Lições Bíblicas CPAD / Adultos
4º Trimestre de
2015
Título: O começo de
todas as coisas — Estudos sobre o livro de Gênesis
Comentarista: Claudionor de
Andrade
Data: 8
de Novembro de 2015
TEXTO ÁUREO: “E viu o
Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn
6.5).
VERDADE PRÁTICA: O mundo de Lameque em nada diferia do nosso;
resistindo à graça de Deus, entregaram-se à devassidão, à violência e à
resistência ao Espírito Santo.
OBJETIVO GERAL: Compreender que o mundo
de Lameque em nada difere do nosso, resistindo à graça de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Explicar a
maravilha que era o mundo enquanto o pecado ainda não havia degenerado as
pessoas;
II. Compreender
como o pecado se espalhou pela raça humana produzindo um mundo depravado;
III. Explicar que o
mundo depravado estava condenado à destruição.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Adão
e Eva pecaram e a corrupção humana foi se alastrando e envolvendo toda a
humanidade. Deus é santo e não poderia suportar o pecado, por isso, Ele
resolveu dar fim a humanidade trazendo o seu juízo. Mas, Deus ama tanto o homem
que deu um tempo para que as pessoas se arrependessem de seus pecados. O Senhor
levantou Noé, um homem justo, e sua família para construir a arca e anunciar o
juízo que viria caso não se arrependessem. Noé pregou durante anos, mas ninguém
deu ouvidos a sua pregação. Hoje também pregamos e anunciamos o Dia do Juízo de
Deus sobre essa Terra, porém, muitos não creem. Todavia, como nos dias de Noé,
o juízo de Deus sobre o pecado virá.
Noé
e sua família foram salvos, e isso nos mostra que Deus tem um compromisso com
aqueles que pela fé lhe obedecem. Que possamos permanecer na fé e como Noé,
seguirmos anunciando o amor e o juízo de Deus sobre o pecado.
INTRODUÇÃO
O exemplo de Caim não demorou
a generalizar-se. Se por um lado, sua descendência destaca-se por
empreendedores como Jabal e Jubal, por outro, é corrompida por homens devassos
e violentos como Lameque. Primeiro bígamo da história, este viria a se
notabilizar também por haver assassinado futilmente duas pessoas. E, para
comemorar o feito, compôs um poema.
Os pecados de Caim e Lameque
alastraram-se de tal maneira que viriam a depravar, inclusive, a linhagem
piedosa de Sete.
Vivemos dias semelhantes. A
devassidão e a violência nunca foram tão exaltadas. Esta geração existe como se
não houvesse Deus. Entretanto, perto está o dia do juízo sobre os praticantes
da iniquidade.
Lameque é o mais perfeito
símbolo da depravação total daquele período.
PONTO CENTRAL: Deus julga a
maldade do mundo de Lameque.
I. UM MUNDO AINDA MARAVILHOSO
Apesar da Queda, o mundo
antediluviano era farto e pródigo. Sua ecologia era perfeita; sua tecnologia,
considerável.
1. Fartura de pão.
A Terra, embora amaldiçoada, era fértil e nada
retinha à primeira civilização. Todos comiam e bebiam à vontade (Mt 24.38,39).
O pão não precisava ser racionado, o azeite era abundante e o vinho escorria
dos lagares.
Tem-se a impressão de que as
pessoas daquela época viviam em permanente festança. Ninguém era capaz de
reconhecer que do Senhor é a Terra e a sua plenitude (Sl 24.1).
2. Saúde perfeita.
Tais facilidades propiciaram
aos antediluvianos uma saúde perfeita. Não era incomum encontrar pessoas de
quase mil anos (Gn 5.27). Na genealogia de Adão, deparamo-nos com homens mais
velhos que muitos dos países do mundo.
Imaginemos a folha corrida de
um pecador de 900 anos. Nove séculos de completa depravação. Quantos roubos,
assassinatos, adultérios, mentiras e intolerâncias. Aos olhos do santo Deus,
era algo abominável.
3. Beleza perfeita.
Se a saúde era perfeita, a beleza daquela geração
era singular, haja vista a formosura das filhas de Lameque. Não demorou para
que viessem a encantar os filhos de Sete (Gn 6.1,2). Imitando a bigamia de
Lameque, estes homens, outrora tão piedosos, tornaram-se polígamos
incorrigíveis.
Com tanta comida e bebida, por
que não viver em prazeres? Já que a vida era contada em séculos, ninguém
haveria de morrer amanhã. Sua filosofia não era apenas a busca pelo prazer, mas
também diabolicamente libertina. Aquela geração não possuía qualquer referência
moral ou ética.
4. Tecnologia avançada.
O mundo de Lameque podia
ostentar um surpreendente avanço tecnológico. Adão ainda vivia quando Tubalcaim
começou a dedicar-se à metalurgia. Este foi um homem, filho de Lameque e de
Zilá, se tornou conhecido pela sua habilidade em lidar com o cobre e o ferro
(Gn 4.22).
Além da metalurgia, aquela
geração sabia como trabalhar a madeira e a cerâmica. O próprio Noé, aliás, não
teve dificuldades técnicas em construir a Arca, nem os seus descendentes, após
o Dilúvio, viram-se impedidos de erguer a Torre de Babel.
SÍNTESE DO TÓPICO (I): Apesar da Queda, o mundo
antediluviano ainda era maravilhoso.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Lameque”
1. Filho de Metusael, um descendente de Caim, que foi o primeiro
polígamo, tendo se casado com Ada e Zilá (Gn 4.18-24). Seus filhos foram Jabal
(pai dos que habitam em tendas e têm gado), e Jubal (pai de todos que tocam
harpa e órgão), e Tubalcaim (mestre de toda a obra de cobre e de ferro).
Lameque cantou para suas esposas, vangloriando-se de ter matado os homens que o
feriram ou o golpearam. Essa vanglória é geralmente entendida como sendo a
confiança nas armas de metal de seu filho, em oposição à confiança em Deus.
Estes filhos parecem torná-lo o pai dos nômades, músicos e artífices em metal.
2. O filho de Matusalém que, com a idade de 182 anos, se tornou o pai de
Noé, e viveu até a idade de 777 anos (Gn 5.25-31). Por ocasião do nascimento de
seu filho, ele expressou o desejo de que em Noé a maldição de Adão chegasse ao
fim: ‘Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos,
por causa da terra que o Senhor amaldiçoou’ (Gn 5.29). Ele está incluído na
genealogia do Senhor Jesus (Lc 3.36) (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição.
RJ: CPAD, 2006, p.1130).
II. UM MUNDO TOTALMENTE DEPRAVADO
O mundo de Lameque era ingrato
e cruel. Voltando-se contra o Senhor, seus descendentes cometeram os pecados
mais hediondos e abomináveis.
1. Devassidão sexual.
O exemplo de Lameque logo viria a replicar-se
por toda a descendência de Adão. A família tradicional foi se degenerando. Os
pecados sexuais, agora, eram cometidos como se nada fosse proibido; não havia
limites à fornicação nem ao adultério.
Até os mesmos descendentes de
Sete portaram-se levianamente em meio àquela imoralidade crassa e gritante;
corromperam-se até o inferno. Relata o autor sagrado: “Viram os filhos de Deus
que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as
que escolheram” (Gn 6.2).
2. Violência sem limites.
Os excessos daquela gente
redundaram numa geração truculenta e implacável. Os assassinos eram cultuados
como heróis: “Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando
os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes
eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama” (Gn 6.4).
O que dizer do nosso tempo?
Embora não sejamos tão fortes, nem tão longevos, em nada diferençamo-nos dos
filhos de Lameque. Nunca o homem fez-se tão imoral quanto hoje.
3. Resistência à graça divina.
Por muito tempo, o Espírito de
Deus instou junto àquela geração para que se convertesse e deixasse seus maus
caminhos. Chegou, porém, o dia em que Deus deu um basta em tudo aquilo.
Declarou o Senhor: “Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem,
porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn
6.3).
A graça de Deus, ainda que
perfeita e infalível, pode ser resistida, haja vista a geração que saíra do
Egito rumo a Canaã. Não obstante os milagres que presenciara, endureceu o seu
coração de tal forma, que veio a ser rejeitada pelo Senhor (Hb 3.8). Isso
significa que, mesmo hoje, há crentes que reagem contrariamente à graça divina
(Hb 3.15). Sim, apesar de saber que o juízo divino é certo.
SÍNTESE DO TÓPICO (II): A maldade crescia a cada
dia e as pessoas iam se tornando totalmente depravadas.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Nos dias de Noé, o pecado
abertamente se manifestava no ser humano, de duas principais maneiras: a concupiscência
carnal (v.2) e a violência (vv.11,12). A degeneração humana não mudou; o mal
continua irrompendo desenfreado através da depravação e da violência. Hoje em
dia, a imoralidade, a incredulidade, a pornografia e a violência dominam a
sociedade inteira.
Deus se revela já nestes
primeiros capítulos da Bíblia, como um Deus pessoal para com o ser humano, e
que é passível de sentir emoção, desagrado e reação contra o pecado deliberado
e a rebelião da humanidade.
(1) A expressão
‘arrependeu-se’ (6.6) significa que, por causa do trágico pecado da raça
humana, Deus mudou a sua disposição para com as pessoas; sua atitude de
misericórdia e de longanimidade passou à atitude de juízo.
(2) A existência de
Deus, o seu caráter e seus eternos propósitos traçados, permanecem imutáveis,
porém, Ele pode alterar seu tratamento para com o homem, dependendo da conduta
deste. Deus altera, sim, seus sentimentos, atitudes, atos e intenções, conforme
as pessoas agem diante da sua vontade (Êx 32.14; 2Sm 24.16).
(3) Essa revelação
de Deus como um Deus que pode sentir pesar e tristeza, deixa claro que Ele, em
relação à sua criação, age pessoalmente, como no recesso de uma família. Ele
tem um amor intenso pelos seres humanos e solicitude divina ante a penosa
situação da raça humana (Sl 139.7-18) (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD,
1995, p.41).
III. UM MUNDO CONDENADO À DESTRUIÇÃO
Noé pregou aos seus
contemporâneos durante muito tempo. Mesmo assim, a sua geração não se curvou
aos apelos divinos. Que diferença dos ninivitas, que deram ouvidos à pregação
de Jonas (Jn 3.10).
1. A pregação de Noé.
Apresentado como pregador da
justiça, Noé cumpriu um longo e penoso ministério (2Pe 2.5). Enquanto se dava à
construção da arca, conclamava seus contemporâneos ao arrependimento (1Pe
3.20). Se levarmos em conta Gênesis 6.3, concluiremos que o seu ofício de
pregoeiro teve a duração de 120 anos. Sem dúvida, foi o mais longo ministério
profético da Bíblia.
Ele pregava com a voz e com as
obras. A construção da arca, em si, já era uma pregação carregada de
eloquência.
2. Uma geração corrompida.
Apesar das instâncias de Noé,
seus contemporâneos corrompiam-se de tal forma, que se tornaram totalmente
depravados. Ao Senhor, portanto, não restava outra alternativa a não ser
destruir toda aquela civilização: “O fim de toda carne é vindo perante a minha
face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a
terra” (Gn 6.13).
A geração atual assemelha-se à
de Noé. Apesar da pregação do Evangelho, a iniquidade multiplica-se de tal modo
que chega a contaminar, inclusive, o amor dos fiéis (Mt 24.12). Comem, bebem e
entregam-se à sensualidade, como se não houvesse Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO (III): O mundo de Lameque
estava condenado a destruição.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, neste tópico
procure enfatizar a fidelidade de Noé. Diga aos alunos que ele trabalhou
durante 120 anos na pregação e na construção da arca. Noé trabalhou na
construção de um barco em um tempo que não havia chuva e em uma região sem água
(cf. 6.3). Com certeza, ele deve ter tido que lidar com a zombaria das pessoas
e a incredulidade com relação a sua pregação. Todavia, permaneceu firme e não
deixou de realizar o seu trabalho e de confiar em Deus. A postura de Noé era de
obediência a Deus e à sua palavra. Muitos, diante da primeira dificuldade
pensam em parar, desistir. Como Igreja do Senhor, temos que continuar pregando
a Palavra de Deus, confiando, tendo a certeza que em breve Jesus voltará e o
juízo divino se dará sobre aqueles que rejeitaram a mensagem da salvação.
CONCLUSÃO
À semelhança de Noé,
proclamemos a Palavra de Deus a tempo e a fora de tempo; esta é a nossa missão.
Se nos conformarmos com o mundo, que esperança haverá aos que ainda anseiam
pelo Evangelho?
Levantemo-nos como pregoeiros
da justiça. Ainda que soframos zombarias e escárnios, nossa missão não ficará
inacabada.
PARA REFLETIR
A respeito do livro de Gênesis:
1° O que
caracterizava o mundo de Lameque?
Resp: Violência sem
limites, devassidão sexual e resistência à graça divina.
2° Qual o ofício de Tubalcaim?
Resp: Metalurgia,
fabricação de instrumentos cortantes.
3° Que pecados caracterizavam os contemporâneos de
Noé?
Resp: Era uma geração
corrompida pelo pecado e caracterizada pela depravação moral.
4° É possível resistir a graça divina?
Resp: A graça de
Deus, ainda que perfeita e infalível, pode ser resistida.
5° De que forma Noé apregoava a justiça divina?
Resp: Ele pregava a
justiça divina com a voz e com as obras.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O impiedoso mundo de Lameque
O relato dos capítulos 5 e 6
se refere à linhagem familiar de Adão, mais particularmente à geração de Sete.
Essa genealogia faz um contraste com a linhagem de Caim descrita no capítulo
anterior (Gn 4.17-24). Neste contraste, há a presença de dois “Lameques”, um no
capítulo 4 (vv.18,23) e outro no capítulo 5 (vv.28-31). Qual a diferença entre
esses dois “Lameques”?
O Lameque do capítulo 4 é o da linhagem de Caim, trata-se, pois, de um homem violento e odioso,
conforme o autor sagrado descreveu: “E disse Lameque a suas mulheres: Ada e
Zilá ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu
matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim
será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete” (vv.23,24). O Lameque do
capítulo 4 cantava e entoava a impiedade e a violência. A intenção de fazer o
mal pulsava em seu coração, pois Lameque matou um jovem só porque este o pisou.
O Lameque do capítulo 5 é o da geração de Sete. A geração que começou a buscar a face do Senhor Deus.
Esse Lameque é o pai de Noé. Diferentemente das palavras do Lameque do capítulo
4, o pai de Noé se referiu ao seu amado filho, quando o nomeou, assim: “E
chamou o seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do
trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5.29).
Este Lameque conhecia bem ao Senhor e sabia que a terra estava cheia de
violência. Entretanto, ele depositou a sua esperança no seu filho, pois sabia
que Noé agradaria o Senhor seu Deus.
Enquanto o Lameque do capítulo
4 simboliza a violência, o ódio, a desesperança, o mundo entregue ao mal, o
plano de Caim que aprofundou o mal sobre a terra com a devassidão moral, a
violência ilimitada e a terrível resistência à graça divina; o Lameque do capítulo
5 representa a esperança, o consolo de Deus a uma geração. Este Lameque é o
Lameque que não prosperou em maldade, mas em bondade, misericórdia e
consolação.
Por intermédio de Lameque, o
pai de Noé, chegou o livramento de Deus para a humanidade. Lembremos de que
Jesus de Nazaré é da linhagem de Noé. No Dilúvio, o plano de Deus apontava para
o plano maior dEle para o mundo: a Cruz do Calvário.
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