Lições
Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Lição 3: O
Comportamento dos Salvos em Cristo
TEXTO
ÁUREO: "Somente deveis portar-vos dignamente conforme
o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça
acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo
ânimo pela fé do evangelho" (Fp 1.27).
VERDADE PRÁTICA:O Evangelho de Cristo produz em cada crente um comportamento digno e
santo diante de Deus e do mundo.
INTERAÇÃO
O crente é salvo pela graça, mediante a fé em Jesus. Este dom veio de
Deus e não do próprio crente (Ef 2.8).
O apóstolo Paulo faz questão de lembrar essa verdade eterna aos efésios para
que eles não caíssem na sandice de gloriarem-se nas próprias obras. As obras
são o resultado da salvação e não a causa dela. As Escrituras ensinam que é
inimaginável um salvo em Cristo não manifestar obras de arrependimento e amor
ao próximo (Jo 15), pois do
contrário, ele não seria discípulo de Jesus. Por isso, estude a lição desta
semana com o viés do Evangelho que diz respeito a nossa conduta para com a
sociedade, levando em conta que não nos comportaremos dignamente perante aos
homens para sermos salvos, mas porque o somos pela graça de Deus, o nosso
Senhor.
OBJETIVOS:
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Compreender as características comportamentais de um cidadão do céu.
- Contextualizar o comportamento digno do crente ante uma posição oposta.
- Promover a unidade da igreja.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado
professor, as palavras por si mesmas falam muito. Talvez haja pessoas em sua
classe que não estejam familiarizadas com os termos "consolação de amor",
"entranháveis afetos e compaixões", "mesmo amor",
"foco no outro como em si mesmo". Note a força semântica apresentada
pelo apóstolo Paulo no uso dessas expressões! A nossa sugestão é que você,
munido de bons comentários bíblicos, enfatize o uso das expressões acima no
tópico III da lição. Explique que a melhor maneira de conduzirmo-nos dignamente
perante a sociedade é amando, pois "quem ama aos outros cumpriu a
lei" (Rm 13.8).
Palavra Chave: Comportamento: Conjunto
de atitudes e reações do indivíduo em face do meio social.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, aprenderemos que muitas são as
circunstâncias adversas que tentam enfraquecer o compromisso do crente com o
Evangelho de Cristo. Veremos que o testemunho do cristão é testado tanto pelos
de fora (sociedade) quanto pelos de dentro (igreja). Todavia, a Palavra do
Senhor nos conclama a nos portarmos dignamente diante de Deus e dos homens.
I. O COMPORTAMENTO DOS
CIDADÃOS DO CÉU (1.27)
1. O crente
deve "portar-se dignamente".
"Somente
deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo" (v.27). A palavra-chave desta porção bíblica é
dignamente. Este termo sugere a figura de uma balança com dois pratos, onde o
fiel da pesagem determina a medida exata daquilo que está sendo avaliado. Em
síntese, precisamos de firmeza e equilíbrio em nossa vida cotidiana, pois esta
deve harmonizar-se à conduta do verdadeiro cidadão dos céus.
2. Para que os
outros vejam.
O apóstolo
Paulo deseja estar seguro de que os filipenses estão preparados para enfrentar
os falsos obreiros que, sagazmente, intentam desviá-los de Cristo. Por isso
fala do fato de estando ou não entre os filipenses, quer ouvir destes que estão
num "mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do
evangelho" (v.27).
3. A autonomia
da vida espiritual.
Os filipenses
teriam de desenvolver uma vida espiritual autônoma em Jesus, pois o apóstolo
nem sempre estaria com eles. Diante da sociedade que os cercava, Paulo esperava
dos filipenses uma postura firme, mas equilibrada. Naquele momento a sociedade
caracterizava-se por uma filosofia mundana e idólatra, na qual o imperador era
o centro de sua adoração. Quantas vezes somos desafiados diante das vãs
filosofias e modismos produzidos em nosso meio? O Senhor nos chama a ser firmes
e equilibrados, testemunhando aos outros como verdadeiros cidadãos do céu.
II. O COMPORTAMENTO ANTE A OPOSIÇÃO (1.28-30)
1. O ataque
dos falsos obreiros.
A resistência
ao Evangelho vinha através de pregadores que negavam a divindade de Cristo e os
valores ensinados pelos apóstolos. Paulo, porém, exorta os crentes de Filipos
quanto à postura que deveriam adotar em relação a tais falsos obreiros (v.28).
2. O objetivo
dos falsos obreiros.
Os falsos
obreiros queriam intimidar os cristãos sinceros. Eles aproveitavam a ausência
de Paulo e de seus auxiliares para influenciar o pensamento dos filipenses e,
assim, afastá-los da santíssima fé. Por isso, o apóstolo adverte para que os
filipenses não se espantassem. De igual modo, não devemos temer os que torcem a
sã doutrina. Guardemos a fé e falemos com verdade e mansidão aos que resistem a
Palavra de Deus (1 Pe 3.15).
3. Padecendo
por Cristo.
A Teologia da
Prosperidade rejeita por completo a ideia do sofrimento. No entanto, a Palavra
de Deus não apenas contradiz essa heresia, mas desafia o crente a sofrer por
Cristo. É um privilégio para o cristão padecer por Jesus (v.29). Paulo compreendia muito bem esse
assunto, pois as palavras de Cristo através de Ananias cumpriram-se
literalmente em sua vida (At 9.16).
Por isso, os crentes filipenses aprenderam com o apóstolo que o sofrimento, por
Cristo, deve ser enfrentado com coragem, perseverança e alegria no Espírito.
Aprendamos, pois, com os irmãos filipenses.
1. O desejo de
Paulo pela unidade.
Depois de
encorajar a igreja em Filipos a perseverar no Evangelho, o apóstolo começa a
tratar da unidade dos crentes. Como a Igreja manterá a unidade se os seus
membros forem egoístas e contenciosos? Este era o desafio do apóstolo em
relação aos filipenses. Para iniciar o argumento em favor da unidade cristã, o
apóstolo utiliza vocábulos carregados de sentimentos afetuosos nos dois
primeiros versículos (2.1,2). Tais
palavras opõem-se radicalmente ao espírito sectário e soberbo que predominava
em alguns grupos da congregação de Filipos:
a) Consolação
de amor, comunhão no Espírito e entranháveis afetos e compaixões. Cristo é o assunto fundamental dos
filipenses. Por isso, a sua experiência deveria consistir na consolação mútua
no amor de Deus e na comunhão do Espírito Santo, refletindo a ternura e a
compaixão dos crentes entre si (cf. At 2.42ss.).
b) Mesmo amor,
mesmo ânimo e sentindo uma mesma coisa. Quando o afeto permeia a comunidade, temos
condições de viver a unidade do amor no Espírito Santo. O apóstolo Paulo
"estimula os filipenses a se amarem uns aos outros, porque todos têm
recebido este mesmo amor de Deus" (Comentário Bíblico Pentecostal,
p.1290). Consolidada a unidade, a comunhão cristã será refletida em todas as
coisas.
2. O foco no
outro como em si mesmo.
Vivemos numa
sociedade tão individualista que é comum ouvirmos jargões como este: "Cada
um por si e Deus por todos". Mas o ensinamento paulino desconstrói tal
ideia. O apóstolo convoca os crentes de Filipos a buscar um estilo de vida
oposto ao egoísmo e ao sectarismo dos inimigos da cruz de Cristo (2.3). No lugar da prepotência, deve haver
humildade; no lugar da autossuficiência, temos de considerar os outros
superiores a nós mesmos.
3. Não ao
individualismo.
Paulo ainda
adverte: "Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual
também para o que é dos outros" (v.4).
Esta atitude remonta a um dos ensinos mais basilares do Evangelho: "ama o
teu próximo como a ti mesmo" (Mc 12.31;
cf. At 2.42-47). Isto "rememora
o exemplo de Paulo, de colocar as necessidades dos filipenses em primeiro lugar
(escolhendo permanecer com eles, 1.25)
e de procurar seguir o exemplo de Cristo de não sentir que as prerrogativas da
divindade sejam 'algo que deva ser buscado' para os seus próprios
propósitos" (Comentário Bíblico Pentecostal, p.1291).
CONCLUSÃO
Com a ajuda do
Espírito Santo, podemos superar tudo aquilo que rouba a humildade e o
relacionamento sadio entre nós. O Espírito ajuda-nos a evitar o partidarismo, o
egoísmo e a vanglória (Gl 5.26). Ele
produz em nosso coração um sentimento de amor e respeito pelos irmãos da fé (Fp 2.4). A unidade cristã apenas será possível
quando tivermos o sentimento que produz harmonia, comunhão e companheirismo: o
amor mútuo. O nosso comportamento como cidadãos dos céus deve ser conhecido
pela identidade do amor (Jo 13.35).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
"O Comportamento à Luz da Experiência Cristã
[...] Paulo desafia seus ouvintes a tornarem a sua alegria completa. A
ideia que está por trás de fazer algo completo é trazer isto à sua realização
ou ao objetivo final. Em Filipenses, Paulo observa que experimentou a alegria
no sofrimento, a alegria de ser lembrado pelos filipenses por ocasião de sua
necessidade, e a alegria pelo evangelho ser pregado. Para ele, a alegria
completa é que a igreja, que é a comunidade redimida, viva a realidade do
evangelho.
Depois de rogar aos filipenses que compartilhassem a experiência da
salvação, Paulo desafia-os a refletir várias qualidades em suas vidas (vv. 2b-4), todas aquelas que dependam ou
aumentem a primeira: 'sentindo uma mesma coisa' (v.2b).
Esta expressão indica muito mais do que compartilhar pensamentos ou opiniões
comuns; denota o completo processo de pensamentos e emoções de uma pessoa,
que estão intimamente refletidos na maneira de viver, pois ambos estavam
ligados como se fossem uma única característica.
Uma característica de boa consciência é que os cristãos deveriam ter
'o mesmo amor' uns para com os outros. Paulo estimula os filipenses a
amarem-se uns aos outros, porque todos têm recebido este mesmo amor de Deus (2.1)" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD,
Roger (Eds). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento.
4.ed. Vol. 2 Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.486).
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AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Vida Cristã
"PONTO DE VISTA DE UMA BANHEIRA QUENTE
Antes, eu pensava em banheira quente como algo reservado a hedonitas
em Hollywood, e sibaritas em San Francisco; agora sei que, sob certas
circunstâncias, a banheira quente é o símbolo perfeito da rota moderna da
religião. A experiência da banheira quente é voluptuosa, relaxante, lânguida,
- não de um modo exigente, seja intelectualmente ou de outra forma, mas
muito, muito agradável, a ponto de ser excelente diversão. Muita gente hoje
quer que o cristianismo seja assim, trabalham para que o seja. O último
passo, claro, seria tirar os assentos da Igreja e, em seu lugar, instalar
banheiras quentes, então não mais haveria qualquer problema com a frequência.
Entrementes, muitas igrejas, evangelistas, e pregadores eletrônicos já estão
oferecendo ocasiões que, sentimos, são a coisa mais próxima da banheira
quente - a saber: reuniões alegres e livres de cuidados, momentos de real
diversão para todos. [...] Esta espécie de religião projeta a felicidade na forma
de um bem-vindo caloroso a todos quantos sintonizam ou vêm visitar; um coro
aquecido com uma música sentimental balançante; o uso de palavras ardentes e
massageadoras em orações e pregações; e um arrebol vespertino cálido e
animado (outro toque da banheira quente). À indagação, 'Onde está Deus', a
resposta que estas ocasiões geralmente projetam, não importa o que seja dito,
é: 'No bolso do pregador'. Calmamente, certamente, mas... isto é fé?
Adoração? Culto a Deus? É religiosidade o nome verdadeiro deste jogo? [...]
Os sintomas da religião banheira quente, hoje, incluem um índice
fragorosamente crescente de divórcio entre os cristãos; tolerância largamente
difundida das aberrações sexuais; um sobre naturalismo, que busca sinais,
maravilhas, visões, profecias e milagres; xaropes calmantes, de pregadores
eletrônicos e de púlpitos liberais; sentimentalismo anti-intelectual e
'picos' emocionais deliberadamente cultivados, o equivalente cristão da
maconha e da cocaína; e uma fácil e irrefletida aceitação da luxúria no viver
diário. Esta não é uma tendência saudável. Ela faz a Igreja parecer-se com o
mundo, levada pelo mesmo apetite desarrazoado pelo prazer temperado com
magia. Desta forma, eles minam a credibilidade do evangelho da nova vida. Se
esta tendência for revertida, uma nova organização de referência terá de ser
estabelecida. Para esta tarefa, portanto, movemo-nos agora para onde as
Escrituras nos guiam" (PACKER, J. I. O Plano de Deus Para Você.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.54,68,69).
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VOCABULÁRIO
Arrebol: Vermelhidão do pôr do sol.
Hedonitas: Pessoas que consideram o prazer individual
e imediato o único bem possível.
Sectarismo: Partidarismo; tendência a preferir, ou
formar, um grupo em detrimento do todo.
Sibaritas: Da antiga cidade grega de Síbaris (Itália).
Pessoas dadas a indolência ou à vida de prazeres, por alusão aos antigos
habitantes de Síbaris, famosos por suas riquezas e voluptuosidade.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HOLMES, Arthur
F. Ética: As decisões Morais a Luz da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2000.
PACKER, J. I. O
Plano de Deus Para Você. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
SAIBA MAIS
Revista
Ensinador Cristão
CPAD, nº 55,
p.37.
EXERCÍCIOS
1. De acordo
com a lição, o que sugere o termo dignamente?
R. Este termo sugere a figura de uma balança com dois pratos, onde o
fiel da pesagem determina a medida exata daquilo que está sendo avaliado.
2. Como a
Palavra de Deus contradiz a Teologia da Prosperidade em relação ao
sofrimento?
R. Desafiando o crente a sofrer por Cristo, pois de acordo com o
ensino de Paulo, é um privilégio o cristão padecer por Jesus (v.29).
3. O que Paulo
usa para argumentar a favor da unidade cristã?
R. O apóstolo utiliza vocábulos carregados de sentimentos
afetuosos nos dois primeiros versículos (2.1,2).
4. A atitude de
se preocupar com as necessidades do próximo remonta a qual ensino basilar do
Evangelho?
R."Ama o teu próximo como a ti mesmo" (Mc 12.31; cf. At
2.42-47).
5. O que você
pode fazer, ou já tem feito, para superar tudo aquilo que rouba a humildade e
o relacionamento sadio entre irmãos de sua igreja?
R. Resposta Pessoal
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