Não são poucas as pessoas que tem o mau costume de tentar aplicar uma ideia sua, uma vontade, a uma situação bíblica, para justificar seus atos errados como sendo uma conduta 'permitida' por Deus. Em tempos onde às práticas sexuais ilícitas tentam tomar espaço muitos são aqueles que se levantam para de, alguma forma, tentar justificar aquilo que fazem por aí em suas vidas. Um caso bíblico, que para muitos é uma evidência irrefutável da homossexualidade de Davi, é o relato de sua amizade com o filho de Saul, Jônatas.
Veremos essa questão em dois pontos básicos do
texto:
"1 Ora, acabando Davi de falar
com Saul, a alma de Jônatas ligou-se com a alma de Davi; e Jônatas o amou como
à sua própria alma." - (I Samuel 18).
O texto acima é um dos relatos que muitos
homossexuais utilizam para dizer que suas relações não são antibíblicas,
afirmando o que é descrito acima se trata de uma relação homossexual de Davi
com Jônatas. Será?
Bem, já sabemos que a prática homossexual é uma conduta que não é
aprovada pelas Escrituras Sagradas, veja:
"Não
te deitarás com varão, como se fosse mulher; é abominação." - Lv. 18.22
"Pelo que Deus os entregou a
paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é
contrário à natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural
da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com
varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do
seu erro. E assim como eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus, por sua
vez, os entregou a um sentimento depravado, para fazerem coisas que
não convêm" - Rm. 1.26-28
Muitos são os textos que asseguram a reprovação
divina a práticas homossexuais, por se tratar de algo antinatural, oposta aos valores
e princípios estabelecidos pelo Senhor na Criação.
A Lei, então, deixa clara a reprovação destas
práticas como vimos, no entanto, no caso de Davi e Jônatas, como deve ser
entendido o texto que relata sua profunda amizade?
Citamos anteriormente um texto, de I Samuel 18,
que deixa muito clara a relação entre os dois. É interessante notar, prezado
leitor, que cada parte dos textos que relatam a profunda amizade de Davi e
Jônatas, tem uma correspondência com aquilo que Jesus falou e, ainda, obviamente,
com a Lei de Moisés. Veja:
[1] "...a alma de Jônatas ligou-se com a alma de Davi." (I Sm.
18.1a)
" Jônatas, filho de Saul, começou a sentir uma profunda amizade por
Davi."
(I Sm. 18.1a - NTLH)
"...surgiu tão grande amizade entre Jônatas e Davi ."(1 Samuel
18:1 - NVI)
Em [1] observamos o mesmo relato de I Samuel 18,
vers.1, por três traduções diferentes, contendo o mesmo sentido, mas é bom
observar que todo este sentimento que surgiu, por parte de Jônatas, se deu após
o episódio de Davi e Golias. Jônatas, vendo a coragem de Davi, em não temer o
gigante e, ao mesmo tempo, manter sua confiança no Deus de Abraão, como sendo
aquele que lhe daria vitória, fez com que Jônatas o admirasse e o liga-se, de
alguma forma, a si. O filho de Saul, então, não o via mais como um simples
pastor de ovelhas, mas, agora, o enxergava como uma importante figura dentro de
Israel, alguém digno de ser seguido, admirado, seguido. Como dissemos toda esta
parte que trata desta amizade de Davi e Jônatas, tem uma correspondência neotestamentário
e, neste caso, encaixa-se perfeitamente com o que está escrito em Filipenses
2.1-2, que diz: "Se por estarmos em Cristo, nós temos alguma motivação,
alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição
e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo
amor, um só espírito e uma só atitude." - NVI. Ou seja, se
estamos em Cristo (Deus), inevitavelmente, teremos sentimentos de amor profundo
e intenso, não devendo ser confundido como algo corrupto, sexual nem nada deste
tipo, antes, um sentimento gerado espiritualmente pelo Senhor Deus.
Foi o que foi gerado naquele momento em Davi e
Jônatas?
[2] "Jônatas o amou como à sua própria alma." (I Sm. 18.1b)
"... e veio a amá-lo como a si mesmo." (I Sm. 18.1b - NTLH)
"Jônatas tornou-se o seu melhor amigo"(1 Sm. 18.1b - NVI)
Na segunda parte da nossa análise [2], temos o
relato do sentimento que Jônatas sentia em Davi. Se em [1], o texto mostra como
este sentimento surgiu, sendo um resultado das ações divinas pelas mãos de
Davi, que causou admiração por parte de Jônatas, agora, em [2], a questão é a
natureza deste sentimento, o que realmente Jônatas sentia por Davi, se era um
amor carnal e com conotações sexuais ou se era outra coisa.
Fica claro que nada tinha a ver com algo sexual
ou um desejo proibido que o filho de Saul possuísse pelo nobre pastor de
ovelhas, mas, um amor traduzido com uma forte e inegável correspondência com o
grande mandamento de Jesus Cristo. Note que Jônatas amou a Davi como a si
mesmo, ou seja, a aliança davídica revelou muito mais que uma intimidade e uma
capacidade de quebrantamento sobrenatural de Davi, mas, apontava, a cada
momento, para revelações daquilo, que em Cristo, seria plenamente revelado.
Como está escrito: “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo
como a ti mesmo." (Mt. 22.39 cf. Mc.1 2.31; Lc. 10.27). O segundo
maior mandamento é relatado pelos três evangelistas, e retomado na narrativa
paulina, afirmando que os piores crimes e delitos contra os homens seriam
aniquilados se a humanidade se baseasse unicamente neste mandamento, dada a
importância e poder destas palavras (Rm. 13.9). Percebeu amado leitor? Como disse
a aliança davídica, assim como as outras realizadas por Deus revelam parâmetros
de atuação divinas diante de ações nossas. Neste caso específico, o sentimento
gerado em Davi e Jônatas causaria grande impacto no cumprimento da vontade
divina em Israel.
Então, amado leitor, fica claro, que a relação
entre Davi e Jônatas era, sim, de amor, no entanto, nunca confunda isto como
sendo algo envolvendo sexo ou uma relação homossexual, antes, tratava-se de uma
relação pautada no fundamento de Cristo, apresentado, principalmente, em Mateus
22.39.
Notas:
NTLH - Bíblia
Nova Tradução na Linguagem de Hoje
NVI - Nova
Versão Internacional
*A bíblia utilizada é a versão Almeida Revista e Corrigida, salvo
indicação.
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