segunda-feira, 17 de março de 2014

Lição 12 CPAD - 1° Trimestre 2014

Título: Uma jornada de fé — A formação do povo de Israel e sua herança espiritual
Comentarista: Antonio Gilberto
 
Data: 23 de Março de 2014
 
TEXTO ÁUREO: “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22).

VERDADE PRÁTICA: O sacrifício expiador de Cristo no Calvário foi perfeito, único e capaz de nos purificar de todo pecado.
 


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Êxodo 29.1-12.

1 - Isto é o que lhes hás de fazer, para os santificar, para que me administrem o sacerdócio: Toma um novilho, e dois carneiros sem mácula,

2 - e pão asmo, e bolos asmos amassados com azeite, e coscorões asmos untados com azeite; com flor de farinha de trigo os farás.

3 - E os porás num cesto e os trarás no cesto, com o novilho e os dois carneiros.

4 - Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás com água;

5 - depois, tomarás as vestes e vestirás a Arão da túnica, e do manto do éfode, e do éfode mesmo, e do peitoral; e o cingirás com o cinto de obra de artífice do éfode.

6 - E a mitra porás sobre a sua cabeça; a coroa da santidade porás sobre a mitra;

7 - e tomarás o azeite da unção e o derramarás sobre a sua cabeça; assim, o ungirás.

8 - Depois, farás chegar seus filhos, e lhes farás vestir túnicas,

9 - e os cingirás com o cinto, a Arão e a seus filhos, e lhes atarás as tiaras, para que tenham o sacerdócio por estatuto perpétuo, e sagrarás a Arão e a seus filhos.

10 - E farás chegar o novilho diante da tenda da congregação, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça do novilho;

11 - e degolarás o novilho perante o Senhor, à porta da tenda da congregação.

12 - Depois, tomarás do sangue do novilho, e o porás com o teu dedo sobre as pontas do altar, e todo o sangue restante derramarás á base do altar.

 


INTERAÇÃO

Chegamos ao capítulo que detalha o cerimonial de consagração sacerdotal para o serviço no Tabernáculo: Êxodo 29. Este capítulo descreve o rito consagratório dos sacerdotes. Ele consistia na apresentação de um bezerro e dois carneiros sem mácula; pão asmo (sem fermento) e bolos asmos amassados com azeite; bolinhos asmos untados com azeite e feito com flor de farinha de trigo. Todos estes itens eram elementos que compunham todo o ritual para consagrar, isto é, separar, para o ministério sacerdotal, Arão e os seus filhos. Esta linhagem representaria o sacerdócio oficial da Casa de Israel.

 
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

1. Explicar como se dava a cerimônia de consagração sacerdotal.

2. Citar os elementos do sacrifício de posse.

3. Compreender que Cristo é o perpétuo e o mais perfeito Sumo Sacerdote.

 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado professor, para ampliar a conclusão do primeiro tópico da aula desta semana, reproduza na lousa o seguinte texto: “O Novilho [Bezerro]. Quando os sacerdotes impunham as mãos na cabeça do novilho, isso simbolizava a sua identificação com o animal, como seu substituto e, talvez, a transferência dos pecados do povo para o animal. Assim, o novilho tornava-se um sacrifício vicário, que morria por causa dos pecados do povo (v.14). Essa cerimônia aponta para o sacrifício vicário de Cristo, que tornou-se a nossa oferta pelo pecado (Is 53.5; Gl 3.13; Hb 13.11-13)” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.165). Em seguida, explique que a suficiência do sacrifício de Jesus Cristo é a garantia de que Ele é o Sumo Sacerdote perfeito.

 
Palavra Chave: Consagração: Ação de dedicar-se a Deus; dedicação, sagração.

 
INTRODUÇÃO

Deus ordenou que Moisés separasse Arão e seus filhos para o sacerdócio. O vestiário, bem como o modo de proceder dos sacerdotes, foram dados por orientações do próprio Deus. Antes de oferecer sacrifícios em favor do povo, Arão deveria oferecer sacrifício para a remissão dos seus próprios pecados. Na lição de hoje, estudaremos a respeito do ato de consagração e purificação do sacerdócio, conforme as determinações de Deus.

 
I. A CONSAGRAÇÃO DE ARÃO E SEUS FILHOS

1. A lavagem com água.
“Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás com água” (Êx 29.4). Muitos eram os rituais de preparação que os sacerdotes deveriam realizar antes de se achegarem à presença de Deus. Uma parte dos rituais era a lavagem com água, que simbolizava pureza e perfeição. Deus é santo e requer santidade do seu povo: “Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2). Atualmente o crente é limpo pela Palavra (Jo 15.3) e pelo sangue de Cristo (1Jo 1.7). Sem pureza e santidade não podemos nos achegar à presença de Deus.
Uma importante razão pela qual o crente deve santificar-se é que a santidade de Deus, em parte, é revelada através do procedimento justo e da vida santificada do crente.

 
2. A unção com azeite (Êx 30.23-33).
O azeite da unção deveria ser derramado sobre a cabeça de Arão e seus filhos. O azeite é símbolo do Espírito Santo que viria habitar no crente pelo ministério intercessor de Jesus (Jo 14.16,17,26), bem como o batismo com o Espírito Santo (At 1.4,5,8). Assim também a igreja recebeu o penhor do Espírito (2Co 1.21,22), mas alguns de seus membros são individualmente separados para ministérios específicos, segundo os propósitos de Deus.

 
3. Animais são imolados como sacrifício (Êx 29.10-18).
Era necessário que antes de ministrar em favor do povo, o sacerdote oferecesse sacrifícios de holocausto por sua própria vida. Arão e seus filhos deveriam levar um cordeiro, sem mancha ou defeito, diante do altar. O cordeiro morto tipificava a morte vicária de Jesus Cristo, que “morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Co 15.3). A morte vicária de Cristo proporciona ao homem pecador a reconciliação com Deus. Jesus morreu para expiar os nossos pecados (1Pe 1.18,19).

 
SINOPSE DO TÓPICO (I): A consagração do sacerdócio de Arão e de seus filhos decorria pela passagem da água, a unção com azeite e a imolação de animais como sacrifício.

 
II. O SACRIFÍCIO DA POSSE

1. O segundo carneiro da consagração (Êx 29.19-35).
Era necessário que outro animal inocente fosse morto. Segundo o Comentário Bíblico Beacon, “parte do sangue era colocada primeiramente na orelha direita, no dedo polegar da mão direita e no dedo polegar do pé direito”. O restante do sangue deveria ser derramado sobre o altar. Sem derramamento de sangue não há remissão de pecado (Hb 9.22). Tudo apontava para o Calvário, onde Cristo derramou seu sangue por nós.

 
2. Sacrifícios diários.
Diariamente eram oferecidos sacrifícios pelo pecado. Pela manhã e a tarde havia sacrifícios e um animal inocente era morto em resgate da vida de alguém. O sacrifício de Cristo foi perfeito e único. Por isso, hoje podemos nos achegar a Deus para adorá-lo livremente.
No Tabernáculo, tudo deveria estar sempre pronto a fim de que o culto diário a Deus nunca fosse interrompido. Os sacerdotes cuidavam para que o fogo do altar nunca se apagasse. A cada manhã, este era alimentado com nova lenha e novos holocaustos (Lv 6.12,13). Da mesma forma Deus quer que nos apresentemos a Ele, prontos e renovados espiritualmente (2Co 4.16).

 
SINOPSE DO TÓPICO (II): O sacrifício da posse consistia na consagração do segundo carneiro e nos sacrifícios diários.

 

III. CRISTO, PERPÉTUO SUMO SACERDOTE

1. Sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque.
A primeira referência a Melquisedeque como sacerdote encontra-se no livro de Gênesis 14.18. Poucos sabemos a respeito de Melquisedeque: “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida” (Hb 7.3). Melquisedeque é um tipo de Cristo.

 
2. O sacrifício perfeito de Cristo.
Arão e seus descendentes deveriam oferecer diariamente sacrifícios por seus pecados e também do seu povo. Hoje não precisamos fazer esses tipos de sacrifícios, pois o sacrifício de Cristo foi único, perfeito e perpétuo (Hb 7.25-28).

 
3. O sacrifício eterno de Cristo.
“Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo” (Hb 7.24). O vocábulo “perpétuo” significa “inalterável”. Jesus não pertencia à tribo de Levi, mas seu sacerdócio era segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 5.6,10; 7.11,12), logo, seu sacerdócio era superior ao de Arão. O sacerdócio de Cristo é superior, eterno e imutável.

 
SINOPSE DO TÓPICO (III): O sacrifício de Cristo é perfeito, eterno e perpétuo segundo a ordem de Melquisedeque.

 
CONCLUSÃO
Deus estabeleceu o sacerdócio e as cerimônias de purificação e consagração. Estas cerimônias apontavam para o sacrifício perfeito e o sacerdócio eterno de Cristo. Ele se ofereceu como holocausto em nosso lugar. Sem Cristo, jamais poderíamos nos achegar à presença santa e eterna de Deus e ter comunhão com Ele.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

GOWER, R. Novo Manual dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos. 2 ed., RJ: CPAD, 2012.
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.

 
EXERCÍCIOS

1. Atualmente somos limpos mediante quê?

R. Atualmente o crente é limpo pela Palavra (Jo 15.3) e pelo sangue de Cristo (1Jo 1.7).

 
2. O que o azeite simboliza?

R. O azeite é símbolo do Espírito Santo que viria habitar no crente pelo ministério intercessor de Jesus (Jo 14.16,17,26).

 
3. O que deveria ser feito com o restante do sangue do segundo carneiro?

R. O restante do sangue deveria ser derramado sobre o altar.

 
4. Cristo era Sacerdote segundo qual ordem?

R. Ordem de Melquisedeque.

 
5. De acordo com a lição, qual o significado do vocábulo “perpétuo”?

R. O vocábulo “perpétuo” significa “inalterável”.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Geográfico

“O sistema sacrificial
Quando os seres humanos entram em relação de aliança com Deus e mantêm o seu lado do trato, evitando todos os pecados conhecidos, surge o desejo de relacionar-se mais intimamente com Deus — entregar-se ao seu serviço, expressar agradecimento, apoiar seus servos, ter comunhão, e desculpar-se pelo mal cometido acidentalmente. O sistema sacrificial demonstrou que uma relação mais profunda com Deus era possível, mas para que isso acontecesse havia necessidade de uma purificação contínua do pecado.
Ao mesmo tempo, o sistema demonstrou suas próprias deficiências e resultou na necessidade de encontrar outro meio não só para estabelecer uma relação mais profunda com Deus, como também para tratar com todo o problema do pecado deliberado. Esse outro meio foi tornado possível mediante Jesus (Hb 10.1-8)” (GOWER, R. Novo Manual dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos. 2 ed., RJ: CPAD, 2012, p.325).

 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Bibliológico

“A Origem dos Sacrifícios
Em relação à origem dos sacrifícios, existem duas opiniões: (1) que eles têm sua origem nos homens, e que Israel apenas reorganizou e adaptou os costumes de outras religiões, quando inaugurou seu sistema sacrificial; e (2) que os sacrifícios foram instituídos por Adão e seus descendentes em resposta a uma revelação de Deus.
É possível que o primeiro ato sacrificial em Gênesis tenha ocorrido quando Deus vestiu Adão e Eva com peles para cobrir sua nudez (Gn 3.21). O segundo sacrifício mencionado foi o de Caim, que veio com uma oferta do ‘fruto da terra’, isto é, daquilo que havia produzido, expressando sua satisfação e orgulho. Entretanto, seu irmão Abel ‘trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura’ como forma de expressar a contrição de seu coração, o arrependimento e a necessidade da expiação de seus pecados (Gn 4.3,4).
Em Romanos 1.21, Paulo refere-se à revelação e ao conhecimento inicial que os patriarcas tinham a respeito de Deus, e explica a apostasia e o pecado dos homens do seguinte modo: ‘Tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças’. Depois do Dilúvio, ‘edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de animal limpo e de toda a ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar’ (Gn 8.20). Muito tempo antes de Moisés, os patriarcas Abrão (Gn 12.8;13.18; 15.9-17; 22.2ss.), Isaque (Gn 26.25), e Jacó (Gn 33.20; 35.3) também ofereceram verdadeiros sacrifícios” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, p.1723).

 
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

A Cerimônia de Consagração do Sacerdócio
Moisés, segundo as instruções divinas, separou a Arão e seus filhos, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar para o sacerdócio (Êx 28.1). Todos os dias o sacerdote deveria oferecer no altar do holocausto sacrifícios. Primeiro era necessário que um animal inocente fosse morto em resgate da vida do próprio sacerdote, e em seguida outro animal morreria em favor do povo de Deus.
Vários eram os ritos de purificação que os sacerdotes eram submetidos diariamente. Eles não poderiam jamais se apresentar diante do Altíssimo de qualquer maneira. As roupas deveriam estar limpas e em ordem, e os cabelos bem penteados. A Antiga Aliança não permitia falhas. Tudo apontava para Jesus Cristo, o homem perfeito, único capaz de cumprir toda a lei.
Água era aspergida sobre Arão e seus filhos, pois se tratava de uma lavagem simbólica: “Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás com água” (Êx 29.4). Qual era o propósito da lavagem? Era apontar para a pureza e perfeição de Cristo. A purificação se dava na porta da tenda para que todos os israelitas vissem. Deus é santo e o sacerdote deveria também ser santo: [...] “Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Êx 19.2). Nossa santidade precisa ser vista por aqueles que não conhecem a Cristo a fim de que glorifiquem a Deus. Somos chamados para sermos “sal” e “luz” deste mundo, precisamos fazer a diferença no meio de uma sociedade perversa.
A água simboliza também a Palavra de Deus. Jesus declarou : “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3). A Palavra de Deus é pura e santa, por isso ela pode nos tornar limpos. Ela também tem o poder de penetrar no mais íntimo do nosso ser, ela chega onde nenhum homem pode alcançar (Hb 4.12).
O azeite da santa unção era derramado sobre a cabeça de Arão e seus filhos: “E disto farás o azeite da santa unção, o perfume composto segundo a obra do perfumista; este será o azeite da santa unção” (Êx 30.15). Este azeite era santo (separado) e só poderia ser utilizado neste ritual. O templo do Senhor, assim como seus móveis e objetos são santos e só devem ser utilizados na obra de Deus. Sabemos que um dos símbolos do Espírito Santo é o azeite.
Em o Novo Testamento vemos que Jesus, nosso Sumo Sacerdote, recebeu a unção do Espírito Santo antes de iniciar seu ministério, durante o seu batismo. Jesus foi ungido para servir (At 10.38; Lc 4.18,19). O batismo com o Espírito Santo nos torna aptos para o serviço a Deus.


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