Lições Bíblicas CPAD / Adultos
Título: A Igreja e o seu Testemunho — As
ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição
2: O Evangelho da Graça
Data: 12 de Julho de 2015
TEXTO ÁUREO: “[...] contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20.24).
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Mostrar
porque as falsas doutrinas corrompem o evangelho da graça.
II. Conscientizar-se
de que a graça superabundou com a fé e o amor.
III. Compreender
o significado do bom combate.
INTERAGINDO COM
O PROFESSOR
Paulo foi escolhido e
enviado pelo Senhor para anunciar e ensinar o verdadeiro significado da graça.
No Antigo Testamento apenas Israel era o povo eleito de Deus. Porém, como prova
do seu amor altruísta, Deus enviou seu filho Jesus Cristo para morrer na cruz
por toda a humanidade. Jesus veio trazer salvação a todos. Em Cristo não há
judeu, gentio, servo, livre, homem ou mulher (Gl 3.28). O evangelho da graça,
diferente do judaísmo, não exclui ninguém. Todos são alvos do favor de Deus.
Somos salvos não pelas obras da Lei, nem pelas obras que realizamos, mas
recebemos o presente da salvação unicamente pela graça. Que você, juntamente
com seus alunos, louvem a Deus por sua infinita e abundante graça.
INTRODUÇÃO
Ao se despedir dos anciãos de Éfeso, Paulo
expressou seu sentimento de preocupação com o rebanho de Deus, pois tinha
receio de que na sua ausência as ovelhas do Senhor fossem atacadas (At
20.29,30). Sem dúvida, foi um sentimento dado pelo Senhor, pois sete anos
depois, Paulo estava deixando Timóteo em Éfeso, para combater os “lobos
cruéis”, que queriam “devorar” o rebanho sob seus cuidados pastorais. Nos dias
de hoje, há igrejas que abrigam falsos obreiros, que pervertem a sã doutrina
matando ou dispersando as ovelhas.
PONTO CENTRAL: Os
falsos ensinos corrompem o Evangelho da graça de Deus.
I. AS FALSAS DOUTRINAS CORROMPEM O
EVANGELHO DA GRAÇA
1. O evangelho da graça.
É o Evangelho libertador que Cristo trouxe ao
mundo, por bondade de Deus, independente das obras humanas (Ef 2.8,9). Paulo se
referiu a esse Evangelho de maneira muito eloquente (At 20.24). Ele conhecia
esse Evangelho, não apenas na teoria, mas por experiência própria. De modo
inexplicável, o blasfemo e perseguidor dos cristãos, foi escolhido para ser um
dos maiores pregadores do Evangelho de Cristo (1Tm 1.12-14). Será que daríamos
oportunidade a um indivíduo com tal histórico?2. As falsas doutrinas (v.3).
3. O “fim do mandamento” e a finalidade da Lei.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
Sete anos antes de Paulo escrever esta epístola,
advertira os presbíteros de Éfeso de que os falsos mestres procurariam
distorcer a verdadeira mensagem de Cristo. Agora que isso já estava
acontecendo, Paulo exorta Timóteo a confrontá-los com coragem. Este jovem
pastor não devia transigir com esses falsos ensinos que corrompiam tanto a lei
quanto o evangelho. Ele deveria travar contra eles o bom combate mediante a
proclamação da fé original, conforme o ensino de Cristo e dos apóstolos (2Tm
1.13,14). A expressão ‘outra doutrina’ vem do grego heteros e significa
‘estranha’, ‘falsificada’, ‘diferente’” (Bíblia de Estudo Pentecostal,
CPAD, p.1864).
1. Gratidão a Deus.
Uma das características marcantes do caráter de
Paulo é o ser grato a Deus (Rm 7.25; 1Co 1.4; 14.18; 2Tm 1.3). Nesta parte da
Epístola, ele expressa sua gratidão a Cristo por tê-lo escolhido e posto no
ministério apostólico e pastoral, apesar de ter sido um terrível opositor do
Evangelho de Jesus (1Tm 1.12,13). É mais uma demonstração do que o “evangelho
da graça de Deus” pode fazer na vida de um homem. Deus tem seus santos
caminhos. O evangelho é a expressão do amor de Deus, em Cristo Jesus, que
alcança um homem no mais baixo nível de pecado e o faz uma “nova criatura” (2Co
5.17), e mais, ainda, o faz parte da “família de Deus” (Ef 2.19). Paulo
reconhece que “[...] a graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que
há em Jesus Cristo” (1 Tm 1.14). Foi Jesus quem o salvou e o transformou
mediante sua graça.2. Humildade.
Como salvos em Jesus Cristo, não temos mais prazer no pecado. Aquele que ainda tem prazer no pecado, não experimentou o novo nascimento: “Qualquer que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode viver pecando, porque é nascido de Deus” (1Jo 3.9).
Não obtemos por boas obras (a essência da religião legalista) o direito à libertação do pecado e da morte. Jamais! Graça significa que tudo começa e termina com Deus. A salvação é, então, um presente de nosso Criador. Nós criamos a nossa própria ruína, mas nele reside nosso socorro. O Criador restaura com as próprias mãos sua obra-prima arruinada. Enquanto a graça é a origem ou fonte da nossa salvação, a fé é o seu meio ou instrumento. A fé não faz reivindicações, para que não seja dito que foi por ‘mérito’ ou ‘obra’” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª Edição. Volume 9. RJ: CPAD, 2006, p.136).
III. UM CONVITE A COMBATER O BOM
COMBATE (vv.18-20)
1. A boa milícia.
Depois de orientar Timóteo sobre a difícil missão
de combater as heresias, na igreja de Éfeso, Paulo dá uma palavra de ânimo, encorajamento
e incentivo ao jovem pastor. Como um verdadeiro “pai na fé”, o apóstolo diz:
“Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve
acerca de ti, milites por elas boa milícia” (1Tm 1.18). Paulo lembra a Timóteo
que seu ministério foi confirmado por profecia. Deduz-se, do texto, que as
profecias eram tão consistentes, que Timóteo deveria militar “a boa milícia”,
ou o bom combate, com base naquilo que Deus lhe havia falado (1Tm 1.18).2. A rejeição da fé e suas consequências (1Tm 1.5).
SÍNTESE DO TÓPICO (III): Paulo
convida Timóteo a combater o bom combate, mesmo diante das dificuldades.
Conforme Timóteo 1.18, houve profecias concernentes à vontade de Deus para o ministério de Timóteo na igreja (1Co 14.29). Paulo exorta a Timóteo a permanecer fiel àquela vontade revelada para sua vida. Como pastor e dirigente da igreja, Timóteo devia permanecer leal à verdadeira fé apostólica e combater as falsas doutrinas que estavam penetrando insidiosamente na igreja.
Paulo adverte Timóteo várias vezes a respeito da terrível possibilidade da apostasia e abandono da fé” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.1865).
CONCLUSÃO
O cristianismo nasceu debaixo de perseguição e
confronto com heresias e ensinos desvirtuados. Na consolidação de igrejas
abertas em suas viagens missionárias, Paulo teve que oferecer resistência e
ação decidida contra os “lobos vorazes”, que haveriam de surgir, até mesmo no
seio das igrejas, como no caso da igreja de Éfeso. Com a graça de Deus e o
apoio de homens fiéis, como Timóteo e Tito, o apóstolo Paulo fez frente aos
falsos mestres que se levantaram para prejudicar o trabalho iniciado e
desenvolvido em muitas igrejas cristãs.
A respeito das Cartas Pastorais:
1° Segundo a lição, o que é o
evangelho da graça?
Resp: É o evangelho libertador de Cristo.Resp: Eram apresentadas como fábulas ou genealogias.
Resp: Sua gratidão a Cristo.
Resp: Havia sido confirmado por profecia.
Resp: O resultado é o naufrágio na fé.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Professor, iniciando a aula, leia o seguinte versículo: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Faça uma reflexão com os alunos mostrando que se hoje estamos firmes com Cristo é porque um dia nós fomos alcançados pela maravilhosa Graça de Deus. Além de nos salvar pelo ato da sua graça, Deus nos preparou as boas obras para que andássemos por elas. Explique que as boas obras não salvam, mas dá um poderoso testemunho diante da sociedade sobre o quanto fomos alcançados pela graça divina.
A doutrina da Graça de Deus é uma das verdades mais gloriosas das Sagradas Escrituras. A convicção de que não há nada na pessoa humana capaz de preencher o vazio da alma, isto é, o restabelecimento da nossa ligação com Deus e o significado do sentido último da vida, e saber que só Deus é capaz de fazer esse milagre em nós, mostra-nos o quão miserável nós somos e quão misericordioso Deus é.
A doutrina da Graça apresenta-nos o misericordioso Deus, que em Jesus Cristo estava reconciliando o mundo consigo mesmo (2Co 5.19), operando em nós para o reconhecermos Pai amoroso. Por isso, apresentar a doutrina da Graça ao pecador é conceder-lhe libertação da prisão do pecado, a autonomia da fé em Cristo e o privilégio em sabermos que não há nada que pode separar-nos do amor de Deus (Rm 8.33-39).
Caro professor, quando falamos da Graça de Deus, inevitavelmente, chegaremos ao tema da eleição divina. Como a graça de Deus nos alcançou? A graça de Deus é arbitrária sem levar em conta a responsabilidade humana? Qualquer estudo sobre a eleição divina tem de partir obrigatoriamente da Pessoa de Jesus. Em Jesus não achamos qualquer particularidade divina em eleger alguns e deixar outros de fora, resultado de uma escolha divina arbitrária e individualizada antes da fundação do mundo. A escolha de Deus se deu em Jesus (Ef 1.4; Rm 8.29). Nele, a salvação é oferecida a todos (2Pe 3.9; cf. Mt 11.28), e, pela sua presciência, o nosso Senhor sabe quem há de ser salvo ou não. A eleição de Deus leva em conta a volição humana, pois é um dom dEle mesmo à humanidade. Assim, quando levamos em conta a volição humana não esvaziamos a soberania de Deus e da sua Graça. Pelo contrário, afirmamos a sua soberania, pois Deus escolheu fazer um homem autônomo. Afirmamos também que a graça de Deus opera, restaurando a capacidade do homem de se arrepender e crer no Evangelho (1Tm 4.1,2; Mt 12.31,32).
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