Lições Bíblicas CPAD / Adultos
3º Trimestre de 2015
Título: A
Igreja e o seu Testemunho — As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
TEXTO ÁUREO: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão
alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios”
(1Tm 4.1).
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao
que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I
refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Tratar a respeito da apostasia dos homens.
II. Compreender que o bom ministro deve ser fiel
ao Senhor.
III. Refletir a respeito da
diligência no ministério.
Na lição de hoje estudaremos a respeito da apostasia, fidelidade e diligência no ministério cristão. O termo apostasia vem do grego apostásis e significa o abandono premeditado e consciente da fé cristã. Ao estudar a Palavra de Deus, vemos que no Antigo Testamento, Israel por várias vezes apostatou da fé. Em tempos de apostasia, os profetas eram levantados pelo Senhor para denunciar o pecado e conduzi-los novamente ao Senhor. O profeta tinha o dever de confrontar o povo, alertando contra o pecado. Mesmo sendo perseguidos, muitos profetas foram fiéis ao Senhor e ao seu ministério, não permitindo a apostasia do povo. Atualmente, o pastor, não pode se calar diante da apostasia do nosso tempo. É preciso confrontar as pessoas mediante o ensino das Escrituras Sagradas. Paulo foi incisivo ao orientar Timóteo para que ele doutrinasse a igreja a fim de que os membros não fossem seduzidos pelos falsos ensinos, apostando da fé. Atualmente, por falta de ensino, muitos estão abandonando a fé genuína em Jesus Cristo, caindo nas garras do Inimigo. Para combater a apostasia, a liderança precisa investir no ensino bíblico. Jesus certa vez, declarou: “Errais não conhecendo as Escrituras” (Mt 22.29)
Nesta lição vamos enfatizar o cuidado que os líderes devem ter com os falsos mestres a fim de que não destruam o rebanho do Senhor. Timóteo foi enviado à igreja de Éfeso para combater os falsos mestres e suas heresias e é exortado por Paulo para que realize a sua missão com excelência.
PONTO CENTRAL: Na
atualidade, muitos estão apostatando da fé genuína em Jesus Cristo por falta de
ensino das Sagradas Escrituras.
1. A apostasia.
A igreja em Éfeso estava sob o ataque dos
falsos mestres. Paulo não se omitiu nem se intimidou diante deles, mas com
coragem e ousadia combateu os ensinos heréticos que estes disseminavam. Ele
tomou todas as providências necessárias para coibir a ação maligna. Paulo foi
incisivo ao advertir Timóteo, para que ele doutrinasse a igreja em Éfeso a fim
de que os irmãos não viessem apostatar da fé cristã. O que significa apostasia?
Significa “abandono premeditado e consciente da fé cristã”. Sabemos que no
Antigo Testamento foram muitas as apostasias cometidas pelos israelitas. Para
Deus a apostasia é vista como um “adultério espiritual”.
Os falsos mestres eram e continuam sendo uma
ameaça para a Igreja de Cristo. Há uma igreja, na América Central, cujo líder e
fundador dizia ser Jesus Cristo. Esse “falso Cristo” faleceu há pouco tempo. Na
igreja por ele fundada, um dos símbolos mais importantes é o número 666, a quem
atribuem perfeição e santidade, quando a Palavra de Deus diz que tal número é
símbolo que identifica “a besta” ou o Anticristo (Ap 13.18). Isso é exemplo de
“doutrina de demônio”. O líder precisa estar atento e alertar suas ovelhas
quanto a estas doutrinas.
Os falsos mestres eram mentirosos e faziam de tudo para que os crentes da Igreja em Éfeso seguissem “espíritos enganadores”. Sabemos que Satanás é enganador. Ele procura, de todas as formas, iludir os crentes a fim de que estes abandonem a fé verdadeira. Atualmente, temos visto a atuação de muitos espíritos enganadores. A internet tem contribuído para disseminar muitas heresias e enganar muitos que são fiéis ao Senhor. Uma das doutrinas malignas que se tornou comum, nos tempos atuais é a desvalorização do casamento heterossexual (homem e mulher), enquanto o casamento entre homossexuais vem sendo incentivado pelos meios de comunicação.
O Espírito Santo revelou explicitamente que haverá, nos últimos tempos, uma rebeldia organizada contra a fé pessoal em Jesus Cristo.
Muitos crentes se desviarão da fé porque deixarão de amar a verdade (2Ts 2.10) e de resistir às tendências pecaminosas dos últimos dias. Por isso, o evangelho liberal dos ministros e educadores modernistas encontrará pouca resistência em muitas igrejas.
A popularidade dos ensinos antibíblicos vem, sobretudo pela ação de Satanás, conduzindo suas hostes numa posição cerrada à obra de Deus. A segunda vinda de Cristo será precedida de uma maior atividade de satanismo, espiritismos, ocultismos, possessão e engano demoníacos, no mundo e na igreja.
A proteção do crente contra tais enganos e ilusões consiste na lealdade total a Deus e à sua Palavra inspirada, e a conscientização de que os homens de grandes dons e unção espirituais podem enganar-se, e enganar os outros com suas misturas de verdade e falsidade. Essa conscientização deve estar aliada a um desejo sincero do crente praticar a vontade de Deus (Jo 7.17) e de andar na justiça e no temor dEle.
Os crentes fiéis não devem pensar que pelo fato da apostasia predominar dentro do cristianismo nesses últimos dias, não poderá ocorrer reavivamento autêntico, nem que o evangelismo segundo o padrão do NT não será bem-sucedido. Deus prometeu que nos ‘últimos dias’ salvará todos quanto invocarem o seu nome e que se separarem dessa geração perversa, e que Ele derramará sobre eles o seu Espírito Santo” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.1870).
II. A FIDELIDADE DOS MINISTROS
1. O bom ministro (v.6).
Timóteo deveria dar instruções ao rebanho do
Senhor, agindo como um “bom ministro de Cristo”. Segundo o Comentário
Bíblico Beacon, “a palavra grega traduzida por ministro (diakonos) é
a mesma palavra traduzida por ‘diáconos’ em 3.8”. O bom ministro é aquele que
serve a Igreja, exortando, ensinando e discipulando suas ovelhas. Pois todo o
crente precisa estar firmado na fé e na doutrina cristã (v.6b). O bom ministro
zela pela vida espiritual do rebanho do Senhor. O pastor precisa ser um
estudioso da Bíblia a fim de “conhecer a sabedoria e a instrução” para entender
as palavras da prudência (Pv 1.2). O estudo das Escrituras conduz o pastor e as
ovelhas à sabedoria, em todos os aspectos da vida.
“Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas e
exercita-te a ti mesmo em piedade” (v.7). As “fábulas profanas e de velhas”,
segundo o Comentário Bíblico Beacon, seriam as superstições ou mitos e
lendas a respeito de determinados assuntos. Paulo ensina a Timóteo que tais
crendices são profanas e não edificam a Igreja. Quando os crentes não são
orientados a lerem a Bíblia, nem tampouco a estudarem, quase sempre se portam
como meninos espirituais. Daí porque há tanto emocionalismo e modismos nos
cultos. Tais pessoas, por não conhecerem a Palavra e não estarem firmados nela,
acabam sendo levadas por todo vento de doutrinas e engano dos homens que, com
astúcia, enganam fraudulosamente (Ef 4.14).
Paulo não estava desaprovando a ideia do
bem-estar físico. O que ele queria dizer, para uma comunidade que valorizava
excessivamente os exercícios físicos e o corpo, é que tais práticas, ainda que
saudáveis, só serviam para esta vida. Enquanto que “a piedade para tudo é
proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir” (v.8b).
Sabemos que o nosso corpo é templo do Espírito Santo, por isso, precisa ser bem
cuidado.
Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais e dirigentes administrativos da obra devem lembrar-se de que o Senhor Jesus os têm como responsáveis pelo sangue de todos os que estão sob seus cuidados. Se o dirigente deixar de ensinar e pôr em prática todo o conselho de Deus para a igreja, principalmente quanto à vigilância sobre o rebanho, não estará ‘limpo do sangue de todos’. Deus o terá por culpado do sangue dos que se perderem, por ter deixado de proteger o rebanho contra os falsificadores da Palavra” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.1677).
1. O ensino prescritivo.
“Manda estas coisas e ensina-as” (v.11). Era
uma determinação de Paulo a Timóteo, para que ele não fraquejasse na
ministração da doutrina à igreja em Éfeso, visto que as heresias estavam se
espalhando com certa facilidade. A exortação de Paulo é de grande valor para os
dias atuais, em que, em muitas igrejas, há um desprezo pela Palavra de Deus.Timóteo era um jovem pastor, com cerca de 30 a 35 anos, e fora enviado para doutrinar uma igreja, onde já havia anciãos ou presbíteros, com mais idade. Por isso, Paulo o exorta a ser um exemplo em tudo. O pastor, não importa a idade que tenha, precisa ter consciência de que será sempre um exemplo para o seu rebanho, por isso, precisa ter cuidado com seu modo de falar, agir e até de se vestir.
“Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá” (v.13). Um ministro do evangelho precisa estar constantemente estudando e aprendendo para que possa exortar, ensinar a Igreja. Infelizmente, há pastores que nunca leram a Bíblia toda. Além da Bíblia é preciso ler outros livros que vão edificar o pastor e contribuir para a edificação da Igreja.
É importante também ressaltar que neste versículo o vocábulo “ensinar” tem o sentido de instruir doutrinariamente na verdade. Todavia, para “ensinar”, o líder precisa gostar de aprender.
Ninguém despreze a sua mocidade [...]’ (1Tm 4.12). A palavra grega é neotes, que indica uma pessoa que é adulta, mas abaixo dos 40 anos. No mundo antigo, não era esperado que uma pessoa com a idade de Timóteo, provavelmente nos seus 30 anos de idade, tivesse obtido o discernimento e a sabedoria requerida para os líderes.
Podemos entender, em virtude do ambiente social, no qual os pagãos e judeus igualmente esperavam que uma pessoa tivesse entre 40 e 60 anos para ser qualificado a compreender e aconselhar, por que Timóteo, com 30 anos de idade, pode ter estado hesitante em afirmar sua autoridade.
É significativa a apresentação de novos critérios pelos quais a igreja deve avaliar os seus líderes. O que qualifica uma pessoa para a responsabilidade de liderança na igreja de Deus não é a idade, mas sim o caráter. Timóteo e os líderes devem dar exemplo para os crentes no modo de falar, na vida, no amor, na fé e na pureza” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.471).
Temos que ter cuidado, pois atualmente muitos estão apostatando da fé e se deixando levar por doutrinas de homens e de demônios. Para combater os falsos ensinos, o pastor deve conhecer a Palavra de Deus e ensiná-la ao rebanho. O pastor e seus auxiliares precisam conhecer as doutrinas bíblicas a fim de que possam ensinar a sã doutrina.
Que o Senhor guarde os ministros e as igrejas dos ataques do maligno, da apostasia nesses últimos tempos que antecedem a vinda de Jesus.
A respeito das Cartas Pastorais:
1° Como Deus vê a apostasia?
Resp: Como um adultério espiritual.
2° Segundo a lição, qual doutrina maligna que vem se tornando comum nos
dias atuais?
Resp: O bom ministro é aquele que serve a igreja, exortando, ensinando e discipulando suas ovelhas.
Resp: Ele precisa estudar a Palavra de Deus, ler bons livros e estar sempre aprendendo.
Resp: O vocábulo ensinar tem o sentido de instruir doutrinariamente na verdade.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Apostasia, fidelidade e diligência no Ministério
Muitos confundem “apostasia” com o desvio de
uma pessoa em relação a uma “instituição religiosa”. Não podemos insistir nesse
tipo de dúvida, pois a apostasia está descrita na Bíblia como um acontecimento
sério e pouco comum. Sim, não é comum quem teve um encontro pessoal com Deus,
provando da sua boa Palavra, apostatar-se da fé, mas é biblicamente possível
também não podemos confundir simples frequentadores de templos com lavados e
remidos no sangue de Jesus.A palavra “apostasia” vem do vocábulo do grego antigo apóstasis, que significa “estar longe de”, isto é, no sentido de “revolta”, “rebelião”, “afastamento doutrinário e religioso”, “apostasia da verdade”. Por isso, apostasia se refere, ao contrário da crença popular, uma decisão deliberada, consciente, aberta ou oculta, contra fé genuína do Evangelho.
Na “esteira” da apostasia precedem os ensinos falsos, malignos e fantasiosos. São as “doutrinas de demônio” que o apóstolo Paulo menciona na epístola. Uma das maneiras desses ensinos manifestarem-se na igreja é os seus propagadores elegerem um tema da Bíblia como ênfase doutrinária, como se o fiel que não conhecesse aquele assunto não teria acesso aos “mistérios de Deus”. Assim, no interior do homem que influência outras pessoas com esses falsos ensinos, nasce a egolatria e cresce a síndrome de autossuficiência.
O apóstata não se vê apóstata. Não reconhece nem considera a possibilidade de ele ter-se transformado deliberadamente num apóstata da fé. Por isso, o elemento fundamental para ele voltar atrás é quase impossível de ocorrer: o arrependimento. Para os ministros de Cristo defenderem a Igreja da apostasia, antes de tudo, eles precisam honrar a fé em Jesus Cristo, a simplicidade do Evangelho, servindo a igreja com amor e fidelidade. Sendo arautos de Deus para toda boa obra. Os ministros de Deus, os servidores da Igreja de Cristo, devem estar aptos a ensinar e a contradizer os falsos ensinadores. Rejeitando as “fábulas profanas”, ensinamentos que em nada edificam a Igreja de Cristo.
Portanto, aos ministros de Cristo cabe a diligência na fé, ensinando as Sagradas Escrituras e apresentando-se como modelos ideais que estimulem os fiéis a viver a fé. Persistirem na pesquisa, no estudo exaustivo e sistemático das Escrituras Sagradas. Que o Senhor nosso Deus guarde o seu povo da apostasia!
Que o Senhor guarde o seu povo!
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