Lições
Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Lição 4: JESUS, O MODELO IDEAL DE HUMILDADE
TEXTO ÁUREO: “De sorte que haja em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5).
VERDADE PRÁTICA: Jesus Cristo é o nosso modelo ideal de
submissão, humildade e serviço.
INTERAÇÃO
Você concorda que Jesus Cristo é a plena revelação
de Deus? Que em Jesus, o Altíssimo se fez Deus Conosco, o Emanuel? Que o
Nazareno é a encarnação suprema do Deus Pai? Mas por que o Altíssimo não
escolheu manifestar-se como um político poderoso judeu? Por que Ele não elegeu
um sacerdote da linhagem de Arão para salvar à humanidade? Por que o nosso Deus
escolheu alguém que não tinha onde “reclinar a cabeça”? Alguém que em seu
nascimento não tinha onde pousar com a sua mãe? A vida de Jesus de Nazaré
demonstra, ainda que soberano e glorioso, um Deus que não se revelou plenamente
a humanidade exalando opulência, mas simplicidade e ternura. O Pai se fez carne
e humilhou-se. Ele revelou-se para o mundo em humilhação. Isto lhe diz alguma
coisa?
OBJETIVOS:
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
- Conhecer o estado eterno da pré-encarnação de Cristo.
- Apreender o que a Bíblia ensina sobre o estado temporal de Cristo.
- Compreender a exaltação final de Cristo.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado
professor, a lição a ser estudada nesta semana é bem teológica. As Escrituras
apresentam uma doutrina robusta acerca da humanidade e divindade de Jesus
Cristo. A história da Igreja apresenta fundamentos sólidos à luz dos concílios
ecumênicos que, ao longo do tempo, deram conta da evolução de toda a teologia
cristã no Ocidente.
Para
introduzir o assunto, reproduza o esquema abaixo. Faça uma rápida exposição da
doutrina da união hipostática de Jesus. Para isso o prezado professor deverá
munir-se de uma boa Teologia Sistemática e Bíblica.
[Do
gr. hypostasis] Doutrina que,
exposta no Concílio de Calcedônia em 451, realça a perfeita e harmoniosa união
entre as naturezas humana e divina de Cristo. Acentua este ensinamento ser
Jesus, de fato, verdadeiro homem e verdadeiro Deus (Dicionário Teológico,
p.352, CPAD).
Natureza Humana
Embora
o título ‘Filho do Homem’ apresente
duas definições principais, são três as aplicações contextuais, no Novo
Testamento. A primeira é o Filho do Homem no seu ministério terrestre. A
segunda refere-se ao seu sofrimento futuro (como por Mc 13.24). Assim,
atribuiu-se novo significado a uma terminologia existente dentro do Judaísmo. A
terceira aplicação diz respeito ao Filho do Homem na sua glória futura (ver Mc
13.24, que aproveita diretamente toda a corrente profética que brotou do livro
de Daniel). [...] Logo, Jesus é o Filho do Homem — passado, presente e futuro.
[“...] O fato de o Filho do Homem ser um homem literal é incomparável” (Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, pp.312-13, CPAD).
Natureza Divina
Os
escritos joaninos dão bastante ênfase ao título ‘Filho de Deus’. João 20.31
afirma de forma explícita que o propósito do evangelho é ‘para que creiais que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu
nome’. Além do uso do próprio título, Jesus é chamado inúmeras vezes ‘o Filho’,
sem acréscimo de outras qualificações. Há também mais de cem circunstâncias em
que Jesus se dirige diretamente a Deus ou se refere a Ele como ‘Pai’ [...].
As
afirmações: ‘Eu sou’ são exclusivas do evangelho de João. Elas, como afirmações
de Jesus na primeira pessoa, formam uma parte relevante da auto revelação dEle
[‘Eu Sou’ é a declaração da auto revelação divina (cf. Êx 3.14)]” (Teologia do
Novo Testamento, pp.203,205, CPAD).
Palavra Chave: Humildade: Virtude
que nos dá o sentimento da nossa fraqueza. Modéstia, pobreza.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, enfocaremos as atitudes de Cristo que
revelam a sua natureza humana, obediência e humilhação, bem como a sua
divindade. Humanidade e divindade, aliás, são as duas naturezas inseparáveis de
Jesus. Esta doutrina é apresentada por Paulo no segundo capítulo da Epístola
aos Filipenses.
Veremos ainda que Jesus nunca deixou de ser Deus, e
que se encarnando, salvou-nos de nossos pecados. A presente lição revela também
a sua exaltação.
I.
O FILHO DIVINO: O ESTADO ETERNO DA PRÉ-ENCARNAÇÃO (2.5,6)
1. Ele deu o maior exemplo de
humildade.
Na Epístola aos Filipenses, lemos:
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”
(v.5). Este texto reflete a humildade de Cristo revelada antes da sua
encarnação. Certa feita, quando ensinava aos seus discípulos, o Mestre disse:
“Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29).
Jesus Cristo é o modelo perfeito de
humildade. O apóstolo Paulo insta a que os filipenses tenham a mesma disposição
demonstrada por Jesus.
2. Ele era igual a Deus.
“Que, sendo em forma de Deus” (v.6).
A palavra forma sugere o objeto de uma configuração, uma semelhança. Em
relação a Deus, o termo refere-se à forma essencial da divindade. Cristo é
Deus, igual com o Pai, pois ambos têm a mesma natureza, glória e essência (Jo
17.5). A forma verbal da palavra sendo aparece em outras versões
bíblicas como subsistindo ou existindo.
Cristo é, por natureza, Deus, pois
antes de fazer-se humano “subsistia em forma de Deus”. Os líderes de Jerusalém
procuravam matar Jesus porque Ele dizia ser “igual a Deus”. A Filipe, o Senhor
afirmou ser igual ao Pai (Jo 14.9-11). A divindade de Cristo é fartamente
corroborada ao longo da Bíblia (Jo 1.1; 20.28; Tt 2.13; Hb 1.8; Ap 21.7).
Portanto, Cristo, ao fazer-se homem, esvaziou-se não de sua divindade, mas de sua
glória.
3. Mas “não teve por usurpação
ser igual a Deus” (v.6).
Isto significa que o Senhor não se
apegou aos seus “direitos divinos”. Ele não agiu egoisticamente, mas esvaziou-
se da sua glória, para assumir a natureza humana e entregar-se em expiação por
toda humanidade. O que podemos destacar nesta atitude de Jesus é o seu amor
pelo mundo. Por amor a nós, Cristo ocultou a sua glória sob a natureza terrena.
Voluntariamente, humilhou-se e assumiu a nossa fragilidade, com exceção do
pecado.
II. O FILHO DO HOMEM: O ESTADO TEMPORAL DE CRISTO (2.7,8)
1. “Aniquilou-se a si mesmo” (2.7).
Foi na sua encarnação que o Senhor Jesus deu a
maior prova da sua humildade: Ele “aniquilou-se a si mesmo”. O termo grego
usado pelo apóstolo é o verbo kenoô, que
significa também esvaziar, ficar vazio. Portanto, o verbo esvaziar
comunica melhor do que aniquilar a ideia da encarnação de Jesus; destaca
que Ele esvaziou-se a si mesmo, privou-se de sua glória e tomou a natureza
humana. Todavia, em momento algum veio a despojar-se da sua divindade.
Jesus não trocou a natureza divina pela humana.
Antes, Voluntariamente, renunciou em parte às prerrogativas inerentes à
divindade, para assumir a nossa humanidade. Tornando-se verdadeiro homem,
fez-se maldição por nós (Gl 3.13). E levou sobre o seu corpo todos os nossos
pecados (1Pe 2.24). Em Gálatas 4.4, Paulo escreveu que, na plenitude dos
tempos, “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher”. Isto indica que Jesus é
consubstancial com toda a humanidade nascida em Adão. A diferença entre Jesus e
os demais seres humanos está no fato de Ele ter sido gerado virginalmente pelo
Espírito Santo e nunca ter cometido qualquer pecado ou iniquidade (Lc 1.35).
Por isso, o amado Mestre é “verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus”.
2. Ele “humilhou-se a si mesmo” (2.8).
Jesus encarnado rebaixou-se mais ainda ao permitir
ser escarnecido e maltratado pelos incrédulos (Is 53.7; Mt 26.62-64; Mc
14.60,61). A auto humilhação do Mestre foi espontânea. Ele submeteu-se às
maiores afrontas, porém jamais perdeu o foco da sua missão: cumprir toda a
justiça de Deus para salvar a humanidade.
3. Ele foi “obediente até a morte e
morte de cruz” (2.8).
O Mestre amado foi obediente à vontade do Pai até
mesmo em sua agonia: “Não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). No
Getsêmani, antes de encarar o Calvário, Jesus enfrentou profunda angústia e
submeteu-se totalmente a Deus, atacando-lhe a vontade soberana. Quando
enfrentou o Calvário, o Mestre desceu ao ponto mais baixo da sua humilhação.
Ele se fez maldição por nós (Dt 21.22,23; cf. Gl 3.13), passando pela morte e
morte de cruz.
III.
A EXALTAÇAO DE CRISTO (2.9-11)
1. “Deus o exaltou
soberanamente” (2.9).
Após a sua vitória final sobre o
pecado e a morte, Jesus é finalmente exaltado pelo Pai. O caminho da exaltação
passou pela humilhação, mas Ele foi coroado de glória, tornando-se herdeiro de
todas as coisas (Hb 1.3; 2.9; 12.2).
Usado pelo autor sagrado para
designar especialmente Jesus, o termo grego Kyrios revela a glorificação de
Cristo. O nome “Jesus” é equivalente a “Senhor”, e, por decreto divino, Ele foi
elevado acima de todo nome. As Escrituras atestam que ante o seu nome “se dobre
todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda
língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor [o Kyrios]”
(v.10).
2. Dobre-se todo joelho. Diante de Jesus, todo joelho
se dobrará (v.10).
Ajoelhar-se implica reconhecer a
autoridade de alguém. Logo, quando nos ajoelhamos diante de Jesus, deixamos bem
claro que Ele é a autoridade suprema não só da Igreja, mas de todo o Universo.
Quando oramos em seu nome e cantamos-lhe louvores, reconhecemos-lhe a
soberania. Pois todas as coisas, animadas e inanimadas, estão sob a sua
autoridade e não podem esquivar-se do seu senhorio.
3. “Toda língua confesse”
(v.11).
Além de ressaltar o reconhecimento do
senhorio de Jesus, a expressão implica também a pregação do Evangelho em todo o
mundo. Cada crente deve proclamar o nome de Jesus. O valor do Cristianismo está
naquilo que se crê. A confissão de que Jesus Cristo é o Senhor é o ponto de
convergência de toda a Igreja (Rm 10.9; At 10.36; 1Co 8.6). Nosso credo implica
o reconhecimento público de Jesus Cristo como o Senhor da Igreja. A exaltação
de Cristo deve ser proclamada universalmente.
IV.
CONCLUSÃO
O tema estudado hoje é altamente
teológico. Vimos à humilhação e a encarnação de Jesus. Estudamos a dinâmica da
sua humanização e a sua consequente exaltação. Aprendemos também que o Senhor
Jesus é o Deus forte encarnado — verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus.
E que Ele recebeu do Pai toda a autoridade nos céus e na terra. Ele é o Kyrios, o
Senhor Todo-Poderoso. O nome sob o qual, um dia, todo joelho se dobrará e toda
língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor. Proclamemos essa verdade
universalmente.
V. BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Novo
Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008.
HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10 ed., RJ: CPAD, 2007.
BLOMBERG, C. L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10 ed., RJ: CPAD, 2007.
BLOMBERG, C. L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
VI. EXERCÍCIOS
1. Quem é o nosso modelo perfeito de humildade?
R. Jesus Cristo.
2. Segundo a lição, o que sugere a palavra forma?
R. O objeto de uma configuração, uma semelhança. Em relação a Deus, o termo
refere-se à forma essencial da divindade.
3. Qual o significado do verbo
grego kenoô?
R. Esvaziar, ficar vazio.
4. Qual o termo importante que
aparece como designação principal do autor sagrado para descrever a
glorificação do Filho pelo Pai em o Novo Testamento?
R. Kyrios, Senhor.
5. O que você tem feito para
proclamar e exaltar o nome de Jesus em sua igreja e fora dela?
R. Resposta pessoal.
VII. AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“KENOSIS”
[Do gr. kenós,
vazio, oco, sem coisa alguma] Termo usado para explicar o esvaziamento da
glória de Cristo quando da sua encarnação. Ao fazer-se homem, renunciou Ele
temporariamente à glória da divindade (Fp 2.1-6). O capítulo 53 de Isaías é a
passagem que melhor retrata a kenósis de Cristo. Segundo vaticina o profeta, em Jesus
não havia beleza nem formosura. Nesta humilhação, porém, Deus exaltou o homem
às regiões celestes.
Quando se trata de Kenósis de
Cristo, há que se tomar muito cuidado. É contra o espírito do Novo Testamento,
afirmar que o Senhor Jesus esvaziou-se de sua divindade. Ao encarnar-se,
esvaziou-se Ele apenas da sua glória. Em todo o seu ministério terreno, agiu
como verdadeiro homem e verdadeiro Deus.
VIII.
KENÓTICA, TEOLOGIA DA
Movimento surgido na Inglaterra no
século 19, cujo objetivo era enfatizar a kenósis de Cristo. Em torno do tema, muitas questões foram
suscitadas: Cristo, afinal, esvaziou-se de sua glória ou de sua divindade? Caso
haja se esvaziado de sua divindade, sua morte teve alguma eficácia redentora?
Ora, como já dissemos no verbete
anterior, a kenósis de Cristo não implicou no esvaziamento de sua
divindade, mas apenas no auto esvaziamento de sua glória. “Em todo o seu
ministério, agiu Ele como verdadeiro homem e verdadeiro Deus” (ANDRADE, C. Dicionário
Teológico. 13 ed., RJ: CPAD, 2004, p.246).
IX. AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“O termo ‘Senhor’ representa o vocábulo grego kurios, bem como os vocábulos hebraicos Adonai
(que significa ‘meu Senhor, meu Mestre, aquEle a quem pertenço’) e Yahweh (o
nome pessoal de Deus). Para as culturas do Oriente Próximo e do Oriente Médio
antigos, ‘Senhor’ atribuía grande reverência quando aplicado aos governantes.
As nações ao redor de Israel usavam o termo para indicar seus reis e deuses,
pois a maioria dos reis pagãos afirmavam-se deuses. Esse termo, pois,
representava adoração e obediência. Kurios podia ser usado no trato com pessoas comuns, como
uma forma polida de tratamento. Entretanto, a Bíblia declara que o nome
‘Senhor’ foi dado a Jesus pelo Pai, identificando-o, assim, como divino Senhor
(Fp 2.9-11). Os crentes adotaram facilmente esse termo, reconhecendo em Jesus o
Senhor divino. Por meio de seu uso, indicavam completa submissão ao Ser
Supremo. O título que Paulo preferia usar para referir-se a si mesmo era
‘servo’ (no grego, doulos, ‘escravo’, ou seja, um escravo por amor) de
Cristo Jesus (Rm 1.1; Fp 1.1). A rendição absoluta é apropriada a um Mestre
absoluto. A significação prática desse termo é espantosa quanto às suas
implicações na vida diária. A vida inteira deve estar sob a liderança de
Cristo. Ele deve ser o Mestre de cada momento da vida de todos quantos nasceram
na família de Deus.
Isso, contudo, não significa que
Cristo seja um tirano, pois Ele mesmo declarou: ‘Os reis dos gentios dominam
sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas
não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa
com quem serve. Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura,
não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve’ (Lc
22.25-27; ver também Mt 20.25-28). “Jesus viveu e ensinou a liderança de
servos” (MENZIES, W. W; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da
Nossa Fé. 5 ed., RJ: CPAD, 2005, pp.51-52).
X. SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Jesus, o modelo ideal de humildade
Caro professor, um termo grego muito
importante no capítulo 2 de Filipenses é κενωσις (kenosis). Este é um conceito que ganhou força na Teologia
Cristã através dos séculos, pois, em Cristologia, ele trata do esvaziamento da
glória divina de Jesus para tornar-se em “forma de servo, fazendo-se semelhante
aos homens”. E a iniciativa de Jesus em aniquilar a própria vontade para fazer
a do Pai.
Quando estudamos Cristologia e
deparamo-nos com o milagre da encarnação de Deus em Jesus Cristo, uma pergunta
é inevitável: “Como o Deus todo-poderoso, soberano e criador de todas as
coisas, revelou-se plenamente a humanidade de forma tão frágil (criança) e
humana (Jesus de Nazaré)?”. Os palácios não foram a Sua casa, muito menos o
quarto nababesco de um grande hotel. O lugar que acomodou o nosso Senhor foi
uma estrebaria, onde se abrigava diversos animais. O símbolo da estrebaria
remonta o significado do que o apóstolo Paulo quer dizer com esvaziamento de
Cristo.
Deus estava em Jesus revelando-se à
humanidade como nunca se revelara antes: humilde, humano, servo, lavador de
pés. Esta foi à causa dos judeus não reconhecê-lo como Messias, pois ele era o
oposto daquilo que os judeus esperavam. Deus jamais se revelara assim tão
humilde como se revelou em Jesus. Jesus, o Cristo, uma loucura para gentios e
judeus.
Usando a kenosis de Deus é que
o apóstolo Paulo conclama os filipenses para terem o mesmo sentimento que
predominava em Cristo Jesus. Logo, segundo a expressão do teólogo Reinold
Blank, “a kenosis de Deus implica na kenosis do homem”. O mesmo sentimento que
estava em Jesus deve estar no homem. Aqui, a humildade de Jesus nos constrange
e modela.
Uma verdade que precisa ser destacada
é a de que em Jesus o homem é capaz de abdicar-se de todo sentimento de poder,
egoísmo e opressão. Livrar-se de todos os atributos que descrevam um caráter
soberbo, individualista, desejoso de fazer o mal. Outra verdade que deve ser
ressaltada na classe é que em Jesus o ser humano é convidado a realizar a obra
kenótica de si mesmo. Foi assim que Deus Pai se revelou nEle. Humilde e inimigo
de qualquer artifício para fazer o mal. Conclame sua classe a ter a mesma
postura de Jesus. Mostre aos alunos que o Evangelho quando encarna no discípulo
de Cristo o impulsiona a fazer o bem, renunciar os próprios interesses e até
mesmo amar os seus supostos inimigos.
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