Lições Bíblicas CPAD / Adultos
3º Trimestre de
2015
Título: A Igreja e o
seu Testemunho — As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo
Renovato de Lima
TEXTO ÁUREO: “Convém, pois, que o bispo seja
irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro,
apto para ensinar” (1Tm 3.2).
VERDADE PRÁTICA: Os pastores e os diáconos são líderes, escolhidos
por Deus, através do ministério, para cuidarem do serviço cristão na igreja
local.
OBJETIVO GERAL: Promover a conscientização de que o pastorado e a diaconia são
ministérios dados por Deus.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve
atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os
seus respectivos subtópicos.
I. Tratar a
respeito do episcopado.
II. Apresentar as qualificações e atribuições de um líder.
III. Refletir a
respeito do diaconato.
IV.
Conscientizar-se de que o serviço é a razão de ser do ministério.
Na lição de hoje estudaremos a respeito dos pastores e diáconos. A palavra grega usada para bispo no capítulo três de 1 Timóteo é episkopos. Esta mesma palavra é utilizada como sinônimo de presbítero e ancião. Paulo mostra que aqueles que desejam o episcopado, excelente obra desejam. Porém, logo a seguir ele apresenta as qualificações morais e espirituais que este ministério exige. Paulo relaciona quinze qualificações que podem ser vistas dos versículos 2 a 7 do capítulo três. Estas qualificações não são obtidas nos seminários ou nos bancos das universidades, mas são resultados de um caráter transformado e regenerado pelo Senhor Jesus. O líder é alguém que influencia as pessoas, por isso, precisa ser exemplo. É necessário que ele tenha uma vida ilibada e esteja disposto a servir, pois ser líder é acima de tudo ser servo.
Paulo dá início ao capítulo três da Primeira Epístola de Timóteo, falando a respeito do trabalho pastoral. Ser pastor não é abraçar uma profissão, mas um ministério divino cuja função primordial é cuidar das ovelhas do Senhor. Nenhum pastor tem condições de cuidar do rebanho sozinho. São necessários ajudantes, por isso, neste mesmo capítulo, o apóstolo Paulo fala a respeito do diaconato.
Na lição de hoje estudaremos a respeito do pastorado e do diaconato, duas funções de extrema importância para o crescimento do Reino de Deus.
1. “Excelente
obra deseja”.
“Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra
deseja” (v.1). Em sua carta a Timóteo, Paulo assevera que almejar o episcopado,
ou seja, o pastorado é aspirar uma obra excelente. Contudo, é importante ressaltar
que a função pastoral não é uma profissão ou um meio para ascender social e
economicamente.
2. A chamada.
O ministério pastoral vem de Deus. É Ele que escolhe. Muitos são escolhidos
e separados apenas pelos homens, mas não por Deus. Paulo afirma que foi chamado
pelo Senhor desde o ventre de sua mãe (Gl 1.15). Deus também vocacionou
Jeremias para ser profeta antes do seu nascimento (Jr 1.5). Quem é chamado não
só tem a convicção do convite, mas apresenta um perfil que agrada a Deus.
3. O preparo.
Deus chama, porém, o preparo cabe aos seus servos. O pastor precisa ter
conhecimento bíblico (o que deve saber), teológico e habilidades ministeriais
(o que deve ser capaz de fazer). Seu preparo não termina quando conclui um
seminário teológico, mas se dá durante toda a sua jornada. Em o Novo Testamento
vemos que os apóstolos foram chamados, mas só foram enviados após algum tempo
de aprendizado com Jesus (Mc 6.7; Mt 10.16; Lc 10.1). O exemplo de Paulo também
é bem significativo. Ele foi chamado, já possuía o conhecimento da Lei, pois
teve como professor o renomado Gamaliel, mas partiu para a Arábia e ali ficaram
três anos se preparando para exercer seu ministério junto aos gentios (Gl
1.17,18). Paulo foi enviado pelo Espírito Santo (At 13.4).
SÍNTESE DO
TÓPICO (I): Almejar o episcopado é aspirar uma obra
excelente.
Se algum homem deseja ser ‘bispo’, deseja um encargo nobre e importante.
É necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de Deus
(1Tm 3.1-10; 4.12) e pela igreja, porque Deus estabeleceu para a igreja certos
requisitos específicos. Quem se disser chamado por Deus para o trabalho
pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos. Isso
significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial
tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou
porque essa pessoa acha que tem uma visão ou chamada. A igreja da atualidade
não tem o direito de reduzir esses preceitos que Deus estabeleceu mediante o
Espírito Santo. Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por amor
ao nome de Deus, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada posição de
ministro.
Os padrões bíblicos do pastor são principalmente morais e espirituais. O
caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do
que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou
graus acadêmicos. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no
comportamento daqueles que perseveram na sabedoria divina, nas decisões
acertadas e na santidade devida. Os que aspiram ao pastorado sejam primeiro
provados quanto à sua trajetória espiritual (cf. 3.10). Partindo daí, o
Espírito Santo estabelece o elevado padrão para o candidato, [isto é] que ele
precisa ser um crente que se tenha mantido firme e fiel a Jesus Cristo e aos
seus princípios de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de
fidelidade, veracidade, honestidade e pureza. Noutras palavras, seu caráter
deve demonstrar o ensino de Cristo em Mateus 25.21 de que ser ‘fiel sobre o
pouco’ conduz à posição de governar ‘sobre o muito’” (Bíblia de Estudo Pentecostal.
RJ: CPAD, p.1867).II. QUALIFICAÇÕES E ATRIBUIÇÕES DOS PASTORES E DIÁCONOS (3.1-13)
1. Atribuições
dos pastores (vv.1-7).
Os que almejam o pastorado necessitam conhecer as atribuições e
qualificações que tal atividade exige. Na hora da escolha de um candidato ao
santo ministério da Palavra, o líder e a igreja de um modo geral precisam ver
no aspirante algumas características.
2. Qualificações
espirituais e ministeriais.
Paulo apresenta uma lista de 15 qualificações. A primeira, como não
poderia deixar de ser, é ter uma vida irrepreensível (v.2), ou seja, santa.
Viver em santidade não é fácil, mas é possível, pois o Espírito que no crente habita
quer operar a santificação. O pastor é o exemplo para o rebanho, por isso,
precisa ter uma vida ilibada. O pastor também precisa ter conhecimento bíblico,
sendo “apto a ensinar” (3.2); ter bom testemunho diante da igreja e dos
descrentes (3.7); não ser neófito, inexperiente (3.6).
3. Qualificações
familiares.
Ser casado e ter uma vida conjugal saudável (3.2). O pastor deve amar
sua esposa “como Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef
5.25). Precisa governar bem toda a sua família, seus filhos precisam ser
crentes e darem bom testemunho (3.4). Se o pastor não cuida da sua família, que
é seu primeiro rebanho, como cuidará do rebanho do Senhor?
4. Qualificações
morais.
Ser honesto, sincero, verdadeiro (3.2); hospitaleiro, ou acolhedor,
sabendo tratar bem as pessoas (3.2); não dado ao vinho, não usuário de bebidas
alcoólicas (3.3); não espancador, ou seja, não violento, agressivo (3.3; Gl
5.22); não cobiçoso nem ganancioso (3.3); ser sóbrio (3.2), simples, moderado
(3.3); não contencioso (3.2; 2Tm 2.24); não avarento (3.3; 6.10). Infelizmente,
há igrejas que desprezam esses aspectos na hora de separar pessoas ao
ministério pastoral.Quinze qualificações (3.2-7). Os versículos relacionam 15 qualidades a serem consideradas quando da seleção de bispos. Observe que entre as qualificações, não aparece à capacitação em seminário ou a posse de algum dom espiritual em particular. Observe o breve esboço do caráter do bispo (3.2-7).
• Irrepreensível: inteiramente fiel à sua esposa;
• Esposo de uma só mulher: inteiramente fiel à sua mulher;
• Temperante: sóbrio, solícito e modesto;
• Domínio próprio: discipulado, moderado;
• Respeitável: modesto, honrado, bem-comportado;
• Hospitaleiro: que recebe bem os visitantes;
• Apto para ensinar: capacitado a explicar e aplicar os ensinamentos;
• Não dado à embriaguez: não dado ao vinho;
• Não violento: não dado à hostilidade, ao antagonismo;
• Gentil: bondoso, razoável, de boa família;
• Não contencioso: não combativo inimigo de contendas;
• Não avarento: preocupado com as pessoas, não com as finanças;
• Bom governante de sua família: administra a vida familiar;
•Não seja um recém-convertido: maduro e humilde;
• Reputação imaculada: admitido pelos de fora”
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de
Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012,
p.835).
1. Os diáconos.
A palavra diácono significa “aquele que serve”. Assim como o pastor,
eles são chamados para servir à Igreja do Senhor. Os diáconos tiveram e têm um
papel muito importante no crescimento da Igreja. Infelizmente, hoje em algumas
igrejas, o ofício de diácono parece ter perdido sua importância. Em geral, são
chamados para essa função os novos crentes, todavia, esse não é o padrão do
Novo Testamento.
2. Chamado para
servir.
Assim como os pastores, aqueles que almejam o diaconato precisam ter o
desejo de servir a Deus e aos irmãos. Hoje muitos querem ser servidos, mas
poucos seguem o exemplo de Jesus e querem servir.Em Atos 6.1-7 encontramos várias qualificações que foram exigidas dos primeiros diáconos. Porém, na sua carta a Timóteo, Paulo indica outros importantes requisitos para o diaconato.
3.
Qualificações.
Aqueles que exercem a função de diácono necessitam ser honestos, não de
língua dobre (mentiroso, fofoqueiro), não dado ao vinho (que não tenha nenhum tipo
de vício), não cobiçoso, ganancioso, tendo uma boa consciência, que governem
bem sua família (vv.8,9,12). Você tem estas qualificações? O ministério cristão
é algo muito sério.
1. O exemplo do
Mestre.
Para cumprir sua missão sacrificial em favor dos homens, Jesus
despojou-se temporariamente de sua glória plena (Jo 17.14; Fp 2.5-10). Paulo
diz que Ele assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de escravo (Fp
2.6-8). Jesus lavou os pés dos discípulos para lhes ensinar uma importante
lição. Sendo Ele Senhor e Salvador, deu prova de que se comportava como servo
(Jo 13.4,5).
2. O exemplo de
Paulo.
Paulo era um servo fiel. Após seu encontro com Jesus sua vida foi
utilizada em prol da Igreja. Ele não mediu esforços para servir. Sua pregação
foi sempre autêntica. Ele jamais usou de fraudulência. Hoje há muitos falsos
obreiros que se aproveitam dos fiéis e da Igreja para obter ganho financeiro.
Um dos requisitos recomendados por Paulo a quem deseja ser pastor é ser obreiro
“não cobiçoso de torpe ganância” (1Tm 3.3). No mesmo espírito, Pedro escreveu
que o obreiro deve apascentar o rebanho do Senhor “tendo cuidado dele, não por
força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância” (1Pe 5.2).
3. O exemplo de
Timóteo.
Timóteo foi um pastor exemplar, que demonstrou ter um caráter imaculado.
Sua mãe Eunice e sua avó Loide eram crentes judias que muito contribuíram para
sua formação espiritual e moral.Ele cuidou da Igreja com zelo e não teve medo de se opor aos falsos mestres que estavam tentando seduzir os crentes em relação à salvação pela fé em Jesus. O líder de uma Igreja precisa ser corajoso e plenamente comprometido com Jesus Cristo. Ele também demonstrou não buscar a glória para si. Infelizmente, há líderes que são movidos a elogios, ou mesmo por lisonjas. Isso é perigoso para o ministério pastoral de qualquer pessoa.
CONCLUSÃO
Os pastores e diáconos são obreiros, instituídos pelo Senhor, para
auxiliar os servos de Deus. Não importa a função que você exerça na Igreja de
Cristo, seja você um pastor ou um diácono, o importante é que “todos sejam um”
para a glória de Deus (Jo 17.21), sabendo que para Ele todo serviço tem a sua
importância e valor.
A respeito das Cartas Pastorais:
1° Paulo inicia
o capítulo três falando a respeito de que assunto?
Resp: Ele fala a
respeito da função do pastor.
2° Qual a função
primordial do pastor?
Resp: Cuidar das
ovelhas do Senhor.
3° Quem separa e
escolhe o homem para o ministério pastoral?
Resp: Deus.
4° Quais as
principais qualificações morais de um pastor?
Resp: Ele deve ser:
honesto, sincero, verdadeiro, etc.
5° Qual o
significado da palavra “diácono”?
Resp: Significa
“aquele que serve”.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Pastores e
Diáconos
Um dos problemas quanto à intelectualidade da liderança das igrejas
evangélicas são os homens de frente viverem uma preguiça mental não dada aos
estudos sérios e sistemáticos da Bíblia e dos grandes temas culturais do século
XXI. O pastor de uma igreja local não precisa ser um psicólogo ou um psiquiatra
para auxiliar um crente depressivo na igreja. Mas ele precisa saber de
informações precisas para discernir, por exemplo, uma possessão ou opressão
demoníaca da depressão. Em seguida, indicar o crente para um tratamento
psicológico com um profissional da área de saúde. Estas são as demandas atuais
de qualquer trabalho pastoral. Mas para isso é preciso ler, se informar e
conhecer o assunto.Sabe-se que a maioria das pessoas que exerce voluntariamente o magistério cristão, ou a direção de congregações ou a liderança de departamentos, faz um enorme esforço para prestar esses serviços à igreja local. Antes, tais pessoas precisam trabalhar para sobreviver. Às vezes, a urgência do trabalho leva esses irmãos a assumir responsabilidades na igreja local sem o devido preparo. Mas hoje a distância já não é tanto um problema para nos atualizarmos. Podemos procurar pessoas que saibam mais do que nós. Temos os livros, a internet e tantas outras formas de nos reciclarmos, além, é claro, das instituições formais de ensino, tanto secular quanto religiosa.
Caro professor, aproveite a aula desta semana para trabalhar esses princípios na vida dos seus alunos. É possível que o seu aluno de hoje, seja o pastor de amanhã; que o seu aluno de hoje, seja o pregador de amanhã; que a sua aluna de hoje, seja a missionária de amanhã; que a sua aluna de hoje, seja a líder de amanhã. É urgente formarmos um ambiente de interesse pelo enriquecimento intelectual a fim de que a nossa igreja, a comunidade pela qual servimos a Deus e as pessoas, sejam edificadas e cresça mais e mais na graça e no conhecimento do Senhor Jesus.
Portanto, tanto os candidatos a pastor quanto ao diaconato precisam fazer esse compromisso: se preparar mais, tanto intelectual quanto espiritualmente. Nisto, o apóstolo Paulo, autor das cartas pastorais, é o nosso grande exemplo. O apóstolo dos gentios, como poucos, soube coadunar espiritualidade e conhecimento; piedade e intelectualidade; poder de Deus e explicação coerente da fé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário