Lições
Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Lição
1: Paulo e a Igreja de Filipos
TEXTO ÁUREO: “E peço isto:
que o vosso amor aumente mais e mais em ciência e em todo o conhecimento” (Fp
1.9).
VERDADE
PRÁTICA: Paulo tinha uma
grande afeição pelos irmãos de Filipos; por isso suas orações e ações de graças
por essa igreja eram constantes.
INTERAÇÃO
Prezado professor,
neste trimestre estudaremos a carta do apóstolo Paulo aos filipenses. Os temas
contemplados nesta epístola são diversos. O apóstolo fala sobre o caráter de
Deus, a alegria, o serviço, o conflito e o sofrimento dos santos. Mas o tema
que ganha maior destaque na carta é o senhorio de Jesus Cristo, o kyrios de Deus (2.9,10). O Pai o fez Senhor e
Cristo. O comentarista do trimestre é o Pastor Elienai Cabral — conferencista e
autor de várias obras publicadas pela CPAD, membro da Academia Evangélica de
Letras do Brasil e também da Casa de Letras Emílio Conde. Que Deus abençoe a
sua vida e a de seus alunos. Bons estudos!
OBJETIVOS:
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
- Introduzir a
Epístola aos Filipenses destacando a cidade, a data e o local da autoria.
- Explicar o propósito, a autoria e os
destinatários da epístola.
- Compreender os atos de oração e ação de
graças do apóstolo Paulo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introduzir a lição desta
semana reproduza o esquema abaixo. Faça a exposição panorâmica da Epístola aos
Filipenses, explicando o propósito e suas principais divisões. Mostre aos alunos
que a carta pode ser dividida em duas partes principais: (1) Circunstâncias em
que Paulo se encontrava e (2) assuntos de interesse da Igreja — alegria, o
serviço, o caráter de Deus, o conflito e o sofrimento, etc.
Aprendamos, pois, neste trimestre, com a
igreja de Filipos. Boa aula!
ESBOÇO DA EPÍSTOLA AOS FILIPENSES:
Autor: Apóstolo Paulo.
Tema: Alegria de viver
por Cristo.
Data: Cerca de 62/63
d.C.
Propósitos: Agradecer aos
filipenses por suas ofertas generosas; informar o seu estado pessoal na prisão
de Roma; transmitir à congregação a certeza do triunfo do propósito de Deus na
sua prisão para levar os membros da igreja de Filipos a se esforçarem em
conhecer melhor o Senhor, conservando a unidade, a humildade, a comunhão e a
paz.
Introdução (1.1-11)
• Saudações.
• Ação de
graças e oração pelos Filipenses.
I. As circunstâncias em que Paulo se encontrava (1.12-26)
•
A prisão de Paulo contribuiu para o avanço do Evangelho.
•
A proclamação de Cristo de todas as formas.
• A
disposição de Paulo para viver ou morrer.
II. Assuntos de Interesse da Igreja (1.27-4.9)
• Exortação
de Paulo aos filipenses.
•
Os mensageiros de Paulo à Igreja.
•
Advertência de Paulo a respeito de falsos ensinos.
• Conselhos
finais de Paulo.
Conclusão (4.10-23)
• Reconhecimento
e gratidão pelas ofertas recebidas.
• Saudações
finais e bênção.
INTRODUÇÃO
Palavra Chave: Epístola: Cada carta ou lições dos apóstolos às comunidades
cristãs primitivas.
Neste trimestre, estudaremos a Epístola de
Paulo aos Filipenses. Esta carta é uma declaração de amor e gratidão do
apóstolo pelo amoroso zelo dos filipenses para com os obreiros do Senhor. A
epístola está classificada no grupo das cartas da prisão — Filipenses, Filemon,
Colossenses e Efésios. Além de realçar a verdadeira cristologia, a epístola
orienta-nos quanto ao comportamento que devemos ter diante das hostilidades e
perseguições enfrentadas pela Igreja de Cristo.
I. INTRODUÇÃO À EPÍSTOLA
1. A cidade de Filipos.
Localizada no Norte da Grécia, foi fundada
por Filipe II. Outras cidades como Anfípolis, Apolônia, Tessalônica e Bereia
também faziam parte daquela região (At 17.1,10). Filipos, porém, era uma
colônia romana (At 16.12) e um importante centro mercantil, pois estava situada
no cruzamento das rotas comerciais entre a Europa e a Ásia.
2. O Evangelho chega à Filipos.
Por volta do ano 52 d.C, o apóstolo Paulo,
acompanhado por Silas e Timóteo, empreendeu uma segunda viagem missionária (At
15.40; 16.1-3). Ao entrar numa cidade estrangeira, a estratégia usada por Paulo
para anunciar o Evangelho era sempre à mesma: dirigir-se em primeiro lugar a
uma sinagoga. Ali, o apóstolo esperava encontrar judeus dispostos a ouvi-lo.
Mas, na sinagoga de Filipos, havia uma comunidade não muito inclinada a
escutá-lo. Por isso, Paulo concentrou-se num lugar público e informal para
falar a homens e mulheres desejosos por discutir assuntos religiosos.
Lá, o apóstolo encontrou Lídia, de Tiatira,
uma comerciante que negociava púrpura (At 16.14). Ela se converteu a Cristo e
levou o primeiro grupo de cristãos de Filipos a congregar-se em sua casa. No
lar da irmã Lídia, a igreja começou a florescer (At 16.15-40).
3. Data e local da autoria.
Apesar das dificuldades para se referendar a
data e o local da Epístola aos Filipenses, os especialistas em Novo Testamento
dizem que a carta foi redigida entre os anos 60 e 63 d.C, provavelmente em
Roma. Na ocasião, o apóstolo Paulo estava encarcerado numa prisão, e recebeu a
visita de um membro da igreja em Filipos, chamado Epafrodito. Este chegara a
ficar gravemente adoentado, “mas Deus se apiedou dele” que, agora recuperado,
acabou por levar a mensagem do apóstolo aos filipenses.
II. AUTORIA E DESTINATÁRIOS
1. Paulo e Timóteo.
O nome de Timóteo aparece juntamente com o de
Paulo na introdução da epístola filipense (v.1). Apesar de Timóteo ser
apresentado como coautor da carta, a autoria principal pertence ao apóstolo
Paulo. Este certamente tratou com Timóteo, seu discípulo, os assuntos expostos
na carta. O apóstolo Paulo também não desfrutava de boa saúde, e este fato
fazia com que dependesse constantemente da ajuda de um auxiliar na composição
de seus escritos (Rm 16.22; 1Co 1.1; Cl 1.1).
2. Os destinatários da carta: “todos os santos”.
Paulo chama os cristãos de Filipos de
“santos” (v.1). Isto é, aqueles que foram salvos e separados, por Deus, para
viver uma nova vida em Cristo. Este era o tratamento comum dado por Paulo às
igrejas (Rm 1.7; 1Co 1.2). Quando o apóstolo dos gentios usa a expressão “em
Cristo Jesus”, ele quer ilustrar a relação íntima dos crentes com o Cristo de
Deus — semelhante ao recurso usado por Jesus quando da ilustração da “videira e
os ramos” (cf. Jo 15.1-7).
3. Alguns destinatários distintos: “bispos e diáconos”.
A distinção entre “bispos e diáconos”
expressa à preocupação paulina quanto à liderança espiritual da igreja (v.1). O
modelo de liderança adotado pelas igrejas do primeiro século funcionava assim:
os “bispos” eram responsáveis pelas necessidades espirituais da igreja local e
os “diáconos” pelo serviço à igreja sob a supervisão dos bispos.
III. AÇÃO DE GRAÇAS E PETIÇÃO PELA IGREJA DE FILIPOS (1.3-11)
1. As razões pela ação de graças.
“Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me
lembro de vós” (v.3). A razão de o apóstolo Paulo lembrar-se dos filipenses nas
suas orações, e alegrar-se por isto, foi à compaixão deles para com o apóstolo
quando da sua prisão, defesa e confirmação do Evangelho (v.7). Esta lembrança
fortalecia Paulo na sua solidão, pois, apesar de estar longe fisicamente dos
filipenses, aproximava-se deles pela oração, onde não há fronteiras.
2. Uma oração de gratidão (vv.3-8).
Paulo lembra a experiência amarga sofrida
juntamente com Silas em Filipos (v.7). Eles foram arrastados à presença das
autoridades, açoitados em público, condenados sumariamente e jogados no
cárcere, tendo os pés atados ao tronco (At 16.19,23, 24). Essa dura experiência
fez o apóstolo recordar o grande livramento de Deus concedido a ele, a Silas e
ao carcereiro (At 16.27-33).
Os filipenses participaram das aflições do
apóstolo e proveram-no, inclusive, de recursos financeiros (4.15-18), ao passo
que os coríntios fecharam-lhe as mãos (1Co 9.8-12). Por isso, quando lemos a
Epístola aos Filipenses percebemos o amor, a amizade e a grande estima que
Paulo nutria para com aquela igreja (v.8).
3. Uma oração de petição (vv.9-11).
Após agradecer a Deus pelos filipenses, o
apóstolo passa a rogar a Deus por eles:
a) Que o vosso amor aumente mais e mais em ciência e em todo o
conhecimento (v.9). O desejo do
apóstolo é que o amor cresça e se desenvolva de modo mais profundo, levando
cada crente em Filipos a ter um maior conhecimento de Cristo.
b) Para que aproveis as coisas excelentes para que sejais sinceros e sem
escândalo algum até ao Dia de Cristo (v.10). Paulo intercedia pelos filipenses, pedindo ao
Senhor que lhes concedesse a capacidade de discernir entre o certo e o errado.
Esta capacidade fará do crente uma pessoa sincera e sem escândalo até a volta
do Senhor.
c) Cheios de frutos de justiça (v.11). O apóstolo desejava que os crentes filipenses não
fossem estéreis, mas cheios do fruto da justiça para a glória de Deus. A
justiça que vem de Deus manifesta-se com perfeição no caráter e nas obras do
crente.
CONCLUSÃO
As adversidades ministeriais na vida do
apóstolo Paulo eram amenizadas na demonstração de amor das igrejas plantadas
por ele. Ao longo deste trimestre, veremos o quanto à igreja de Filipos foi
pastoreada por aquele que não media esforços nem limites para proclamar o
Evangelho: o apóstolo Paulo.
VOCABULÁRIO: Colônia: Grupo de migrantes
que se estabelecem em terra estranha. Ou lugar onde se estabelece quaisquer
migrantes.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., Vol. 2, RJ: CPAD,
2009.
STAMPS, D. C. (Ed.) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, 1995.
STAMPS, D. C. (Ed.) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, 1995.
EXERCÍCIOS
1. Faça um resumo a respeito da cidade de Filipos.
R. A cidade de
Filipos foi fundada por Felipe II, localizada no Norte da Grécia. Além de ser
uma importante colônia romana (At 16.12), era um importante centro mercantil
entre a Europa e a Ásia.
2. Qual a data mais provável em que foi escrita a Epístola aos Filipenses?
R. De acordo com os
especialistas do Novo Testamento, a carta foi redigida entre os anos 60 e 63
d.C.
3. Quem é o coautor e autor da carta aos filipenses?
R. Timóteo e
Paulo.
4. Quem são os destinatários da carta aos filipenses?
R. Aos crentes de
Filipos, chamados santos, e “bispos e diáconos” da Igreja.
5. Quais são as três petições de Paulo apresentadas na lição em favor dos
filipenses?
R. Que os filipenses
crescessem em amor e ciência tivessem sinceridade e que dessem frutos de
justiça.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Bibliográfico
[Filipos]
A cidade de Filipos foi fundada em 360 a.C.
por Filipe da Macedônia. Foi construída na aldeia de Krenides em Trácia e
serviu como um centro militar significativo. Quando Roma conquistou a área
duzentos anos mais tarde, Filipos se tornou a principal cidade na Macedônia, um
dos quatro distritos romanos do que é hoje conhecido como a Grécia. Lá,
aconteceu a famosa batalha entre os exércitos de Brutus e Cassius e aqueles de
Otávio e Marco Antônio (42 a.C.). A vitória de Otávio levou ao estabelecimento
do Império Romano, e ele é lembrado pelo nome sob o qual governou aquele
império — Augustus. Filipos floresceu como uma cidade colonial no Império Romano;
é a única cidade romana chamada de ‘colônia’ no Novo Testamento (At 16.12).
Muitos veteranos de guerras romanas, particularmente do conflito mais antigo
entre Antônio e Otávio, povoaram este lugar, tendo recebido porções de terras
por seu serviço a Roma. A cidade teve orgulho deste estado como uma colônia
romana, desfrutando dos privilégios de isenção de impostos. Promoveu o latim
como sua língua oficial e modelou muitas de suas instituições segundo as de
Roma (por exemplo, o governo cívico). Os magistrados que Paulo e seus
companheiros encontraram primeiro em Atos 16 trouxeram o título honorário de
‘pretores’. “O sentimento de orgulho dos filipenses é evidente em Atos 16.21,
onde vários cidadãos se referem a si mesmos como ‘Romanos’” (ARRINGTON, F. L.;
STRONSTAD, R. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., Vol. 2, RJ: CPAD, 2009, p.470).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Paulo e a Igreja de Filipos
A Carta do Apóstolo Paulo aos Filipenses é o
assunto deste trimestre. Para planejarmos com eficiência a aula de cada lição,
precisamos considerar o contexto histórico da Epístola. Mas, antes, é de bom
alvitre ler toda a Carta. Assim, o professor se apropriará do panorama geral da
Epístola. Em seguida, sua atenção deve se voltar para as seguintes questões: a
cidade de Filipos, as circunstâncias sociais da redação da Epístola e o seu
propósito.
Filipos foi à primeira cidade europeia a
receber o Evangelho (At 16.6-40). Foi na casa de uma negociante de púrpura,
Lídia, que se estabeleceu o primeiro núcleo da comunidade cristã fundada por
Paulo em Filipos. O apóstolo visitou a cidade muitas vezes, quando das suas
viagens para a Macedônia.
Quando o apóstolo Paulo escreveu a Epístola
aos Filipenses, ele achava-se preso. Correntes, pés presos aos troncos, solidão
e longos períodos de prisão são umas das muitas consequências daquilo que
significava ser preso no Novo Testamento. O sofrimento na prisão é um tema muito
explorado pelo apóstolo nesta Epístola.
A Carta aos Filipenses retrata a assistência
oferecida pela igreja ao apóstolo. Aqui está todo o contexto que impulsiona
Paulo a redigir uma carta à comunidade que lhe assiste em tudo. A melhor
maneira que o apóstolo encontrou de agradecer aquela igreja foi escrevendo a
ela sobre o sentimento de gratidão que transbordara no seu coração pela
generosidade da igreja filipense. Além desse motivo, podemos encontrar outros
que constituem o propósito da Epístola:
(1) Agradecer a ajuda
enviada pela comunidade filipense (2.25);
(2) informar a visita
de Timóteo e explicar o motivo do retorno inesperado de Epafrodito (2.19-30);
(3) prevenir a
comunidade cristã do perigo de se cultivar o “espírito” de competição, egoísmo
e individualismo de alguns (2.1-4);
(4) alertar a
comunidade de Filipos acerca dos pregadores judaizantes que depositavam a
salvação nos costumes passageiros e na observação da Lei (3.2-11), como se
esses elementos tivessem algum valor espiritual para conter os impulsos da
carne (Cl 2.23).
Em sua Epístola aos Filipenses, o apóstolo
Paulo mostra com vigor que a salvação não depende de observar a lei judaica e
as suas tradições, mas apenas de Jesus Cristo, o Senhor Jesus é tanto o início
como o fim da Lei. Ele é a própria Lei: “Misericórdia quero e não sacrifício”
(Mateus 12.7).
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