite, ele descobriu a presença de Deus, que se apresentou como o Deus de Abraão e de Isaque. Ele ouviu Deus reiterar suas promessas e descobriu que onde Deus está, ali é sua casa, “a porta dos céus” (Gn 28.13-17).


2. A coluna em Betel.
Jacó não buscou a Deus, mas Deus o buscou, e se revelou como o Deus de seus pais. Uma prova do quanto à graça de Deus é profunda. Sem dúvida alguma, a história de Jacó se divide em dois períodos. Antes de Deus encontrá-lo e depois daquele encontro especial. Tão impactante na sua vida foi aquele episódio, que ele chamou aquele lugar deserto de Betel, que significa “Casa de Deus”. Ali, naquela madrugada, Jacó ouviu Deus lhe falar; sentiu a presença divina e teve uma mudança extraordinária em sua vida.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (II): Depois de deixar a casa dos seus pais, Jacó buscou a direção de Deus para sua vida.
 

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Jacó fazia tudo, o certo e o errado, com grande zelo. Ele enganou seu próprio irmão Esaú, e seu pai, Isaque. Ele lutou com Deus, e trabalhou catorze anos para se casar com a mulher que amava. Por intermédio de Jacó, aprendemos como um forte líder pode, também, ser um servo. Também vemos como ações erradas sempre voltam para nos perturbar.
Depois de enganar Esaú, Jacó correu para salvar sua vida, viajando mais de 640 quilômetros até Harã, onde vivia seu tio, Labão. Pelo caminho, ele recebeu uma mensagem do Senhor, em um sonho, e deu a esse lugar o nome de Betel. Em Harã, Jacó se casou e iniciou uma família (Extraído de Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.58).
Reproduza o mapa abaixo para mostrar aos alunos a rota feita por Jacó até Padã-Ara.

 
 
III. ASPECTOS DO CARÁTER DE JACÓ

1. Antes do seu encontro com Deus.

Até o encontro com Deus em Betel, ele era apenas um “homem natural”, ou carnal (1Co 2.14). Naquela fase de sua vida, podemos ver alguns aspectos negativos de seu caráter.

a) Oportunista e egoísta.
Quando seu irmão chegou com fome e lhe pediu para comer do seu guisado, ele poderia ter-lhe oferecido de sua comida, compartilhando sua refeição. Mas, numa prova de oportunismo e ambição, disse logo: “Vende-me hoje a tua primogenitura” (Gn 25.31).

b) Interesseiro e calculista.
Jacó era frio, calculista e de temperamento fleumático. Além de propor a troca da primogenitura ao irmão, exigiu que Esaú fizesse um juramento que lhe garantisse que a troca seria respeitada por toda a vida: “Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó” (Gn 25.33; Hb 12.16). Ele só esquecia uma coisa. O que ele estava plantando em sua juventude haveria de colher mais tarde (Gl 6.7). Em proporção muito maior.

c) Mentiroso e enganador.
Com seu caráter fraco e leniente, concordou com a sua mãe em enganar o velho pai. Ao chegar à presença de Isaque, mentiu três vezes. Este perguntou: “Quem és tu, meu filho?”. Ele disse que era Esaú (Gn 27.19). A primeira mentira. Indagado porque chegara tão rápido com a caça, mentiu a segunda vez, dizendo: “Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro” (Gn 27.20). Ao abraçar Jacó, Isaque repetiu que era Esaú — “Eu sou” (Gn 27.24). Mentiu pela terceira vez.
 

2. Depois do seu encontro com Deus. Observe a transformação no caráter de Jacó:

a) Um caráter agradecido.
Jacó passou a ver as coisas numa perspectiva espiritual de um novo relacionamento com Deus, e lhe fez um voto, dizendo que se Deus não lhe deixasse faltar nada, levantaria um altar e daria o dízimo “de tudo” (Gn 28.20-22). Neste fato, vemos que Jacó tinha consciência do valor do dízimo, como expressão sincera de gratidão a Deus, a exemplo do que fizera seu avô, Abraão, perante Melquisedeque (Gn 14.18-20). Ele não prometeu dar o dízimo do que lhe sobrasse (da “renda líquida”), mas “de tudo” como seu avô fizera (Hb 7.2).

b) Um caráter esforçado e sofredor.
Ao chegar à casa de Labão, seu tio, revelou-se um homem trabalhador. Ali, começou a colher o que semeara em engano e mentira. Na “lua de mel”, foi enganado pelo sogro. Em lugar de casar com Raquel, teve de casar com Leia. Só depois, casou com sua amada, e para tanto, trabalhou “outros sete anos” (Gn 29.21-30). Não foi apenas esse o preço que Jacó teve que pagar por sua vida de enganos e mentiras. Labão mudou o seu salário dez vezes, durante vinte anos (Gn 31.7). O que o homem semeia isso é o que colhe (Gl 6.7).

c) Um homem na direção de Deus.
Depois de ser enganado pelo sogro, Jacó reuniu sua família e fugiu de Harã. Mas não o fez apenas por medo do sogro. Sua saída de Harã foi por direção de Deus (Gn 31.3,13). Desse modo, Jacó empreendeu a fuga com a família, e logo foi perseguido pelo sogro. Este não pôde lhe fazer mal, porque Deus entrou em ação e lhe determinou que não falasse com Jacó “nem bem nem mal” (Gn 31.24).
 

3. No seu encontro com Esaú.
Ao se aproximar de Seir, onde seu irmão vivia, Jacó enviou mensageiro a Esaú, anunciando seu retorno. Os mensageiros voltaram e disseram que Esaú vinha ao seu encontro com quatrocentos homens. Jacó temeu grandemente (Gn 32.7-12). Mas, no Vale do Jaboque, teve um encontro que marcou o resto da sua vida. Seu nome foi mudado para Israel, e viu Deus “face a face” (Gn 32.22-30). Ao encontrar Esaú, reconciliou-se com ele e o abraçou com perdão e amor.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (III): Antes de ter um encontro com Deus Jacó era oportunista, mentiroso e enganador.

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor reproduza o esquema abaixo no quadro. Utilize-o para enfatizar as características de Jacó antes do seu encontro com Deus e depois. Ressalte que somente Deus pode mudar o nosso caráter.

 

CONCLUSÃO
Em suas experiências com Deus, vemos que Jacó teve seu caráter transformado. De oportunista e enganador, passou a ser humilde, sofredor, paciente, longânimo, altruísta. Foi pela sua paciência e graça que Deus escolheu Jacó, em lugar de Esaú. Quando damos lugar ao Espírito Santo, Ele nos transforma radicalmente o caráter.

 
PARA REFLETIR

A respeito de Jacó, um exemplo de caráter restaurado, responda:

 
1° Que significa o nome Jacó?
Resp: “Aquele que segura pelo calcanhar” ou “suplantador”.

 

2° Por que Esaú aborreceu a Jacó?
Resp: Por causa da bênção que seu pai deu a Jacó por engano.

 

3° Quantas vezes Jacó mentiu a seu pai por ocasião da bênção?

Resp: Três vezes.

 

4° O que Jacó prometeu a Deus se fosse abençoado em sua viagem?
Resp: Dar o dízimo de tudo.

 

5° Que aconteceu com Jacó, no vau de Jaboque?
Resp: Seu nome foi mudado para Israel, e viu Deus “face a face”.

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Jacó, um exemplo de um caráter restaurado
 
O desvio de caráter é algo sério. Significa violar valores fundamentais que, uma vez não respeitados, põem em xeque o bem estar do outro. Essa afirmativa pode ser exemplificada a partir de dois exemplos.
Primeiramente, digamos que você entrega um valor monetário para uma pessoa, em tese de sua confiança, para depositá-lo numa conta mencionada por você. A pessoa diz que o depositou conforme solicitado. Mas passam os dias e o beneficiário informa que não o recebeu. Ora, por certo houve um problema eletrônico ou algo do tipo — pode-se pensar. Entretanto, a pessoa que você pediu para depositar o valor sabe que não houve problema algum, pois simplesmente ela o tomou para si.
Segundo, imagine um partido político uma vez no poder, que outrora pregava contra a corrupção, deliberadamente não obedecem às leis fiscais, não se faz transparente, maquia a contabilidade no ano de eleições a fim de os adversários políticos e a sociedade não terem acesso às informações verdadeiras. Tudo em nome de uma causa que poucos conhecem a quem interessa. Desobedecer deliberadamente às leis a fim de esconder o próprio crime é a prova cabal do desvio de caráter. Portanto, algo muito sério!
Os casos mencionados, ambos os exemplos da vida real, prejudicaram pessoas. O primeiro lesou duas: a que solicitou o depósito e a que teria de recebê-lo. Imagine o transtorno com atrasos, necessidades não atendidas e outras mais! O segundo caso lesou a nação inteira, pois trabalhadores perderam seus empregos, empresas faliram e a Economia quebrou. É impossível calcular as décadas de perda para essa nação. Demorará muito para ela se recuperar.
Na presente lição acerca do caráter de Jacó, tanto do ponto de vista individual quanto do coletivo, não podemos tratar o desvio de caráter como se fosse algo distante de nós. Invariavelmente, é possível o cristão comum se vê num contexto em que essa luta travada com a natureza humana se manifeste. Entretanto, devemos dar ênfase ao aspecto restaurador do caráter de Jacó, pois a história do patriarca mostra o quanto a natureza humana pode ser alterada a partir de um verdadeiro encontro com Deus. Um processo de metanoia se instala, isto é, há uma transformação radical no caráter, carregada de uma convicção profunda de arrependimento. Ora, em Cristo Jesus, todo ser humano pode ter esse encontro com o nosso eterno Senhor. Em Cristo, o caráter pode ser restaurado!
 
 
 

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