Lições Bíblicas CPAD / Adultos
4º Trimestre de 2015
Título: O começo de todas as
coisas — Estudos sobre o livro de Gênesis
Comentarista: Claudionor de Andrade
TEXTO ÁUREO: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado
no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os
homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).
VERDADE PRÁTICA: O pecado de
Adão trouxe-nos a morte, mas a morte de Jesus Cristo garante-nos a vida eterna
e plena comunhão com Deus.
OBJETIVO GERAL: Compreender que o pecado de Adão trouxe a morte, mas a morte de Jesus
trouxe a vida.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Explicar que o Éden foi o local criado por Deus para ser o habitat
do homem;
II.
Conhecer como se deu a tentação de
Adão e Eva;
III.
Compreender o juízo de
Deus sobre o pecado.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
No
livro de Gênesis, encontramos no capítulo três, um dos relatos mais tristes da
história da humanidade, a Queda. Mas Deus não foi pego de surpresa com o pecado
de Adão e Eva, pois as Escrituras Sagradas afirmam que desde a fundação do
mundo a morte redentora de Jesus, pela salvação da humanidade, já havia sido
determinada (Ap 13.8). O homem pecou de modo deliberado contra Deus, mas o
Criador não o deixou entregue à própria sorte. O Senhor providenciou a sua
redenção. Com o pecado veio o sentimento de culpa. O homem não sabe lidar com
esse sentimento, pois não fomos criados para o pecado, por isso, Adão culpou a
Eva e o próprio Deus pelo seu pecado de desobediência. É difícil aceitar a
responsabilidade por nossos erros. Sempre queremos encontrar um culpado.
O
pecado além de afastar Adão da comunhão com Deus, também introduziu as
hostilidades e dificuldades no relacionamento de Adão e Eva. O pecado continua
a nos afastar de Deus e a prejudicar os nossos relacionamentos.
INTRODUÇÃO
Por algum tempo, Adão e Eva
viveram a mais completa ventura. Aquela harmonia, porém, estava para ser
quebrada por uma personagem sinistra e inimiga de todo bem.No entanto, se o Diabo supôs que a obra divina se achava arruinada para sempre, enganou-se, porque Deus, em seu infinito amor, já havia elaborado, desde a fundação do mundo, o Plano de Salvação para resgatar-nos do pecado.
A Queda de Adão haveria de ser revertida por Jesus Cristo através de sua morte na cruz.
PONTO
CENTRAL: O homem pecou desobedecendo a
Deus, porém o Senhor já havia providenciado um Redentor.
I. O
PARAÍSO NO ÉDEN
Após haver plantado um jardim,
no Éden, nele o Senhor colocou o homem que criara (Gn 2.8). Dali, caberia a
Adão governar o mundo como o representante de Deus na Terra. Ele tinha como
tarefas cultivar a Terra e guardar o jardim.
1. Cultivar
a Terra.
Adão deveria fazer a cultura
da Terra (Gn 2.15). Ele não somente a cultivaria, como dela haveria de criar
invenções, utilidades, ciências e artes. Observemos que o Éden se localizava
numa região abundante em ouro (Gn 2.11,12). Ao criar Adão, Deus o dotou de
muitas habilidades.
2. Guardar
o Éden.
Não podemos confundir a
inocência de Adão com incapacidade intelectual. Santo no corpo e na alma, nosso
pai era sábio e perfeitamente capaz de discernir entre o bem e o mal. Aliás,
era mais inteligente que nós. Por isso mesmo, Deus o incumbiu de guardar o
Éden, pois teria de enfrentar um inimigo mui astuto e sagaz.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
O jardim do Éden estava
localizado perto da planície aluvial do rio Tigre e do rio Eufrates. Alguns
acreditam que estava localizado na região correspondente ao atual sul do
Iraque; outros sustentam que não há dados suficientes no relato bíblico.Duas árvores do jardim do Éden tinham importância especial. (1) A ‘árvore da vida’ provavelmente tinha por fim impedir a morte física. É relacionada com a vida perpétua, em 3.22. O povo de Deus terá acesso à árvore da vida no novo céu e na nova terra (Ap 2.7; 22.2). (2) A ‘árvore da ciência do bem e do mal’ tinha a finalidade de testar a fé de Adão e sua obediência e à sua palavra. Deus criou o ser humano como ente moral capaz de optar livremente por amar e obedecer ao seu Criador, ou desobedecer-lhe e rebelar-se contra a sua vontade” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1991, pp.34,35).
II. A
TENTAÇÃO NO PARAÍSO
O Éden era um lugar perfeito.
A partir daí a humanidade poderia multiplicar-se e espalhar-se por todo o
planeta, ampliando, em amoroso trabalho, o jardim que Deus plantara.
Infelizmente, nossos pais caíram na tentação do Diabo.
1. O agente
ativo da tentação.
A fim de induzir a raça humana
ao pecado, Satanás instrumenta um animal astuto e sagaz, a serpente (Gn 3.1).
E, por seu intermédio, dialoga com Eva levando-a à apostasia. Não podemos
travar diálogos com o nosso Inimigo, independente do meio que ele usar para nos
convencer, pois pecaremos contra Deus.
2. O agente
passivo da tentação.
Adão era o guardião do Éden.
Todavia, não soube como resguardar a esposa, que acabou sendo seduzida pelo
Diabo. Iludida, Eva pecou: “E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se
comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou
do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela” (Gn
3.6). Adão e Eva deixaram-se levar pela concupiscência da carne, pela
concupiscência dos olhos e pela soberba da vida (1Jo 3.16). Adão e Eva pecaram
de forma voluntária e cônscia. Biblicamente, são os responsáveis pela
introdução do pecado no mundo (Rm 5.12).
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
A raça humana está ligada a
Deus mediante a fé na sua palavra como a verdade absoluta. Satanás, porque
sabia disso, procurou destruir a fé que Eva tinha no que Deus dissera, causando
dúvidas contra a palavra divina. Satanás insinuou que Deus não estava falando
sério no que dissera ao casal. Noutras palavras, a primeira mentira proposta
por Satanás foi uma forma de antinomianismo, negando o castigo da morte pelo
pecado e apostasia. Um dos pecados capitais da humanidade é a falta de fé na
Palavra de Deus. É admitir que, de certo modo, Deus não fala sério sobre o que
Ele diz da salvação, da justiça, do pecado, do julgamento e da morte. A mentira
mais persistente de Satanás é que o pecado proposital e a rebelião contra Deus,
sem arrependimento, não causarão, em absoluto, a separação de Deus e a
condenação eterna.Satanás, desde o princípio da raça humana, tenta os seres humanos a crer que podem ser semelhantes a Deus, inclusive decidindo por conta própria o que é bom e o que é mau. Os seres humanos, na sua tentativa de serem ‘como Deus’, abandonam o Deus onipotente e daí surgem os falsos deuses. O ser humano procura, hoje, obter conhecimento moral e discernimento ético partindo de sua própria mente e desejos, e não da Palavra de Deus. Porém, só Deus tem o direito de determinar aquilo que é bom ou mau” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1996, p.36).
III. O
JUÍZO DE DEUS
Satanás enganou, mentiu e
prometeu o que nem ele mesmo possuía. O juízo de Deus, portanto, não tardaria a
vir sobre a serpente, sobre a mulher e sobre o homem.
1. Sobre a
serpente.
Devido à sua natureza, a
serpente é um tipo perfeito de Satanás: esperta, sagaz e oportunista (Ef 6.11).
Agora, ela seria obrigada a comer pó (Gn 3.14). Mesmo no Milênio, quando a
natureza dos animais for restaurada, ela não será redimida de sua degradação
(Is 65.25).
Em seguida, Deus decreta a
inimizade entre a serpente e a mulher, como também a promessa da redenção: “E
porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta
te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Apesar da Queda,
Eva seria auxiliar de Deus. Veja suas declarações ao dar à luz Caim e Sete (Gn
4.1,25). Séculos mais tarde, Maria haveria de enaltecer o Eterno de Israel por
ter sido escolhida como a mãe do Salvador do mundo (Lc 1.46-56).
2. Sobre a
mulher.
A fim de punir a desobediência
de Eva, o Senhor torna-lhe a maternidade estressante e mui dolorosa. Não
bastasse, sujeita a mulher ao governo do homem: “Multiplicarei grandemente a
tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu
marido, e ele te dominará” (Gn 3.16; Ef 5.22,23).
Apesar da Queda, não são
poucas as filhas de Eva elogiadas por sua incomum virtude e cooperação no Reino
de Deus (Pv 31.10-30; 2Jo 1-13). Sara, Débora, Ester, Maria e Priscila são
apenas alguns desses belos exemplos.
3. Sobre o
homem.
Deus denuncia Adão como o
responsável pela Queda da humanidade. Conforme escreve o apóstolo Paulo, o
pecado entrou no mundo não por uma mulher, nem pelo Diabo, mas por intermédio
de um homem (Rm 5.12). Por isso, o juízo divino recai com mais dureza sobre o
nosso primeiro genitor. E, por causa dele, a Terra faz-se maldita. Por causa de
sua desobediência a Deus, os dias de Adão e de seus descendentes seriam mais
trabalhosos. Seu sustento seria obtido com um trabalho mais árduo, e teria de
conviver com adversidades, e com o fim de sua própria existência: “No suor do
teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste
tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3.19). Adão viu, a duras
penas, o preço de se desobedecer a Deus e à sua Palavra.
SÍNTESE DO
TÓPICO (III): O juízo de Deus veio
sobre Adão, Eva e a serpente.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Os pecados estão refletidos
nas punições, as quais foram aplicadas em partes. A serpente foi amaldiçoada. A
serpente posou como supremamente sábia, mas sua maneira de se locomover sempre
seria símbolo de tal humilhação. A frase ‘sobre o teu ventre’ não significa que
a serpente tinha originalmente pernas e a perdeu no momento em que a maldição
foi imposta, mas que seu modo habitual de locomoção tipificava seu castigo. A
frase ‘pó comerás’ é idiomaticamente equivalente a ‘tu serás humilhado’ (cf. Sl
72.9; Is 49.23), onde a frase ‘lamberão o pó’ tem claramente este significado.
O castigo envolveria inimizade, hostilidade entre as pessoas. A semente da
serpente, que Jesus relaciona aos ímpios (Mt 13.38,39; Jo 8.44), e a semente da
mulher, têm ambas sentido fortemente pessoal.O castigo da mulher seria o oposto do ‘prazer’ que ela procurou no versículo 6. Ela conheceria a dor no parto, que é bem diferente do novo tipo de vida que ela tentou alcançar pela desobediência. Igualmente, a futura ligação do seu desejo ao seu marido era repreensão à sua decisão de buscar independência.
Deus pôs uma maldição diretamente na terra em vez de colocá-la no homem. Adão foi comissionado a trabalhar com a terra, mas não seria por puro prazer” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.40).
CONCLUSÃO
Deus não foi apanhado de
surpresa pela Queda de Adão, pois o Cordeiro, em sua presciência, já havia sido
morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8). Nossos primeiros pais, de fato,
pecaram, mas Deus prometeu redimir toda a humanidade pelo sangue de Cristo,
pois Jesus morreu por todos (Jo 1.29). Na genealogia de Jesus, registrada por
Lucas, Adão é chamado de filho de Deus (Lc 3.38). Maravilhosa graça!Portanto, apesar da aparente vitória do pecado, o Senhor Jesus, o segundo Adão, veio para resgatar-nos das mãos de Satanás: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15.22). Somente Jesus Cristo pode-nos resgatar do pecado.
PARA REFLETIR
A respeito
do livro de Gênesis:
1° A Queda
foi um fato histórico e real?
Resp: Sim. Podemos ter tal
certeza porque a Bíblia nos garante.Resp: Sim. Não se trata de uma parábola, mas de um fato histórico.
Resp: Sobre a mulher: ela teria a sua dor na hora do parto multiplicada. Também teria que se sujeitar ao governo do homem.
Resp: Ambos sofreriam a morte física e foram expulsos do paraíso.
Resp: Porque ele havia recebido a ordem diretamente de Deus.
Resp: Deus não foi apanhado de surpresa pela queda de Adão, pois o Cordeiro, em sua presciência, já havia sido morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8). Nossos primeiros pais, de fato, pecaram, mas foram prontamente redimidos pelo sangue de Cristo, pois Jesus morreu por toda a humanidade (Jo 1.29).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Em sua clássica obra “Conhecendo as Doutrinas da Bíblia”, o teólogo pentecostal Myer Pearlman destaca quatro pontos fundamentais que marcam a história espiritual do homem. Veja o esquema abaixo:
Ao dizer sim! para a tentação e colocá-la em prática, se estabelece no ser humano o estado de Pecado. Em seguida, a culpa toma conta da sua consciência, ao ponto de o ser humano viver num estado de cauterização em sua consciência, de modo que ele não mais atende aos apelos do Espírito Santo: nisto consiste o estado da culpa.
Uma vez praticado o pecado, por intermédio da tentação, e estabelecido o sentimento de culpa, instala-se, na realidade humana, o Juízo.
No Éden, o Juízo se deu sobre a serpente (de formosa e honrada, a um animal degradado e maldito), sobre a mulher (multiplicação das dores de parto) e sobre o homem (comer com o suor do rosto), constituindo, porém, o maior de todos os juízos: a morte física e a morte eterna.
Entretanto, a história da humanidade não seria para sempre condenada à terrível realidade de viver para sempre longe de Deus. O Pai, por intermédio do Seu Filho, proveria um escape para redimir a vida do ser humano: “Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos” (Rm 5.17-19).
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