Lições Bíblicas CPAD / Adultos
Título: A Igreja e o seu Testemunho —
As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
TEXTO
ÁUREO: “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se
façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens”
(1Tm 2.1).
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os
objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.I. Tratar acerca da responsabilidade do crente de orar em favor de todos os homens.
II. Conscientizar-se de que Deus deseja que todos se salvem.
III. Refletir a respeito da maneira como as mulheres cristãs devem se vestir.
IV. Discutir a respeito da conduta das mulheres na igreja.
Você já parou para pensar na recomendação paulina a Timóteo a fim de
que orasse por todos os homens, em especial os que estão na posição de líder?
Pare e pense! Paulo fez esta recomendação quando Nero era o imperador. Sabemos que
Nero foi uma das figuras mais polêmicas da história. Ficou conhecido por suas
atrocidades. Orar por alguém que admiramos não exige esforço algum, mas a
Palavra de Deus nos exorta a orar por todos, sejam eles bons ou maus. Os
crentes eram perseguidos, presos e jogados no Coliseu para serem devorados
pelos leões, mas eram incentivados a orar em favor de seus algozes. Tem você
orado por nossos governantes? Que venhamos aprender com os irmãos da igreja do
primeiro século a interceder em favor de todos os que estão em eminência, sejam
eles justos ou injustos, pois esta é a vontade de Deus para nós.
Nesta lição estudaremos a respeito da ordem na Igreja. Sabemos que Paulo escreveu a Timóteo para que ele colocasse ordem na igreja efésia. Este era um assunto de extrema importância, tanto que o apóstolo declara: “Admoesto-te, pois, antes de tudo”. Paulo orienta o pastor quanto à oração por todos os que têm autoridade, a fim de que pudessem viver de modo quieto e sossegado.
Como Igreja do Senhor precisou interceder a fim de que possamos cumprir nossa missão de levar a salvação aos homens que, a cada dia, estão mais distantes de Deus. Paulo também ensina a respeito do comportamento das mulheres na vida da igreja.
PONTO CENTRAL: Como crentes, precisamos orar
por todos aqueles que estão em eminência.
I. ORAÇÃO POR TODOS OS HOMENS
1. “Deprecações” (2.1).
O termo (gr. deesis)
significa “suplicar, implorar, rogar por” alguém. É a intercessão a Deus por
todos os homens, de modo ardente e compassivo. Embora Deus seja soberano e
saiba de todas as coisas, Ele deseja ouvir nossas orações. O Senhor não somente
nos ouve, mas também atende nossas súplicas. Não existe situação, por mais
difícil que seja que não possa ser resolvida mediante a oração. Paulo nos
ensina a orar por todos aqueles que estão na liderança, seja na igreja, seja
fora dela.
2. “Orações”.
Alguns exegetas
entendem que Paulo usava os termos como sinônimos. Mas, no original grego, as
palavras empregadas são diferentes. “Orações” (gr. proseuche) refere-se
ao termo comum para as orações em geral, de súplica, de louvor, de intercessão,
etc.
3. “Intercessões”.
Tem o sentido de
“intervenção, mediação, interferência, intermédio”. Do grego enteuxis,
significando “apelar para”, ou intercessões em geral, que se fazem em favor de
alguém. Sempre foi difícil encontrar intercessores, mas atualmente está ainda
mais difícil (Ez 22.30).
4. “Ações de graça”.
Vem do termo
grego eucharistia. A expressão é autoexplicativa, denotando orações em
que a pessoa expressa sua gratidão a Deus por bênçãos recebidas, ou até por
coisas adversas. Por isso, Paulo diz: “Em tudo dai graças, porque esta é a
vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1Ts 5.18). Aqui está o porquê
não podemos concordar com a ideia de que os quatro termos aqui usados são
apenas sinônimos. Quem presta “ações de graça” não roga nem suplica.
SÍNTESE DO TÓPICO (I): A
Palavra de Deus exorta a orarmos em favor de todos os homens.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
Com o começo do
segundo capítulo, o apóstolo chega à questão que o levou a escrever a Timóteo —
a preocupação pela devida ordem na igreja efésia. A prioridade que Paulo deu a
este tema mostra-se na frase de abertura: ‘Admoesto-te, pois, antes de tudo’. Há
certa adequação que deve caracterizar o culto público a Deus. Lógico que não é
formalismo censurável preocupar-se pelos segmentos sequenciais adequados e
próprios a serem observados quando os cristãos se reúnem para cultuar. O
apóstolo exorta o tipo de oração que deve fazer parte de todo culto dessa
categoria: ‘Admoesto-te... que se façam deprecações (súplicas), orações,
intercessões e ações de graças por todos os homens’. Não há dever cristão para
com nossos semelhantes que se compare em importância com o dever de orar por
eles. O crente não pode fazer algo para ajudar as pessoas se, em primeiro
lugar, não orar por elas. “Depois de orar, há muitas coisas que pode fazer; mas
até que ore, não há nada a fazer, exceto orar” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª
Edição. Volume 9. RJ: CPAD, 2006. p.461).
1.“Que todos se salvem” (v.4).
Paulo exorta a
Igreja mostrando que Deus deseja que todos os homens se salvem e venham ao
conhecimento da verdade. Esse é o desejo divino: a salvação da humanidade, pois
Ele “amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho Unigênito” [...] (Jo 3.16).
Fora de Cristo, não há salvação (1Tm 2.5,6). Quem nEle crê é salvo. Quem não
crê é condenado (Jo 3.18,19). É missão de a Igreja levar a mensagem de salvação
a todas as criaturas (Mt 28.19,20).
2. Um árduo trabalho
missionário.
Paulo e seus
companheiros de ministério trabalharam arduamente na obra de evangelização (1Ts
2.9). O ministério exige sacrifício e trabalho. Muitos, erroneamente, acreditam
que o pastor deve se preocupar somente com as questões administrativas e
financeiras da igreja, mas o ministro de Deus tem a responsabilidade de
exortar, ganhar almas para Cristo e discipular seus filhos na fé. Paulo não se
preocupava só com as ovelhas do rebanho, mas demonstrava um zelo especial com a
evangelização e a obra missionária.
3. A melhor recompensa.
Como já é do
conhecimento de todos os ministérios pastoral exige sacrifício e esforço, mas
também é muito gratificante poder servir ao Senhor e ver o fruto do trabalho:
ao observar as almas se rendendo aos pés de Cristo, sendo batizadas nas águas e
no Espírito Santo. É na verdade, a coroação do trabalho realizado. Os que estão
na liderança sabem que muitas são as lutas e tristezas, no entanto existe um
galardão a espera dos obreiros fiéis (1Pe 5.2-4).
1. As mulheres na Casa de
Deus.
Paulo orienta
Timóteo quanto à maneira correta de as mulheres se comportarem na igreja. A
mulher cristã precisa ser reconhecida não somente por sua maneira de vestir,
mas por suas atitudes. Não podemos nos esquecer de que nosso corpo é “templo do
Espírito Santo” e que devemos glorificar a Deus em toda a nossa maneira de
viver. Queira ou não, o homem e a mulher cristã têm de ser diferente em todos
os aspectos da vida, diante de Deus e dos homens, inclusive na sua maneira de
se vestir e de se portar.
2. Traje honesto, com pudor.
É sinônimo de
decoroso, decente, com sobriedade, ou simplicidade. Um vestido transparente não
é honesto, pois embora esteja cobrindo o corpo, atrai a cobiça dos homens,
incentivando o pecado. Infelizmente, muitas mulheres estão errando na hora de
se vestir. A mulher pode e deve se vestir bem, ficar bonita, porém com pudor,
de modo a agradar a Deus.
3. Traje com
modéstia.
Modéstia significa “simplicidade, singeleza, despretensão”. Além de
se vestir de maneira honesta e com pudor (recato), a mulher cristã precisa se
vestir com modéstia. Infelizmente, em algumas igrejas as irmãs acabam
competindo umas com as outras. Parece haver uma “disputa” para ver quem usa a
roupa ou a bolsa mais cara ou o sapato mais alto. Muitas se preocupam apenas
com o exterior. A elegância e a beleza de uma mulher devem vir de dentro para
fora, pois começa no caráter santo (1Pe 3.3).
A admoestação de Paulo não impede a mulher de se vestir de maneira elegante, mas tão somente de se utilizar do vestuário para chamar a atenção! A melhor maneira de uma pessoa, homem ou mulher, expressar a sua individualidade é através das boas obras que evidenciam um caráter piedoso. A sociedade da época, como a nossa, parece que pressionava as mulheres a que se vestissem como se fossem objetos sexuais. Assim também os seus valores e qualificações foram determinados pela habilidade de estimularem a sexualidade dos homens. Esse procedimento tem aviltado as mulheres tanto do passado como de hoje em dia” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.834).
1. O silêncio no culto.
“A mulher
aprenda em silêncio, com toda a sujeição” (1Tm 2.11). Paulo também faz uma
recomendação semelhante a esta em 1 Coríntios 14.34,35. Qual seria o motivo de
tal restrição? Segundo o Comentário Bíblico Beacon, “na igreja coríntia
havia muitas mulheres recém-convertidas do paganismo, e que a nova liberdade
que desfrutavam em Cristo levava a certas extravagâncias que eram impróprias”.
É importante ressaltar que em outro texto de Coríntios, Paulo mostra que as
mulheres podiam profetizar nas igrejas: “Toda mulher que ora ou profetiza com a
cabeça descoberta [...]” (1Co 11.5).
2. As mulheres no Novo
Testamento.
Cristo, em seu
ministério terreno, teve a cooperação de diversas mulheres que atuavam ao seu
lado. Eram obreiras de grande valor: “[...] Maria, chamada Madalena, da qual
saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana,
e muitas outras que o serviam com suas fazendas” (Lc 8.1-3). Paulo muito
valorizou o trabalho das mulheres, na igreja (Rm 16.1-15).
3. A liderança do homem.
Paulo aborda a
questão da liderança masculina, citando a ordem da criação. É importante
ressaltar que o próprio Paulo, ao escrever aos gálatas, ensina que perante
Cristo, para a salvação, homens e mulheres são iguais (Gl 3.28).Por que Paulo se utiliza do exemplo de Adão e Eva? Ele utiliza tal ilustração para mostrar o que estava acontecendo na igreja de Éfeso. Assim como Eva foi seduzida e enganada pela serpente, as irmãs daquela igreja estavam se deixando seduzir pelos ensinos dos falsos mestres.
Em silêncio, com toda a submissão (2.11). A expressão grega hesychia é traduzida aqui como ‘quieto’ e como ‘silêncio’ no versículo 12. Significa uma atitude receptiva, tranquila, que promove o aprendizado. Nada aqui sugere submissão a qualquer capacidade intelectual ou espiritual” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.834).
Quanto à oração, os ensinos paulinos são válidos para todos os crentes, em qualquer época e em qualquer lugar. Devemos fazer súplicas, intercessões e ações de graças diante de Deus. No que concerne ao comportamento cristão, Paulo deu um destaque incisivo quanto à postura das mulheres, especialmente às irmãs de Éfeso, tendo em vista o contexto liberal e lascivo da sociedade em que a igreja estava inserida.
A respeito das Cartas
Pastorais:
1° Qual o significado do termo
“deprecações”?
Resp: O termo significa suplicar,
implorar, rogar por alguém.Resp: Sim. Ele deseja a salvação de todos.
3° De acordo com a lição, qual
a melhor recompensa para um pastor?
Resp: Ver pessoas se rendendo a
Cristo e sendo batizadas nas águas.Resp: Devem se vestir com trajes honestos, com pudor e modéstia.
Resp: Sim. Ele valorizou o trabalho das mulheres.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Oração e Recomendação às
Mulheres Cristãs
Numa palavra, a
oração é a suprema proteção contra o ceticismo que insinua ser o objeto da fé
mera ilusão ou uma projeção de nossos anseios na tela do infinito”. É possível
verificar elementos que marcaram a vivência e a intimidade da Igreja ao longo
da sua história: o desenvolvimento da prática de oração.A ocasião da primeira reunião de oração dos discípulos, após a ascensão de Jesus, denota a motivação clara (e oriunda diretamente de Jesus, o cabeça da Igreja) da igreja de Jerusalém em viver a disciplina da oração. Sobre o tema, o pastor Claudionor de Andrade analisou a prática da oração dos primórdios da Igreja até a modernidade: “a oração jamais se ausentou da Igreja; sem aquela inexistiria esta”. Se Jesus foi um exemplo de oração, por que, diferentemente, agiriam seus discípulos e apóstolos? Veja, por exemplo, Paulo. Seja nos Atos dos Apóstolos, seja em suas epístolas, deparamo-nos com o doutor dos gentios endereçando a Deus as mais ferventes orações. Depois da era apostólica, os pais da igreja, além de suas lides teológicas, consagravam-se à oração. Ignácio, Tertuliano, Ambrósio e Agostinho.
O bispo de Hipona escreveu acerca de seu ministério de oração e intercessão: ‘Eis que dizeis: Venha a nós o vosso reino. E Deus grita: Já vou! Não tendes medo?’. E os reformadores? Martinho Lutero foi um grande paradigma na intercessão em favor da Igreja de Cristo naqueles períodos da Reforma Protestante. Mais tarde chegaram os avivalistas. John Wesley levantava-se de madrugada para falar com o Pai celeste. E o irmão Finney? Era um gigante na oração. Com o Movimento Pentecostal a Igreja de Cristo desfez-se em orações e súplicas por aqueles que, sem ter esperança de ver Deus, caminhavam para o inferno. Em suas anotações pessoais, Daniel Berg e Gunnar Vingren descrevem suas ricas experiências oriundas de uma vida de profunda oração” (As Disciplinas da Vida Cristã. CPAD, p.36).
Ao tomarmos conhecimento de como os antigos da fé perseveravam em oração e que tal prática é uma herança dos apóstolos, podemos concluir, citando John Bunyan, que “jamais seremos cristãos verdadeiros, se não formos pessoas de oração. O hábito da oração deve ser cultivado com perseverança, não duvidando que a oração seja atendida. O hábito da oração nos ensina a depender de Deus, deixando que Ele escolha, em sua liberdade soberana, o tempo, o lugar, o meio e o fim, na certeza de que tudo quanto Ele fizer sempre será o melhor” (O Pensamento da Reforma. p.54).
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