quarta-feira, 17 de julho de 2013

Lição 3 CPAD - 3° Trimestre 2013


Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Lição 3: O Comportamento dos Salvos em Cristo

 
 

TEXTO ÁUREO: "Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho" (Fp 1.27).


VERDADE PRÁTICA:O Evangelho de Cristo produz em cada crente um comportamento digno e santo diante de Deus e do mundo.


INTERAÇÃO

O crente é salvo pela graça, mediante a fé em Jesus. Este dom veio de Deus e não do próprio crente (Ef 2.8). O apóstolo Paulo faz questão de lembrar essa verdade eterna aos efésios para que eles não caíssem na sandice de gloriarem-se nas próprias obras. As obras são o resultado da salvação e não a causa dela. As Escrituras ensinam que é inimaginável um salvo em Cristo não manifestar obras de arrependimento e amor ao próximo (Jo 15), pois do contrário, ele não seria discípulo de Jesus. Por isso, estude a lição desta semana com o viés do Evangelho que diz respeito a nossa conduta para com a sociedade, levando em conta que não nos comportaremos dignamente perante aos homens para sermos salvos, mas porque o somos pela graça de Deus, o nosso Senhor.


OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Compreender as características comportamentais de um cidadão do céu.

- Contextualizar o comportamento digno do crente ante uma posição oposta.

- Promover a unidade da igreja.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado professor, as palavras por si mesmas falam muito. Talvez haja pessoas em sua classe que não estejam familiarizadas com os termos "consolação de amor", "entranháveis afetos e compaixões", "mesmo amor", "foco no outro como em si mesmo". Note a força semântica apresentada pelo apóstolo Paulo no uso dessas expressões! A nossa sugestão é que você, munido de bons comentários bíblicos, enfatize o uso das expressões acima no tópico III da lição. Explique que a melhor maneira de conduzirmo-nos dignamente perante a sociedade é amando, pois "quem ama aos outros cumpriu a lei" (Rm 13.8).

Palavra Chave: Comportamento: Conjunto de atitudes e reações do indivíduo em face do meio social.
 
 
INTRODUÇÃO

Nesta lição, aprenderemos que muitas são as circunstâncias adversas que tentam enfraquecer o compromisso do crente com o Evangelho de Cristo. Veremos que o testemunho do cristão é testado tanto pelos de fora (sociedade) quanto pelos de dentro (igreja). Todavia, a Palavra do Senhor nos conclama a nos portarmos dignamente diante de Deus e dos homens.
 

 
I. O COMPORTAMENTO DOS CIDADÃOS DO CÉU (1.27)
1. O crente deve "portar-se dignamente".
"Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo" (v.27). A palavra-chave desta porção bíblica é dignamente. Este termo sugere a figura de uma balança com dois pratos, onde o fiel da pesagem determina a medida exata daquilo que está sendo avaliado. Em síntese, precisamos de firmeza e equilíbrio em nossa vida cotidiana, pois esta deve harmonizar-se à conduta do verdadeiro cidadão dos céus.
2. Para que os outros vejam.
O apóstolo Paulo deseja estar seguro de que os filipenses estão preparados para enfrentar os falsos obreiros que, sagazmente, intentam desviá-los de Cristo. Por isso fala do fato de estando ou não entre os filipenses, quer ouvir destes que estão num "mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho" (v.27).
3. A autonomia da vida espiritual.
Os filipenses teriam de desenvolver uma vida espiritual autônoma em Jesus, pois o apóstolo nem sempre estaria com eles. Diante da sociedade que os cercava, Paulo esperava dos filipenses uma postura firme, mas equilibrada. Naquele momento a sociedade caracterizava-se por uma filosofia mundana e idólatra, na qual o imperador era o centro de sua adoração. Quantas vezes somos desafiados diante das vãs filosofias e modismos produzidos em nosso meio? O Senhor nos chama a ser firmes e equilibrados, testemunhando aos outros como verdadeiros cidadãos do céu.
 
II. O COMPORTAMENTO ANTE A OPOSIÇÃO (1.28-30)
1. O ataque dos falsos obreiros.
A resistência ao Evangelho vinha através de pregadores que negavam a divindade de Cristo e os valores ensinados pelos apóstolos. Paulo, porém, exorta os crentes de Filipos quanto à postura que deveriam adotar em relação a tais falsos obreiros (v.28).

2. O objetivo dos falsos obreiros.
Os falsos obreiros queriam intimidar os cristãos sinceros. Eles aproveitavam a ausência de Paulo e de seus auxiliares para influenciar o pensamento dos filipenses e, assim, afastá-los da santíssima fé. Por isso, o apóstolo adverte para que os filipenses não se espantassem. De igual modo, não devemos temer os que torcem a sã doutrina. Guardemos a fé e falemos com verdade e mansidão aos que resistem a Palavra de Deus (1 Pe 3.15).
 
3. Padecendo por Cristo.
A Teologia da Prosperidade rejeita por completo a ideia do sofrimento. No entanto, a Palavra de Deus não apenas contradiz essa heresia, mas desafia o crente a sofrer por Cristo. É um privilégio para o cristão padecer por Jesus (v.29). Paulo compreendia muito bem esse assunto, pois as palavras de Cristo através de Ananias cumpriram-se literalmente em sua vida (At 9.16). Por isso, os crentes filipenses aprenderam com o apóstolo que o sofrimento, por Cristo, deve ser enfrentado com coragem, perseverança e alegria no Espírito. Aprendamos, pois, com os irmãos filipenses.

III. PROMOVENDO A UNIDADE DA IGREJA (2.1-4)
1. O desejo de Paulo pela unidade.
Depois de encorajar a igreja em Filipos a perseverar no Evangelho, o apóstolo começa a tratar da unidade dos crentes. Como a Igreja manterá a unidade se os seus membros forem egoístas e contenciosos? Este era o desafio do apóstolo em relação aos filipenses. Para iniciar o argumento em favor da unidade cristã, o apóstolo utiliza vocábulos carregados de sentimentos afetuosos nos dois primeiros versículos (2.1,2). Tais palavras opõem-se radicalmente ao espírito sectário e soberbo que predominava em alguns grupos da congregação de Filipos:
a) Consolação de amor, comunhão no Espírito e entranháveis afetos e compaixões. Cristo é o assunto fundamental dos filipenses. Por isso, a sua experiência deveria consistir na consolação mútua no amor de Deus e na comunhão do Espírito Santo, refletindo a ternura e a compaixão dos crentes entre si (cf. At 2.42ss.).
b) Mesmo amor, mesmo ânimo e sentindo uma mesma coisa. Quando o afeto permeia a comunidade, temos condições de viver a unidade do amor no Espírito Santo. O apóstolo Paulo "estimula os filipenses a se amarem uns aos outros, porque todos têm recebido este mesmo amor de Deus" (Comentário Bíblico Pentecostal, p.1290). Consolidada a unidade, a comunhão cristã será refletida em todas as coisas.
 
2. O foco no outro como em si mesmo.
Vivemos numa sociedade tão individualista que é comum ouvirmos jargões como este: "Cada um por si e Deus por todos". Mas o ensinamento paulino desconstrói tal ideia. O apóstolo convoca os crentes de Filipos a buscar um estilo de vida oposto ao egoísmo e ao sectarismo dos inimigos da cruz de Cristo (2.3). No lugar da prepotência, deve haver humildade; no lugar da autossuficiência, temos de considerar os outros superiores a nós mesmos.
 
3. Não ao individualismo.
Paulo ainda adverte: "Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros" (v.4). Esta atitude remonta a um dos ensinos mais basilares do Evangelho: "ama o teu próximo como a ti mesmo" (Mc 12.31; cf. At 2.42-47). Isto "rememora o exemplo de Paulo, de colocar as necessidades dos filipenses em primeiro lugar (escolhendo permanecer com eles, 1.25) e de procurar seguir o exemplo de Cristo de não sentir que as prerrogativas da divindade sejam 'algo que deva ser buscado' para os seus próprios propósitos" (Comentário Bíblico Pentecostal, p.1291).

CONCLUSÃO

Com a ajuda do Espírito Santo, podemos superar tudo aquilo que rouba a humildade e o relacionamento sadio entre nós. O Espírito ajuda-nos a evitar o partidarismo, o egoísmo e a vanglória (Gl 5.26). Ele produz em nosso coração um sentimento de amor e respeito pelos irmãos da fé (Fp 2.4). A unidade cristã apenas será possível quando tivermos o sentimento que produz harmonia, comunhão e companheirismo: o amor mútuo. O nosso comportamento como cidadãos dos céus deve ser conhecido pela identidade do amor (Jo 13.35).

  


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Teológico

"O Comportamento à Luz da Experiência Cristã

[...] Paulo desafia seus ouvintes a tornarem a sua alegria completa. A ideia que está por trás de fazer algo completo é trazer isto à sua realização ou ao objetivo final. Em Filipenses, Paulo observa que experimentou a alegria no sofrimento, a alegria de ser lembrado pelos filipenses por ocasião de sua necessidade, e a alegria pelo evangelho ser pregado. Para ele, a alegria completa é que a igreja, que é a comunidade redimida, viva a realidade do evangelho.

Depois de rogar aos filipenses que compartilhassem a experiência da salvação, Paulo desafia-os a refletir várias qualidades em suas vidas (vv. 2b-4), todas aquelas que dependam ou aumentem a primeira: 'sentindo uma mesma coisa' (v.2b). Esta expressão indica muito mais do que compartilhar pensamentos ou opiniões comuns; denota o completo processo de pensamentos e emoções de uma pessoa, que estão intimamente refletidos na maneira de viver, pois ambos estavam ligados como se fossem uma única característica.

Uma característica de boa consciência é que os cristãos deveriam ter 'o mesmo amor' uns para com os outros. Paulo estimula os filipenses a amarem-se uns aos outros, porque todos têm recebido este mesmo amor de Deus (2.1)" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4.ed. Vol. 2 Rio de  Janeiro: CPAD, 2009, p.486).

              


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Vida Cristã

"PONTO DE VISTA DE UMA BANHEIRA QUENTE

Antes, eu pensava em banheira quente como algo reservado a hedonitas em Hollywood, e sibaritas em San Francisco; agora sei que, sob certas circunstâncias, a banheira quente é o símbolo perfeito da rota moderna da religião. A experiência da banheira quente é voluptuosa, relaxante, lânguida, - não de um modo exigente, seja intelectualmente ou de outra forma, mas muito, muito agradável, a ponto de ser excelente diversão. Muita gente hoje quer que o cristianismo seja assim, trabalham para que o seja. O último passo, claro, seria tirar os assentos da Igreja e, em seu lugar, instalar banheiras quentes, então não mais haveria qualquer problema com a frequência. Entrementes, muitas igrejas, evangelistas, e pregadores eletrônicos já estão oferecendo ocasiões que, sentimos, são a coisa mais próxima da banheira quente - a saber: reuniões alegres e livres de cuidados, momentos de real diversão para todos. [...] Esta espécie de religião projeta a felicidade na forma de um bem-vindo caloroso a todos quantos sintonizam ou vêm visitar; um coro aquecido com uma música sentimental balançante; o uso de palavras ardentes e massageadoras em orações e pregações; e um arrebol vespertino cálido e animado (outro toque da banheira quente). À indagação, 'Onde está Deus', a resposta que estas ocasiões geralmente projetam, não importa o que seja dito, é: 'No bolso do pregador'. Calmamente, certamente, mas... isto é fé? Adoração? Culto a Deus? É religiosidade o nome verdadeiro deste jogo? [...]

Os sintomas da religião banheira quente, hoje, incluem um índice fragorosamente crescente de divórcio entre os cristãos; tolerância largamente difundida das aberrações sexuais; um sobre naturalismo, que busca sinais, maravilhas, visões, profecias e milagres; xaropes calmantes, de pregadores eletrônicos e de púlpitos liberais; sentimentalismo anti-intelectual e 'picos' emocionais deliberadamente cultivados, o equivalente cristão da maconha e da cocaína; e uma fácil e irrefletida aceitação da luxúria no viver diário. Esta não é uma tendência saudável. Ela faz a Igreja parecer-se com o mundo, levada pelo mesmo apetite desarrazoado pelo prazer temperado com magia. Desta forma, eles minam a credibilidade do evangelho da nova vida. Se esta tendência for revertida, uma nova organização de referência terá de ser estabelecida. Para esta tarefa, portanto, movemo-nos agora para onde as Escrituras nos guiam" (PACKER, J. I. O Plano de Deus Para Você. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.54,68,69).

 
VOCABULÁRIO

Arrebol: Vermelhidão do pôr do sol.

Hedonitas: Pessoas que consideram o prazer individual e imediato o único bem possível.

Sectarismo: Partidarismo; tendência a preferir, ou formar, um grupo em detrimento do todo.

Sibaritas: Da antiga cidade grega de Síbaris (Itália). Pessoas dadas a indolência ou à vida de prazeres, por alusão aos antigos habitantes de Síbaris, famosos por suas riquezas e voluptuosidade.


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HOLMES, Arthur F. Ética: As decisões Morais a Luz da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.

PACKER, J. I. O Plano de Deus Para Você. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

SAIBA MAIS

Revista Ensinador Cristão

CPAD, nº 55, p.37.




EXERCÍCIOS

1. De acordo com a lição, o que sugere o termo dignamente?

R. Este termo sugere a figura de uma balança com dois pratos, onde o fiel da pesagem determina a medida exata daquilo que está sendo avaliado.

 

2. Como a Palavra de Deus contradiz a Teologia da Prosperidade em relação ao sofrimento?

R. Desafiando o crente a sofrer por Cristo, pois de acordo com o ensino de Paulo, é um privilégio o cristão padecer por Jesus (v.29).

 

3. O que Paulo usa para argumentar a favor da unidade cristã?

R.  O apóstolo utiliza vocábulos carregados de sentimentos afetuosos nos dois primeiros versículos (2.1,2).

 

4. A atitude de se preocupar com as necessidades do próximo remonta a qual ensino basilar do Evangelho?

R."Ama o teu próximo como a ti mesmo" (Mc 12.31; cf. At 2.42-47).

 

5. O que você pode fazer, ou já tem feito, para superar tudo aquilo que rouba a humildade e o relacionamento sadio entre irmãos de sua igreja?

R. Resposta Pessoal

 

 



Nenhum comentário:

Postar um comentário