Lições Bíblicas CPAD / Adultos
4º Trimestre de 2015
Título: O começo de todas as coisas —
Estudos sobre o livro de Gênesis
Comentarista: Claudionor de Andrade
TEXTO ÁUREO: “Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam,
temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca [...]” (Hb
11.7).
VERDADE PRÁTICA: Apesar da corrupção generalizada do
mundo atual, é possível manter nossa família nos padrões da Palavra de Deus.
OBJETIVO GERAL: Compreender que apesar da corrupção do mundo atual
é possível viver segundo os padrões bíblicos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I.
Mostrar como se deu o anúncio do dilúvio;
II.
Analisar a respeito da construção da arca;
III.
Explicar o dilúvio;
IV.
Saber que os contemporâneos de Noé se fizeram surdos à proclamação do juízo
divino.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O Senhor levantou Noé,
um homem justo e que buscava ter comunhão com Deus, mesmo vivendo em uma
sociedade perversa, para anunciar o juízo divino em forma de dilúvio que viria
sobre a terra.
Noé trabalhou na
construção da arca e pregou a verdade divina durante 120 anos. Todos tiveram
oportunidade e tempo para se arrependerem dos seus pecados, mas ninguém deu
crédito a pregação de Noé. Somente ele, sua família e os animais foram salvos
das águas do dilúvio. A arca construída por Noé é um tipo de Cristo, aquele que
é o nosso único meio de Salvação. Somente Jesus pode livrar essa geração do
juízo e da morte (1Pe 3.20,21), por isso, não podemos perder mais tempo e
anunciar a todos os povos e nações a mensagem da salvação e o Salvador — Jesus.
INTRODUÇÃO
Resistindo sistematicamente ao Espírito de Deus, o
mundo de Lameque depravara-se irreversível e totalmente. A apostasia, agora, era
universal. Adultos, jovens e crianças; todos corrompidos. Por isso, o Senhor
anuncia um juízo também universal: o Dilúvio.
Em meio àquela geração, sobressai a justiça de Noé.
Divinamente alertado, o patriarca constrói uma arca, na qual sobrevive, com a
sua família, à grande inundação.
O mesmo desafio cabe hoje à igreja do Senhor. Se
por um lado, cabe-nos proclamar o Evangelho até aos confins da Terra, por
outro, devemos preservar nosso lar em meio a uma sociedade que jaz no maligno.
PONTO
CENTRAL: É possível viver de modo santo e justo, mesmo
vivendo em meio a uma sociedade corrompida pelo pecado.
I.
DEUS ANUNCIA O DILÚVIO
Em toda aquela geração, apenas Noé podia ser
considerado justo e íntegro. Por essa razão, Deus anuncia-lhe o Dilúvio,
instruindo-o a construir a arca de salvação.
1.
O anúncio do Dilúvio.
Já decidido a destruir a Terra, o Senhor acha graça
em Noé (Gn 6.8). O patriarca soube como preservar moral e espiritualmente a
esposa e os filhos. No entanto, pelo que inferimos do texto sagrado, nada pôde
fazer aos seus irmãos e sobrinhos, pois estes também haviam se deixado
corromper pelo exemplo de Lameque.
Ao justo e íntegro Noé, anuncia Deus o Dilúvio; “O
fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de
violência; e eis que os desfarei com a terra” (Gn 6.13). O patriarca sabia,
através da fé, que o juízo era certo. Quanto aos seus contemporâneos,
preferiram ignorar a iminência do castigo divino.
2.
Um juízo que parecia improvável.
Se considerarmos Gênesis 2.5, concluiremos que,
naquele tempo, a terra não era regada pela chuva como nos dias de hoje (Gn
2.6). Portanto, como acreditar no Dilúvio se nem chuva havia? Dessa forma, os
“cientistas” da época devem ter questionado sarcasticamente a Noé. Nossa
geração assim reage quanto à vinda de Cristo (2Pe 3.4). O que parece
improvável, porém, está prestes a acontecer. Jesus está às portas.
SÍNTESE
DO TÓPICO (I): Deus anuncia a Noé o
Dilúvio.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Em meio à iniquidade e maldade generalizada
daqueles dias, Deus chamou Noé um homem que ainda buscava comunhão com Ele e
que era ‘varão justo’.
(1)
Reto em suas gerações’, equivale dizer que ele se mantinha distanciado da
iniquidade moral da sociedade ao seu redor. Por ser justo e temer a Deus e
resistir à opinião e conduta condenáveis do público, Noé achou favor aos olhos
de Deus.
(2)
Essa retidão de Noé era fruto da graça de Deus nele, por meio da sua fé e do
seu andar com Deus. A salvação no Novo Testamento é obtida exatamente da mesma
maneira, mediante a graça e a misericórdia de Deus, recebidas pela fé, cuja
eficácia conduz o crente a um esforço para andar com Deus e permanecer separado
da geração ímpia ao seu redor. Hebreus 11.7 declara que Noé ‘foi feito herdeiro
da justiça que é segundo a fé’.
(3)
O Novo Testamento também declara que Noé não somente era justo, como também
pregador da justiça (2Pe 2.5). Nisso, ele é exemplo do que os pregadores devem
ser” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.42).
II.
A CONSTRUÇÃO DA ARCA
A fim de escapar ao Dilúvio, o patriarca foi
orientado a construir um grande navio. Obediente, ele levou o projeto adiante.
1.
A planta da arca.
A salvação é pela fé, mas a fé salvadora conduz-nos
às boas obras (Ef 2.8-10). Por isso Noé, movido por uma forte convicção quanto
à iminência do juízo divino, pôs-se a construir o grande barco.
A planta da arca, mesmo que bastante simples, era
eficaz: “Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na
arca e a betumarás por dentro e por fora com betume. E desta maneira farás: de
trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinquenta côvados a sua largura,
e de trinta côvados a sua altura. Farás na arca uma janela e de um côvado a
acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares
baixos, segundos e terceiros” (Gn 6.14-16).
O texto sagrado nos mostra que a Arca era um enorme
barco, e sem leme. A finalidade da arca não era navegar, mas flutuar durante a
grande inundação. O patriarca cumpriu a vontade divina; em suas promessas,
repousou. Deus é o nosso piloto. Não se aflija. Deus está no comando.
2.
A construção da arca.
Enquanto Noé e seus filhos construíam a arca,
apregoavam o juízo divino. Por isso, ele é chamado de pregoeiro da justiça (2Pe
2.5). Assim faz a Igreja. Enquanto aguardamos a volta de Cristo, proclamemos o
Evangelho e o fim de todas as coisas (1Pe 3.20). O Senhor não tarda.
SÍNTESE
DO TÓPICO (II): Deus dá a Noé as
instruções para a construção da arca.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
A arca não continha todas as espécies de animais,
mas o protótipo de cada uma delas. Uma simples junta de gado portava os genes
que provêm da ampla variação dessas classes animal. O relato bíblico da criação
refuta a noção de que toda a vida animal evoluiu dos antepassados unicelulares.
Contudo, não questiona o relato de evolucionistas sobre a variação dentro das
espécies.
Maldade e violência. Essas palavras são usadas para
caracterizar os pecados que causaram o dilúvio de Gênesis. Maldade é rasah,
atos criminosos que violam os direitos dos outros e tiram proveito do
sofrimento deles. Violência é hamas, atos deliberadamente destrutivos
que visam prejudicar outras pessoas” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da
Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª
Edição. RJ: CPAD, 2012, p.29).
III.
O DILÚVIO
Concluída a arca, Noé e sua família entram na
formidável embarcação. Passados sete dias, veio o Dilúvio.
1.
O Dilúvio.
Caiu uma chuva torrencial durante quarenta dias e
quarenta noites (Gn 7.12). Oceanos, mares e rios confundem-se em ondas
sucessivas, intermináveis e destruidoras. O fim de um mundo corrupto e
depravado havia chegado.
Noé, porém, estava seguro. Junto a ele, a esposa,
os três filhos e suas respectivas mulheres. Às todas oito pessoas (Gn 7.7). E,
para conservar a vida sobre a nova Terra, os animais: dois de cada espécie,
macho e fêmea (Gn 6.19).
2.
O Dilúvio foi local ou Universal?
Em 26 de dezembro de 2004, ocorreu um tsunami no
Oceano Índico, cujo epicentro deu-se na costa da Indonésia. Apesar de local, o fenômeno
foi sentido em várias partes do mundo. O que não diremos do Dilúvio?
Acreditamos na universalidade da grande inundação. A narrativa bíblica é
bastante clara: “E as águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos
os altos montes que havia debaixo de todo o céu foram cobertos” (Gn 7.19).
SÍNTESE
DO TÓPICO (III): Deus envia o Dilúvio
sobre toda a terra.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
O
dilúvio
Cristãos que mantêm uma ampla visão das Escrituras
debatem se o dilúvio descrito em Gênesis foi uma inundação universal, que
cobriu a total superfície do globo, ou uma inundação limitada, que afetou
somente áreas habitadas pelo homem. Versos como ‘todos os altos montes que
havia debaixo de todo o céu foram cobertos’ (7.19,20) e ‘tudo que tinha fôlego
de espírito de vida em seus narizes, tudo o que havia no seco, morreu’
(vv.21-23) sugerem um cataclismo mundial. Mas como seria o fato de que não há
água suficiente em nosso planeta e na atmosfera para cobrir montanhas tais como
o Evereste? Aqueles que mantêm a visão universal acreditam que o dilúvio
modificou a face da terra, levando o leito dos mares e formar reentrâncias e
empurrando montanhas para um lugar mais alto. Seja qual for a nossa visão, está
claro que o relato do dilúvio estabelece uma poderosa declaração. Ele afirmava
que Deus é Regente moral deste universo, que tem o poder de julgar o pecado. 2
Pedro 3 lembra-nos daqueles que escarnecem da ideia do Juízo Final que o Senhor
perpetuou nos tempos de Noé para julgar os homens ímpios e violentos. O Todo-Poderoso,
cujo ódio ao pecado está revelado no dilúvio, não permitirá que os pecados
continuem impunes” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma
análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ:
CPAD, 2012, p.29).
IV.
O JUÍZO DE DEUS
Os contemporâneos de Noé tiveram mais de um século
para se arrependerem e voltar para Deus. Fizeram-se, porém surdos à proclamação
do juízo divino.
1.
Um juízo universal.
A inundação foi universal como universal foi o
juízo divino sobre a Terra. O relato bíblico é impressionante e preciso: “E
expirou toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado, e de
feras, e de todo o réptil que rasteja sobre a terra, e de todo homem” (Gn
7.21).
Apenas Noé e a sua família, bem como os animais que
se encontravam com eles na arca, foram preservados. A geração de Noé teve tempo
para ouvir sua mensagem e ver a arca sendo construída, mas não deu ouvidos à
pregação e ao trabalho daquele servo de Deus, e foi destruída. O pior juízo,
contudo, achava-se no além.
2.
O juízo divino no inferno.
Não resta dúvida de que toda aquela geração pereceu
e foi lançada no inferno, onde aguarda a última ressurreição, a fim de
comparecer ao Juízo Final (Ap 20.11-15). Eles sabem que isso acontecerá, pois,
o Senhor Jesus, no interlúdio entre a sua morte e ressurreição, esteve no
Hades, onde lhes proclamou a eficácia da justiça divina.
Escreve o apóstolo Pedro: “Pois também Cristo
morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos
a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, no qual também foi e
pregou aos espíritos em prisão, os quais, noutro tempo, foram desobedientes
quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava
a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água”
(1Pe 3.18-20 — ARA).
A geração de Noé recusou-se a ouvi-lo, mas viu-se
obrigada a escutar o Senhor Jesus que, além de pregoeiro da justiça,
apresentava-se, agora, como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Sua pregação
não era redentiva, mas vindicativa.
CONCLUSÃO
Os antediluvianos não deram crédito à pregação de
Noé. Viviam para pecar. Sua depravação não conhecia limites. A Deus não restou
alternativa senão condená-los à destruição. Nosso mundo caminha no mesmo
sentido. Todavia, se formos zelosos quanto à pregação do Evangelho, levaremos
muitas almas a Cristo, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.
Sua família está segura? Jesus em breve virá.
PARA REFLETIR
A
respeito do livro de Gênesis:
1°
O que foi o Dilúvio?
Resp:
O fim de toda a carne. O juízo de Deus.
2°
O Dilúvio foi local ou Universal? Explique.
Resp:
A inundação foi universal como universal foi o juízo divino sobre a Terra. O
relato bíblico é impressionante e preciso: “E expirou toda carne que se movia
sobre a terra, tanto de ave como de gado, e de feras, e de todo o réptil que se
roja sobre a terra, e de todo homem” (Gn 7.21).
3°
Descreva a arca segundo a Bíblia.
Resp:
A planta da arca, posto que bastante simples, era eficaz: “Faze para ti uma
arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro
e por fora com betume. E desta maneira farás: de trezentos côvados o
comprimento da arca, e de cinquenta côvados a sua largura, e de trinta côvados
a sua altura. Farás na arca uma janela e de um côvado a acabarás em cima; e a
porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares baixos, segundos e
terceiros” (Gn 6.14-16).
4°
O que representou aos antediluvianos a construção da arca?
Resp:
Representou a oportunidade de salvação, livrando aqueles que cressem do juízo
divino. A arca é um tipo de Cristo.
5°
O que fez Jesus entre a sua morte e ressurreição?
Resp:
O Senhor Jesus, no interlúdio entre a sua morte e ressurreição, esteve no
Hades, onde lhes proclamou a eficácia da justiça divina.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O quadro acima mostra fatos que a narrativa de Noé
destaca em relação ao texto de Gênesis de 1 a 3. Em primeiro lugar, a expressão
de que “andou Enoque com Deus” (Gn 5.24) e a repetição com a pessoa de Noé —
“Noé andava com Deus” (Gn 6.9) — fazem eco para uma vida de justiça e se
correlacionam com Adão e Eva, o primeiro casal, que andava com Deus no jardim.
Neste sentido, a narrativa de Noé intensifica uma série de paralelos com a de
Adão e Eva:
1)
A terra se torna, de certa forma, novamente sem forma e vazia (Gn 7.17-24) como
em Gênesis 1.1
2)
O restabelecimento do ciclo das estações (Gn 8.22), como em Gênesis 1.14
3)
Nova ordem para a multiplicação do gênero humano (Gn 9.6), como em Gênesis 1.27
4)
Houve, então, um novo começo (Gn 9.1), como tudo começou em Gênesis 1.1.
Entretanto, da mesma forma que Gênesis 3 narra a
queda do primeiro casal, a narrativa de Noé mostra uma “queda” que envolveu a embriaguez
de Noé e a maldição do filho mais novo de Cam, Canaã. Ou seja, a história de
Noé repete a história do ser humano: Criação, Queda, mas promessa de Redenção.
A narrativa conclui com a bênção sobre Sem, de cuja descendência virá a
redenção da humanidade. A história do Dilúvio nos revela a chance que Deus deu
para a humanidade, mergulhada em violência e corrupção, arrepender-se do mau
caminho. Ela mostra que, para Deus, formar o homem conforme a Sua imagem e
semelhança foi bom, apesar de tudo. O relato de Noé aponta para a pessoa
bendita de Jesus Cristo, a grande “Arca” que deseja livrar mais uma vez a
humanidade do caos existencial, do caos psicológico, espiritual, moral e ético,
e de tudo o que força o ser humano a uma natureza que nada tem a ver com o que o
Pai deseja a seus filhos. Como aconteceu nos dias de Noé, o caos insiste em
aterrorizar nossa vida, mas “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo
Jesus” (Rm 8.1).
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